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Aula de Orgânica Experimental: Prática 3 Solubilidade, acidez e basicidade • Teoria sobre solubilidade, acidez e basicidade: Quando uma mistura de certa quantidade de soluto e uma determinada quantidade de um dado solvente forma uma mistura homogênea, diz-se que o primeiro é solúvel no último. Desta forma, é importante salientar que a solubilidade de um composto orgânico é bem mais compreendida relacionando-a com as forças intermoleculares - Forças de Van Der Waals (dipolo induzido-dipolo induzido), atração dipolo-dipolo (entre compostos polares ou de certa afinidade) e ligações de hidrogênio. Mas de que maneira essas interações são as responsáveis por solubilizar determinados compostos? No processo de dissolução, as forças atrativas entre as moléculas do soluto devem ser rompidas e a energia liberada ser suficiente para romper as forças atrativas entre as moléculas do solvente. Assim, podemos citar uma afirmação que descreve quase que perfeitamente como a solubilidade é classificada entre algumas espécies: “Um composto é mais solúvel no solvente com o qual apresenta uma relação mais íntima de estrutura, ou seja, semelhante solubiliza semelhante.” Assim, os compostos orgânicos com até cinco carbonos e contendo nitrogênio ou oxigênio, que são polares e podem formar ligações de hidrogênio com a água, são considerados como solúveis neste solvente. Bem como os álcoois metílico e etílico, que também são considerados como solúveis e acabam por se tornarem muito semelhantes às estruturas iniciais, possuindo assim pH próximo da neutralidade. Contudo, é necessário destacar que estruturas como o n-hexano, C6H14, que constituem um típico hidrocarboneto apolar, é pouco solúvel em água, contudo, é completamente miscível com o álcool n-butílico e com álcoois maiores, tal fator pode ser justificado pela semelhança estrutural entre os dois, que possuem grande cadeia carbônica e, portanto, acabam por adquirir características semelhantes aos hidrocarbonetos apolares. Isto se exemplifica e se aplica à outras estruturas associadas a partir da seguinte afirmação: “À medida que o comprimento da cadeia aumenta, o composto tende a assemelhar-se mais ao hidrocarboneto e, portanto, a solubilidade em compostos apolares aumenta, enquanto na água diminui.” Outro fator determinante quando o assunto é solubilidade é a área superficial. Esta por sua vez, afeta a solubilidade em casos como por exemplo o 2-metil-2-pentanol que se classifica como solúvel, já em contrapartida, tem-se o 1-pentanol que se encontra no limite de solubilidade em água e para confirmar a afirmação a respeito da área superficial, tem-se o 1-hexanol, que não é solúvel em água. Assim podemos gerar a seguinte afirmação: “Um álcool ramificado é geralmente mais solúvel em água do que um álcool normal com o mesmo número de carbonos.” • Prática sobre solubilidade acidez e basicidade: Resultados das Análises Amostra H2O pH NaOH (5%) NaHCO3 (5%) HCl H2SO4 conc. Conclusão Ácido Acético Solúvel 3,0 Ácido Dietilamina Solúvel 12,0 Base Etanol Solúvel 7,0 Neutro Clorobenzeno Insolúvel Insolúvel Insolúvel Insolúvel Insolúvel Inerte Anilina Insolúvel Insolúvel Insolúvel Solúvel Solúvel Base Benzofenona Insolúvel Insolúvel Insolúvel Insolúvel Solúvel Neutro Ácido Salicílico Insolúvel Solúvel Solúvel Ácido forte α-Naftol Insolúvel Solúvel Insolúvel Ácido fraco • Interpretação de Resultados: Estruturas e contextualização 1) Ácido Acético Solúvel em água em decorrência da interação entre elementos capazes de formar ligações de hidrogênio. Neste caso, a água pode atuar como ácido e como base, o que nos faz relembrar de uma característica determinante, a água é classificada como anfiprótica, portanto, esta pode tanto doar seu hidrogênio (atuando como ácido), como pode capturar um hidrogênio de outra espécie (atuando como base), efetivando as ligações de hidrogênio que ocasionam a solubilidade de alguns compostos como o que acontece entre o ácido ao lado e a água. Além disso, o pH medido durante o procedimento foi de 3, caracterizando assim o composto como ácido. 2) Dietilamina Solúvel em água devido a presença do nitrogênio na estrutura, que proporciona a possibilidade de interação por ligação de hidrogênio ou até mesmo de um ataque nucleofílico, tendo em vista a basicidade da estrutura conferida pela presença do nitrogênio. Neste caso, a porção carbônica da molécula não influencia na solubilidade da estrutura por ser muito pequena. Com isto, conclui-se a partir da medição do pH que o composto se trata de uma estrutura básica, atingindo o valor de pH correspondente à 12,0. 3) Etanol Solúvel em água em decorrência da existência de elementos capazes de realizar ligação de hidrogênio (oxigênio e hidrogênio). Vale salientar que a presença da cadeia carbônica nesse caso não interfere ou influencia na solubilidade da espécie e como dito anteriormente, por se trata de duas estruturas definida como álcool e água, as forças intermoleculares formadas com a solubilização são tão semelhantes com as forças iniciais, que o pH permanece neutro, desta maneira, confirmamos as afirmações cedidas na teoria a partir da medição de pH que resultou no valor de 7,0. 4) Clorobenzeno Insolúvel em água devido à presença do benzeno, o que confere característica apolar à espécie, desta maneira, durante a mistura de ambos os reagentes, pode-se perceber a formação de possíveis micelas. De forma análoga, o clorobenzeno não apresentou solubilidade em NaOH (hidróxido de sódio) ou em NaHCO3 (bicarbonato de sódio), tal ocorrência é justificada pelo fato de que as substâncias (solutos e solventes) não são semelhantes neste caso, assim nenhuma reação é propensa a acontecer e isto é evidenciado pela formação de prováveis micelas novamente. Além disso, é lógico pensar que se o NaOH que se caracteriza como uma base forte não foi capaz de solubilizar o clorobenzeno, provavelmente o NaHCO3 também não se aplicaria como possível solvente. Já no tocante aos ácidos utilizados como solvente, nem o HCl ou o H2SO4 concentrado apresentaram boa resposta de solubilidade. Tal fato pode ser justificado pela diferença nas estruturas entre o soluto e os solventes, impossibilitando uma reação ou qualquer interação, assim conclui-se que o composto é inerte. 5) Anilina Esta se caracteriza como insolúvel em água devido à presença do benzeno que confere característica apolar à molécula. Já em relação aos solventes NaOH (hidróxido de sódio) e NaHCO3 (bicarbonato de sódio), ambos não são capazes de solubilizar a anilina, isto porque a anilina possui caráter básico quando visualizamos sua estrutura e identificamos a presença de um nitrogênio, o que como visto anteriormente, gera certa basicidade na molécula. Contudo, quando submetida à solubilização com HCl, após agitação, a anilina é solubilizada. Assim, conclui-se que se trata de uma base. 6) Benzofenona Devido à presença dos dois anéis benzênicos, a benzofenona é insolúvel em água. Já em relação ao NaOH e ao NaHCO3, a benzofenona não consegue ser solubilizada provavelmente devido à impossibilidade de interação entre as estruturas, provavelmente a benzofenona não interage com nenhuma das bases citadas porque o oxigênio presente na carbonila atuaria como base, desta forma reação alguma ocorre. Já quando se trata de solventes ácidos como HCl nenhuma reação foi evidenciada, tornando clara a falta de afinidade com o ácido fraco. Contudo, quando o solvente foi modificado para o H2SO4 concentrado, a benzofenona foi solubilizada, com isso é possível classificá-la como composto neutro. 7) Ácido Salicílico Como esperado, o ácido salicílico é insolúvel em água, tal fato é justificado pela presença da cadeia carbônica grande que acaba por conferir característica apolar à estrutura. Já em relação aos solventesNaOH e NaHCO3, o ácido salicílico foi solubilizado, indicando que este pode ser caracterizado como ácido forte. Utilizando da lógica, podemos concluir que se o ácido salicílico fosse submetido à solubilização utilizando dos solventes ácidos citados anteriormente, sendo estes HCl e H2SO4 concentrado, nenhum dos dois seria capaz de solubilizá-lo, gerando estruturas que tornam claras a falta de afinidade entre as espécies. 8) α-Naftol Em relação ao α-naftol, este é insolúvel em água devido á presença de dois anéis benzênicos que transformam a molécula em apolar. Já quando o solvente escolhido foi o NaOH, tem-se a ocorrência de uma reação ácido-base, isto porque o hidrogênio presente na hidroxila se caracteriza como acídico, e ao entrar em contato com o hidróxido de sódio que é uma base forte, a hidroxila que torna a molécula básica acaba desprotonando o fenol presente na estrutura do α-naftol, gerando uma solubilização mediante agitação, contudo, o mesmo não acontece quando o solvente em questão é o NaHCO3, isto devido ao fato deste não se suficientemente básico para desprotonar o α-naftol, este por sua vez se caracteriza pelo fato de seu fenol não ser ácido suficiente para ceder seu próton e gerar uma reação. Assim conclui-se que o α-naftol é um ácido fraco.
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