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PLANO DA EFICÁCIA ELEMENTOS ACIDENTAIS DO N J

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PLANO DA EFICÁCIA - ELEMENTOS ACIDENTAIS
A matéria vem regulada nos artigos 121 a 137 do Código Civil. São cláusulas limitadoras da eficácia de um negócio jurídico, criadas por iniciativa da(s) parte(s), para atender a seus interesses. Não são requisitos de validade. São a condição, o termo e o encargo. Tais elementos acidentais são inadmissíveis em negócios jurídicos de direito de família (casamento, emancipação, reconhecimento extrajudicial de filho), ou quando a lei expressamente proíbe, como a aceitação e renúncia de herança (art. 1808).
TERMO
Artigos 131 a 135 do Código. Evento futuro e certo que limita os efeitos do negócio jurídico em seu início, termo inicial (a quo), ou seu final, termo final (ad quem).
- Negócios jurídicos com termo inicial diferido constituem, para o titular, um direito atual. Art. 131: “O termo inicial suspende o exercício, mas não a aquisição do direito.”
- Quando não há termo inicial diferido, os negócios jurídicos surtem efeitos desde a celebração, e começam a ser cumpridos desde logo.
Art. 134: “Os negócios jurídicos entre-vivos, sem prazo, são exequíveis desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou depender de tempo.” No Direito das Obrigações, quanto ao pagamento, de forma parecida o art. 331 dispõe: “Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente.”
Tipos de termo:
1.Termo certo: existe certeza da ocorrência do evento e do seu momento. Os prazos em geral, definidos por datas.
2.Termo incerto: existe certeza da ocorrência do evento, mas não do momento. Exemplos: a morte de alguém, o final do semestre letivo, o término de uma competição que dependa de clima etc.
Forma de contagem dos prazos:
Art. 132: “Salvo disposição legal ou convencional em contrário, computam-se os prazos, excluído o dia do começo, e incluído o dia do vencimento.
§ 1º Se o dia do vencimento cair em feriado, considerar-se-á prorrogado o prazo até o seguinte dia útil.
§ 2º Meado considera-se, em qualquer mês, o seu décimo quinto dia.
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram no dia de igual número do de início, ou no imediato, se faltar exata correspondência.
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-ão de minuto a minuto.”
Quatro observações:
1.No Direito Processual Civil, a regra geral de contagem de prazos processuais é igual, mas a matéria é regulada de forma mais meticulosa. Código de Processo Civil, artigos 218 a 235, especialmente o art. 224.
2.Regra interpretativa. Artigo 133: “Nos testamentos, presume-se o prazo em favor do herdeiro e, nos contratos, em proveito do devedor, salvo, quanto a esses, se do teor do instrumento, ou das circunstâncias, resultar que se estabeleceu a benefício do credor, ou de ambos os contratantes.”
3.Caracterização da mora. Art. 397: “O inadimplemento da obrigação, positiva e líquida, no seu termo, constitui de pleno direito em mora o devedor. Parágrafo único: Não havendo termo, a mora se constitui mediante interpelação judicial ou extrajudicial.”
4.Art. 135: “Ao termo inicial e final aplicam-se, no que couber, as disposições relativas à condição suspensiva e resolutiva.”
CONDIÇÃO
Artigos 121 a 130 do Código Civil. Conceito: artigo 121: “Considera-se condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.”
- Pode ser imposta por uma parte, inclusive em negócios jurídicos unilaterais.
- A morte de alguém é termo incerto, mas se houver definição de prazo, vira condição.
- A palavra “condição”, aqui, é empregada em um sentido específico, não no sentido genérico em que às vezes é empregada. Ex: “a condição de incapaz impediu a validade do negócio”, “a escritura pública era condição de validade” etc.
TIPOS DE CONDIÇÃO
1.Condição suspensiva. Art. 125: “Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.”
 Início dos efeitos
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 Celebração Advento da
 do negócio condição
 jurídico
A eficácia do negócio jurídico fica suspensa, até ocorrer o evento futuro e incerto. Tais negócios constituem para o titular um direito futuro, eventual.
2.Condição resolutiva. Art. 127: “Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercer-se desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido.”
 Início dos efeitos Término dos efeitos
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 Celebração Advento da condição
 do negócio
 jurídico
A eficácia do negócio jurídico começa com sua celebração, constituindo para o titular um direito atual. Sobrevindo a condição, os efeitos cessam e o direito se resolve.

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