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A relação do desequilíbrio de adutores de quadril com a pubalgia 
 
 
Diego Yuri Eliseu Sales
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drdiegoyuri@hotmail.com 
Dayana Priscila Maia Mejia
2 
Pós-graduação em traumato-ortopedia com ênfase em terapia manual– Faculdade Ávila 
 
 
Resumo 
 
A pubalgia, também chamada de osteíte púbica, pubeíte ou doença pubiana, nada mais é do 
que uma condição dolorosa da sínfise púbica ou na origem da musculatura adutora tendo 
grande relação com a harmonia de tais grupos musculares que piora progressivamente com 
o esforço físico e melhora com o repouso e fisioterapia. A pubalgia crônica tem como 
principais causas o desequilíbrio da musculatura adutora do quadril gerando dessa forma 
uma sobrecarga em tal musculatura associado à fraqueza dos abdominais. O diagnóstico é 
feito através de uma análise sintomática associada a uma minuciosa avaliação biomecânica 
de fatores intrínsecos, relacionados com o próprio atleta e de fatores extrínsecos, 
relacionados diretamente com a prática desportiva. Por apresentar sintomas pubianos e 
peripubianos, algumas patologias dessa região podem ser confundidas com a pubalgia, daí a 
importância do diagnóstico diferencial. Os sintomas variam de um paciente para o outro, 
mas manifestam-se por uma dor na sínfise púbica relacionada à atividade física. A pubalgia 
crônica é tratada primeiramente de maneira conservadora com repouso de atividades físicas, 
medicamentos e fisioterapia diariamente. Em casos mais graves, opta-se pelo tratamento 
cirúrgico e após 2-3 meses o atleta retorna as suas atividades progressivamente. 
Palavras-chaves: Pubalgia; Sínfise Púbica; Fisioterapia. 
 
 
1. Introdução 
O presente trabalho tem a proposta de esclarecer os benefícios advindos da fisioterapia nos 
portadores de pulbalgia decorrente de lesões da musculatura adutora do quadril. Através da 
análise de uma bibliografia pertinente, ou seja, revisão de literatura e seguindo os preceitos 
metodológicos próprios das obras científicas, foi possível produzir um material que, por ora, 
se mantém como enriquecedor para a compreensão do referido tema. 
De acordo com Francisco, Lemos e Páscoa (1993), a pubalgia é uma patologia de origem 
inflamatória que ocorre na região do osso do púbis, ponto de origem e inserção de diversos 
músculos, como os adutores da coxa (magno, curto e pectíneo) que são responsáveis em 
estabilizar o movimento da região. A tensão exagerada dos músculos é proveniente muitas 
vezes da prática de esportes vigorosos, ocorrendo dessa forma um desequilíbrio muscular 
influenciando a articulação do púbis a esforço desnecessário. 
A pubalgia é uma patologia relativamente comum, acometendo 2% a 7% dos atletas 
profissionais de diversas modalidades. Em praticantes de futebol, a prevalência pode atingir 
58%. A dor crônica e incapacitante em região inguinal pode levar ao afastamento do atleta do 
nível competitivo do esporte praticado, gerando assim um grande impacto socioeconômico. 
Associada a outras patologias do quadril, como impacto femoroacetabular, lesão labral e 
 
1 Pós Graduando em Reabilitação em Traumatologia com ênfase em Terapia Manual. 
2 Orientadora: Fisioterapeuta, especialista em Metodologia de Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito 
em Saúde. 
 
mailto:drdiegoyuri@hotmail.com
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patologias articulares do quadril, a dor no quadril é uma importante causa de afastamento do 
atleta de suas atividades competitivas (DUTTON, 2010). 
Os sintomas da pubalgia podem ser iniciados por um quadro clínico bem definido com dor na 
região inguinopúbica, normalmente unilateral, com possível irradiação para parte medial da 
coxa até o joelho e para os testículos. A palpação da sínfise púbica é dolorosa, assim como a 
dos tendões circuvinzinhos, que podem apresentar diferenças de tensão entre os lados. A 
intensidade da dor é aumentada pela contração resistida dos músculos adutores de quadril e 
abdominal, embora os seus sintomas sejam de patogênese controversa (LASMAR, 
LASMAR, CAMANHO, 2002). 
De acordo com Grados (2007), o diagnóstico de pubalgia é de difícil conclusão devido à 
localização e suas recidivas que levam a uma patologia crônica, retirando o atleta de seu 
esporte por um longo período, pois o seu processo de cicatrização é lento graças à inflamação 
ser em uma região cartilaginosa, ou seja, de baixo suprimento sanguíneo não tolerando 
pressão, que tende a aumentar a isquemia local. 
Para Lasmar, Lasmar, e Camanho (2002), o desequilíbrio muscular de adutores derivado de 
lesões, muitas vezes por estiramento, durante a prática de atividades físicas, vem a gerar uma 
sobrecarga de movimento na sínfise púbica dessa forma aumenta o estresse e a força de 
cisalhamento sobre a junção miotendinosa, iniciando o processo de irritação mecânica, 
inflamação e reabsorção óssea, lesionando dessa maneira a cartilagem. 
A etiologia da pubalgia é variada, incluindo osteíte púbica, tendinopatia dos adutores, 
principalmente adutor longo, lesões do músculo reto abdominal, hérnia do esporte. Outras 
patologias como contusão, lesão ou tendinite dos músculos grácil, iliopsoas ou reto femoral, 
lesão labral, alterações degenerativas do quadril ou sínfise púbica, miosite ossificante, fraturas 
por estresse, epifisite, fraturas por avulsão, radiculopatia lombar, neoplasias, 
espondiloartropatias, além de distúrbios urológicos ou ginecológicos completam o diagnóstico 
diferencial (GANS, 2002). 
Baseado no exposto, a questão cerne desse estudo problematiza-se da seguinte forma: Como o 
desequilíbrio dos adutores de quadril pode influenciar em uma pubalgia? Visando encontrar 
resultados que contribuam para a resolução dessa problemática, realizou-se um estudo de 
revisão bibliográfica com o objetivo de identificar qual a influência do desequilíbrio dos 
adutores de quadril sobre a pubalgia. 
O interesse nesta síndrome ocorreu pela necessidade diária da prática clínica com pacientes 
que praticavam atividades físicas portadores de pubalgia, que permaneciam longo tempo em 
tratamento clínico, em torno de seis meses, sem resultado satisfatório. Quando retornavam à 
atividade física apresentavam recidivas freqüentes, prejudicando o atleta ou paciente. 
 
2. Anatomia 
De acordo com Moore e Dalley (2001), a pélvis é constituída pelo sacro, cóccix, e pelos dois 
ossos inominados, que são formados por uma fusão do íleo, ísquio e púbis. Para Jacob; 
Ashwoth; Lossow (1990), o termo pelve se divide em pelve falsa e pelve verdadeira, divididas 
por uma circunferência pelvica, uma abertura formada pelo promontório do sacro, chamada 
de linha iliopectínea de cada osso coxal e as duas cristas púbicas. 
O sacro é um osso triangular, discretamente curvado, localizado na base da cavidade pélvica 
entre os dois ossos costais. Sua base articula-se acima com a quinta vértebra lombar, e a 
superfície anterior desta ampla base forma o promontório, além disso, possui ainda uma 
cavidade que é o final do canal vertebral Jacob; France; Lossow (1900). Para Geraldo; 
Américo (2002), o cóccix é formado pela fusão de quatro vértebras coccígeas rudimentares; 
algumas vezes a primeira vértebra sacral é separada das outras e assim, participa da formação 
do esqueleto desta cauda vestigial. 
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De acordo com Van (2003), o ílio, o mais superior e maior dos três ossos pélvicos, tem uma 
crista e quatro ângulos, ou espinhas importantes pontos de reparo em anatomia de superfície 
que serve para inserção muscular. A crista ilíaca forma a proeminência do quadril e termina 
anteriormente como espinha ilíaca antero-superior. Imediatamente abaixo dessa espinha está à 
espinha ilíaca ântero-inferior. A terminação posterior da crista ilíaca é a espinha ilíaca 
póstero-superior, e imediatamente abaixo está à espinha ilíca-póstero inferior. 
O ísquio é a porção inferior e posterior do osso do quadril ele é composto pelo corpo, o qual 
faz ligação com opúbis. O ísquio contém a proeminente espinha isquiática, a incisura 
isquiática menor, é a rude e espessa tuberosidade isquiática. Juntos, o ramo do ísquio e o 
púbis formam o forâmen obturado (TOTORO, REYNOLDS, 2002). 
Já Spence (1991), fala que o púbis é a parte anterior do osso do quadril esse forma a porção 
antero-inferior do acetábulo seu ramo superior contrapõem-se ao ramo superior do lado 
oposto, unindo-se pela sínfise púbica. A bacia pélvica oferece sustentação aos órgãos 
abdominais e transmite forças da cabeça, braços e tronco às extremidades inferiores. A sínfise 
púbica é uma articulação do tipo anfiartrose, com fina camada de cartilagem hialina separada 
por dois discos fibrocartilaginosos. 
 
 
Fonte: www.answers.com.br 
Figura 1: Vista anterior da pelve 
De acordo com Moreira e Russo (2005), as articulações do tipo anfiartrose se caracterizam 
pelo pequeno movimento permitido e pelo revestimento. Porém Moore e Dalley (2001), falam 
que apesar de pequenos, os movimentos dessa articulação são de grande validade para o corpo 
realizar o movimento de marcha obedecendo todas as suas fases, ela está sujeita a lesões e 
pode se tornar hiper ou hipomóvel em consequência de uma lesão mal curada, e ainda 
apresentar dor e perda de função. 
De acordo com Moore e Agur (2004), a sínfise púbica é uma articulação cartilaginosa 
formada pela união dos corpos do púbis no plano mediano. O disco interpúbico 
fibrocartilaginoso da sínfise púbica geralmente é mais espesso nas mulheres do que nos 
homens. Os ligamentos que unem o púbis são mais espessados superior e inferiormente para 
formar o ligamento púbico superior e o ligamento púbico inferior, respectivamente. Para 
Lippert (1997), a sínfise púbica é mantida junta principalmente por esses dois ligamentos. O 
ligamento púbico superior se fixa nos tubérculos púbicos de cada lado do corpo do púbis e 
reforça a parte superior e anterior da articulação. O ligamento púbico inferior se fixa entre os 
dois ramos inferior da articulação. 
A sínfise púbica é composta por um disco intra-articular interpondo-se aos dois ossos 
inominados anteriormente, é responsável pela estabilidade anterior do anel pélvico. Não existe 
cápsula articular. A superfície oval é responsável pela transmissão de carga e estabilidade 
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articular. Um pequeno arco de movimento está presente nesta articulação, decomposto em 
rotação de cerca de 3º e translação craniocaudal de cerca de 2mm (MOORE, DALLEY, 
2001). 
 
3. Fisiologia 
3.1 Cartilagem 
Do ponto de vista biomecânico, o tecido cartilaginoso apresenta razoável rigidez, devido à 
presença moderada de fibras e fribilas de colágeno. Além disso, este tecido também possui 
grande capacidade de sofrer deformações, devido principalmente à presença de fibras 
elásticas e grandes quantidade de ácido hialurônico combinado com proteoglicanas 
hidratadas. A rigidez moderada, associada à capacidade de deformação, faz da cartilagem um 
excelente tecido para absorver choques mecânicos (MORISCOT; CARNEIRO; 
ALEXANDRE, 2004). 
De acordo com Gartner e Hiatt (1999) como a cartilagem é avascular, os nutrientes e oxigênio 
precisam difundir-se através da água presente na matriz. A ineficiência deste sistema limita a 
espessura da cartilagem. A uma renovação constante dos protoglicanos da cartilagem que 
mudam com a idade. Hormônios e vitaminas também influenciam o crescimento, o 
desenvolvimento e a função da cartilagem. A três tipos de cartilagem: hialina, elástica e 
fibrocartilagem, o púbis é formado pela fibrocartilagem e cartilagem hialina. 
A fibrocartilagem: é constituído de uma matriz que possui fibras colágenas do tipo I o que lhe 
permite resistir a grandes trações, está presente nos discos intervertebrais, na sínfise púbica, 
nos discos articulares e é ligada ao osso. Ela está associada à cartilagem hialina e aos tecidos 
conjuntivos densos. A cartilagem hialina, uma substância cinza-azulada, semitransparente e 
flexível, é a cartilagem mais comum do corpo. Ela é encontrada no nariz e na laringe, nas 
extremidades ventrais das costelas onde se articulam com esterno, nos anéis das articulações 
móveis do corpo (púbis). Esta cartilagem forma o modelo cartilaginoso de muitos ossos 
durante o desenvolvimento embrionário, e constitui as placas epifisárias dos ossos em 
crescimento (CORMAK, SAMPAIO, 2001). 
3.1.2 Receptores da Cartilagem 
O controle adequado das funções musculares requer não apenas a excitação do músculo pelo 
neurônio anterior, mas também feed back sensorial contínuo de informações a partir de cada 
músculo para a medula espinhal e para os níveis superiores do sistema nervoso central. Para 
fornecer essas informações os músculos e as articulações da qual fazem parte estão carregada 
de receptores sensoriais. Os receptores de ambos os sistemas trabalhão em uma perfeita 
harmonia para proteção do complexo mio-articular como um todo (DOBLER, 2003). 
De acordo com Lippert (1997), os receptores articular se dividem em ruffini e pacini sendo 
que o primeiro (ruffini) está situado no interior da cápsula articular dos membros, em geral 
nas articulações proximais, como quadril e ombro. Sendo ativado em todas as posições 
articulares, além desse ainda temos o segundo (pacini) que está presente nas camadas 
profundas de todas as cápsulas articulares e nos coxins adiposos. São capazes de receber 
estímulos mecânicos rápidos e repetitivos, sendo considerados receptores dinâmicos. Já 
Doretto (2005), fala que o corpúsculo de Pacini situado no periósteo e ligamentos são 
propriorreceptores; sua real importância funcional ainda não está bem definida, sabendo 
apenas que são registradores de vibração. 
 
 
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3.2 Músculos Esquelético 
De acordo com Whiting e Zernicke (2001), os músculos esqueléticos primários dos sistemas 
nervoso. As proteínas contráteis e uma rede de tecido conjuntivo são os dois elementos 
básicos dos músculos. Os tecidos conjuntivos fibrosos dentro do ventre e aqueles que se 
misturam com tendão conferem uma importante rigidez funcional, que aprimoram a 
transmissão de tensão. 
Encarando um músculo como um todo, as fibras musculares individuais são subdivididas em 
miofibrilas, sarcômero, actina e miosina. O tecido conjuntivo que circunda o músculo inteiro 
é denominado epmísio, e os feixes de fibras musculares são circundados pelo perismísio. 
Cada fibra muscular e circundada pelo endomísio (VAN, 2003). 
A contração muscular ocorre com o potencial de ação deflagrado pela a placa motora que irá 
desencadear a despolarização da membrana celular (potencial de placa motora) isso irá 
provocar a liberação de cálcio para fora do retículo e dentro das mio-fibrilas. Com o sitio da 
ligação liberado, a tensão da miosina uma fez que a energia livre na célula favorece esse 
contato (MOREIRA, RUSSO, 2005). 
3.2.1 Receptores Musculares 
De acordo com Moreira e Russo (2005), o fuso muscular é encontrado em grande quantidade 
na maioria dos músculos locomotores humanos e funciona como um detector de comprimento 
muscular; a quantidade de receptores é determinada pelo o grau de consciência do controle 
motor, em outras palavras quanto mais refinado for o movimento solicitado, maior será a 
quantidade de fuso muscular ativado. 
Para Hall (2005), cada fuso muscular é formado por 3 a 10 pequenas fibras musculares, 
denominadas fibras intrafusais, que estão envoltas em uma bainha de tecido conjuntivo. Os 
fusos se dividem funcionalmente em: primários e secundários. Os fusos primários respondem 
tanto ao grau de alongamento muscular quanto ao ritmo desse alongamento. 
Os órgãos tendinoso de Golgi residem dentro dos tendões dos músculos pertos do ponto de 
inserção da fibra muscular no tendão. Servem como dispositivo de segurança para ajudar a 
impedir uma força incida excessivamente sobre o músculo, força essa que pode causar lesão 
muscular. Esses receptores podem ser associados basicamenteem duas situações: em resposta 
a tensão gerada pelo o músculo e distendida passivamente e excessivamente: e em resposta à 
tensão criada quando o músculo se contrai concentricamente, encurtando-se. Basicamente a 
função básica do OTG é proteger o músculo contra possíveis lesões induzido por sobrecarga 
excessiva (LIPPERT, 1997). 
4. Lesões articulares 
As articulações do corpo humano sustentam o corpo diariamente, são sobrecarregadas por 
forças musculares e, ao mesmo tempo, proporcionam ADM para os segmentos corporais. 
Consequentemente estão sujeitas a lesão tanto agudas por uso excessivo, bem como infecções 
e outras condições degenerativas (HALL, 2005). 
Para Whiting e Zernick (2001), a cartilagem articular está extremamente bem adaptada à sua 
finalidade nas articulações. À semelhança de um tecido responsável pela sustentação das 
cargas, a cartilagem articular é utilizada com frequência de forma a proporcionar uma função 
ótima. Se a cartilagem for usada muito pouco ou em excesso poderá o corre um desarranjo na 
qualidade da cartilagem levando a um desgaste degenerativo. 
Cada lesão articular tem um tipo de característica peculiar sendo que no caso de uma pubalgia 
pode ocorrer por fatores diferenciados como, por exemplo, traumas diretos ou por força de 
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cisalhamento, fazendo com que tenha uma compressão na sífise púbica. Esse tipo de patologia 
não apresenta uma característica biomecânica especifica dessa forma torna o achado 
etiológico de difícil conclusão (DOBLER, 2003). 
 
5. Lesões Musculares 
Incidência que varia de 10% a 55% de todos os tipos de lesões, sendo que 90% delas 
compreendem os estiramentos e as contusões. As lesões musculares podem ser geradas por 
um mecanismo traumático - contusões, estiramentos ou lacerações, ou atraumático - dor 
muscular tardia. Geralmente, os estiramentos musculares envolvem músculos superficiais e 
biarticulados como o reto femoral, semitendinoso, bíceps femoral e gastrocnêmios e adutores 
de quadril (WHITING E ZERNICKE 2001). 
As lesões por estiramento acontecem principalmente em mecanismos excêntricos que 
ocorrem durante os movimentos de alta velocidade e ou intensidade, gerados durante o gesto 
esportivo como exemplo pode-se citar o movimento de adução de quadril junto com o 
movimento de rotação de tronco. De forma biomecânica esse movimento leva a um estresse 
na sínfise púbica levando a lesão da cartilagem fibrosa Gans (2002). Já Kisner e Allen (2005), 
cita que a distenção muscular ocorre por um alongamento excessivo, esforço exarado, uso 
repetitivo do tecido mole em virtude de um trauma leve ou trauma não habitual de grau 
mínimo repetitivo. 
De acordo com Moreira e Russo (2005), o fuso muscular é encontrado em grande quantidade 
na maioria dos músculos locomotores humanos e funciona como um detector de comprimento 
muscular; ou seja o fuso muscular é o responsável pela integridade muscular, se uma 
musculatura está sofrendo estresse ela irá ativar o fuso muscular, que por sua vez irá se 
contrair impedindo uma lesão na estrutura muscular do paciente. A quantidade de receptores é 
determinada pelo o grau de consciência do controle motor, em outras palavras quanto mais 
refinado for o movimento solicitado, maior será a quantidade de fuso muscular ativado. 
De acordo com Whiting e Zernicke (2001), a lesão muscular pode acontecer também como 
resultado de impacto compressivo direto como é o caso da lesão por contusão. Esse contato 
pode leva uma equimose muscular que se caracteriza por hemorragia intramuscular 
apresentando edema e inflamação. Outro tipo de lesão muscular ocorre por induzimento de 
exercício forçado, resultando na ruptura de tecido conjuntivo e contrátil após os exercícios. 
Caracteriza-se por hipersensibilidade no local e rigidez ao movimento. 
Segundo Kisner e Allen (2005), a gravidade da lesão pode ser avaliada em graus, o primeiro 
grau se apresenta com dores leves no momento da lesão ou nas primeiras 24 horas 
acompanhada de edema leve, sensibilidade local e dor quando o tecido é sobrecarregado. O 
segundo é acompanhado por dor moderada aumentada durante a sobrecarga e a palpação da 
atividade. Já no terceiro grau ocorre avulsão quase completa ou completa do tecido com dor 
intensa na palpação pode apresentar a falha. 
Dentre as conseqüências funcionais das lesões musculares encontra-se o decréscimo do 
controle postural estático e dinâmico. A postura pode ser apresentada como a posição que o 
corpo encontra-se no espaço e a relação de suas partes com a linha do centro da gravidade. 
Tem como conceito o estado de equilíbrio entre os ossos e músculos, desenvolvendo 
capacidade para proteger as demais estruturas de suporte do corpo humano de traumatismos 
ou deformidade progressiva, na posição ereta, sentada ou em decúbito (WHITING E 
ZERNICKE, 2001). 
O desequilíbrio muscular gerado por lesões é definido como um desarranjo do sistema 
musculoesquelético. Havendo alterações articulares que iram se refletir em alterações 
posturais, o organismo precisará se reorganizar em cadeias de compensação na busca de uma 
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resposta adaptativa a esta desarmonia que ocorreu de forma indireta sobre a biomecânica do 
paciente. 
6. Cinesiologia da musculatura adutora do quadril 
O quadril ou a bacia suporta a coluna vertebral, sua posição influencia as curvaturas da 
coluna, e os fêmures, que, pela sua localização, orientam todo o membro inferior de cima a 
baixo, esta articulação é um ponto médio entre os membros inferiores e o tronco sendo que, a 
flexibilidade da muscular é indispensável para sua manutenção, e sua rigidez terá 
repercussões sobre a coluna (GERMAIN E LAMOTTE, 1992). 
O músculo pectino tem sua origem no ramo superior do púbis e sua inserção está na linha 
pectina do fêmur. O músculo adutor longo, o mais superficial dos três, origina-se a partir da 
face anterior do púbis próximo do tubérculo e se insere no terço médio da linha áspera do 
fêmur. Como é superficial, seu tendão pode ser facilmente palpado na parte antero-medial da 
virilha (DOBLER, 2003). 
O terceiro é o músculo adutor curto situa-se profundamente ao adutor longo, mas superficial 
ao adutor magno, origina-se a partir do ramo inferior do púbis e se insere na linha pectínea e 
na linha áspera proximal, acima do músculo adutor longo que é um agonista na adução do 
quadril (GERMAIN, 2002). 
De acordo com Lippert (1997), maior dos adutores o adutor magno se origina a partir do 
tubérculo isquiático, ramo do ísquios e ramo inferior do púbis, se inseri ao longo de toda a 
linha áspera e tubérculo do adutor no fêmur. O único adutor do quadril que é um músculo 
biarticular, é o músculo grácil. Origina-se a partir da sínfise e ramo inferior do púbis e desce 
na coxa, medial e superficialmente até a extremidade proximal da tíbia. 
De acordo com Pertenson; Kendall e Geise (2003), o músculo reto abdominal tem origem na 
crísta e sínfise púbica e se insere nas cartilagens costais da quinta, sexta e sétima costelas e 
processo xifoide do esterno. uma fraqueza desse músculo resulta em uma capacidade de 
flexionar a coluna vertebral. Na posição ereta, a fraqueza desse músculo permite uma 
inclinação pélvica anterior e uma postura lordótica. 
De acordo com cada origem, inserção e ação que cada músculo representa pode se dizer que 
as musculaturas citadas anteriormente se lesionadas ou tiverem algum acometimento, haverá 
uma relação em que irá influência diretamente a inflamação da sínfise púbica levando o 
paciente a apresentar sintomas da pubalgia principalmente quando tais musculaturas são 
estressada de forma previa, como é o caso dos testes ortopédicos ou de forma não previa, 
como é caso do paciente movimentar o membro acometido de forma voluntária (RASCH, 
2001). 
 
7. Avaliação da pubalgia 
 
O diagnóstico do paciente portador de pubalgia é de difícil conclusão devido a sua complexa 
fisiopatologia que envolve uma grandequantidade fatores predisponente, faz com que o 
avaliador se confunda, não dando a devida atenção aos sinais e sintomas apresentados pelo 
paciente. Para Dutton (2010), os sintomas incluem dor ao palpar a virilha, porém, ainda que a 
dor na virilha seja uma queixa comum atribuída a vários distúrbios, faz necessário o 
conhecimento diferencial do fisioterapeuta sobre cada distúrbio que tem relação com a dor na 
virilha, associada com dor na flexão resistida do quadril, rotação interna e contratura da 
musculatura abdominal. Sempre examinando a presença de aumento de volume local ou 
hérnia inguinal associada. Em alguns pacientes pode também haver uma dor na adução 
resistida do quadril, com sintomatologia ao longo do tendão adutor longo da coxa. Quando 
necessário, devemos realizar outros testes para descartamos patologias que apresentem 
sintomas parecidos aos da pubalgia. 
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Para Gans (2002), a etiologia da pubalgia é variada, incluindo osteíte púbica, tendinopatia dos 
adutores, principalmente adutor longo, lesões do músculo reto abdominal e hérnia do esporte. 
Outras patologias como contusão, lesão ou tendinite dos músculos grácil, iliopsoas ou reto 
femoral, lesão labral, alterações degenerativas do quadril ou sínfise púbica, miosite 
ossificante, fraturas por estresse, epifisite, fraturas por avulsão, radiculopatia lombar, 
neoplasias, espondiloartropatias, além de distúrbios urológicos ou ginecológicos completam o 
diagnóstico diferencial. Porém para Dutton (2010), uma serie de anormalidade nas articulções 
e nos musculos ao redor da virilha pode aulmentar o estresse mecânico colocado sobre a 
região púbica. 
O diagnóstico é essencialmente clínico e se baseia na história compatível e no exame físico. 
Como métodos complementares, são utilizadas a ultrassonografia, a cintilografia e a 
ressonância nuclear magnética, sendo esta última o padrão ouro, com maior sensibilidade, 
especificidade e acurácia. 
Segundo Kisner e Allen (2005), na avaliação clinica os testes ortopédicos são de suma 
importância para o diagnóstico, como exemplos. O teste Flamingo é realizado com o paciente 
em pé, instruí-lo para ficar de pé sobre uma perna de cada vez. Depois, instruir o paciente 
para saltar, o que aumenta o esforço sobre a articulação. Este teste aumenta a pressão na 
articulação do quadril, sacrilíaca e da sínfise púbica. Dor aumentada pode indicar processo 
inflamatório no lado da perna de apoio. 
Para Whiting e Zernicke (2001), para realizar a manobra de Grava é preciso que o paciente 
fique em decúbito dorsal, onde se realiza a flexão, abdução e rotação lateral do quadril 
apoiando o tornozelo ao nível do joelho contralateral, sendo que uma mão do examinador 
posiciona-se na asa do ilíaco oposto e a outra no joelho que está sendo examinado, forçando a 
abdução. A manobra é positiva quando o paciente refere dor intensa nos adutores. 
 
 
Fonte: www.bridiquiropraxia.blogspot.com 
Figura: manobra de grava 
O teste de lacuna que é executado com o paciente em decúbito dorsal com o paciente em 
noventa graus de quadril e joelho para flexão com as pernas apoiadas pelo o examinador. O 
paciente, em tão, executa uma contração com os músculos adutores da coxa contra a mão do 
fisioterapeuta; a resposta dolorosa do músculo é considerada uma prova positiva (KISNER, 
ALLEN, 2005). 
Já Busquet (2005), cita que para realizar o teste de flexão dos ísquios tibiais é necessário que 
o terapeuta posiciona-se atrás do paciente e pede-lhe para que se incline para frente como se 
quisesse tocar os pés com as mãos. O teste é negativo se o paciente tocar os pés sem que se 
altere a estática dos joelhos ou do arco plantar. O teste será positivo se o paciente não 
conseguir chegar à ponta dos pés ou se a estática do joelho ou do arco plantar se alterarem. 
http://bridiquiropraxia.blogspot.com/2009/10/pubeite-pubalgia-como-intensificar.html
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Fonte: www.yogajournal.terra.com.br 
Figura: Teste de flexão ísquio tibiais 
8.Prevenção 
 
Os programas de prevenção têm, provavelmente, efeitos diferentes nos diversos tipos de 
esportes e são mais eficazes em grupos de alto risco. Para prevenir a pubalgia é necessário 
conhecer os seus mecanismos de lesões, já descritos nesse artigo, não se esquecendo de 
eliminar os seus fatores desencadeantes. A eliminação de anormalidades biomecânicas que 
levem a um estresse no púbis deve ser corrigida com o intuito de eliminar os fatores 
predisponentes. 
Segundo Dutton (2010), toda prevenção de pubalgia deve ter como base de estudo as cadeias 
musculares passando, em seguida, por treinamento programado e progressivo de todos os 
fatores que poderão levar a uma lesão da região do púbis fazendo uso de aquecimento efetivo 
e preparação antes das atividades físicas. Lembrando que é uma doença complexa, na qual 
intervêm várias cadeias musculares e que vários fatores de risco podem estar presentes. 
Para Lasmar (2012), prevenir a pubalgia é importante na clínica de fisioterapia. Os músculos 
abdominais e adutores de quadril estão diretamente relacionados com a fisiopatologia, 
principalmente quando encurtados ou apresentando um desequilíbrio de força. Dessa forma 
torna-se fundamental a prática de exercícios que eliminem ou minimizem o desenvolvimento 
dessas alterações a fim de prevenir suas instalações. 
O papel desempenhado pelo o fisioterapeuta é apontado como extremamente útil e efetivo 
tanto na prevenção como na reabilitação, por meio de um programa preestabelecido que 
inclua um tratamento de alongamento e fortalecimento, sendo que o fisioterapeuta deve dar 
atenção a amplitude de movimento da região do quadril, aos alongamentos e fortalecimento 
dos músculos adutores. 
 
9. Metodologia 
 
A pesquisa bibliográfica foi realizada com base em dados da internet, utilizando sites como: 
Medline, Pubmed, Scielo, Bireme e Biblioteca da Saúde. Também estão sendo usados livros 
para realização desta pesquisa. As palavras chaves são: “Pubalgia”, “Sínfise Púbica” e 
“Fisioterapia”. Após essa etapa, tendo em vista a bibliografia levantada, discutiu-se sobre 
pubalgia, com conceitos, princípios e benefícios, a reabilitação de tal articulação com conceito 
e descrição dos músculos relacionados. 
 
10 
 
10. Resultados e Discussão 
As pesquisas atuais vêm esclarecendo cada vez mais a importância dos músculos 
estabilizadores da articulação do púbis. Exemplificado isto, ao afirmo que o corpo humano 
trabalha em um conjunto harmônico necessitando estar em sua plena integridade global. 
De acordo com Azevedo, Pires e Carneiro (1999), a origem da pubalgia está diretamente 
relacionada com a musculatura adutora da coxa e a musculatura do reto abdominal devido a 
sua origem, inserção e ação muscular. Sua utilização excessiva geralmente em esportes e a 
preparação inadequada causaria um desequilíbrio e estresse repetitivo sobre a sínfise púbica, o 
que iniciaria o processo da pubalgia. Um estiramento da musculatura adutora ou 
comprometimento da musculatura de reto abdominal, com um tratamento inadequado poderia 
levar à pubalgia. O encurtamento dessa musculatura causado pelo estiramento não tratado 
faria com que o jogador, tentando utilizar toda a amplitude de movimento, aumentasse o 
estresse e a força de cisalhamento sobre a junção miotendinosa, iniciando o processo de 
irritação mecânica, inflamação e reabsorção óssea. 
Para Dutton (2010) a pubalgia seria consequência das forças de cisalhamento criadas na 
sínfise púbica, pela contração antagônica simultânea de adutores e abdominais durante o 
movimento do chute como exemplo. Estas forças se intensificariam com o desbalanceamento 
de força entre os adutores e rotadores internos de quadril gerados através de atividades que 
proporcionam esse tipo de biomecânica. 
 
 
Fonte:www.zanavaz.blogspot.com.br 
Figura : mecanismo de lesão com vetores de força 
 
A avaliação da inserção dos tendões adutores, abdominais e da própriasínfise púbica é de 
difícil diagnóstico pela ultra-sonografia, em virtude de sua orientação e ao efeito anisotrópico 
por esta causado. Entretanto, o método pode ser de valia na caracterização de lesões 
musculares na sua junção miotendinea, seu grau de retração, bem como na analise de coleções 
hemáticas associadas (LASMAR; LASMAR; CAMANHO, 2002). 
De acordo com Gans (2002), a pubalgia por estar diretamente ligada a lesões articular 
cartilaginosa especificamente da sínfise púbica torna-se de difícil recuperação já que o tecido 
cartilaginoso possui pouca vascularização por se tratar de uma cartilagem denominada de 
fibrocartilagem tornando sua cicatrização mais limitada comparado a outro tipo de tecido. 
Outro ponto que contribui para a complicada recuperação do paciente com pubalgia é a 
biomecânica da região articular que está classificada em anfiartrose, ou seja, de pouco 
movimento, que ainda tem a função de sustentação do corpo no movimento de marcha. 
Para Dutton (2010), cada paciente independente de patologia possuem no interior de seus 
tecidos, receptores que informam ao sistema nervoso central, dados sobre a integridade 
fisiológica de cada tecido. De acordo Lippert (1997), para o tecido muscular, os 
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neuroreceptores são os órgãos tendinoso de golgi que tem com compromisso de dispositivo de 
segurança para ajudar a impedir uma força incida excessivamente sobre o músculo, força essa 
que pode causar lesão muscular e o fuso neoromuscular que funciona como um detector de 
comprimento muscular; a quantidade de receptores é determinada pelo o grau de consciência 
do controle motor, em outras palavras quanto mais refinado for o movimento solicitado, 
maior será a quantidade de fuso muscular ativado. Porém Moreira e Russo (2005), fala ainda, 
que para os tecidos cartilaginosos, os receptores são o rufini que se localizados no interior das 
capsulas articulares em geral nas articulações proximais possuindo adaptação lenta sendo 
ativado em movimento ativos ou passivos e o receptor pacini que é considerado um receptor 
dinâmico por ser ativado em movimento e não em repouso. 
Antes de qualquer hipótese de tratamento é importante que se tenha em mente que uma 
prevenção adequada deve existir para todo tipo de lesão que se encontra relacionada 
diretamente ou indiretamente a pubalgia, já que seus fatores são multidirecionais e seu 
tratamento é complicado e principalmente prolongado, dessa forma pode se disser que é 
melhor prevenir do que remediar. 
Para Dutton (2010), O tratamento adequado é multidisciplinar, onde o médico realiza 
diagnostica e prescreve os medicamentos; o fisioterapeuta elabora um programa adequado de 
reabilitação e o preparador físico atua na perpetuação dos resultados obtidos, sendo que o 
tratamento preventivo é a melhor opção. A fase de reabilitação pode ser dividida em aguda; 
fase de reabilitação, onde se inicia o treinamento aeróbio, fortalecimento dos grupos 
musculares e os alongamentos; e por último, a fase de retorno ao esporte, onde se trabalha a 
propriocepção específica. Para Marta e Terezinha (2010), a reabilitação proprioceptiva utiliza-
se de estratégias de ativação dos mecanoceptores com o objetivo de aumentar os estímulos, 
buscando reestabelecer o equilíbrio da articulação ou segmento afetado. Utiliza estimulo para 
obter de maneira automática ou reflexa, micromovimentos articulares e contrações musculares 
que irão promover estímulos propriocepitivos que, por sua vez, propiciarão melhora do 
controle motor, da proteção e da aprendizagem do movimento. 
O tratamento clínico inicialmente está baseado no repouso e nas medidas para a redução do 
quadro álgico, sendo que as vezes, diminuindo a quantidade de treinamentos, os sintomas já 
aliviam. Além da eletrotermofototerapia e hidroterapia, o tratamento vai de encontro à 
reeducação do equilíbrio proprioceptivo muscular através de métodos como RPG, Terapias 
manuais, Isostreching de Busquet e outros (LASMAR; LASMAR; CAMANHO, 2002). 
 
11. Conclusão 
Através desta revisão literária pode-se inferir que as técnicas fisioterapêuticas podem ser 
consideradas uma conduta essencial para o paciente com pulbalgia, já que o mesmo apresenta 
sinais e sintomas que limitam o movimento do paciente diminuindo assim sua 
funcinabilidade. 
A pubalgia crônica é uma patologia que se manifesta com dor na região da sínfise púbica e 
inserções tendinosas vizinhas, na maioria dos casos em decorrência dos esforços físicos que 
são realizados pelos atletas associados à movimentos compensatórios durante as atividades 
físicas. Essa patologia tem se tornado clássico e quase que exclusiva no meio desportivo, 
sendo que as principais causas para o seu surgimento são os excessos de jogos e/ou treinos; 
gestos repetitivos do chute e principalmente o excesso de exercícios abdominais; lesões e a 
inflexibilidade muscular, fatores esses, que geram desequilíbrios musculares. 
É comum encontrarmos nos pacientes atletas um encurtamento ou lesão em adutores de 
quadril. Tanto o excesso quanto a inadequada execução dos exercícios predispõe ao 
surgimento da pubalgia, pois os pacientes realizam de forma exaustiva esses, exercícios e não 
realizam o alongamento da musculatura adutora da coxa, em decorrência disso, a pelve acaba 
sofrendo um desequilíbrio postural, causando pequenos estiramentos na origem dos adutores, 
12 
 
levando à um desequilíbrio muscular da cintura pélvica, o qual provoca dor e inflamação da 
sínfise púbica, caracterizando a pubalgia. 
Pelo que foi exposto, fica claro que a pubalgia não ocorre apenas por fraqueza de algum 
músculo da região da sínfise púbica, mas por um conjunto de desequilíbrios de forças 
musculares. Sendo essa patologia tão incapacitante, devemos preveni-la orientando os 
pacientes a realizarem um programa de alongamentos específicos da musculatura da região 
pélvica, principalmente dos adutores da coxa, não se esquecendo das outras musculaturas que 
se insere ou se originam na região pélvica, promovendo dessa forma um movimento dinâmico 
do quadril. 
Não se deve esquecer uma frase antiga, é melhor prevenir do que remediar, com isso torna-se 
de suma importância a prevenção da lesão no púbis, dês de que realizada pelo o fisioterapeuta 
através de um programa de tratamento que tem como objetivo eliminar os fatores 
predisponentes e dos desequilíbrios da musculatura abdominal e adutora do quadril, 
corrigidos por meios de fortalecimento e alongamento. 
 
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