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Abordagem preventiva Para melhor compreender as características das doenças que estudaremos na sequência deste capítulo, é fundamental compreender o significado de alguns conceitos importantes: Portador assintomático; Período de incubação; Imunodeprimido; Profilaxia. ZOONOSES Doenças zoonóticas Introdução O que são zoonoses: Doenças que podem ser transmitidas dos animais aos seres humanos. Formas de transmissão: Por contato direto; Por alimentos; Por picadas de vetores; etc. Didaticamente, existem dois grandes grupos de formas de transmissão de zoonoses, sendo eles o Contato direto, quando o animal provoca uma arranhadura ou mordida em um ser humano, e o Contato indireto, quando temos algum elemento extra como elo de ligação, permitindo a passagem de um microrganismo patogênico entre o animal e a pessoa. Na transmissão por contato indireto, podemos ter a participação de: Alimentos; Secreções; Vetores; Fômites. Salmonelose Agente: Diferentes variedades de bactérias do gênero Salmonella sp.; Microorganismo com alto nível metabólico. Espécies afetadas: Rara em cães e gatos. Comum em frangos e seres humanos. Características gerais Ao homem: alimentos contaminados. Principalmente ovos, carne de frango. Também por frutas/verduras/legumes. Ao frango: ração ou água contaminada, ou por via intrauterina. Sintomas • Sintomas nos seres humanos: • Diarreia, febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, cólicas abdominal. • Intensidade e diversidade de sintomas é muito variável. • Dura 4 a 7 dias, e a maioria se recupera com repouso e hidratação. • Nos casos graves há diarreia intensa (necessário hospitalização). • Raramente evolui para bacteremia. Quando ocorre, há chance de óbito. Sintomas nos cães: • Diarreia; • Febre; • Vômito; • Desidratação; • Perda de apetite; • Mal estar; • Prostração; Sintomas em frangos jovens : • Apatia; • Anorexia; • Diarreia esbranquiçada; • Perda de peso • Morte. Sintomas em frangos adultos: • Apatia; • Queda na produção de ovos • Redução na fertilidade; • Anorexia; • Diarreia. Diagnóstico O diagnóstico tem como base o histórico do caso, os sintomas e o exame de fezes, a partir do qual é realizada cultura bacteriana. É indispensável fazer o diagnóstico diferencial de outras patologias com sintomas parecidos como gastrenterite viral e infecções parasitárias (amebas, giárdia, etc.). Medidas de Profilaxia: Lavar as mãos antes do preparo de alimentos; Evitar o consumo de carnes mal passadas, especialmente de frango; Evitar o consumo de ovos crus ou com gema mole; Armazenar ovos sempre no refrigerador, nunca em temperatura ambiente; Aquisição de aves (matrizes) apenas de criatórios livres de Salmonela; Fornecer água para os frangos em bebedouros sem a possibilidade de contaminação por fezes; Abater e descartar as aves com exame positivo. Tuberculose • Tem como agente etiológico as bactérias Mycobacterium bovis, Mycobacterium tuberculosis e Mycobacterium avium; • Ambientes úmidos ou com pouca luminosidade elas encontram condições de sobreviver por vários meses; • Esse microorganismo foi isolado e identificado pela primeira vez em 1882, pelo pesquisador alemão Robert Koch. Transmissão: 90% dos bovinos se infectam por via respiratória (inalação de aerossóis); Também por via digestiva: água, pastagem ou ração contaminados. Animais doentes eliminam a bactéria por pelo ar, urina, leite e sêmen. Nos seres humanos a contaminação também se dá por via respiratória: proximidade com pessoas infectadas, permanência em locais fechados e pouco ventilados; Também é possível por ingestão de leite (cru) ou carne (mal passada). Consequências: Doença de desenvolvimento crônico; Disseminação rápida nos rebanhos; Potencial para perdas econômicas significativas; Perda de prestígio e credibilidade da fazenda; Estatísticas: Segundo a OMS, cerca de 30% da população mundial está infectada. Sintomas • Lesões nodulares: • Podem localizar-se em qualquer órgão ou tecido; • Costumam apresentar coloração amarelada; • Cápsula fibrosa. • Nos humanos: • Tosse persistente (por mais de três semanas); • Febre • Produção de escarro • Dispnéia • Emagrecimento progressivo; • Hemoptise. Leptospirose Agente: Bactéria Leptospira sp. Sobrevive por semanas em ambiente úmido com pH neutro. Patologia conhecida como “a doença da urina rato”. Espécies afetadas: Mais frequentemente cães, pessoas e bovinos. Também ocorre em suínos e equinos. Rara em gatos. Transmissão: Por exposição à água contaminada por urina de animais infectados. A Leptospira sp. penetra a pele (mesmo íntegra); infecção também pelas mucosas. Alto risco após enchentes/alagamentos. Por ingestão de água, alimentos (ou ração) contaminada pela urina. Sintomas em cães: Em geral: quadro agudo de febre, perda de apetite, vômitos e diarreia; Complicações: Lesões nos rins (gerando urina de cor marrom escura). Lesões no fígado (provocando icterícia). Sintomas em ratos: Estão adaptados à bactéria: não manifestam sinais ou lesões. Sintomas em humanos: Mais comum: mal estar, febre aguda, dor de cabeça, náuseas, dores musculares, especialmente na panturrilha. Em geral é autolimitada (melhora em 3 ou 4 dias). Casos graves: alterações renais, hemorragias, dano hepático (que pode resultar em Icterícia), meningite e coma. Medidas de Profilaxia: Controle de roedores: telas em aberturas + armadilhas + veneno. Atenção às medidas básicas de higiene e limpeza. Evitar acúmulo de lixo (para não atrair ratos). Usar luvas e botas de borracha em ambientes de risco. Manter limpas as vasilhas de alimento e água dos cães. Vacinar os cães anualmente, ou semestralmente, conforme o risco. Giardíase Agente: Protozoário Giardia lamblia (Giardia duodenalis). Patologia comum e com aumento de prevalência na região sul do BR. Espécies afetadas: Mais frequente em seres humanos e cães. Também pode ocorrer em felinos, bovinos, ovinos, caprinos, suínos equinos. Transmissão: Por contaminação fecal-oral. Uma vez ingerido, ele evolui para forma capaz de causar sintomas e se reproduzir (Trofozoito). Animais doentes eliminam a forma infectante (cisto) pelas fezes. Os cistos sobrevivem em alimentos vegetais, água, ambientes úmidos. Começa nova produção de cistos. Doença mais frequente em crianças ou indivíduos imunodeprimidos. Cistos presentes nas fezes contaminam água ou alimentos CICLO DA GIARDÍASE Sintomas no ser humano: Diarreia persistente, flatulência, náusea e vômitos, desidratação, cólica abdominal, fraqueza e perda de peso. Alguns pacientes permanecem assintomáticos. Sintomas nos cães: Fezes moles ou pastosas (com odor fétido), vômitos, dor abdominal, desidratação e perda de peso. Não é comum redução no apetite. Também pode gerar indivíduos sem sintomatologia da doença. Medidas de Profilaxia: Educação sanitária nas escolas e junto à comunidades carentes. Adoção de hábitos de higiene e preservação da saúde: lavagem das mãos antes de preparar alimentos, lavagem dos alimentos de origem vegetal antes do consumo, etc. Desinfecção e limpeza do ambiente onde o animal vive. Cobrar do poder público a realização de obras para fornecimento de água potável e recolhimento/tratamento de esgotos e dejetos. Toxoplasmose Agente: Protozoário Toxoplasma gondii. Parasita de distribuição mundial. Espécies afetadas: Mais frequentemente gatos. Também cães, bovinos, aves, seres humanos. Transmissão aos gatos: Ingestão de cistos presentes na carne de ratos, bovinos, aves, etc. Transmissão aos seres humanos: Ingestão de alimentos vegetais contaminados, ou carne contaminada e mal passada, ou água contaminada. Transmissão aos bovinos, suínos, aves, ovinos, etc.: Ingestão de pasto, ração, água contaminada. Transmissibilidade do gato: A forma contaminante é denominada oocisto. É gerada apenas no trato gastrointestinal dos gatos. São eliminados com as fezes. Tornam-se infectantes no meio ambiente, após 1 a 5 dias. Eliminação começa 10 dias após infecção inicial. Eliminação dura apenas 1 a 2 semanas. Oocisto Água/Vegetais/Legumes Carne crua Risco de transmissão transplacentária se a 1º infecção ocorrer durante a gestação. CICLO DA TOXOPLASMOSE Sintomas nos gatos: Raramente se manifestam. Quando ocorrem: enterite, alterações do SNC e lesões neuromusculares. Sintomas em humanos: Raramente ocorrem. Quando se manifestam: febre, mal-estar, aumento de linfonodos. Sinais confundidos com um resfriado (somem em poucos dias). A maioria das pessoas já se contaminou, mas nem sabe disso. Em pacientes imunocomprometidos: manifestações de doença do SNC. Sintomas em humanos: Mulheres gestantes... Se for o 1º contato com o T. gondii: há grande risco para o feto. Chance de aborto ou nascimento de fetos mortos. Aqueles bebês que vem a termo, podem nascer com cegueira, hidrocefalia, convulsões e deficiência intelectual. Medidas de Profilaxia: Não comer carnes mal passadas. Não dar carne crua/mal passada aos gatos. Limpar a caixa de areia dos gatos diariamente. Usar pazinha/luva ao limpar a caixa de areia. Lavar bem legumes e verduras antes do consumo. Lavar as mãos antes de cozinhar. Raiva Agente: Vírus do gênero Lyssavirus. Espécies afetadas: Qualquer animal mamífero. A cada ano são registrados 40 mil óbitos de bovinos, em todo o BR. Aumento recente do nº de casos em cães e gatos. Transmissão: Pela mordida de um animal contaminado. Segundo a OMS, 99% dos casos humanos resultam de mordida de cão. Cães/gatos: principalmente por agressão de outros cães e gatos. Bovinos/Equinos: por mordidas de cães e morcegos. Papel dos Morcegos: Não devem ser foco de extermínio, pois exercem papel biológico importante (disseminação de sementes, polinização de flores, controle da população de ratos e insetos). A grande maioria são morcegos de espécies insetívoras ou frugívoras. Evolução: Após a mordida o vírus é inoculado no músculo. Fica se multiplicando até atingir alta carga viral. Migra para o nervo mais próximo e depois para a medula espinhal. Pela medula, alcança o SNC: desencadeia os sintomas clássicos. Vírus se propaga para outros órgãos e se aloja nas glândulas salivares. Período de incubação: Varia conforme o local da mordida e carga viral inoculada; Seres humanos: média de 60 dias; Cão/gato: média de 20 a 60 dias; Sintomas em cães e gatos: Primeiro sinal: prurido no local da mordida. Quando afeta o SNC: Paralisia na glote, dificuldade de engolir, salivação, alteração na tonalidade do latido. Sintomas em cães e gatos: Alterações comportamentais: Agressividade gratuita, contra objetos, pessoas e animais. Na fase final: Contrações musculares involuntárias, incoordenação, paralisia de membros posteriores, convulsões e morte. Óbito: ocorre 3 a 4 dias após os 1ºs sintomas (no máximo em 10 dias). Sintomas em morcegos: Paralisia das asas e/ou agitação (morcegos voando de dia). Sintomas em bovinos/equinos: Disfagia, inquietude, tremores e incoordenação muscular, paralisia de membros posteriores. Óbito em 3 a 5 dias. Sintomas em seres humanos: Inicial: sensibilidade no local da lesão (formigamento, dormência); Acometimento do SNC: Insônia e aerofobia, hidrofobia salivação; Mudança comportamental (fica introvertido ou agitado); Alucinações, ansiedade, hipersensibilidade sensorial; Paralisia progride para vários músculos (incluindo o diafragma); Óbito em poucos dias. Medidas de Profilaxia: • Lavar o ferimento de mordida com água e sabão; • Usar telas nas portas/janelas em locais com presença de morcegos; • Notificação obrigatória às autoridades sanitárias; • Vacinação de cães/gatos: dose única; • Controle da população de morcegos: captura e aplicação de pasta vampiricida. • Aplicação de anticoagulante ao redor das lesões em bovinos/equinos. Profilaxia Ativa: Peculiaridade da Raiva: aplicar vacina após contaminação. Aplicação da vacina quanto mais cedo possível. Ensina o sistema imunológico a combater o vírus, antes que ele chegue no SNC. Não possui contra indicações para mulheres grávidas. Esporotricose Agente: Fungo Sporothrix schenckii Patologia conhecida como “doença da roseira”. Espécies afetadas: Mais frequentemente gatos. Incomum em cães, bovinos, equinos e seres humanos. Transmissão: Por ferimentos (arranhões) em elementos ambientais: espinhos, galhos quebrados, cercas contaminados. Risco para quem trabalhem com solo/plantas (profissionalmente ou por hobby). Causa infecção em camadas profundas da pele; Transmissão: Gatos tem o hábito de desgastar as unhas em pedaços de madeira; Pode passar a carrear o fungo nas suas unhas. Sintomas nos gatos: Nódulos inflamatórios, que evoluem para úlcera purulenta. As lesões são mais frequentes na cabeça, dorso e membros. Pode ocorrer destruição do contorno nasal anatômico. Também podem apresentar espirros e secreção nasal. Animais sem tratamento podem vir a óbito. Sintomas nos humanos: Mais comum: lesão cutânea localizada, geralmente na mão ou antebraço. Raramente ocorre forma cutânea disseminada (paciente imunodeprimido). Aparência avermelhada, nodular ou pustular. Se dissemina pela cadeia linfática. Outros sintomas: dores nas articulações, perda de apetite e febre. Raramente é fatal para pessoas: tendem a procurar recursos médicos. Medidas de Profilaxia: Usar luvas nos trabalhos com terra e plantas; Fazer o tratamento até total cicatrização; Isolar os animais doentes dos demais pacientes internados; Realizar desinfecção das instalações da clínica; Promover a castração dos gatos machos. Cremar animais positivos que vierem a óbito (jamais enterrar). Dirofilariose Agente: Verme Dirofilaria immitis. Verme se aloja no coração/pulmões dos hospedeiros. Espécies afetadas: Mais frequentemente cães. Incomum em gatos. Rara em seres humanos. Transmissão: As larvas de Dirofilária são chamadas microfilárias. As microfilárias são encontradas no sangue de um animal hospedeiro. Mosquitos do gênero Culex podem sugar microfilárias e transmiti-las para outros animais que venham a picar (cães, gatos ou pessoas). Mosquito Culex sp. Transmissão de microfilárias Vermes no coração (após 6 meses) Vermes adultos se reproduzem Microfilárias presentes no sangue CICLO DA DIROFILARIOSE Sintomas: Aparecem apenas quando há vermes adultos no coração. Estes, obstruem vasos e câmaras cardíacas: resulta em hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca. Cães apresentam tosse, dispnéia, ascite (acúmulo de líquido no abdômen) e redução da resistência a exercícios. Nos seres humanos o verme afeta os pulmões (não o coração). Medidas de Profilaxia: Uso regular de vermífugos: evita que as microfilárias evoluam até formas adultas. Fundamental antes da época de maior atividade dos mosquitos. Descarte correto de lixo e restos de matéria orgânica. Evitar a formação de lixões irregulares em terrenos desabitados. Uso de telas e inseticidas nas residências. Larva migrans cutânea Agente: Vermes Ancylostoma braziliense, Ancylostoma caninum, entre outros. Patologia conhecida popularmente como “bicho geográfico”. Espécies afetadas: Seres humanos. Transmissão: Pelo contato com terra/areia contaminada com larvas dos vermes. As larvas surgem de ovos depositados na terra/areia (pelas fezes de cães ou gatos). Os ovos resistem conforme as condições de calor e umidade da terra. No contato direto e desprotegido com terra/areia,as larvas penetram a pele intacta (pés, pernas, mãos). Não atravessam as camadas profundas, ficam no tecido subcutâneo. Sintomas: As larvas abrem túneis microscópicos sob a pele, conforme se deslocam. Formam rastros como se fossem o traçado de um mapa. Lesão que causa prurido de grande intensidade. Piora à noite, podendo causar insônia. Risco de infecção bacteriana secundária. Medidas de Profilaxia: Vermifugar cães/gatos periodicamente. Ideal de 4 em 4 meses / aceitável de 6 em 6 meses. Evitar levar os animais na beira da praia, beira de rios, etc. Recolher as fezes dos animais durante passeios. Na praia, levar cadeira, ou esteira, ou toalha, etc. Parasitas Externos • Sarnas Sarna Sarcóptica (Escabiose) • Provocada pelo ácaro Sarcoptes scabiei. Sarna Sarcóptica (Escabiose) • Parasita cava túneis na pele; • Gera coceira intensa; • Provoca inflamação e eritema (vermelhidão) e falhas de pelo; • Possibilidade de infecção bacteriana secundária. Sarna Sarcóptica (Escabiose) Sarna Sarcóptica (Escabiose) Sarna Demodécica (Demodicose) • Provocada pelo ácaro Demodex canis; • Transmissão da mãe ao filhote; • Só há sintomas em animais com baixa imunidade; • Não tem cura, apenas controle; • Não causa prurido (coceira); • Sintomas: pele escamosa, falhas de pelos, secreção e cheiro forte, formação de feridas quando há infecção bacteriana concomitante. • Sarna Demodécica (Demodicose) Sarna Otodécica • Provocada pelo ácaro Otodectes cynotis; • “sarna de ouvido” dos cães e gatos; • Transmitida por contato direto entre animais; • Se dissemina com grande facilidade; • Sintomas: coceira na região, acúmulo de cerúmem, balançar de cabeça, lesões em volta da orelha pelo ato de se coçar; • Infecção bacteriana secundária → Otite. Carrapatos Parasita que provoca grande incômodo ao animal e risco de transmissão de doenças graves (Babesiose e Erlichiose). É hematófago: infestação maciça/prolongada pode causar anemia. Cães com carrapatos e que apresentem apatia, perda de apetite, mucosas esbranquiçadas O cão se infesta ao passar por parques, praças, sítios, ou caso pessoas da casa levem o carrapato para casa. Como combater? Com ações no animal e no meio ambiente doméstico. É fundamental eliminar as formas imaturas (que estão escondidas). Larva Ninfa Macho adulto Fêmea adulta Ações de controle no Cão: Banhos com shampoo carrapaticida (repetir em 15 dias). Tosar animais de pêlos longos nas épocas quentes do ano: período de maior atividade/reprodução dos carrapatos. Uso de produtos tópicos (pipeta ou spray) conforme a indicação do seu Med. Vet. de confiança. Ações de controle no Ambiente: Aplicar produtos carrapaticidas nos canis, casinhas, pátio, canteiros. Repetir em 15 dias. Em ambientes de alvenaria, a vassoura de fogo é muito efetiva. Mudar de produto a cada 2 ou 3 aplicações, para evitar induzir resistência. Cuidados nas ações de combate: Filhotes, fêmeas gestantes e gatos não devem ser banhados com produtos anti carrapatos/pulgas. Cuidado para que o animal não lamba o produto durante, ou após o banho. Animais com ferimentos de pele (cortes/queimaduras) não devem ser banhados. Ao aplicar produtos no ambiente, não deixe que o cão se aproxime por pelo menos 3 a 4 horas. Pulgas Praticamente não existe cão ou gato que nunca teve pulgas. As pulgas habitam onde há animais; É um parasita que se reproduz com grande velocidade e facilidade; A infestação ocorre em passeios, por contato com animais ou ambientes contendo pulgas. Alimentação hematófaga: inicia postura de ovos; Animal os espalha em vários pontos da casa: Em tapetes, carpetes, frestas do piso, colchões ou sofás velhos, etc. Nesses locais elas sobrevivem e completam seu ciclo reprodutivo. Ciclo biológico: Ovo → Larva → Pupa → Adulto O que vemos no animal é apenas “a ponta do iceberg”. Somente 5% das pulgas são formas adultas no pelo do cão/gato; 95% são formas imaturas no ambiente doméstico. Capacidade de propagação: 1 pulga vive aproximadamente 3 meses. Produz em torno de 30 ovos por dia. Total de 2700 ovos. No estágio de larvas, se alimentam de poeira doméstica. No estágio de pupa, formam casulo e “adormecem”. Eclodem em condições ideais de calor e umidade. O processo recomeça em pouquíssimo tempo. Pulgas atacam pessoas? Normalmente não. Diferenciam cães/gatos das pessoas pela temperatura corporal. Mas em situações de “falta de alimento”, podem picar seres humanos. Medidas de controle no cão: Banhos + Tosa + Uso de produtos tópicos/orais + Coleira anti-pulga. Medidas de controle no ambiente: Dedetização da residência; Uso de desinfetantes residenciais com ação anti-pulgas (disponível em pet shops). Passar aspirador de pó na casa e trocar o saco coletor de poeira; Aplicar produtos anti-pulgas periodicamente nas casinhas dos cães. Importante: Jamais aplicar no cão/gato inseticidas contra mosquitos, baratas, etc. Cães filhotes, cadelas gestantes, gatos e animais com ferimentos de pele não devem receber banhos especiais. Evite ter carpete e tapetes em casa. Consulte sempre seu (sua) Vet. de confiança. Bicho de pé Doença denominada Tungíase. Provoca por uma pulga minúscula chamada Tunga penetrans. Vive em solos arenosos, quentes e secos. A fêmea se aloja na pele de cães, suínos e do homem. Afeta principalmente sola do pé, espaço interdigital e coxins plantares. Parasita fica sob a pele, apenas com uma pequena janela para eliminar seus ovos no meio ambiente. Se alimenta de sangue e fluídos. Provoca dor, coceira e dificuldade para caminhar. Resolução pela remoção do parasita com instrumentos assépticos. Medidas de prevenção: Uso de calçados em regiões de risco. Aplicação de inseticida no ambiente. Manutenção frequente de jardins/ praças com corte de grama e limpeza. Verminoses Situação comum no dia-a-dia da clínica veterinária. Dificulta a resolução de outros problemas de saúde: Ex.: Infecções bacterianas ou virais. Principais grupos de vermes: Áscaris Ancilostomas Cestóides Áscaris Toxocara canis, Toxocara cati e Toxascaris leonina. Encontrados principalmente em filhotes de cães e gatos; Ovos são eliminados periodicamente, nas fezes. Em seguida, são ingeridos por um hospedeiro; Ovo eclode e libera uma larva. A larva atravessa a parede intestinal; Chega à corrente sangüínea; Vai aos brônquios e à traquéia; Retorna para o intestino; Completa seu ciclo (maturidade); Em cadelas grávidas, as larvas migram para o feto; Chegam no intestino do filhote poucos dias após o nascimento. Sintomas nos animais: Emagrecimento; Falha de crescimento; Abdômen distendido; Fezes pastosas; Cansaço com facilidade; Anemia; Lesões pulmonares pneumonia. Toxocara canis: pode levar a infestação fatal em filhotes de cães. Toxocara canis: no homem, as larvas provocam lesões no fígado, rins, pulmões, cérebro e olhos. Ancilostomas Ancylostoma caninum e Ancylostoma tubaeforme (em gatos); Contaminação: Por ingestão de água contaminada; Por ingestão de alimentos contaminados; Por ingestão do leite materno de fêmea parasitada (A. caninum). Ciclo: Após a infecção de um novo hospedeiro, ovos são encontrados nas fezes em 2 a 3 semanas. Vermes adultos se alimentam raspando a mucosa intestinal: Hemorragias da mucosa; Emagrecimento; Anemia; Fezes escuras; Diarreia. Cestoides Mais comum: Dipylidium caninum O D. caninum pode parasitar cães e gatos; Infestação por ingestão de pulgas; Elas podem conter larvas do parasita. Primeiro sintoma: visualização de proglótides grávidas nas fezes. Também podem ser visualizadas no períneo; Se destacam do corpo da fêmeaadulta e se movem lentamente; São relatadas pelos proprietários como “grão de arroz”. Sinais clínicos em altas infestações: Fraqueza; Mal estar; Apetite inconstante; Cólicas abdominais; Diarréia; Irritabilidade e Convulsões. Diagnóstico Para todas as espécies de vermes: Exame de fezes. Controle de Verminoses: Diversos vermífugos disponíveis no mercado; Diferentes marcas: diferentes associações de princípios ativos; Existem vermífugos na forma de soluções aquosas, comprimidos e gel para aplicação cutânea.
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