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Triagens universais- teste do pezinho, olhinho, orelhinha, linguinha e coraçãozinho

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Alessandra Furiama Morita Triagens Universais 
Teste do Pezinho 
Deve ser realizado até o 28º dia de vida do RN, sendo o ideal entre o 3º e o 5º dia. Em 
caso de coleta tardia (passar do 28º dia), a coleta do sangue deve ser por punção venosa. 
É mais do que uma recomendação do Ministério da Saúde, é prescrito por lei no 
Brasil - Portaria Nº 822, de 06 de junho de 2001 - e garantido gratuitamente no Sistema 
Único de Saúde (SUS). 
O PNTN confere o diagnóstico para 6 doenças: 
1. FENILCETONÚRIA 
2. HIPOTIREOIDISM O CON GÊNITO 
3. ANEMIA FALCIFO RME 
4. HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA 
5. FIBROSE CÍSTICA – MUCOVISCIDOSE 
6. DEFICIÊNCIA DE BIOTINIDASE 
• fase I: fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito; 
• fase II: doença falciforme e outras hemoglobinopatias; 
• fase III: fibrose cística; 
• fase IV: hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. 
Quanto maior a rapidez na identificação e início do tratamento das doenças, maior a 
possibilidade de evitar sequelas nas crianças, como a deficiência mental, microcefalia, 
convulsões, comportamento autista, fibrosamento do pulmão, crises epilépticas, entre 
outras complicações. 
→ Não precisa de jejum para a coleta; 
→ RN deverá ter recebido leite ou aminoácidos para evitar um resultado falso-
negativo para PKU; 
→ Prematuridade e transfusão: são fatores restritivos na triagem da anemia 
falciforme e outras hemoglobinopatias. No caso de transfusão, repetir exame com 
90 dias, porém coletar para as demais doenças dentro do tempo recomendado. 
→ Em transfusão prévia colher 7 a 10 dias depois das triagens de HC, PKU, FC, Biot e 
HAC e nova amostra 120 dias depois para hemoglobinopatias. 
→ No caso de prematuridade, deve coletar até o sétimo dia vida e repetir com 30 dias. 
→ Gemelaridade: evitar trocas de exame. 
→ Uso de medicamentos e presença de doenças não são fatores restritivos para coleta 
de amostras 
Para a efetivação dos objetivos propostos, a política nacional deve seguir um 
fluxograma com os seguintes passos: 
1. Coleta correta e em tempo adequado da amostra sanguínea. 
2. Rápido envio da amostra para o laboratório. 
3. Realização correta do exame pelo laboratório. 
4. Rápida comunicação dos resultados dos exames. 
5. Um centro de referência no qual exista(m) médico(s) treinado(s) para estabelecer o 
diagnóstico correto e onde o seguimento das crianças afetadas possa ser realizado. 
6. Avaliações periódicas do programa quanto a o seu controle de qualidade, com 
divulgação dos resultados dessas avaliações aos gestores responsáveis, a fim de orientar 
possíveis intervenções para melhoria s nesse processo de atenção. 
Alessandra Furiama Morita Triagens Universais 
IMPORTANTE: se houver recusa por parte dos familiares para a coleta do 
“teste do pezinho”, o responsável pela ação no ponto de coleta deve orientá‑los 
sobre os riscos da não realização do exame. O fato deve ser documentado com 
a assinatura dos pais ou responsáveis 
IMPORTANTE: caso seja requisitada uma segunda coleta pelo laboratório 
especializado, o responsável por essa ação no ponto de coleta deve proceder à 
busca ativa, orientação aos familiares, coleta e envio da nova amostra o mais 
breve possível ao laboratório. 
Posição da criança 
Para que haja uma boa circulação de sangue nos pés da criança, suficiente 
para a coleta, o calcanhar deve sempre estar abaixo do nível do coração. A mãe, 
o pai ou o acompanhante da criança deverá ficar de pé, segurando a criança 
com a cabeça encostada no seu ombro. O profissional que vai executar a coleta 
deve estar sentado, ao lado da bancada, de frente para o adulto que está segurando a 
criança 
Punção 
A punção deve ser realizada obrigatoriamente com lancetas apropriadas para 
a coleta de sangue periférico e adquiridas, segundo as especificações, pelas 
Secretarias Municipais de Saúde: 
Atender às especificações de segurança do trabalho de acordo com a Norma 
Regulamentadora nº 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de 
• Assistência à Saúde, do Ministério do Trabalho; 
• Autorretráteis para evitar acidentes perfuro-cortantes; 
• Estéril; 
• Descartáveis; 
• Com profundidade entre 1,8 mm e 2,00 mm e largura entre 1,5 mm e 
• 2,00 mm; 
• Lancetas estéreis e nunca agulha. 
A escolha do local adequado para a punção é importante, devendo ser numa das laterais 
da região plantar do calcanhar, local com pouca possibilidade de atingir o osso. Segure o 
pé e o tornozelo da criança, envolvendo com o dedo indicador e o polegar todo o 
calcanhar, de forma a imobilizar, mas não prender a circulação. A punção só deverá ser 
realizada após a assepsia e secagem completa do álcool. 
Cartão de Coleta 
Área do papel‑filtro: é a parte mais sensível do cartão de coleta, destinada 
para a absorção e transporte do sangue do recém-nascido. Esse papel-filtro é especial e 
deve estar em conformidade com o padrão internacional estabelecido para a ação de 
triagem neonatal, permitindo a análise quantitativa dos analitos. 
Área de registro das informações: essa área normalmente é confeccionada 
com papel sulfite comum ou reciclado, destinada ao registro dos dados de identificação do 
recém-nascido e informações necessárias e importantes para a interpretação dos 
resultados. Preencher todas as informações solicitadas com letra legível, de preferência 
de fôrma, e evitar o uso de abreviaturas. Usar apenas caneta esferográfica para garantir 
uma boa leitura. O cartão de coleta é distribuído pelo laboratório especializado em triagem 
Alessandra Furiama Morita Triagens Universais 
neonatal, que faz o controle do respectivo lote de fabricação do papel-filtro 
anexado. Para evitar a contaminação dos círculos do papel-filtro, manuseie o 
cartão de coleta com cuidado evitando o contato com as mãos, bem como com 
qualquer tipo de substância, no local reservado ao sangue. 
Dados obrigatório de identificação no cartão de coleta 
Os dados da ficha de identificação de cada criança, contendo dados pessoais: nome, cor 
sexo, etnia, data do nascimento, peso da criança e data da coleta; dados demográficos e 
clínicos, fundamentais para interpretação dos resultados, devem ser cuidadosamente 
registrados e acompanhados de forma criteriosa e segura. Além do nome da mãe é 
importante que se faça sempre o registro do nome da, o qual serve para discriminação de 
amostras de crianças com o mesmo nome. 
Teste do Olhinho 
→Exame de rastreamento para anormalidades oculares, desde a córnea até o 
segmento posterior. 
Consiste na identificação de um reflexo vermelho ao se incidir o feixe luminoso sobre o 
olho do RN, sendo que para sua visualização faz-se necessário eixo óptico livre, sem 
nenhum obstáculo à entrada de luz e à saída de luz. 
Deve ser realizado nas primeiras 24 horas do nascimento de acordo com a Portaria Nº 
650, criada no dia 05 de outubro de 2011. 
Sua realização é feita na maternidade e 
repetida na atenção básica até os 6 meses 
de idade. 
Pode detectar precocemente: 
1. Catarata congênita. 
2. Glaucoma congênito. 
3. Retinoblastoma. 
4. Retinopatia da prematuridade. 
5. Infecções e inflamações intraoculares 
(toxoplasmose, CMV, ...) 
6. Outras como opacidade de córnea, 
alterações de retina, hemorragia vítrea 
• Sala em penumbra - dilatação 
fisiológica das pupila 
• Oftlamoscópio 
• Feixe de luz 40-50 cm dos olhos 
• Observar reflexo obtido 
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Teste do Coraçãozinho 
• 2 para cada 1000 nascidos vivos
• 2 destes tem cardiopatias graves com necessidade de intervenção urgente 
• 30% recebe alta sem triagem
• No grupo das cardiopatias congênitas críticas, ocorre uma mistura de sangue 
entre as circulações sistêmicas e pulmonar, o que acarreta uma redução da saturação 
periférica de oxigênio. 
• A aferição da oximetria de pulso tem mostrado uma elevada sensibilidade e 
especificidade para detecçãoprecoce destas cardiopatias. 
Realização:
→ Oximetria de pulso 
→ Entre 24-48 horas de vida, antes da alta da maternidade.
→ Em todo RN com idade gestacional > 34 semanas 
→ Pré-ductal em membro superior direito 
→ Pós-ductal membro inferior
→ Bebê não pode estar frio 
→ Normal - SatO2 > 95% em ambas medidas e diferença entre elas <3% 
Anormal: 
→ SatO2 <95% em qualquer medida 
→ Diferença >3% entre as medidas 
→ Cardiopatias dependentes de canal 
Conduta: 
→ Teste anormal - repetir oximetria em 1 hora 
→ 2 teste anormal - ecodopplercardiograma em até 24 horas 
→ Exames complementares
→ Ecocardiograma com mapeamento de fluxo em cores
Mecanismo Cardiopatias Congênitas 
Cardiopatias com 
fluxo dependente do canal arterial 
Atresia pulmonar e similares
Cardiopatias com fluxo sistêmico 
dependente do canal arterial 
Síndrome de hipoplasia do coração 
esquerdo, coartação de aorta crítica e 
similares 
Cardiopatias com circulação em paralelo Transposição das grandes artérias 
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Teste da linguinha 
→ Detecção da anquiloglossia 
→ Em casos graves compromete sucção, 
deglutição, mastigação e fala 
→ Realizado por um fonoaudiólogo
→ Aplicação do protocolo de avaliação do 
frênulo lingual com escores para bebês 
→ Tratamento precoce: frenectomia 
→ Instituído por lei em 2014
→ Não é feito em todos os estado 
→ Contestado pela sociedade brasileira de 
pediatria 
→ Nem sempre é necessário cortar 
OBJETIVO: evitar o desmame precoce 
PARA QUE SERVE: avaliar o frênulo lingual. O frênulo muito curto ou inserido 
muito próximo a ponta da língua atrapalha na sucção durante a amamentação, fazendo 
com que o bebê mame de maneira ineficaz e pode até desmamar precocemente. 
Futuramente, a língua presa (anquiloglossia) pode acarretar em problemas sociais devido 
à dificuldade da fala. 
Realizado no primeiro mês de vida do bebê. 
COMO É FEITO: é rápido, indolor e sem custo. 
Eleva-se a língua do bebê e se observa as características do frênulo e da língua, bem 
como o movimento da língua durante o choro. (Sinal do coração: ocorre uma 
depressão/retração da língua devido ao frênulo curto). Também se avalia como o bebê 
suga o mamilo materno, a aréola deve ficar inteira dentro da boca do bebê e não somente 
o bico. 
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Teste da Orelhinha 
→ Deve ser realizado até os 3 meses de vida para detecção e 
intervenção precoce quando necessário. 
→ O ideal é que fosse feito ainda na maternidade, antes da alta. 
→ É recomendado na alta hospitalar realizar a triagem 
auditiva universal por meio das emissões otoacústicas 
transientes ( EOAT) e pesquisa do reflexo cócleo 
palpebral (RCP) 
Fatores de risco potenciais para alterações auditivas em RN: 
• asfixiados (APGAR < 6 no quinto minuto); 
• história familiar de surdez congênita; 
• infecções congênitas do grupo STORCH; 
• hiperbilirrubinemia (> 15 no RN a termo e > 12 no prematuro); 
• septicemia neonatal/meningite; 
• hemorragia intra ventri cular; 
• convulsões ou outra doença de sistema nervoso central (SNC) 
em RN; 
• anomalias craniofaciais; 
• espinha bífida; 
• defeitos cromossômicos; 
• uso de drogas ototóxicas; 
• peso de nascimento < 1.500 g; 
• ventilação mecânica por mais de 5 dias 
Recém-nascidos que apresentam qualquer fator de risco deve ser acompanhado e 
realizar avaliações periódicas por 2 anos, mesmo que tenham tido o teste normal na 
primeira avaliação. 
No prosseguimento dessa triagem, se for comprovado o comprometimento condutivo, o 
neonato é encaminhado para o exame otorrinolaringológico, sendo posteriormente 
submetido a um novo teste. Caso a falha não seja decorrente de algum 
comprometimento de orelha externa ou média, é realizada uma avaliação audiológica 
completa na criança, pois pode estar relacionada à perda auditiva neurossensorial. 
Se esta for confirmada, a intervenção (seleção e adaptação de prótese auditiva, 
orientação familiar e terapia fonoaudiológica) deve ser imediatamente realizada. 
 
09/11/20 Triagens universais: teste do pezinho, olhinho, orelhinha, linguinha e coraçãozinho https://www.youtube.com/
watch?v=51YKIp7eo6s 
https://www.youtube.com/watch?v=51YKIp7eo6s
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