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Recurso Especial e Recurso Extraordinário

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PROCESSO PENAL 
Prof. Nidal Ahmad 
OAB 
 2ª Fase 
 
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OAB 2ª FASE 
 
 
RECURSO ESPECIAL E 
EXTRAORDINÁRIO 
 
 
PROF. NIDAL AHMAD 
 
 
 
 
 
 
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RECURSO ESPECIAL E EXTRAORDINÁRIO 
 
1) RECURSO ESPECIAL 
1.1) CONCEITO 
Conceitua-se o recurso especial como o recurso destinado a devolver 
ao Superior Tribunal de Justiça a competência para conhecer e julgar questão federal de 
natureza infraconstitucional, suscitada e decidida perante os Tribunais Federais e pelos 
Tribunais dos Estados e do Distrito Federal. 
Daí o enunciado corrente na doutrina de que o recurso especial, a 
exemplo do recurso extraordinário, não devolve ao STJ o conhecimento de questões de fato, 
mas tão-só de direito. Perfeita adequação possui, nessa sede, o enunciado da Súmula 279 do 
STF: “Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário”. 
Enquanto couber algum recurso, não cabe recurso especial. Esse 
pressupõe o exaurimento das vias recursais. Essa regra inclui, também, os embargos 
infringentes. 
1.2) BASE LEGAL 
 
 
 
 
Com a vigência do novo CPC, os artigos 26 a 29 da Lei nº 8.038/90, 
que disciplinavam o processamento do recurso especial e extraordinário, foram revogados, 
passando a ser conduzida a matéria no contexto do novo CPC, especificamente nos artigos 1029 
a 1041. 
1.3) CABIMENTO 
Conforme dispõe o artigo 105, inciso III, da Constituição Federal, o 
recurso especial será cabível contra as causas decididas, em única ou última instância, pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados e do Distrito Federal. 
A) Decisão que contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência 
Decisão contrária é aquela que viola a lei federal, enquanto a que 
nega vigência é a que deixa de aplicar a lei federal ou aplica outra norma. Entende-se por lei 
federal aquela emanada do Congresso Nacional (art. 22 da CF/88). Assim, não cabe recurso 
especial contra decisões que tenham violado resoluções administrativas, portarias, resoluções, 
ainda que editadas por órgãos federais. 
Base legal: art. 105, inciso III, da CF 
 
 
 
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Também não cabe recurso especial quando a norma violada decorrer 
do legislativo estadual ou municipal. 
Ex: Se o acórdão do Tribunal de Justiça considerar válida a perícia 
realizada por apenas um perito não oficial em processo por crime de lesões corporais graves, 
estará contrariando o disposto no art. 159, § 1º, do CPP. 
B) Decisão que julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal 
Há, nessa hipótese, um conflito entre uma lei federal e um ato editado 
por autoridade municipal ou estadual. Trata-se de hipótese rara no âmbito penal, uma vez que 
compete à União legislar sobre direito penal e processual penal. 
Conforme exemplifica Avena (2013, p. 1229), há alguns anos, o 
Governo do Estado do Rio Grande do Sul editou portaria estabelecendo que desenvolver 
velocidade superior a 96 km/h (20% da máxima permitida no País à época) importava em 
prática de direção perigosa. A condenação do motorista com base nessa portaria estadual, 
quando mantida em grau de recurso, ensejou dezenas de recursos especiais sob o fundamento 
de que, ao assim proceder, estava o tribunal validando um ato de governo local contestado em 
face da Lei das Contravenções Penais (à época, direção perigosa não era crime, mas 
contravenção), lei esta que estabelecia o critério velocidade como elemento ou circunstância do 
tipo penal. 
C) Decisão que der à lei federal interpretação divergente da que lhe tenha atribuído 
outro tribunal 
Trata-se da hipótese de recurso especial fundado na divergência 
jurisprudencial entre tribunais diversos. Não cabe recurso especial se a divergência ocorrer entre 
órgãos do mesmo tribunal, conforme a Súmula 13 do STJ: “A divergência entre julgados do 
mesmo tribunal não enseja recurso especial”. 
Nos termos da Súmula 83 do STJ, também não cabe recurso especial 
com base no dissídio jurisprudencial se, apesar da divergência na interpretação da lei federal 
por tribunais diferentes, já tiver o Superior Tribunal de Justiça se firmado no sentido da decisão 
recorrida, ainda que não haja súmula a respeito. 
1.4) PRAZO, INTERPOSIÇÃO E PROCESSAMENTO 
O prazo para a interposição é de 15 dias, a partir da publicação do 
acórdão. 
A petição, que deve ser dirigida ao presidente do tribunal que proferiu 
a decisão recorrida, deve ser fundamentada e conter a exposição do fato e do direito, a 
demonstração do cabimento do recurso e as razões do pedido de reforma da decisão. 
 
 
 
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Simultaneamente com a petição de interposição, apresentam-se as razões, que devem ser 
dirigidas ao Superior Tribunal de Justiça. 
Recebida a petição pela Secretaria do Tribunal, o recorrido será 
intimado para apresentar as contrarrazões no prazo de 15 dias, nos termos do artigo 1030 do 
novo CPC. 
Com as contrarrazões, os autos serão conclusos ao presidente do 
tribunal a quo para a realização do juízo de admissibilidade (juízo de prelibação), destinado à 
verificação do cabimento do recurso, que deverá ser feito dentro do prazo de 5 dias. No juízo 
de prelibação, o julgador deve conhecer de todos os fundamentos do recurso, sendo que a 
admissão por apenas um deles não prejudica o seu conhecimento por qualquer outros (Súmula 
292 do STF). 
1.5) PREQUESTIONAMENTO 
O prequestionamento também é requisito de admissibilidade do 
recurso especial, ou seja, é indispensável que o acórdão recorrido tenha apreciado a questão 
que constitui objeto do recurso. 
Se o Tribunal que proferiu a decisão recorrida se omitiu na apreciação 
da matéria, cabe à parte interessada opor embargos de declaração sob pena de não 
conhecimento do recurso especial (Súmula 211 do STJ). 
Acerca do prequestionamento, afigura-se interessante o disposto no 
artigo 1025 do novo CPC, segundo o qual se consideram incluídos no acórdão os elementos que 
o embargante suscitou, para fins de prequestionamento, ainda que os embargos de declaração 
sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, 
contradição ou obscuridade. 
1.6) ESTRUTURA DO RECURSO ESPECIAL 
 
A) INTERPOSIÇÃO 
Endereçamento: Ao Presidente do Tribunal que proferiu a decisão recorrida 
a) Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do 
Estado (se crime da competência da Justiça Estadual) 
c) Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Federal Presidente do Egrégio Tribunal 
Regional Federal da __ Região (se crime da competência da Justiça Federal) 
b) Preâmbulo: nome (desnecessário qualificar, pois já qualificado nos autos), capacidade 
postulatória (por seu procurador infra-assinado), fundamento legal (art. 105, inciso III, alíne 
– indicar a alínea - , da Constituição Federal), nome da peça (Recurso Especial), frase 
final (pelas fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos); 
c) parte final (Nesses termos, requer o processamento do presente recurso. Pede deferimento, 
data, advogado e OAB) 
 
 
 
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B) RAZÕES 
a) Endereçamento: para o Superior Tribunal de Justiça 
b) identificação: recorrente, recorrido, nº recurso recorrido 
c) saudação: 
Colendo Superior Tribunal de Justiça – Douta Turma – Eméritos Ministros 
d) corpo da peça (breve relato, expor a admissibilidade do recurso extraordinário e a 
repercussão geral e o mérito propriamente dito) 
e) pedido: reforma da decisão + provimento do recurso + pedido específico 
f) parte final: termos em que pede deferimento, local, data e OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PEÇA DE INTERPOSIÇÃO 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTEDO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO....... (SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE 
DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ........REGIÃO (SE CRIME DA 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
 
7 a 10 linhas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-
assinado, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, interpor o presente 
RECURSO ESPECIAL, com base no artigo 105, inciso III, alínea (indicar a alínea), da 
Constituição Federal, requerendo seja o recurso recebido e processado e, ao final, remetido ao 
Superior Tribunal de Justiça. 
 
 
 
Nestes termos 
Pede deferimento 
 
Local... e data... 
 
____________________ 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL 
COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
 
Recorrente: Fulano de Tal 
Recorrido: Ministério Público 
 
 
RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL 
 
 
Douta Turma 
Eminentes Ministros 
 
I) DOS FATOS 
II) DO DIREITO 
Lembrar que a matéria discutida envolve questão de direito. Não se discute matéria 
de fato, que reclama análise de provas. 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso 
especial, para o fim de que seja reformado o acórdão e, consequentemente, ........(pedido 
específico) 
 
 
Local... e data... 
______________________ 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
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PEÇA RESOLVIDA - Adaptado da Questão 2 –XI EXAME 
Daniel foi denunciado, processado e condenado pela prática do delito de roubo simples em sua 
modalidade tentada. A pena fixada pelo magistrado foi de dois anos de reclusão em regime 
aberto. Todavia, atento às particularidades do caso concreto, o referido magistrado concedeu-
lhe o benefício da suspensão condicional da execução da pena, sendo certo que, na sentença, 
não fixou nenhuma condição. Somente a defesa interpôs recurso de apelação, pleiteando a 
absolvição de Daniel com base na tese de negativa de autoria e, subsidiariamente, a substituição 
do benefício concedido por uma pena restritiva de direitos. O Tribunal de Justiça, por sua vez, 
no julgamento da apelação, de forma unânime, negou provimento aos dois pedidos da defesa 
e, no acórdão, fixou as condições do sursis, haja vista o fato de que o magistrado a quo deixou 
de fazê-lo na sentença condenatória. Atento ao caso apresentado e tendo como base apenas 
os elementos fornecidos, elabore o recurso cabível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO....... 
Recurso recorrido nº .... 
 
 
 
 
 
 
DANIEL, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, vem, 
respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, interpor o presente RECURSO ESPECIAL, 
com base no artigo 105, inciso III, alínea “a”, da Constituição Federal, requerendo seja 
o recurso recebido e processado e, ao final, remetido ao Superior Tribunal de Justiça. 
 
Termos em que 
pede deferimento 
 
Local... e data... 
 
____________________ 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Recorrente: DANIEL 
Recorrido: JUSTIÇA PÚBLICA/MINISTÉRIO PÚBLICO 
Recurso nº.... 
 
 
 
RAZÕES DE RECURSO ESPECIAL 
 
Colendo Superior Tribunal de Justiça 
Douta Turma 
Eminentes Ministros 
 
I) DOS FATOS 
Daniel foi denunciado, processado e condenado pela prática do delito de roubo simples 
em sua modalidade tentada. A pena fixada pelo magistrado foi de dois anos de reclusão em 
regime aberto, concedendo-lhe o benefício da suspensão condicional da execução da pena, não 
fixando nenhuma condição. 
Somente a defesa interpôs recurso de apelação, pleiteando a absolvição de Daniel com 
base na tese de negativa de autoria e, subsidiariamente, a substituição do benefício concedido 
por uma pena restritiva de direitos. 
O Tribunal de Justiça, por sua vez, no julgamento da apelação, de forma unânime, negou 
provimento aos dois pedidos da defesa e, no acórdão, fixou as condições do sursis, haja vista 
o fato de que o magistrado a quo deixou de fazê-lo na sentença condenatória. 
II) DO DIREITO 
O recorrente foi condenado pela prática do delito de roubo simples tentado, sendo-lhe 
concedido o benefício da suspensão condicional da pena, sem, no entanto, ter sido fixado 
condições. Todavia, em recurso exclusivo da defesa, o Tribunal de Justiça negou provimento 
ao pedido formulado e, ainda, fixou as condições do sursis, violando o disposto no artigo 617 
do Código de Processo Penal, já que a fixação das condições cabia ao juiz de 1º grau. 
Como não houve impugnação por parte do Ministério Público, a decisão proferida pelo 
Tribunal configura verdadeira reformatio in pejus, vedada pelo artigo 617 do Código de Processo 
Penal. 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso especial, para o fim 
de que seja REFORMADO O ACÓRDÃO e, consequentemente, mantida a decisão que concedeu 
o sursis, sem estabelecer as condições do benefício. 
 
Local... e data... 
______________________ 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
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2) RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
 
Reitera-se que, com a vigência do novo CPC, os artigos 26 a 29 da 
Lei nº 8.038/90, que disciplinavam o processamento do recurso especial e extraordinário, foram 
revogados, passando a ser conduzida a matéria no contexto do novo CPC, especificamente nos 
artigos 1029 a 1041. 
2.1) CONCEITO 
Trata-se de recurso destinado a impugnar qualquer decisão proferida 
em única ou última instância que afronte a Constituição Federal. Em outras palavras, é aquele 
interposto perante o STF das decisões judiciais em que não mais caiba outro recurso. 
Entende-se por decisão final, para fins aqui propostos, aquela 
proferida após esgotadas, por quem a impugna, todas as vias recursais ordinárias. Desta forma, 
não se conhece de recurso extraordinário contra acórdão em recurso de apelação do qual ainda 
caibam embargos de declaração, ou embargos infringentes. 
Este o teor da Súmula 281 do STF: “É inadmissível o recurso 
extraordinário quando couber, na justiça de origem, recurso ordinário da decisão impugnada”. 
Na medida em que o art. 102, III, da CF dispõe seu cabimento apenas 
em relação às causas decididas em única ou última instância, não fazendo menção à origem do 
julgado, revela-se adequado esse recurso para impugnar qualquer acórdão, não apenas aqueles 
oriundos dos Tribunais de Justiça e Tribunais Regionais Federais, como também os provenientes 
de Turmas Recursais dos Juizados Especiais Criminais (AVENA, 2013, p. 1225). 
 
2.2) BASE LEGAL 
 
 
 
 
 
 
2.3) CABIMENTO/CONTEÚDO 
Para que o recurso extraordinário possa ser conhecido pelo STF, é 
preciso que a causa decidida em única ou última instância suscite questão federal de natureza 
constitucional. A própria CF, no art. 102, III, cuida de arrolar as questões que ensejam o 
julgamento do recurso em tela. São as chamadas hipóteses de cabimento do recurso 
extraordinário, que, para fins de OAB, merecem destaque as hipóteses das alíneas “a” e “b” do 
artigo 102, III, da CF/88 
Base legal: art. 102, inciso III, da CF 
 
 
 
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A) contrariar dispositivo desta Constituição 
A decisão de instância inferior contraria dispositivo constitucional 
sempre que afrontar regra ou princípio, implícito ou explícito, de natureza constitucional. 
B) declarar a inconstitucionalidade de tratado oulei federal 
É preciso, portanto, que a decisão recorrida de extraordinário 
expressamente os afirme incompatíveis com a Constituição. 
Qualquer juiz ou tribunal tem competência para exercer o controle 
incidental de constitucionalidade (ou difuso), afastando a incidência de leis ou atos normativos 
sob o fundamento de que violam dispositivo, princípio ou garantia constitucional. 
2.4) PRAZO E INTERPOSIÇÃO 
O prazo para a interposição é de 15 dias, a partir da publicação do 
acórdão. 
Recebida a petição pela Secretaria do Tribunal, o recorrido será 
intimado para apresentar as contrarrazões no prazo de 15 dias. 
Com as contrarrazões, os autos serão conclusos ao presidente do 
tribunal a quo para a realização do juízo de admissibilidade (juízo de prelibação), destinado à 
verificação do cabimento do recurso, que deverá ser feito dentro do prazo de 5 dias. No juízo 
de prelibação, o julgador deve conhecer de todos os fundamentos do recurso, sendo que a 
admissão por apenas m deles não prejudica o seu conhecimento por qualquer outros (Súmula 
292 do STF). 
2.5) PREQUESTIONAMENTO 
Pressuposto específico jurisprudencial, que, em verdade, deflui do 
acima analisado. A ele respeitam as Súmulas 282 e 356, ambas do STF. 
Pelo prequestionamento, como requisito de admissibilidade do 
recurso extraordinário, entende-se que não pode ser objeto desta questão que não haja sido 
expressamente conhecida e decidida pela instância inferior. 
Se, por exemplo, o apelante, ao oferecer suas razões, solicitou do 
Tribunal o pronunciamento sobre determinada questão federal constitucional e o acórdão a 
omitiu, é necessário, para que se possa interpor recurso extraordinário, que o sucumbente 
oponha embargos de declaração, a fim de alcançar o prequestionamento. Esse é o conteúdo da 
Súmula 356 do STF. 
2.6) REPERCUSSÃO GERAL DAS QUESTÕES CONSTITUCIONAIS 
Como repercussão geral das questões constitucionais discutidas no 
caso, deve-se entender somente aquelas que transcendam os interesses meramente 
 
 
 
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particulares e individuais em discussão na causa, e afetem um grande número de pessoas, 
surtindo efeitos sobre o panorama político, jurídico e social da coletividade. 
Trata-se de um requisito de admissibilidade previsto no art. 102, § 3º, 
da Constituição Federal, quando prevê que o “recorrente deverá demonstrar a repercussão geral 
das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal 
examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços 
de seus membros”. 
2.7) ESTRUTURA DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
A) INTERPOSIÇÃO 
Endereçamento: Ao Presidente do Tribunal que proferiu a decisão recorrida 
a) Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do 
Estado (se crime da competência da Justiça Estadual) 
c) Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Federal Presidente do Egrégio Tribunal 
Regional Federal da __ Região (se crime da competência da Justiça Federal) 
b) Preâmbulo: nome (desnecessário qualificar, pois já qualificado nos autos), capacidade 
postulatória (por seu procurador infra-assinado), fundamento legal (art. 102, inciso III, 
indicar a alínea, da Constituição Federal), nome da peça (Recurso Extraordinário), frase 
final (pelas fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos); 
c) parte final (Nesses termos, requer o processamento do presente recurso. Pede deferimento, 
data, advogado e OAB) 
B) RAZÕES 
a) Endereçamento: para o Supremo Tribunal Federal 
b) identificação: recorrente, recorrido, nº recurso recorrido 
c) saudação: 
Colendo Supremo Tribunal Federal – Douta Turma – Eméritos Ministros 
d) corpo da peça (breve relato, expor a admissibilidade do recurso extraordinário e a 
repercussão geral e o mérito propriamente dito) 
e) pedido: reforma da decisão + provimento do recurso + pedido específico 
f) parte final: termos em que pede deferimento, local, data e OAB 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUGESTÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO: 
A) PEÇA DE INTERPOSIÇÃO 
Endereçamento: Ao Presidente do Tribunal que proferiu a decisão recorrida 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO....... (SE CRIME DA COMPETÊNCIA DA 
JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR FEDERAL PRESIDENTE 
DO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA ..... REGIÃO (SE CRIME DA 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
 
 
 
 
 
7 a 10 linhas 
 
FULANO DE TAL(não inventar dados), já qualificado nos autos, por 
seu procurador infra-assinado, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, interpor 
o presente RECURSO EXTRAORDINÁRIO, com base no artigo 102, inciso III, alínea 
(indicar a alínea), da Constituição Federal, requerendo seja o recurso recebido e processado 
e, ao final, remetido ao Supremo Tribunal Federal. 
 
 
Nestes termos, 
Pede deferimento 
 
 
Local... data... 
 
____________________ 
Advogado... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COLENDO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL 
 
Recorrente: Fulano de Tal 
Recorrido: Ministério Público 
 
 
 
RAZÕES DE RECURSO DE EXTRAORDINÁRIO 
 
 
Colendo Supremo Tribunal Federal 
Douta Turma 
Eminentes Ministros 
 
I) DOS FATOS 
* expor a admissibilidade (cabimento) do recurso extraordinário e a repercussão geral e o mérito 
propriamente dito 
II) DO DIREITO 
1º parágrafo: Indicar a tese 
2º parágrafo: fundamentar a tese 
Lembrar que a matéria discutida envolve questão de direito. Não se discute matéria 
de fato, que reclama análise de provas. 
III) DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer seja conhecido e provido o presente recurso, 
para o fim de que seja reformado o acórdão e, consequentemente, ........(pedido específico) 
 
 
 
Local... e data... 
______________________ 
ADVOGADO... 
OAB... 
 
 
 
 
 
 
 
 
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