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Ingestão de corpo estranho

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Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
 
A ingestão de corpo estranho é uma ocorrência comum em crianças. 
Geralmente, ocorre passagem e eliminação espontânea do objeto 
através do TGI, e apenas pequena parcela dos casos necessitam de 
intervenção endoscópica ou cirúrgica. 
A maioria dos casos ocorre em crianças entre 06 meses e 06 anos. A 
ingestão geralmente é acidental e os objetos ingeridos normalmente 
são encontrados no ambiente doméstico: 
❖ Bijuterias 
❖ Brinquedos 
❖ Moedas 
❖ Pilhas 
❖ Alimentos 
Alguns objetos merecem atenção especial devido à toxicidade e risco 
de lesão aguda do TGI, morbidade grave e mortalidade. Entre as 
lesões mais preocupantes e potencialmente catastróficas estão as 
perfurações e fístulas digestivas, sendo mais frequentes após 
ingestão de pilhas, objetos perfurantes e múltiplos ímãs. 
ANATOMIA DO ESÔFAG O 
O corpo estranho tende a se alojar em áreas de estreitamento 
fisiológico. Objetos que ficam alojados na porção média do esôfago 
são mais propensos a representar patologia esofágica, como 
espasmo esofágico, anastomose ou estenose. 
❖ 10-20% requerem remoção endoscópica. 
❖ <1% requerem intervenção cirúrgica. 
 
AVALIAÇÃO INICIA L 
A avaliação de uma criança com suspeite ou confirmação de ingestão 
de CE deve incluir anamnese e exame físico detalhados e realização 
de exame de imagem. 
A presença de sintomas pode sugerir uma localização provável do 
corpo estranho: 
❖ Pescoço -> edema, eritema, crepitação. 
❖ Hh 
 
❖ Tórax -> estridor inspiratório e sibilos expiratórios. 
❖ Abdome -> obstrução ou perfuração do intestino delgado. 
A 
❖ Posicionamento da cabeça. 
❖ Ruídos ou ausência de som. 
❖ Presença de corpo estranho. 
B 
❖ FR 
❖ Saturação de O2. 
❖ Esforço respiratório. 
❖ Exame físico dos pulmões. 
C 
❖ Ritmo. 
❖ Pulso central e periférico. 
❖ PA 
❖ Perfusão. 
❖ AC 
D 
❖ Pupilas. 
❖ Sinais meníngeos. 
❖ Motricidade. 
❖ Glasgow 
E 
❖ Lesões/sangramentos. 
❖ Sentir temperatura. 
❖ Turgor. 
❖ Dorso. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
O que motiva a procura por atendimento médico, na maioria das 
vezes, é a ingestão testemunhada por um adulto. Frequentemente, 
as crianças são assintomáticas. 
Sintomas de acordo com a localização do corpo estranho: 
❖ Recusa alimentar, disfagia, sialorreia. 
❖ Sintomas respiratórios, incluindo sibilos, estridor ou asfixia. 
❖ As crianças mais velhas podem localizar a sensação de algo 
preso no pescoço ou na parte inferior do tórax, sugerindo 
irritação. 
❖ Dor torácica retroesternal. 
❖ Objetos pontiagudos podem perfurar o esôfago, resultando 
em edema do pescoço, crepitação ou pneumomediastino. 
❖ Perda de peso ou pneumonia aspirativa. 
INGESTÃO DE CORPO ESTRANHO 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
❖ Estenose/erosão da parede esofágica, criando uma fístula com 
a traqueia ou outras estruturas próximas. 
DIAGNÓSTICO 
HISTÓRIA CLÍNICA E EXAME FÍSICO 
Na maioria dos casos, existe o relato ou o testemunho da ingestão 
do corpo estranho. Os achados clínicos dependem da idade da 
criança, natureza do objeto e da região anatômica envolvida. Deve 
manter alta suspeita nas crianças que se apresentam muito 
sintomáticas e de forma brusca: 
❖ Tosse. 
❖ Engasgo. 
❖ Sialorreia. 
❖ Vômitos. 
❖ Dificuldade respiratória. 
❖ Sangramento digestivo. 
❖ Dor torácica. 
❖ Recusa alimentar. 
! O objeto ingerido deve ser avaliado quanto ao tipo, forma, 
tamanho, toxicidade e localização no TGI. 
O exame físico deve ser voltado para a detecção de complicações. 
Pacientes com história compatível e hemodinamicamente instáveis 
devem ser avaliados pela equipe cirúrgica. 
❖ Via aérea e respiração são prioridades. 
❖ Edema, eritema e crepitação na região cervical indicam 
perfuração esofágica. 
❖ Estridor e sibilância podem indicar impactação digestiva, 
causando compressão extrínseca do aparelho respiratório. 
RADIOGRAFIA SIMPLES 
A radiografia ântero-posterior e lateral tem papel fundamental na 
avaliação de objetos radiopacos, especialmente na diferenciação 
entre pilhas e moedas. Deve ser realizado durante a avaliação inicial 
ou investigação. 
! Nos objetos não radiopacos, a radiografia simples pode fornecer 
sinais indiretos de perfuração ou identificar outras complicações. 
Quando há dúvidas ou incertezas diagnósticas, pode-se utilizar 
radiografias de abdome e região cervical superior para 
complementar a investigação. Para a diferenciação radiológica entre 
pilhas e moedas deve-se procurar pela imagem do duplo contorno 
(duplo anel ou duplo halo) na imagem ântero-posterior. 
 
 
 
O exame contrastado raramente será utilizado, tendo indicação na 
investigação posterior de perfurações do trato digestivo. Nesses 
casos utiliza-se contrastes hidrossolúveis. 
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 
A tomografia raramente será indicada para avaliação inicial. Pode 
ser indicada na suspeita de complicações, como perfurações, 
obstruções, fístulas e complicações em estruturas adjacentes. 
Existe indicação quando suspeita de complicações após remoção do 
corpo estranho. 
Não deve ser realizado rotineiramente na avaliação inicial. Quando, 
durante a avaliação inicial, o objeto não é visto à radiografia de 
tórax, mas o paciente encontra-se sintomático, o objeto possui 
características preocupantes ou suas características não são 
conhecidas, este exame pode ser realizado. 
ENDOSCOPIA DIGESTIVA 
A endoscopia pode ser um método tanto diagnóstico quanto 
terapêutico. É o método de escolha para a remoção de objetos, pois 
permite visualização direta do corpo estranho e avaliação 
simultânea do trato digestivo circunjacente. 
Sua realização pode ocorrer na emergência (máximo de 2h da 
ocorrência) ou urgência (até 24h). A indicação deve ser criteriosa, 
pois o exame realizado em regime de emergência não permite o 
jejum adequado, aumentando o risco de broncoaspiração. 
As principais indicações de endoscopia de emergência são: 
❖ Bateria localizada no esôfago. 
❖ Ingestão de múltiplos ímãs. 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
❖ Objeto impactado no esôfago (maior risco em crianças <5 anos 
e objetos >2cm). 
❖ Risco de aspiração. 
❖ Objetos perfurantes/cortantes. 
❖ Pacientes muito sintomáticos. 
Principais indicações de remoção em regime de urgência: 
❖ Objetos localizados no estômago >2,5cm de diâmetro ou 
>6cm de comprimento. 
❖ Não progressão do objeto localizado no estômago por mais de 
24h. 
❖ Persistência dos sintomas esofágicos, mesmo se o objeto 
estiver localizado no estômago. 
 
Quando se opta pela indicação de endoscopia em regime de 
urgência para remoção de objetos localizados no esôfago, é 
prudente a realização de uma nova radiografia imediatamente 
antes do procedimento. 
TRATAMENTO 
 
 
 
 
 
 
Maria Luiza Sena – Med XIV FASA 
 
Resumindo 
Conduta expectante: 
❖ Objetos rombos 
❖ Assintomáticos 
O que precisa de atenção? 
❖ Ingestão não presenciada 
❖ Baterias 
❖ Ímãs 
❖ Bolo alimentar

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