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Arte, Cultura e Estética / Unidade 4

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Introdução 
O que diferencia a Arte Moderna da Arte Contemporânea? Muitas vezes, quando não estamos habituados à história da arte é comum 
acharmos que tais momentos são o mesmo, inclusive usando estes termos como sinônimos. Como iremos perceber em nossas análises, 
apesar da pequena distância temporal que as separa, Arte Moderna e Arte Contemporânea apresentam várias diferenças. No entanto, 
embora a arte nesses dois momentos tenha caminhado para direções distintas, ainda assim aponta para objetivos em comum, como a 
busca por novas formas de representações e a reconexão entre arte e artista. Com o objetivo de compreender tais aproximações e 
distanciamentos, iremos agora analisar a arte produzida pelas Vanguardas, a arte do Pós-Guerra e a Arte Contemporânea. 
Vanguardas II 
A arte no início do século XX é marcada pela ruptura com os modelos acadêmicos promovidos pelos estilos dos séculos anteriores. Tal 
fenômeno pôde ser observado não apenas na Europa, mas também no Brasil. 
Entre o século XVI e XIX, a arte produzida no Brasil apresentou um distanciamento temporal com os modelos criados na Europa. O 
Barroco, por exemplo, desenvolveu-se na Europa durante a transição entre os séculos XVI e XVII. Já no Brasil, esse estilo manifestou-
se entre os séculos XVII e XIX. . Nesse período, os estilos desenvolvidos na Europa serão assimilados em nosso país de modo síncrono. 
Surrealismo e Abstracionismo 
O termo abstracionismo é usualmente empregado para se referir às formas de artes nas quais não existe a pretensão de imitar o mundo. 
Desse modo, o abstracionismo é um tipo de arte em oposição à figuração. O conceito de arte abstrata está ligado ao período de 
experimentações promovido pelas Vanguardas Europeias, no início do século XX. É importante lembrarmos que tais representações 
inicialmente não foram bem aceitas, pois chocaram o público e os críticos, que estavam habituados com os modelos da arte acadêmica. 
Neste sentido, existem dois principais movimentos que se organizaram de modo assumido frente às composições abstratas: o 
Expressionismo e o Fauvismo. Enquanto o Expressionismo manifestou-se principalmente na Alemanha, o Fauvismo surgiu na França, 
em 1905, e teve curta duração, extinguindo-se em 1907. 
O Surrealismo surge em um cenário posterior, em 1924. O início desse estilo remonta à publicação do Manifesto do Surrealismo, de 
André Breton. Em seu manifesto, Breton propôs a restauração dos sentimentos humanos e do instinto como modo de reestruturar a arte 
a partir das ruínas do Dadaísmo. 
A relação estabelecida entre o Surrealismo e o estilo Dadá é complexa, já que os dois são semelhantes sob diversos pontos. Embora 
ambos os movimentos atacassem as formas tradicionais de arte, enquanto o Dadaísmo propunha apenas a destruição, o Surrealismo 
pregou a destruição e a criação de novas formas, organizadas a partir de novas bases. 
Para os surrealistas, o automatismo seria capaz de revelar a verdadeira natureza individual do artista de modo mais completo e sincero 
do que as criações feitas de maneira consciente e premeditadas. O automatismo é uma técnica que é empregada tanto na escrita quanto 
na pintura. Esse método se baseia na suspensão do controle da razão, dessa forma o subconsciente é liberado. O Surrealismo buscou, 
então, a representação do irracional e do subconsciente, realizando a livre associação e a análise dos sonhos, métodos importados da 
psicanálise. Desse modo, o Surrealismo apresentou um forte caráter anti-racionalista, se posicionando de forma contrária aos modelos 
construtivistas e formalistas (STANGOS, 1991). 
Outro processo utilizado pelos surrealistas foi o frottage, que deriva da palavra frotter, e em francês significa friccionar. Nessa técnica o 
artista fricciona o lápis sobre uma superfície texturizada, copiando assim o relevo da face utilizada como base. 
 
Até 1936 o Surrealismo se configurou como um movimento predominantemente francês, concentrado em Paris, apenas após esse ano 
ele tornou-se internacional. A Segunda Guerra Mundial (1938-1945) dispersou diversos artistas europeus, muitos deles se instalaram em 
Nova Iorque, onde deram prosseguimento a suas atividades dentro do Surrealismo. Esse fenômeno ajudou no surgimento dos 
movimentos americanos no pós-guerra, como o Expressionismo Abstrato e o Pop Art. 
Entre os principais representantes do Surrealismo, destacamos dois nomes: Joan Miró (1893-1983) e Salvador Dali (1904-1989). Joan 
Miró foi um pintor e escultor catalão que fez uso do automatismo como forma de criação. Suas pinturas contam com traços nítidos e 
formas difíceis de serem elucidadas. A arte popular catalã, os desenhos infantis e as pinturas de Jeroen Bosch foram fontes de inspiração 
para este artista (STANGOS, 1991). 
 
O também catalão Salvador Dalí juntou-se ao grupo dos Surrealistas em 1929, período em que o movimento estava 
sacudido por conflitos pessoais e políticos, que posteriormente iriam fazer com que Miró se afastasse do grupo. A 
psicanálise foi de grande importância para a obra de Dalí, que contou com diversos elementos simbólicos nas 
composições. 
 
 
Vanguardas no Brasil 
Embora os estilos que estiveram inseridos nos movimentos de vanguarda tivessem características distintas, todos apresentavam um 
propósito semelhante, buscar novas formas e significados na arte. Se na Europa estilos como Cubismo, Surrealismo, Expressionismo, 
Dadá e Futurismo se manifestaram, no Brasil grupos como o Movimento Antropofágico e o Movimento Pau Brasil irão figurar como 
vanguardas. 
O Modernismo no Brasil tem como marco inicial a Semana de Arte Moderna, que ocorreu em fevereiro de 1922, um evento que contou 
com exposições de pinturas e espetáculos. No entanto, cabe ressaltar que em 1917, Anita Malfatti (1889-1964) em sua exposição já 
apresentava obras que caminhavam para o estilo Modernista. 
Embora existisse uma busca por uma estética propriamente brasileira, o Modernismo, em seu momento inicial, não estabeleceu uma 
ruptura completa com a tradição. Estilos da Vanguarda Européia foram “importados” pelos artistas brasileiros, reforçando a 
“dependência cultural” dos modelos europeus (NASCIMENTO, 2015). 
Em 1924, Oswald de Andrade (1890-1954) publica o Manifesto da Poesia Pau Brasil, o qual desencadeou o Movimento Pau Brasil, de 
caráter nativista. Embora esse grupo tenha apresentado relações com a valorização da identidade nacional, foi apenas em 1928, com 
o Manifesto Antropófago, também de autoria de Oswald de Andrade, que a cultura brasileira passa a ser entendida como detentora de 
valor próprio, e não apenas uma mercadoria de exportação, como era vista pelo Movimento Pau Brasil. 
Segundo Nascimento (2015), o Movimento Antropofágico entendia que desde a chegada dos portugueses ao Brasil, a cultura nacional 
foi feita a partir do deglutir da cultura alheia. Para o movimento, as culturas internacionais deveriam ser transfiguradas em um novo 
estilo nacional, e não apenas assimiladas e copiadas. Nesse sentido, a arte desse movimento volta-se para o primitivismo e a abolição do 
eruditismo. 
Tanto o Movimento Pau Brasil quanto o Movimento Antropofágico tiveram suas ideias reverberadas em diversos campos, como a 
literatura e as artes visuais, tal qual a pintura e a escultura. 
 
Entre os principais artistas no Brasil, nesse período, destacam-se Anita Malfatti (1889-1964), Cândido Portinari (1903-1962), Tarsila do 
Amaral (1886-1973), Di Cavalcanti (1897-1976) e Victor Brecheret (1894-1955). As obras Modernistas Brasileiras são marcadas pela 
presença de temas regionais, discussões e críticas sociais, linhas curvas e sinuosas, assim como liberdade tonal e compositiva. 
Vamos Praticar 
O Surrealismo surgiu em 1924, com a publicação do Manifesto do Surrealismo, por André Breton. Um dos pontos destacados nesse 
manifesto foi a restauração dos sentimentos humanos. A partir do apresentado e considerando o Surrealismo nas artes visuais, assinale 
a alternativa correta.Resposta: c) No Surrealismo, técnicas como o automatismo eram empregadas. Feedback: alternativa correta, pois uma 
das principais técnicas usadas no Surrealismo era o automatismo, nela as composições eram criadas a partir do 
subconsciente do artista. 
 
 
A Arte do Pós-Guerra 
Caro(a) estudante, conforme apontamos ao decorrer de nossos estudos, o contexto social, econômico e político no qual uma sociedade 
está inserida irá influenciar no modo como a sua arte é produzida. Dessa maneira, conflitos como a Segunda Guerra Mundial (1939-
1945) determinaram não apenas os caminhos que as civilizações seguiram, mas também os rumos tomados pela arte. 
Segundo Daldegan e Dottori (2016), após a Segunda Guerra Mundial o centro de cultura artística deixa de ser a Europa e se torna os 
Estados Unidos. No entanto, ao contrário do que ocorrera no cenário europeu, a arte nas Américas assumiu um espaço apartado do resto 
da comunidade. Cabe ressaltar que, diferente da Europa, a arte no continente americano não derivava do espaço dentro da comunidade, 
o que permitiu que ela se visse livre de censuras e ostentasse a coragem do excessivo. 
Neste sentido, o Expressionismo Abstrato surgiu nos Estados Unidos em 1952, o primeiro estilo pictórico norte-americano a ganhar 
reconhecimento internacional. Uma das principais características desse movimento foi a recusa dos estilos técnicas tradicionais. 
 
Um dos mais importantes nomes dentro do Expressionismo Abstrato foi Jackson Pollock (1912-1956). Em sua obra, esse artista 
abandonou a pintura de cavalete, colocando uma tela de grandes dimensões no chão sobre a qual adotava as técnicas de tinta respingada 
e jogada, além de pincéis secos, varetas e colheres de pedreiro como ferramentas de pintura. As pinturas de Pollock são marcadas pelo 
radicalismo técnico e pelo radicalismo ideológico. A técnica empregada por Pollock, denominada action painting, na qual a tinta é atirada 
ao ritmo do gesto do artista, torna a obra de arte fruto da relação corporal estabelecida pelo artista com a pintura. Desse modo, a arte, 
criada de forma espontânea, torna-se a expressão de uma personalidade individual (STANGOS, 1991). 
Ainda neste cenário, o Pop Art surgiu em 1955 nos Estados Unidos e na Inglaterra, convertendo-se em estilo em 1960. Embora o Pop 
Art tenha avançado por etapas lentas em meio ao predominante Expressionismo Abstrato nos Estados Unidos, foi nesse país que esse 
estilo ganhou raízes mais sólidas do que em qualquer outro lugar. A pintura norte-americana do segundo Pós-Guerra foi sistematicamente 
nacionalista, a arte pop tornou-se o instrumento ideal para enfrentar o ambiente humano norte-americano. 
Nas obras do Pop Art existe o retorno à arte figurativa, em oposição ao Expressionismo Abstrato. Elementos da iconografia da televisão, 
fotografia, quadrinhos, cinema e publicidade eram explorados. Os signos estéticos massificados da publicidade eram empregados com 
o objetivo de criticar ironicamente o bombardeamento da sociedade pelos objetos de consumo (STANGOS, 1991). 
As temáticas retratadas eram extraídas do meio ambiente urbano das grandes cidades e da ausência de planejamento crítico. Os artistas 
tinham preferências por referências ao status social, à fama, à violência, aos símbolos da tecnologia industrial e à sociedade de consumo. 
 
Nas telas, é possível notar a combinação de pintura com objetos reais em escala natural ou ampliada, como uma nova forma dadaísta. A 
primeira vista há um ressurgimento das técnicas desse estilo, no entanto não existe o respaldo da filosofia Dadá. Os artistas pop 
encontraram um aspecto positivo na oposição à arte que o Dadaísmo propunha, viram nela alguma coisa a partir da qual fosse possível 
construir. O contexto para a criação do Pop Art é o estilo de vida pop, esse estilo artístico é um subproduto do estilo de vida da época, 
reflexo da Revolução Industrial e a da série de revoluções tecnológicas que lhe sucederam (STANGOS, 1991). 
Um dos artistas mais expressivos dentro desse movimento foi o pintor e cineasta norte-americano Andy Warhol (1927-1987). Andy 
Warhol mostrou o seu ponto de vista da produção mecânica da imagem em substituição ao trabalho manual. Produziu uma série de 
imagens na qual retratou figuras conhecidas como Marilyn Monroe. A técnica da serigrafia foi empregada para produzir grande parte de 
suas obras. 
Vamos Praticar 
Jackson Pollock (1912-1956) foi um dos grandes pintores dentro do Expressionismo Abstrato desenvolvido nos Estados Unidos. Uma 
das técnicas empregadas por Pollock foi o action painting. Considerando a obra desse artista, assinale a alternativa correta. 
Resposta: b) Na técnica action painting a arte surge como fruto da ação corporal do artista. 
Feedback: alternativa correta, pois nessa técnica o artista caminha pela obra atirando tinta sobre a tela. Desse modo, 
a sua ação corporal influencia no modo como a obra é concebida. 
Arte Contemporânea, Cultura e Estética I 
Não existe uma data exata que determine a partir de que ponto inicia-se a Arte Contemporânea. De forma geral, convenciona-se adotar 
o início da Arte Contemporânea na década de 1960 com os estilos como Pop Art e a ruptura com a pauta do Modernismo. Desse modo, 
em nossos estudos iremos compreender a Arte Contemporânea como a arte produzida entre a década de 1960 até os dias atuais. 
A arte criada nesse cenário também é denominada como Pós-modernismo ou Pós-vanguardas, como uma forma de designar uma 
mudança pragmática nas artes. No entanto, Heinich (2014) nos convida a fazer a seguinte reflexão: seria a arte contemporânea um novo 
paradigma artístico, ou então, apenas um novo período na história da arte? 
Na Arte Contemporânea uma das maiores mudanças diz respeito ao status da obra de arte. Em períodos anteriores a obra de arte era 
entendida como o objeto proposto pelo artista, já na atualidade, o conjunto de operações provocadas por sua proposição, pode ser 
entendido como arte. Um exemplo são as performances e os happenings. 
Ainda que a obra de arte apresente materialidade física, assim como na Fonte, de Duchamp, a arte não reside apenas no material, mas 
sim no contexto em que a obra foi proposta. Desse modo, o discurso sobre a obra é também parte da obra de arte. 
A partir da década de 1960, em decorrência dos novos meios de comunicação e novas tecnologias, assim como o rompimento com as 
linguagens tradicionais, a arte passou a se instalar em ambientes comuns, integrando-se ao cotidiano da sociedade. Nesse sentido, a arte 
passa a se preocupar com novas questões, como despertar ideias, sensações e emoções no observador, que agora já não é mais um simples 
espectador, mas também um coautor da obra. Outra característica comum às obras de arte da atualidade é a incorporação de materiais 
inusitados, bem como a inserção das novas tecnologias (HEINICH, 2014). 
Segundo Pieri (2012), a partir de 1960 diversos artistas empregaram em suas obras os novos materiais que passaram a ser 
comercializados, como o acrílico, nylon, polietileno e poliestireno. No entanto, a autora destaca que a Arte Contemporânea vai além em 
sua busca por novos materiais. Matérias-primas inusitadas como os materiais efêmeros, degradáveis, matérias “vivas” (como insetos) e 
até mesmo alimentos vêm sendo explorados nas composições contemporâneas. 
Diante do apresentado, é possível concluir que a Arte Contemporânea, de fato, se configura como um novo paradigma. Desse modo, tais 
obras de arte devem ser contempladas dentro desse novo modelo. O que percebemos, na atualidade, é o conflito entre obra e o modo 
como ela é apreendida, que quase sempre é feito remetendo ao modelo clássico ou moderno. 
Ao observarmos um tipo de arte sem percebermos o paradigma sob o qual foi criado, sofremos o risco de não conseguir entendê-la como 
arte e aceitar suas razões. Desse modo, não é incomum ouvirmos comentários criticando a Arte Contemporânea, que muitas vezes 
desencadeiam até mesmo protestos violentos.Reflita 
Pensar e fazer Arte Contemporânea traz diversos desafios. A proximidade temporal faz com que se torne mais complexa a identificação 
do que é arte. Estamos habituados a pensar a arte a partir do que já está definido pela sua própria história. No entanto, a Arte 
Contemporânea, aquela que acontece hoje, ainda não chegou aos livros. Ela faz parte do tempo vivido e não do tempo passado, desse 
modo, a sua análise demanda nossa constante interpretação. 
Vamos Praticar 
A Arte Contemporânea compreende as obras de arte produzidas entre a década de 1960 até os dias atuais. A arte desse período é marcada 
pela pluralidade, tanto com relação aos temas tratados quanto às técnicas e materiais empregados. A partir do apresentado, assinale a 
alternativa correta. 
Resposta: d) A Arte Contemporânea emprega materiais inusitados em suas composições.Feedback: alternativa correta, pois materiais 
diversos, como alimentos, insetos, objetos retirados de seu contexto, são utilizados nas composições da Arte Contemporânea. 
Arte Contemporânea, Cultura e Estética II 
A Arte Contemporânea se distancia dos modelos de arte produzidos até então não apenas no que diz respeito aos meios e técnicas 
empregadas, como discutimos no tópico anterior. Segundo Heinich (2014), a Arte Contemporânea se encontra relacionada com o tempo 
de modo bastante distinto do apresentado nas artes de períodos anteriores. 
Mas afinal, como a temporalidade influencia o mundo da arte? Um dos primeiros pontos a considerarmos é o tempo de reconhecimento 
de uma obra de arte, que sofreu uma aceleração nas últimas décadas. No passado, muitos artistas tinham sua obra reconhecida apenas 
após a sua morte. Hoje, o intervalo entre a finalização de uma obra e o seu reconhecimento é muito mais curto, esse processo é mais 
rápido e dinâmico do que era no passado. 
Outro ponto que cabe ressaltar é a proximidade temporal na qual nos encontramos com relação a tais obras. Ao contrário da arte produzida 
até meados do século XX, muitas das produções contemporâneas ainda não foram sistematizadas e catalogadas. Por esse motivo, muitas 
vezes as obras de Arte Contemporânea fogem de nossas classificações, tornando suas análises mais complexas. Desse modo, iremos 
agora traçar um panorama sobre as principais manifestações da Arte Contemporânea no mundo e no Brasil. No entanto, caro(a) estudante, 
lembre-se de que a Arte Contemporânea engloba tudo aquilo que é produzido nos dias atuais. 
Arte Contemporânea no Mundo 
O período em que vivemos é marcado pelo desenvolvimento tecnológico e pela globalização. Deste modo, as referências visuais, os 
estilos e as tendências no mundo da arte reverberam de maneira muito mais dinâmica do que era no passado. Se por um lado tais 
características implicam na uniformização do acesso às informações, por outro, elas também dificultam no discernimento entre o que é 
arte e o que é entretenimento. 
Segundo Kunzler (2010), a Arte Contemporânea está inserida em um contexto complexo e indefinido, o que resulta em uma arte múltipla 
que encontra os mais diversos canais para se manifestar. Desse modo, na Arte Contemporânea iremos encontrar novas manifestações 
como: 
• Happenings : Um acontecimento ou fenômeno de estrutura flexível se configura como arte, e não o seu produto final. 
• Performances : Apresentação ao público no qual o espectador participa da cena. 
• Land Art: Trabalhos criados fora do atelier, no qual o entorno é transformado. 
• Instalações: Obras que integram o espaço da exposição como componente da obra de arte. 
• Vídeo-Art: Obras que usam o vídeo como suporte e recurso de linguagem. 
Entre os principais artistas contemporâneos destacam-se a alemã Eva Hesse (1936-1970), o norte-americano Walter de Maria (1935-
2013) e o inglês Richard Long (1945). 
Arte Contemporânea no Brasil 
A Arte Contemporânea no Brasil é marcada por nomes como Lygia Clark (1920-1988), Ferreira Gullar (1930-2016), Hélio Oiticica 
(1937-1980) e Lygia Pape (1927-2004). 
Embora as primeiras obras de Lygia Clark, do final da década de 1940, fossem pinturas tradicionais sobre tela, essa artista consolidou 
sua produção por meio de objetos tridimensionais, como esculturas e instalações. A série de esculturas Bichos, na década de 1960, 
marca a transição da obra de Lygia. Essas esculturas foram concebidas para permitir que o espectador manipulasse as peças, desse 
modo, a arte só acontece quando o espectador interage com a obra tornando-se também coautor (PIERI, 2012). 
Hélio Oiticica, pintor e escultor, também propôs em suas criações que o espectador e a arte interagissem. Na instalação Tropicália o 
público é convidado a caminhar descalço por um cenário com vegetação, areia, brita e água. Desse modo, o artista procura estimular 
não apenas a visão, mas também os demais sentidos do ser humano. 
A artista Lygia Pape, em sua instalação Divisor, na qual o público “veste” um enorme tecido suspenso, colocando a cabeça nas 
aberturas criadas para essa finalidade, explora as relações que a arte estabelece com a ação coletiva. A obra dessa artista também é 
marcada pela ironia e as críticas políticas. Em Caixas de Baratas, Pape dispôs baratas enfileiradas em uma caixa de acrílico, com o 
fundo em espelho. Ao observar a obra, o público vê não apenas os insetos, mas também o seu próprio reflexo. 
Segundo Pieri (2012), o Neoconcretismo no Brasil foi o responsável por separar Arte Moderna da Arte Contemporânea no país. Cabe 
ressaltar que o Modernismo, que teve como marco inicial a Semana de Arte Moderna, em 1922, foi essencial para a formação da 
identidade artística nacional. 
Além dos artistas apresentados, ao tratarmos da Arte Contemporânea no Brasil é importante apontarmos o papel das Bienais. A 
primeira Bienal Internacional de São Paulo ocorreu em 1951, no entanto, desde o final de 1948 já existia uma articulação para criar um 
evento capaz de selecionar as obras dos artistas nacionais mais significativos dentro das tendências da Arte Moderna. Além das obras 
nacionais, na primeira Bienal foram expostos também trabalhos de Modernistas consagrados, como Pablo Picasso e René Magritte. No 
entanto, cabe frisar que a Bienal não teve como propósito popularizar o acesso à arte. Esse evento surgiu como um produto cultural 
reflexo das relações sociais entre produtores culturais, para atender às demandas das elites culturais (AMARAL, 2003). 
Arte Pública 
A arte pública está voltada para o espaço, seja ele nas galerias, nas áreas naturais ou urbanas. Nesse sentido, diversas linguagens são 
desenvolvidas, como performances, instalações, graffiti, land art, entre outros. 
Segundo Curi (2004), o land art teve ligações diretas com o movimento Minimalista que surgiu nos Estados Unidos. Essa relação é 
evidenciada pela defesa da indissociação entre arte, natureza e realidade. Os artistas de land art buscavam explorar a articulação entre 
exterior e interior arquitetônico. Desse modo, tanto os artistas do Minimalismo quanto os do land art propuseram a experiência da 
espacialidade sem a implantação de objetos. 
Um dos nomes da Arte Pública contemporânea no Brasil é o artista plástico Nelson Félix (1954). Entre suas principais obras destacam-
se Grande Budha e Mesa, ambos idealizados pelo projeto Fronteiras, do Itaú Cultural. 
Saiba mais 
O artista plástico Nelson Félix nasceu no Rio de Janeiro, em 1954. Desde 1980 esse artista realizou exposições individuais, não apenas 
no Brasil, mas também internacionalmente. Entre as suas obras, Nelson Félix explora diversas formas de expressão, como esculturas, 
desenhos e fotografias. 
Vamos Praticar 
A Arte Contemporânea é marcada pela variedade de canais encontrados como linguagem. Além das tradicionais pinturas e esculturas, 
a arte nos dias de hoje pode ser concebida em novos veículos como os happenings, que são: 
d) Acontecimentos de estrutura flexível e sem interação do público. Feedback: alternativa correta, pois nos happenings a arte não é 
umproduto final, mas sim o próprio acontecimento/fenômeno. 
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