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Diabetes (resumo)

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Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes 
Introdução
Diabetes Mellitus (DM) inclui um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia, resultante de defeitos na secreção de insulina e/ou em sua ação. A hiperglicemia se manifesta por sintomas como poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia e visão turva ou por complicações agudas que podem levar a risco de vida: a cetoacidose diabética e a síndrome hiperosmolar hiperglicêmica não cetótica. A hiperglicemia crônica está associada a dano, disfunção e falência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sangüíneos. É um problema que cresce de forma acentuada em todos os países, estejam eles em desenvolvimento ou desenvolvidos. Diversos fatores associados são responsáveis pelo aumento da prevalência do diabetes são eles: rápida urbanização, transição epidemiológica, transição nutricional, maior frequência de estilo de vida sedentário, maior frequência de excesso de peso, crescimento e envelhecimento populacional e, também, à maior sobrevida dos indivíduos com diabetes. Apesar de ser uma doença que abrange grande parte da população muitos governos, sistemas de saúde pública e profissionais de saúde ainda não se conscientizaram da atual relevância do diabetes e de suas complicações e por isso essa doença pode não ser detectada inicialmente, protelando o tratamento e aumentando o desenvolvimento de suas complicações. Para que isso não ocorra é necessário que órgãos governamentais e sociedade civil se organizem a fim de desenvolverem ações orientadas para prevenção, detecção e controle do diabetes. 
Epidemiologia 
O DM possui grande heterogeneidade pois apesar de existirem evidências de que indivíduos com diabetes mal controlado ou não tratado desenvolvem mais complicações do que aqueles com a doença bem controlada, em algumas circunstâncias, as complicações do diabetes são encontradas mesmo antes da hiperglicemia. Muitos estudos epidemiológicos elucidam um importante papel do meio ambiente no início da vida, tanto na fase intrauterina como nos primeiros anos de vida.
Morbidade 
Tanto a incidência quanto a prevalência de casos da doença são de grande importância para servir de parâmetro a respeito da avaliação do impacto produzido por medidas de prevenção, como também para indicar a magnitude que a carga atual da doença representa para os sistemas de saúde e para a sociedade. Algo importante a se destacar é o aumento da prevalência do diabetes nos países desenvolvidos principalmente devido a contribuição de indivíduos com diabetes nas faixas etárias mais avançadas, já em países em desenvolvimento todas as faixas etárias são atingidas.
Mortalidade
A quantificação da mortalidade por diabetes apresenta obstáculos, pois, por um lado muitos países não possuem informações sobre a mortalidade pelo diabetes e por outro acontece grande parte das vezes a omissão dessa doença nas declarações de óbito pelo fato de serem suas complicações, principalmente as cardiovasculares, as que figuram como a causa de óbito.
Complicações e doenças associadas ao diabetes
O diabetes está relacionado principalmente a agravos, que podem ser diretos ou não, no sistema musculoesquelético, no sistema digestório, na função cognitiva e na saúde mental, além de ser associado a diversos tipos de câncer. Pode também gerar complicações que ocasionam em retinopatia, nefropatia, neuropatia, doença coronariana, doença cerebrovascular e doença arterial periférica. O diabetes também pode aumentar a gravidade de várias doenças endêmicas como tuberculose, melioidose e infecção pelo vírus da dengue.
A carga do diabetes para a saúde pública
A maioria dos países gasta aproximadamente 5 e 20% do seu gasto total em saúde com casos de diabetes. Além de afetar na qualidade de vida da população o diabetes também gera um grande impacto econômico nos países e nos sistemas de saúde, devido a maior utilização dos serviços de saúde, e a necessidade de cuidados prolongados para tratar suas complicações crônicas, como insuficiência renal, cegueira, problemas cardíacos e pé diabético.
Prevenção 
Para que o diabetes possa ter uma prevenção efetiva é necessária uma prevenção do seu início (prevenção primária), nesse tipo de prevenção o principal objetivo proteger o indivíduo de desenvolver a doença, tendo como importância a diminuição da ocorrência de novos casos. Existe também uma prevenção de suas complicações agudas e crônicas (prevenção secundária) ou reabilitação e limitação das incapacidades produzidas pelas suas complicações (prevenção terciária).

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