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Intoxicação em canídeo por chocolate

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1
Terapêutica na intoxicação por chocolate amargo em cão
Therapy on bitter chocolate poisoning in dogs
Giovanna Pinheiro Bellotto1
Vinicius Maia2
Murilo Moresco3
10 de Novembro de 2019
Resumo
Não podemos negar que o chocolate está na maioria das casas do mundo, é difícil quem resista
a ele. Observar tutores compartilhando suas comidas com os animais de casa é muito comum
e também muito perigoso. O chocolate possui substâncias com efeitos estimulantes do Sistema
Nervoso Central, semelhantes ao da cafeína, que são pontenciais causadores de intoxicação.
Foi atendido na Unidade Clínica Veterinária LIRA um cão apresentando êmese e convulsões
consecutivas, a suspeita era de intoxicação por carbamato, popularmente conhecido como
“chumbinho” (LIRA et al., 2014). No exame físico foi descartado a hipótese de intoxicação por
chumbinho pelo animal apresentar midríase, o que não ocorre em intoxicações pelo mesmo. O
proprietário negou que o paciente teria ingerido alguma medicação ou alimentação tóxica. O
animal apresentou vários quadros convulsivos sendo induzido ao coma, sem melhora no caso
clínico o paciente foi á óbito. No dia seguinte o proprietário entrou em contato questionando a
possibilidade de intoxicação por chocolate amargo, sendo que sua esposa havia fornecido ao
cão no dia anterior. É imprescindível o conhecimento dos tutores sobre os alimentos tóxicos
para os animais e o questionamento mais amplo possível na anamnese sobre a possível
ingestão de alimentos.
Palavras-chaves: terapêutica; intoxicação; medicina veterinária; chocolate amargo
Abstract
We can’t deny that chocolate in most houses in the world, it’s hard for people to resist it.
Observing tutors sharing their food with the animals at home is very common and also very
dangerous. Chocolate has substances with stimulating effects of the Central Nervous System,
similar to caffeine, with are sources of intoxication. A dog with emesis and consecutive seizures
was attended to the LIRA Veterinary Clinical Unit, the suspicion was carbamate poisoning,
popularly known as “lead”.On physical examination,the hypothesis that the animal was poisoned
by lead was ruled out by it presenting mydriasis. The owner denied that the patient would have
ingested some toxic medication or feeding. The animal presented several convulsive conditions
being induced to coma, without improvement in the clinical case the patient died. The next day
1 Medicina Veterinária – CESCAGE – gbellotto0409@icloud.com
2 vinicius_maia@outlook.pt
3 murilo.moresco@hotmail.com
2
the owner contacted questioning the possibility of bitter chocolate poisoning, being that his wife
had provided the dog the day before. It is essential to know tutors about toxic food for animals
and the broadest possible questioning in the anamnesis about the possible intake of food.
Keywords: therapy; intoxication; veterinary medicine; bitter chocolate
1 Introdução
O chocolate apresenta substâcias como a metil-xantina e a teobromina que
possuem o efeito semelhante ao da cafeína e como a feniletilamina, muito parecida
com a dopamina e a epinefrina que estão presentes nos organismos. A metil-xantina
e a teobromina são metabolizadas no fígado e excretadas pelo rim, seus efeitos
estimulantes do SNC as coloca como potenciais causadoras de intoxicação.
Um cão SRD (Sem Raça Definida) de 8 quilogramas foi levado á Unidade
Clínica Veterinária LIRA com queixas de vômitos e convulsões consecutivas, seu
proprietário suspeitava de intoxicação por carbamato, conhecido popularmente por
“chumbinho” e negou a ingestão de medicação e alimentos tóxicos. Na avaliação
externa foi verificado sialorréia (produção excessiva de saliva) e estupor (falta de
reação a estímulos). No exame físico foi descartado a hipótese de intoxicação por
chumbinho pelo cão apresentar midríase (pupila dilatada) mas não descartou-se a
hipótese de intoxicação por estricnina. Foi notado no exame físico nistagmo (oscilações
repetidas e involuntárias do olho), hiperestesia (sensibilidade exacerbada dos sentidos),
taquipnéia (aceleração do rítimo respiratório), temperatura retal de 38,9°C e mucosa
rósea clara. Durante o exame físico o paciente apresentou convulsão que foi controlada
com Diazepam 1mg/KG/IV. Após 2 horas o animal convulsionou novamente e foi
administrado Fenobarbital 1mg/KG. O paciente foi induzido ao coma com Propofol
5mg/KG/IV e infusão contínua de 0,4 mg/KG/min após apresentar novamente quadro
convulsivo. Após 4 horas veio a óbito.
Com a terapêutica veterinária conseguimos estudar quais os parâmetros que
poderiam ser realizados nesse paciente e nos futuros casos de intoxicação por choco-
late.
2 Materiais e Métodos
Com a toxicidade que o chocolate apresenta percebemos o quão rápido temos
que agir em casos como este. Caso o animal tenha ingerido em até uma hora e não
apresente sinais clínicos pode-se fazer a indução de êmese com peróxido de hidrogênio
3% (H2O2) evitando a absorção das substâncias tóxicas. Em casos onde o animal inge-
riu o tóxico há mais de uma hora e apresenta sinais clínicos de convulsão a sedação
3
com Propofol 5 mg/KG/IV é indicada. Para a lavagem gástrica o entubamento deve
ser feito com cuff inflado e a cabeça deve ser mantida abaixo do nível torácico para
passagem da sonda gástrica. A água morna para lavagem gástrica auxilia derretendo
o chocolate, sendo descartado o uso de água e substâncias fria(MARASCHIN, 2015).
As substâncias tóxicas metil-xantina e teobromina são excretadas no rim, para evitar
a reabsorção renal das substâncias é importante induzir a diurese com 1g de Manitol
e fluidoterapia de NaCl 0,9%. Essas substâncias são metabolizadas no fígado, onde
o carvão ativado associado com catárticos salinos são boas alternativas para evitar
a recirculação hepática. O carvão pode ser feito em pasta, 1 grama de carvão para 7
mililitros de água a cada 3 horas no início e usado durante 72 horas ou o tempo neces-
sário. O catártico de preferência é o sulfato de sódio usado via oral 2.800 miligramas.
Os tremores e as convulsões podem ser controlados com administração de Diazepam
1 mg/KG/IV e a bradicardia com Atropina 0,01 - 0,02 mg/KG/IV.
3 Resultados e Discussão
Para cada agente tóxico as medidas a serem tomadas são diferentes. É de suma
importância que em casos de intoxicação por chocolate faça-se indução a diurese para
diminuir a reabsorção da metil-xantina e da teobromina no rim e utilizar carvão ativado
associado com catártico salino para diminuir a recirculação das mesmas no fígado. As
crises convulsivas e os tremores podem ser facilmente interrompidas com diazepam e
a bradicardia com atropina. A realização de lavagem gástrica com água gelada deve
ser totalmente descartada, inserindo água morna para auxiliar no derretimento do
chocolate. Realizar a fluitoterapia irá manter o animal hidratado e apoiar a diurese.
4 Conclusão
É extremamente fácil um cão ingerir uma quantia de chocolate suficiente para
causar uma intoxicação grave. A importância de deixar claro aos proprietários sobre
sua toxicidade é tão grande quanto estar preparado para atender um caso clínico
como esse. Ao receber um paciente com sintomas de intoxicação devemos fazer
uma minuciosa investigação sobre qual agente tóxico o colocou naquele estado. As
perguntas certas devem ser feitas para que possamos descartas o máximo de tóxicos
e diminuir a lista dos mais prováveis. Todas as pessoas que tem contato com o animal
devem ser questionadas pelo proprietário. As medidas a serem tomadas são diferentes
para cada indutor tóxico, quando sabe-se qual tóxico foi ingerido a terapêutica será
mais precisa
4
Referências
LIRA, R. N. et al. INTOXICAÇÃO POR CHOCOLATE AMARGO EM UM CÃO -
RELATO DE CASO. In: LIRA, R. N. et al. (Ed.). Revista de Educação Continuada
em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP. [S.l.]: conpavet, 2014. v. 12, cap.
2, p. 82 – 82.
MARASCHIN, D. K. INTOXICAÇÃO EM CÃES. 2015. 28 p. Monografia (Medicina
Veterinária) — Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: https:
//www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/127062/000973250.pdf?sequence=1.Acesso em: 10/11/2019.
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/127062/000973250.pdf?sequence=1
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/127062/000973250.pdf?sequence=1
	Resumo
	Abstract
	Introdução
	Materiais e Métodos
	Resultados e Discussão
	Conclusão
	Referências