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VICTORIA CHAGAS 1 Sistema Motor ANATOMIA MUSCULAR O músculo estriado esquelético é composto por miofibrilas (células longas, cilíndricas, multinucleadas – núcleo se encontra na periferia – e que contém muitos filamentos). O músculo é envolvido por camadas de tecido conjuntivo: epimísio (mais externo) que formam septos e divide o músculo em feixes. Cada feixe (conjunto de fibras musculares) é envolvido por perimísio. Cada fibra é envolvida por endomísio. Os vasos e nervos vão penetrar no músculo através dessas camadas. Miofibrilas são divididas em sarcômeros que são as unidades de contração do músculo. São compostos por filamentos de actina e miosina. Cada fibra muscular é inervada por um único axônio. CLASSIFICAÇÃO DOS MÚSCULOS Agonistas: Promotor primário do movimento; atuam em conjunto para produzir o movimento desejado. Antagonistas: fibras que relaxam para promoção do movimento; se opõem a ação dos agonistas. Sinergistas: fazem mesmo movimento que o agonista e ajudam no movimento (auxiliar do agonista) Estabilizadores: Estabilizam a articulação Neutralizadores: Cria o torque para se opor ao movimento indesejado de outros músculos ▪ Axiais: movimento do tronco ▪ Proximais: ombros, cotovelos, pelve e joelhos ▪ Distais: mãos, pés e dedos TIPOS DE FIBRAS Há três tipos: fibras rápidas, fibras lentas e fibras intermediárias Os músculos contêm uma mistura dos 3 tipos, mas em uma unidade motora as fibras são todas do mesmo tipo. VICTORIA CHAGAS 2 As fibras rápidas podem ser ainda divididas em dois subtipos: fibras resistentes à fadiga (FR), que geram contrações moderadamente fortes e rápidas e são relativamente resistentes à fadiga; fibras facilmente fatigáveis (FF), que geram as contrações mais fortes e rápidas, mas entram rapidamente em exaustão quando estimuladas em alta frequência por longos períodos. UNIDADES MOTORAS A unidade motora é composta por um neurônio alfa e todas as fibras musculares que ele inerva. Há mais unidades motoras para a parte do plexo cervical (MMSS) e do plexo lombossacral (MMII) ▪ JUNÇÃO NEUROMUSCULAR Possui 3 componentes: - O terminal axônio pré-sináptico do neurônio motor - A fenda sináptica - A membrana pós-sináptica da fibra muscular esquelética (onde está a placa motora terminal) A quantidade de neurônios por músculo → nos músculos maiores tem mais grupos musculares pois precisam de mais capacidade de força. Quando temos um músculo de muita precisão (ex.: olho), vamos precisar de muitos neurônios (maior relação de neurônios por fibras). Nos músculos menos precisos (ex.: quadríceps) pode ter um neurônio inervando mais fibras. NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR Também chamados de neurônios de primeira ordem Seus corpos celulares se encontram no córtex motor primário Vias corticospinais e corticonuclear Neurônios piramidais NEURÔNIO MOTOR INFERIOR VICTORIA CHAGAS 3 Comandam diretamente a contração muscular Tipo alfa e gama Nos membros superiores e membros inferiores temos locais que aumentam as raízes nervosas; isso gera uma grande ramificação de nervos da medula entre C3-T1 e L1-S3, formando, respectivamente, as intumescências cervicais e intumescência lombar. NEURÔNIOS MOTORES ALFA São diretamentes responsáveis pela geração de força pelo músculo Corpo celular grandes e árvores dendríticas extensas A ação motora resulta das ações individuais e combinadas de unidades motoras que consiste num neurônio alfa e as fibras que eles inervam. VICTORIA CHAGAS 4 Controle da contração pelo neurônio alfa → o SNC varia a taxa de disparo dos neurônios motores. Uma contração sustentada requer sequência contínua de potenciais de ação. Receptores músculo para acetilcolina → NICOTÍNICOS Inervam as fibras extrafusais ▪ AFERÊNCIAS DO NEURÔNIO MOTOR ALFA - Células ganglionares da raiz dorsal do fuso muscular - Neurônios superiores do córtex - Interneurônios da medula NEURÔNIOS MOTORES GAMA Existem fibras dentro dos fusos e fora dos fusos o Fibras extrafusais → neurônio motor alfa o Fibras intrafusais → neurônio motor gama Possui o corpo celular e árvores dendríticas menor A ativação dos neurônios motores gama causa a contração dos dois polos do fuso muscular, tracionando, portanto, a região central não contrátil e mantendo os axônios Ia ativos. Não faz a contração → participa do mecanismo de controle Circuito alça-gama: neurônio motor gama → fibra muscular intrafusal → axônio aferente Ia → neurônio motor alfa → fibras musculares extrafusais CONTRAÇÃO MUSCULAR VICTORIA CHAGAS 5 SISTEMA MOTOR VICTORIA CHAGAS 6 ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA MOTOR ▪ PLANEJAMENTO Áreas de associação do neocórtex + núcleos da base Com base nas informações visuais, auditivas, somatossensoriais e proprioceptivas o neocórtex sabe com exatidão a localização no espaço e estratégias devem ser delineadas para mover o corpo para efeito desejado. Os núcleos da base filtram as alternativas baseado em grande parte por experiências passadas. ▪ TÁTICA Córtex motor + cerebelo O córtex motor e o cerebelo tomam a decisão tática e enviam instruções ao tronco encefálico e a medula espinhal. Sequências de contração ▪ EXECUÇÃO Tronco encefálico + medula espinhal A ativação de neurônios no tronco e na medula levam a execução do movimento CÓRTEX MOTOR PRIMÁRIO O giro pré-central é subdividido em área 4 e área 6 VICTORIA CHAGAS 7 A área 4 é chamada de córtex motor primário ou M1 o CÓRTEX DE ASSOCIAÇÃO A área 6 foi subdividida a) Região lateral → área pré- motora (APM) - Muito associada a correção do movimento enquanto está sendo feito - No posterior, usa a informação visual do mundo para calcular o alcance dos membros - No anterior, tem relação com a visão para realizar movimentos de preensão - Neurônios espelhos estão presentes na APM → olhar e repetir o movimento b) Região medial → área motor suplementar (AMS) → não tem uma atribuição específica, mas mostra que é importante em planejamento de movimentos bimanuais e aprendidos. Córtex cingulado → é parte do sistema límbico → muito relacionado a comportamentos motores e respostas as emoções e impulsos Sistema visual-magno-celular ajuda na motricidade → entrada visual para via do onde - Processa informações visuais para guiar os movimentos O cerebelo também vai participar Cada região na área motora primária vai ativar um músculo específico. Para ativar conjunto de músculos é ativado diversas áreas do córtex → aferências somatossensoriais VIAS MOTORAS DESCENDENTES As vias laterais estão envolvidas no movimento voluntária da musculatura distal As vias ventromediais estão envolvidas no controle da postura e da locomoção e estão sob controle do tronco encefálico (exceto trato corticoespinal anterior) VIAS LATERAIS VICTORIA CHAGAS 8 ▪ TRATO CORTICOSPINAL LATERAL Desempenha papel essencial no controle do movimento voluntário distal Maioria das fibras vem do córtex motor primário (neocórtex) → 2/3 Decussa anteriormente no bulbo da decussação piramidal Córtex motor → neurônio primário/superior → coroa radiata → capsula interna → pedúnculo cerebral → desaparece na ponte e reaparece no bulbo → pirâmides → decussação → coluna lateral (parte branca) – tacto corticospinal lateral → corno ventral anterior → neurônio inferior (sinapse) → raiz anterior → músculos ▪ TRATO RUBROSPINAL Origina no núcleo rubro do mesencéfalo Decussa na ponte Motricidade voluntária distal VENTROMEDIAIS Se originam no tronco encefálico (exceto corticospinal anterior), controlando os músculos proximais e axiais. Utilizam informações sensoriais sobre equilíbrio, posição corporal e ambiente visual para manter equilíbrio e postura corporal. ▪ TRATO CORTICOSPINAL ANTERIOR Origem no córtex motor e decussação na medula espinhal Motricidade voluntária e proximal dos MMMSS ▪ TRATO VESTIBULOSPINAL Origem nos núcleos vestibulares do bulbo que transmitem informações sensoriais do labirinto vestibular no ouvido interno Controlam os músculos do pescoço e das costas a fim de estabilizar a cabeça Ajudam manter postura correta e equilibrada ▪ TRATO TECTOSPINAL Origem no colículo superior do mesencéfalo Recebe aferências da retina e do córtex visual VICTORIA CHAGAS 9 Decussam logo após colículo e só vai até a região cefálica Ajudam controlar músculos do pescoço, regiões superiores do tronco e ombros ▪ TRATO RETICULOSPINAL Origem na formação reticular do tronco encefálico a) PONTINO (medial): aumenta os reflexos antigravitacionais da medula - Ajuda a manter a postura ereta - Motricidade musculatura axial e proximal b) BULBAR (lateral): efeito oposto do pontino - Libera os músculos antigravitacionais do controle reflexo) - Motricidade musculatura axial e proximal VIA PIRAMIDAIS X VIAS EXTRAPIRAMIDAIS VICTORIA CHAGAS 10 ▪ VIAS PIRAMIDAIS (comando do movimento) 1) TRATO CORTICOSPINAL LATERAL - 85-90% (dos 2/3) das fibras do córtex motor primário - Decussam no bulbo. 2) TRATO CORTICOSPINAL ANTERIOR - 10-15% (dos 2/3) das fibras do córtex motor primário, seguem com o corticospinal lateral, mas não decussam no bulbo (vão decussar na medula) ▪ VIAS EXTRAPIRAMIDAIS (moduladoras do movimento) 1) TATRO RUBROSPINAL 2) TRATO RETICULOSPINAL 3) TRATO VESTIBULOSPINAL 4) TRATO TETOSPINAL NÚCLEOS DA BASE E CIRCUITOS ENVOLVIDOS NO MOVIMENTO Núcleos da base são coleção de núcleos de substancia cinzenta localizadas profundamente na substância branca do encéfalo. Envolvidos com os movimentos automáticos (atividades motoras); não motoras (cognitivas e emocionais) e memória de procedimento. Consistem no núcleo caudado, Putâmen, globo pálido e segmento externo e núcleo subtalâmico. Núcleo lentiforme: Putâmen + globo pálido Núcleo estriado: Putâmen + núcleo caudado VIA DIRETA X VIA INDIRETA VICTORIA CHAGAS 11 Reguladoras da motricidade voluntária e na memória de procedimentos Função motoras e não motoras (cognitivas e emocionais) Comportamento motor normal depende do equilíbrio dessas duas vias ▪ VIA DIRETA Inibe o pálido interno para estimular o córtex motor (excitatória do movimento) ▪ VIA INDIRETA Estimula o pálido interno para inibir o córtex motor (inibitória do movimento) A substância nigra → vai modular a via (excita a via direta e inibir a via indireta) - No Parkinson a substância nigra morre, então a via direta (D1) vai estar menos estimulada e a via indireta (D2) vai estar menos inibida → problemas de movimento (dificuldade de realizar o movimento) PRINCIPAIS TIPOS DE REFLEXOS Não vai ter a inibição do núcleo subtalâmico pelo pálido externo → vai estimular o pálido interno → vai inibir o tálamo → não vai estimular o córtex CÓRTEX ESTRIADO PÁLIDO INTERNO TÁLAMO CÓRTEX MOTOR (M1) TÁLAMO NÃO VAI SER INIBIDO E VAI ESTIMULAR O CÓRTEX MOTOR CÓRTEX ESTRIADO PÁLIDO EXTERNO PÁLIDO INTERNO NÚCLEO SUBTALÂMICO TÁLAMO CÓRTEX MOTOR (M1) VICTORIA CHAGAS 12 ▪ REFLEXO → constituído de uma integração em arco-reflexo sem modulação superior REFLEXO DE ESTIRAMENTO (MIOTÁTICO) Contato direto entre o neurônio aferente (sensitivo) ao neurônio eferente (motor) Órgão sensorial → fuso muscular O reflexo patelar é um exemplo de reflexo de estiramento. Quando seu médico bate no tendão abaixo do seu joelho, o tendão estende muito rapidamente. Por reflexo, o músculo do quadríceps da coxa contrai e faz a sua perna estender. O reflexo patelar testa a integridade dos nervos e dos músculos desse arco reflexo. Os reflexos de estiramento podem também ser induzidos por estiramento dos músculos do braço, do tornozelo e da mandíbula. Contrai o agonista e relaxa o antagonista e acontece o reflexo. REFLEXO DE RELAXAMENTO (MIOTÁTICO INVERSO) O relaxamento do músculo ao ser submetido a força contrátil. O órgão sensorial → tendinoso de golgi (OTG) Faz duas sinapses: - Inibitório no músculo agonista - Excitatório no músculo antagonista REFLEXO DE RETIRADA VICTORIA CHAGAS 13 Estímulo sensorial (doloroso ou temperatura) Origem cutânea (geralmente pelos receptores nociceptivos) Reação depende da força do estímulo Tem função protetora É um circuito polissináptico Exige a ativação simultânea do reflexo extensor da outra perna → REFLEXO EXTENSOR CRUZADO REFLEXO EXTENSOR CRUZADO É ativado para compensar a carga adicional imposta pelo reflexo de retirada na perna oposta ao estímulo nocivo. LESÕES DE NEURÔNIO MOTOR E ACHADOS SUPERIORES INFERIORES MÚSCULO ATROFIA TARDIA/DISCRETA ATROFIA PRESENTE FORÇA DIMINUIÇÃO ↓ DIMINUIÇÃO ↓ TÔNUS AUMENTO ↑ DIMINUIÇÃO ↓ REFLEXOS PROFUNDOS AUMENTO ↑ DIMINUIÇÃO ↓ SINAL DE BABINSK PRESENTE AUSENTE FASCICULAÇÃO AUSENTE PODE ESTAR PRESENTE O NMS atua inibindo os reflexos profundos, por isso em caso de lesão os reflexos profundos vão ser aumentados → perda do controle inibitório dos neurônios gama
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