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Aeroportos e Ferrovias Prof. Ms. Alexsander Amaro Parpinelli Aula 4 FERROVIAS Elementos da Via Permanente Lastro e sublastro SUBLASTRO Elemento da infraestrutura da via, empregado para evitar a penetração do lastro no solo e a contaminação do lastro por material fino decorrente do leito. Principais funções: impermeabilidade do sublastro, em relação ao solo, melhora a drenagem, evitando a erosão e a penetração da água no solo; também utilizado quando as condições do tráfego forem muito severas, ou ainda quando a altura do lastro superar 40 centímetros, por razões econômicas, já que o material do lastro é frequentemente mais caro que do sublastro. Lastro e sublastro SUBLASTRO Especificações do material para sublastro: ABNT/NBR 5564/2011 a) IG (Índice de Grupo) – igual a 0 (zero); b) LL (Limite de Liquidez) – máximo de 35; c) IP (Índice de Plasticidade) – Máximo de 6; d) Classificação pela tabela da HRB (Highway Research Board) – grupo A1; e) Expansão – máxima 1%; f) CBR (Índice de Suporte Califórnia) – mínimo de 30; g) Compactação - peso específico aparente, correspondente a 100% do ensaio de Proctor Normal; Lastro e sublastro LASTRO O lastro é a camada de material granular que fica entre o sublastro e os dormentes. Principais funções: manter a superestrutura drenada; distribuir a pressão exercida pelos dormentes à infraestrutura; envolver lateral e longitudinalmente os trilhos e os dormentes, impedindo a movimentação nesses sentidos; suprimir irregularidades da plataforma, formando uma superfície contínua e uniforme para os dormentes e trilhos; formar um suporte limitadamente elástico, atenuando as trepidações resultantes da passagem dos veículos; Lastro e sublastro LASTRO Características: Natureza do material: O mais usual é a pedra britada, escórias de aciaria e cascalho quebrado, a terra e areia, apesar de ter sido muito usado no passado, não preenchem as características recomendadas para o lastro. Granulometria (dimensões): em grandes dimensões as pedras de lastro dificultam o nivelamento e principalmente a manutenção duradoura deste. Dimensões muito pequenas acarretam a rápida colmatagem (atulhamento por sedimentos), fazendo com que o lastro perca a elasticidade e a capacidade drenante. Lastro e sublastro LASTRO Características (Cont.): Forma geométrica das partículas: é desejável que as partículas sejam de forma cúbicas. Devem ser evitadas as de forma lamelar. Pedra britada Cascalho quebrado Escória de aciaria Lastro e sublastro LASTRO Forma geométrica das partículas Forma lamelar Forma cúbica Lastro e sublastro LASTRO Especificações do material para lastro: No Brasil, as especificações adotadas são similares às da AREA (American Railway Engineering Association): a) Peso específico mínimo: 2,7 tf/m3 (26,5 kN/m3 ); b) Resistência à ruptura: 700 kgf/cm2 (6,87 kN/cm2 ou 70 Mpa); c) Solubilidade: Insolúvel (ensaio: 7,0 dm3 de material é triturado e lavado. Em um vaso, a amostra é agitada durante 5 minutos, a cada 12 horas, por 48 horas. Se houver descoloração, é considerada solúvel e portanto, imprópria.) d) Absorção: aumento de peso < 8 gf/dm3 (ensaio: Uma amostra de 230 gf é mergulhada em água durante 48 horas); Lastro e sublastro LASTRO Especificações do material para lastro (Cont.): e) Substâncias nocivas: < 1%, em peso, de substâncias nocivas e torrões de argila (ensaio: NBR 7218:2010 (antigo MB 8) - ABNT); f) Granulometria: ¾” < d < 2 ½ “ (2,0 cm < d < 6,0 cm). (Obs.: As pedras do lastro não devem ter grandes dimensões, para não trabalharem como cunhas, diminuindo a durabilidade do nivelamento e nem pequenas dimensões, de modo a facilitarem a “colmatação” do lastro, perdendo este, sua função drenante). g) Resistência à abrasão: Ensaio Los Angeles O Ensaio de Resistência à Abrasão Los Angeles, é efetuado para verificar se a brita é, suficientemente, resistente a este tipo de esforço mecânico (NBR NM 51:2001). Dormentes Dormente é o elemento da superestrutura ferroviária que tem por função receber e transmitir ao lastro os esforços produzidos pelas cargas dos veículos, servindo de suporte dos trilhos, permitindo a sua fixação e mantendo invariável a distância entre eles (bitola da linha). Dormentes O tráfego ferroviário gera esforços no boleto dos trilhos, os quais são transmitidos para patins dos trilhos e depois para os dormentes. Os dormentes (Railway Sleepers) são dispostos de forma transversal ao sentido de movimentação dos veículos, e ficam logo abaixo dos trilhos. Os dormentes podem ser feitos de diversos materiais (ABNT/NBR 6966/1994 e 11432/1989) Madeira (ABNT/NBR 7511/2013); Concreto (ABNT/NBR 11709/2010); Aço (ABNT/NBR 11824/1991); plástico ou materiais reciclados (AREMA 2010). Dormentes Madeira Concreto Aço Plástico Pneu reciclado Dormentes Principais funções: Garantir a fixação e manter o suporte adequado e seguro aos trilhos; Manter constantemente a bitola; Amortecer a absorver os choques/vibrações da passagem das composições; Distribuir e transmitir ao lastro os esforços recebidos dos trilhos; Prover a suficiente estabilidade da via no sentido transversal, vertical e longitudinal; Manter o alinhamento longitudinal e transversal da via (assegurar alinhamento e nivelamento da via férrea); Deve ser de fácil manuseio (assentamento e substituição) e ter longa vida útil. Dormentes MADEIRA Os dormentes de madeira são fabricados com madeira de Eucalipto replantado, e normatizados pela NBR 7511/2013, com as dimensões médias apresentadas na Tabela. Fonte: PAIVA (2016) Dormentes MADEIRA - VIDA ÚTIL BRASIL Madeira de Lei - 15 a 20 anos, dependendo do preservativo; Madeiras comuns - 5 a 6 anos, se tratados; Não tratados - 2 a 8 anos. OUTROS PAÍSES Tratados com pentaclorofenol - 15 a 25 anos; Tratados com sais hidrossolúveis – 10 a 15 anos; Não tratados - 3 a 12 anos. NOTA: O tratamento de dormentes não aumenta a sua resistência, porém aumenta sua capacidade de resistir ao apodrecimento, aumentando sua vida útil. Dormentes CONCRETO Monobloco DCP (Dormente de Concreto Protendido): mais utilizado pelas ferrovias que operam transportes em altas tonelagens e elevada carga por eixo (combinam aços de alta resistência, com limite de ruptura acima de 1 GPa, com concretos também de alta resistência, 40 – 50 MPa); Dormentes CONCRETO Bi-bloco ou misto Dois blocos de concreto, ligados por uma barra ou treliça de aço. Dormentes CONCRETO Polibloco Dois blocos de extremidade de concreto armado, ligados, elasticamente, por um bloco intermediário de concreto (viga). A elasticidade entre os blocos é garantida por “coxins”, de um material elástico especial (pag-wood), inseridos entre as peças. Dormentes AÇO Chapa laminada, em forma de “U” invertido, com garras laterais responsáveis pela fixação no lastro, impedindo consequentemente, o deslocamento transversal da via. Dormentes PLÁSTICO Possui as mesmas características técnicas dos dormentes de madeira, sendo fabricado de plástico reciclado. Atualmente pouco aplicado no Brasil, devido a necessidade de estrutura de fabricação e tecnologia. Dormentes VANTAGENS X DESVANTAGENS – TIPOS DE DORMENTES Fonte: adaptado de Manalo et al (2010); Porto (2004); Sucena (2007) Dormentes VANTAGENS X DESVANTAGENS – TIPOS DE DORMENTES Fonte: adaptado de Manalo et al (2010); Porto (2004); Sucena (2007) Dormentes VIDA ÚTIL DE DORMENTES Trilhos FIXADORES Ligam os trilhos ao dormente; Transmitem cargas entre o trilho e o dormente. Fixadores elásticos (grampoelástico duplo) Fixadores rígidos: tirefão Fixação - GEO Placas de apoio (aço) Trilhos JUNTAS Espaços entre trilhos (emendas) O tamanho das juntas é denominado “folga de junta”; Quando a folga de junta é zero, a junta é denominada “topada”; A folga de junta varia ao longo do tempo; A máxima folga de junta entre trilhos é estimada em 2cm Talas de junção ou eclissas Trilhos Elemento da via permanente que guia o veículo no trajeto, dando sustentação ao mesmo. Principais Funções: Garantir uma superfície de rolamento para os veículos ferroviários; Receber as solicitações dos trens. Servir de guia para a via permanente ferroviária Partes do trilho (ABNT/NBR 7650/1982) Perfil Vignole – mais utilizado Trilhos Formatos (perfis) Trilhos Tipos e medidas (Norma AREMA) Trilhos DESGASTES E DEFEITOS Fissuras transversais: cavidades formadas no final da laminação que podem dar origem, posteriormente, quando o trilho estiver sob carga, a uma fratura. Trilhos DESGASTES E DEFEITOS Microfissuras contato roda – trilho (head checks) Trilhos DESGASTES E DEFEITOS Desgaste ondulatório (corrugação) Trilhos DESGASTES E DEFEITOS Laminação Trilhos DESGASTES E DEFEITOS Deformação plástica Fonte: Petroni (2006) Trilhos DESGASTES E DEFEITOS Defeitos de fabricação Fonte: Petroni (2006) Impurezas no aço Trilhos DESGASTES E DEFEITOS Fadiga: ruptura por fadiga decorrente de carregamento cíclico. Algumas estradas de ferro admitem o limite de 12 mm de desgaste vertical do boleto em linhas principais e 15 a 20 mm em linhas secundárias; O limite geralmente estabelecido para o desgaste é de 25% da área total do boleto. Trilhos CLASSIFICAÇÃO Tipos de trilhos e suas características A classificação dos trilhos é feita pelo peso por metro linear. Se a caracterização de um trilho for TR 68, significa que cada metro dele pesa 68 kg. Aparelhos de via Aparelhos de via - Aparelhos de mudança de via comuns; - Aparelhos de mudança de via especiais; - Triângulos de reversão; - Cruzamentos; - Para-choques. Aparelhos de mudança de via comuns (“chaves”) Para que o friso da roda tenha passagem livre, torna-se necessário introduzir uma aparelhagem que permita a interrupção do trilho, formando canais por onde passam os frisos Fonte: Brina β - ângulo de desvio. Aparelhos de via Aparelhos de mudança de via comuns (“chaves”) Aparelhos de via Aparelhos de mudança de via especiais; • Giradores; Aparelhos de via Fonte: Brina Girador de locomotivas Aparelhos de via Girador de vagões Aparelhos de via Aparelhos de mudança de via especiais; • Carretão; Aparelhos de via Fonte: Brina Triângulos de reversão; Cruzamentos; Aparelhos de via Fonte: Brina Para-choques de via (“gigantes”) Aparelhos de via Fonte: Brina Obrigado! Prof. Ms. Alexsander Amaro Parpinelli e-mail: alexsander.parpinelli@anhembi.br
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