Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CLÍNICA DE PEQUENOS I SISTEMA DIGESTÓRIO Bárbara Cezarino | Clínica de Pequenos I | Professor Daniel Calvo AULA 1 • Abordagem diagnóstica dos principais sintomas do sistema digestório • Etiopatogenia da êmese e bases do tratamento baseada em caso clínico • Abordagem diagnóstica e tratamento da regurgitação baseada em casos clínicos Abordagem inicial (CLÍNICA DO SIST. DIGESTÓRIO) 3, Exame físico completo Usar o bom senso – alteração dos exames por estressse, como na febre por ex. • Escore corporal • Hidratação • Palpação abdominal • Temperatura • Mucosas • Linfonodos • FC/FR 1. Resenha Identificação da idade, espécie, raça e sexo • Anamnese completa • Identificação da queixa principal • Fazer duas ou três perguntas relacionadas com os demais sistemas • Quadro agudo, crônico ou intermitente • Apetite normal, seletivo ou anorexia • Associado com outros sintomas ou doenças SINTOMAS DO DIGESTÓRIO APETITE DIARREIA VÔMITO Fisiologia do vômito Zona quimiorreceptora de disparo: o paciente estará vomitando por uma destas causas Substâncias endógenas ou exógenas na circulação Irritação ou dilatação gástrica ÊMESE E REGURGITAÇÃO: diagnóstico diferencial Caso Clínico Identificação Histórico/Anamnese Ex. Físico Cão, SRD, 10 anos • Anorexia há 3 dias • Êmese com evolução para hematêmese • PU/PD • Desidratação leve/moderada • Palpação abdominal com leve desconforto em região epigástrica • Mucosas hipocoradas • T°, linfonodos e auscultação normais • Taquipneico 4. Lista de diagnóstico diferencial Exames complementares: pedir os exames conforme a suspeita clínica (com enfoque nos sintomas) • Hemograma, • Ureia/creatinina • ALT • FA • proteínas totais • albumina • ultrassom/RX • endoscopia • pesquisa de doenças infecciosas 5. Tratamento Sintomático: • Antiemético – odansetrona e maropitan • Antiácido – famotidina e omeprazol • Protetores de mucosa – sulcrafato • Antibiótico – metronizadol • Laxante – lactulose • Dieta gastrointestinal – redução de gordura, aumento de carboidrato (alta digestibilidade) e proteína de alta qualidade • Fluidoterapia – ringer lactato/água Direcionado à causa primária Infeciosa Inflamatória Tóxica Anomalia Congênita Metabólica Obstrutiva: corpo estranho ou neoplasia Dieta ÊMESE Antecedido por náusea • Salivação excessiva • Ânsia Processo ativo Conteúdo estomacal • Alimento parcialmente digerido • pH ácido REGURGITAÇÃO Não há náusea prévia Processo passivo Alimento não chega no estômago • Alimento não digerido • pH tende a alcalino Pode estar ou não relacionado a dieta CAUSAS DE ÊMESE Tratamento Exames complementares • Omeprazol • Ondansetrona • Fluidoterapia • Urinálise (ureia e creatinina) • Ultrassom/RX • Hemograma DILATAÇÃO ESOFÁGICA/MEGAESÔFAGO Possíveis causas Doença esofágica obstrutiva Persistência do 4º arco aórtico direito (em filhotes) Estenose por esofagite, corpo estranho, neoplasia Alteração da motilidade esofágica Idiopático e miastenia gravis – são os mais recorrentes Neuropatia gravis Neuropatias periféricas, hipotireoidismo – mais raros Sintomas Histórico/anamnese→ Regurgitação crônica (come e vomita), apetite e emagrecimento Alteração no exame físico → Desidratação e em alguns casos escore corporal baixo devido ao emagrecimento Exame diagnóstico → Radiografia de tórax de suspeita de megaesôfago Tratamento: • Obstrutivo – possibilidade de cirurgia apenas em alguns casos alguns casos • Alteração de motilidade → manejo alimentar Existem casos clínicos diferentes: 1. Sem pneumonia aspirativa: apetite voraz, regurgitação, emagrecimento 2. Com pneumonia aspirativa (complicação mais comum): anorexia, tosse produtiva, secreção nasal e dispnéia Exame diagnóstico RX simples e contrastado (esofograma) A endoscopia não é feita para casos diagnósticos, apenas para procedimentos em casos crônicos e biópsias Tratamento • É feito com manejo alimentar: dieta pastosa e manter em posição bipedal, por pelo menos 20-30 minutos • Em casos onde há pneumonia aspirativa tratar com antibioticoterapia • A colocação de tubo esofágico ou gástrico não é efetiva a médio-longo prazo e apenas paliativa pois o animal continuará regurgitando a saliva e fazendo pneumonia aspirativa de forma crônica (bronquite e fibrose pulmonar) • O tratamento cirúrgico é feito apenas em alguns casos obstrutivos GASTRITE AGUDA Principais causas • Principal causa: Antiinflamatório não esteroidal (inibidores da Cox-1) • Corticosteroides • Doenças metabólicas (ex. renal, hepática) • Dieta inadequada • Agentes irritantes/corpo estranho • Doenças infecciosas • Pancreatite Sintomas • Ânsia, náusea, queimação são os sintomas iniciais, progressivamente passa para anorexia, vômito e melena (fezes com sangue digerido) • Hematêmese nos casos mais graves (úlcera) • Pode ter desconforto abdominal – porém não sente dor na hora da palpação Diagnóstico Na gastrite aguda, o tratamento é feito tirando a causa de base, pois a doença é auto limitante, assim o diagnóstico é feito pela anamnese mais o exame físico Os exames complementares que podem ser feitos para auxiliar são RX e US (mucosa intestinal; e endoscopia apenas em casos crônicos Tratamento • Manejo alimentar → evitar gordura (dieta TGI) • Anti-eméticos (ondansetrona) • Anti-ácido → omeprazol • Protetor de mucosa → sucralfato • Fluido-terapia → em casos de desidratação DIARREIAS: diagnóstico diferencial AULA 2 • Abordagem diagnóstica das diarreias incluindo anamnese, exame físico e exames complementares • Discussão das diferenças entre diarreias de intestino delgado e grosso • Causas de diarreia e seus tratamentos baseadas em caso clínicos (diarreias virais, parasitárias, protozoárias e alimentar) DEFINIÇÃO: aumento no conteúdo de água nas fezes, acompanhada ou não pelo aumento da frequência Primeira Abordagem Resenha – idade, espécie, raça • Filhotes/jovem • Adultos • Idosos Histórico clínico/anamnese • Apetite → normal, seletivo ou anorexia • Quadro → agudo, crônico ou intermitente • Número de eventos • Tenesmo Exame físico • Estado corpóreo/geral • Temperatura • Palpação abdominal • Verificar se o paciente está hipotenso → desidratação leve, moderado ou grave (pacientes graves muitas vezes não se conseguem avaliar pelo turgor da pele, mas já estão hipotensos – parvovirose) • Mucosas hipocoradas Exames complementares • Coproparasitológico → exame de diagnóstico • Hemograma → aumento de eosinófilos no caso de verminoses; porém não serve como referência de diagnóstico apenas como parâmetro • Uréia/creatinina → em caso de anorexia, apatia • ALT, FA, albumina • US, RX • ELISA Infecciosa - parasitária, protozoárias, virais, bacterianas Nutricional – dieta, alergia, ou intolerância alimentar Metabólicas – IR, IH, pancreatite Neoplasia ou CE CAUSAS DE DIARREIA Tipo de fezes • Intestino delgado → muito gases, evento isolado, volume • Intestino grosso → muito líquida e pouco volume • Melena – sangramento alto • Hematoquesia – colo ou reto Tratamento suporte • Em caso de êmese → odansetrona e omeprazol • Restrição alimentar → pobre em gordura • Manter a volemia e hidratação → fluidoterapia • Antibioticoterapia → metronizadol, sulfas, amoxacilina clavulanato GASTROENTERITE HEMORRÁGICA VIRAL • Parvovírus; coronavírus • Filhotes com menos de 1 ano de idade (são os que apresentam sintomas clínicos importantes– adultos normalmente são vacinados) • Histórico de apetite seletivoprévio ou anorexia 1 a 2 dias antes • Sintoma principal → diarreia aguda e progressiva, pastosa a liquida e odor fétido; geralmente associado a êmese • Exame físico → apatia intensa, desidratação clínica, hipertermia (febre) ou hipotermia (hipovolêmico ou em choque), líquido em alças intestinais, mucosas congestas • Diagnóstico → teste de ELISA e PCR (possui falso negativo e deve ser feito diagnóstico clínico também) • Tratamento → essencial fazer uma fluido terapia agressiva, ondansetrona e famotidina injetáveis, antibioticoterapia p/ prevenção de infeções futuras (há falta de monitoração do paciente) VERMINOSE • Nematoides: ancylostoma sp, toxocara sp → vermes redondos que causam diarreia • Cestoides: dipylidium sp → vermes chatos que não causam diarreia • Filhotes de menos de 1 ano de idade • Histórico → apetite normal (e podem apresentar parorexia - geofagia), diarreia pastosa a líquida, geralmente não há êmese • Exame físico → caquexia, pelame opaco; abdômen abaulado e mucosas hipocoradas; palpação abdominal sem maiores alterações • Diagnóstico → coproparasitológico • Tratamento p/ os nematoides → fembendazol ou albendazol, durante 3 dias e após 14 dias • Tratamento p/ os cestoides → praziquantel em dose única e repetir após 14 dias ou drontal (amplo espectro) - associação de febantel (virará fembedazol), praziquantel e palmoato de pirantel (dose única) PROTOZOÁRIOS E COCCIDIAS • Protozoários: giárdia, tritrichomonas foetus (gatos), e literatura complementar; • Coccídeas: coccidiose e isospora • Resenha: qualquer idade • Histórico: diarreia pastosa, geralmente branda e renitente e intermitente/ apetite seletivo mas raramente causa anorexia importante • Exame físico: não há hipertermia e raramente causa desidratação clínica ou caquexia • Diagnóstico: p/ giárdia → coproparasitológico 3x por flutuação com sulfato de zinco pela chance de dar falso negativo p/ coccidia e isospora → coproparasitológico tritrichomonas → PCR das fezes ou coproparasitológico teste de ELISA (SNAP) • Tratamento: p/ giárdia → fembendazol, albendazol ou metronizadol durante 5 dias p/ coccidias e isospora → sulfas tritrichomonas foetus (Gatos) → metronidazol e ronidazol Considerações importantes: Todos os contactantes devem ser tratados, sintomáticos o não É necessário higienização do ambiente e fômites com amônia quaternária Todos os animais devem ser lavados pois o risco de recontaminação é alto INTOLERÂNCIA OU ALERGIA A DIETA (enterite crônica/doença inflamatória intestinal) • A intolerância é uma resposta não imunológica a dieta ou algum componente → diarreia é isolada • A alergia é uma resposta inflamatória ou imunomediada a alguma componente → diarreia crônica e doença inflamatória intestinal/enterite crônica (pode ser linfocítica-plasmocítica ou eosinofílica) • Resenha → geralmente em adultos jovens/ gatos o principal sintoma é a êmese crônica/ em cães o principal é a diarreia crônica • Histórico → diarreia crônica, emagrecimento • Exame físico → raramente caquexia, não há febre ou desidratação, alças intestinais espessadas • Diagnóstico → endoscopia ou laparotomia para biópsia e histopatológico e diagnóstico terapêutico → corticoides e mudança da dieta (hipoalergênica – proteína inédita ou proteína hidrolisada) • Tratamento → mudança da dieta para hipoalergênica; imunomoduladores (predinisona, budesonida, metronidazol/tilosina) e reposição de cobalamina (desenvolvimento das vilosidades intestinais) OBSTRUÇÃO INTESTINAL/CORPO ESTRANHO • Resenha: geralmente jovens tem intussuscepção, já idosos com doença intestinal obstrutiva possuem neoplasia • Histórico: anorexia, êmese, constipação aguda ou diarreia • Exame físico: Palpação abdominal: presença de estrutura palpável, gases e sensibilidade Desidratação Diarréias responsivas a antibióticos: • Disbiose (alteração da flora intestinal) • Giárdia • Inflamatória Tratamento com metronizadol, tilosina e sulfas(risco de CKS) • Diagnóstico: ultrassom ou RX • Tratamento SISTEMA HEPATOBILIAR Bárbara Cezarino | Clínica de Pequenos I | Professor Daniel Calvo FISIOLOGIA HEPÁTICA O FÍGADO está localizado no sistema circulatório, recebendo um suprimento sanguíneo duplo (cerca de 20% do seu fluxo é rico em O2 e provém da ARTÉRIA HEPÁTICA, enquanto o restante 80% é rico em nutrientes e provém da VEIA PORTA), permitindo controlar as substâncias que são absorvidas em todo o intestino e determinar quais delas vão entrar, e como vão entrar, na circulação sistêmica. Os HEPATÓCITOS são as células mais importantes do fígado constituindo cerca de 2/3 da sua massa. Entre os cordões de hepatócitos estão os capilares SINUSÓIDES vasculares revestidos por células endoteliais fenestradas e descontínuas que demarcam o ESPAÇO DE DISSE, para dentro do qual se projetam abundantes microvilosidades da MEMBRANA BASOLATERAL do hepatócito que está assim em contacto direto com o sangue arterial e venoso portal. A MEMBRANA APICAL dos hepatócitos, com diferentes canais e transportadores em relação à membrana basolateral, vai ser a responsável pela formação dos CANALÍCULOS BILIARES através da formação de sulcos entre hepatócitos adjacentes. Estes canalículos biliares que se fundem para formarem DÚCTULOS BILIARES (ou canais de Hering) e depois a nível das zonas portais ductos biliares, já revestidos por células epiteliais ou COLANGIÓCITOS, permitem a excreção de bile. Para além dos hepatócitos, das células endoteliais fenestradas e dos componentes biliares, existem outros tipos de células no espaço de Disse, nomeadamente as CÉLULAS DE KUPFER (maior acúmulo de macrófagos em todo o corpo, responsáveis pela fagocitose de diversas substâncias). E as CÉLULAS DE ITO ou estreladas (reserva de substâncias lipídicas e papel na fibrose hepática patológica), para além de várias estruturas de suporte. FUNÇÕES HEPÁTICAS • Metabolismo, conjugação e excreção de diversos compostos - captação, processamento e secreção de substâncias pelo hepatócito • Síntese proteica –> Ciclo da Ureia converse Amônia em Uréia (acúmulo de ureia na urina) • Regulação do metabolismo de nutrientes – energético (glicólise e gliconeogênese), carboidratos, lipídico e proteico (hipoglicêmico) • Armazenamento de substâncias - vitaminas A, D, E, K (lipossolúveis, principalmente armazenadas nas celúlas de Ito), vitamina B12, ferro, ácido fólico, entre outras (p/ algumas destas substâncias as reservas hepáticas permitem meses a anos de privação sem consequências clínicas evidenciáveis) • Função endócrina - capacidade de converter importantes hormônios e vitaminas numa forma mais ativa. Destaca-se a hidroxilação inicial da vitamina D, a desiodinização da tiroxina (T4) em triiodotironina (T3) e a síntese de IGF-1 em resposta à hormona de crescimento produzida na hipófise • Função Imunológica - as células de Kupffer hepáticas correspondem a cerca de 80- 90% da população fixa de macrófagos do sistema reticuloendotelial. Proporcionam um importante mecanismo de filtro para a circulação sistémica não só por removerem do sangue partículas exógenas estranhas como bactérias, endotoxinas, parasitas e partículas endógenas como os eritrócitos senescentes Dúctulos biliares Canalículos biliares Células de ito Sinusóides capilares Células de ito Veia central Célula de Kupffer Espaço de disse Veia porta Artéria hepática Hepatócitos • Formação e secreção de bile – é a função hepática mais importante no que se refere ao sistema digestivo. Para que o fígado possa captar substâncias do plasma através da sua membrana basolateral e posteriormente secretá-las na sua forma modificada para a bile através da membrana apical é necessário diversos transportadores membranares, muitos dos quais ainda não identificados• Produção de albumina – manutenção da pressão oncótica (indivíduo apresente efusão – ascite) PROVA DE FUNÇÃO: albumina, conversão de amônia, retorno dos ácidos biliares PROVA DE LESÃO: ALT (quadros de morte hepática), FA (em quadros de colestase), AST e GGT (mais comum em gatos – parede de ducto biliar) • Cães – ALT e FA • Gatos – ALT e GGT SINTOMAS HEPÁTICOS • Uso de medicamentos hepatotóxicos – pouco específico • Anorexia/êmese – pouco específico • Hepatomegalia – palpação abdominal – nem sempre a causa é hepática • Icterícia – pré hepática, hepática e pós-hepática • Ascite – baixa da albumina e consequente baixa da pressão oncótica • Sintomas neurológicos como depressão, letargia e convulsão – distúrbio no ciclo da ureia DOENÇA HEPÁTICA *menos de 70 por cento de lesão com função mantida • Lesão de menos de 70 a 80% dos hepatócitos • Não há perda importante da função do fígado • A maior parte é assintomático → pois não tem perda de função; pode haver hiporexia e êmese, hepatomegalia nem sempre associada, não há ascite (não há perda de função) e geralmente não há icterícia Principais causas: Infecciosa (adenovírus,leptospivose) Inflamatoria (hepatite ativa crônica) Tóxica (aflotoxina) Medicamentosa Nódulos de hiperplasia ou neoplasia Hereditária (acúmulo de cobre) Diagnóstico: Histórico Prova de lesão → ALT, FA (até 4x o valor de referência) Ultrassom Biópsia e histopatológico para casos crônicos Tratamento: Tirar ou tratar causa de base – sintomático auto limitante Ácido ursodeóxicólico→ contração da vesícula biliar (colerético e anti-oxidante) 5 mg/kg q8 12h Contra-indicado em casos de obstrução e cálculo biliar Reavaliar exames laboratorias em 2-4 semanas Silimarina 40-250 mg/kg 12h SAMe 20mg/kg/dia IHA *mais de 70 por cento de lesão com redução de perda de função – reversível desde que comece a tratar causa de base • Anorexia, êmese associado ou não a diarreia • Não há caquexia • Raramente há ascite e pode ou não há icterícia • Gastrite – hipertensão portal resultando em má perfusão sanguínea no estômago, diminuição do turnover do epitélio gástrico, excesso de histamina • Encefalopatia hepática → acúmulo de amônia na circulação pela não metabolização em ureia no Ciclo da Ureia Amônia mimetiza benzodiazepínico Sintomas podem variar desde depressão ao estupor, alteração de comportamento ou convulsão EXCESSO DE AMÔNIA (encefalopatia hepática) 1. Indivíduo que tem elevada amônia – lesão no fígado que está com perda de função (perda de função – conversão de amônia em uréia) 3. Falha de condução – vaso tortuoso Amonia livre circulante Diagnóstico: Aumentos significativos da ALT e FA (4x mais) Proteinas totais e albumina normais Pode ocorrer aumento da bilirrubina direta Ultrassom: hepatomegalia Biópsia e histopatológico em caso de má resposta ao tratamento Tratamento: Retirar ou tratar a causa de base Gastrite aguda -> Ondasetrona/ometprazol/maropitan Ácido ursodeoxicólico Controlar a encefalopatia a hepática – controlar a elevação da amônia/Ciclo da Uréia 1. através da dieta → tratar com uma proteína de maior valor biológico 2. redução de proteases bacterianas → antibiótico – metronidazol 3. acidificação do Ph intestinal pela lactulose→ transformação da amônia em amônio – pouca absorção 4. Fluidoterapia com glicofisiológico – favorecer a excreção da amônia circulante IHC * com mais de 70 por cento de lesão com perda de função – irreversível • Irreversível devido à fibrose • Pode ocorrer anorexia, êmese e melena • Caquexia e pode ocorrer ou não icterícia • Ascite → hipertensão portal (aumento da pressão hidrostática) pela: ativação do sistema renina angiotensina aldosterona e consequente retenção de sódio) ou pela diminuição do metabolismo de cortisol endógeno e estimulação da aldosterona Hipoalbuminemia (diminuição da pressão oncótica) → diminuição da síntese de albumina • Coagulopatia – redução dos fatores de coagulação, derrames cavitários (geralmente não há sangramento espontâneo – se houver, pesquisar plaquetas) • Hipoglicemia • Encefalopatia hepática → acúmulo de amônia na circulação pela não metabolização em ureia no Ciclo da Ureia Amônia mimetiza benzodiazepínico Sintomas podem variar desde depressão ao estupor, alteração de comportamento ou convulsão Diagnóstico: ALT com aumentos discretos, FA variável → hepatócitos lesionados (inferior a quatro vezes) Albumina sérica baixa → ascite Aumento da bilirrubina direta e indireta Ultrassom microhepatia Biópsia e histopatológico Tratamento: Retirar ou tratar a causa de base Gastrite aguda -> Ondasetrona/ometprazol/maropitan Ácido ursodeoxicólico Controlar a encefalopatia a hepática Sintomático 1. Ascite → corrigir a hipoalbunemia (dieta de alto valor biológico, albumina sintética) / paracentese em caso de ascite grave (diuréticos – furosemida 1-2 mg/kg a cada 12h e/ou espironolactona 2-4mg/kg a cada 12-24h) 2. Coagulopatias → suplementação de vitamina K e complexo B ANASTOMOSE PORTOSSISTÊMICA • Alteração vascular da circulação enterohepática: O sangue é desviado da veia porta para a veia cava, sem passar pela metabolização hepática, ocasionado num acúmulo de amônia 1. Adquirida → associada com hipertensão portal/cirrose 2. Congênita → é a mais comum (filhotes), principalmente em animais com menos de 1 ano de idade mas pode ter sintomas tardios - schauzer a) intra-hepática – animais de grande porte b) extra-hepática – animais de pequeno porte (toys) Sintomas: Encefalopatia hepática ou convulsão que podem ou não estar relacionado a alimentação Diagnóstico: DIFERENCIAL → dosagens dos ác. Biliares pré e pós prandial (aumento e desvio dos ácidos biliares p/ circulação sérica) Amônia não pode ser armazenada, portanto, seu exame não é o mais ideal → sua dosagem deverá ser elevada Ultrasom/angiografia → visualização da anastomose Tratamento: Controlar a encefalopatia a hepática – controlar a elevação da amônia/Ciclo da Uréia 1. Através da dieta → tratar com uma proteína de maior valor biológico 2. Redução de proteases bacterianas → antibiótico – metronidazol 3. Acidificação do Ph intestinal pela lactulose→ transformação da amônia em amônio – pouca absorção 4. Fluidoterapia com glicofisiológico – favorecer a excreção da amônia circulante Cirúrgico → correção da anastomose – pode ser recidivo FISIOLOGIA HEPÁTICA O FÍGADO está localizado no sistema circulatório, recebendo um suprimento sanguíneo duplo (cerca de 20% do seu fluxo é rico em O2 e provém da ARTÉRIA HEPÁTICA, enquanto o restante 80% é rico em nutrientes e provém da VEIA PORTA), permitindo controlar as substâncias que são absorvidas em todo o intestino e determinar quais delas vão entrar, e como vão entrar, na circulação sistêmica. Os HEPATÓCITOS são as células mais importantes do fígado constituindo cerca de 2/3 da sua massa. Entre os cordões de hepatócitos estão os capilares SINUSÓIDES vasculares revestidos por células endoteliais fenestradas e descontínuas que demarcam o ESPAÇO DE DISSE, para dentro do qual se projetam abundantes microvilosidades da MEMBRANA BASOLATERAL do hepatócito que está assim em contacto direto com o sangue arterial e venoso portal. A MEMBRANA APICAL dos hepatócitos, com diferentes canais e transportadores em relação à membrana basolateral, vai ser a responsável pela formação dos CANALÍCULOS BILIARES através da formação de sulcos entre hepatócitos adjacentes. Estes canalículos biliares que se fundem para formarem DÚCTULOS BILIARES (ou canais de Hering) e depois a nível das zonas portais ductos biliares, já revestidos por células epiteliais ou COLANGIÓCITOS, permitem a excreção de bile. Para além dos hepatócitos, das células endoteliais fenestradas e dos componentes biliares, existem outros tipos de célulasno espaço de Disse, nomeadamente as CÉLULAS DE KUPFER (maior acúmulo de macrófagos em todo o corpo, responsáveis pela fagocitose de diversas substâncias). E as CÉLULAS DE ITO ou estreladas (reserva de substâncias lipídicas e papel na fibrose hepática patológica), para além de várias estruturas de suporte. BILE – secreção gastrointestinal essencial Funções: • É a única via de excreção de vários solutos que não são excretados pelos rins • É a secreção de várias substâncias que são essenciais para a digestão e absorção lipídica A) Ácidos Biliares Sintetizados nos hepatócitos a partir do colesterol geralmente sob a forma conjugada com glicina ou taurina formando sais de sódio 65% do peso seco da bile O fígado sintetiza apenas cerca 500 mg de ácidos biliares por dia apesar de secretar até cerca de 12-36 g de sais biliares/dia A síntese hepática de ácidos biliares é altamente auto regulada pela 7- ahidroxílase Funções: • Promover o fluxo de bile • Solubilizar o colesterol na vesícula através da formação de micelas mistas (o que impede a formação de cálculos de colesterol) • Promover a emulsificação e absorção lipídica a nível da mucosa intestinal Dúctulos biliares Canalículos biliares Células de ito Sinusóides capilares Células de ito Veia central Célula de Kupffer Espaço de disse Veia porta Artéria hepática Hepatócitos B) Bilirrubina Produto da degradação do heme Cerca de 70-80% das 250-300 mg produzidas por dia são derivadas do catabolismo da hemoglobina proveniente da destruição dos eritrócitos senescentes e o restante provém dos eritrócitos prematuramente destruídos na medula óssea e do catabolismo de outras hemoproteínas Formada pelas células do sistema reticuloendotelial (e.g.macrófagos) primariamente no baço e no fígado → Bilirrubina não conjugada: virtualmente insolúvel em água, e para ser transportada no plasma precisa se ligar reversivelmente à albumina Uma vez ligada à albumina, é transportada até o fígado onde é captada por transportadores, existentes na membrana dos hepatócitos. Dentro dos hepatócitos, a bilirrubina não- conjugada liga-se às ligandinas (ou glutationa-transferases B) que impedem o efluxo de bilirrubina de volta para o plasma, permitindo também o transporte dela para o retículo endoplasmático. Solubilização da bilirrubina através da conjugação dela com uma ou duas moléculas de ácido glucurônico e catalização pela bilirrubina uridina-difosfato glucuronosiltransferase (UGT1A1) Conjugada, a bilirrubina difunde-se passivamente pela membrana do reticulo, mas para conseguir abandonar o hepatócito precisa ser ativamente secretada para os canalículos biliares através de um transportador de membrana → multidrug resistance protein 2 (MRP2) Bilirrubina conjugada: excretada na bile, liberada no duodeno, atravessa o intestino delgado sem sofrer modificações e sem ser absorvida pela mucosa intestinal, atinge o íleo distal e no cólon sofre ação de B-glucuronidases bacterianas → hidrolisada novamente, tornando-se bilirrubina não-conjugada que por sua vez vai ser reduzida pela flora bacteriana a urobilinogênios e excretados nas fezes C) Colesterol, Fosfolipídios e outras Substâncias Secreção de fosfolipídeos – lectina (20%) Transportador membranar MDR3, ABCG5, ABCG8 Excreção de colesterol (4%) via sais biliares Maior for a concentração de fosfolípideos maio r vai ser a quantidade de colesterol que pode ser solubilizada nas micelas Se a quantidade de colesterol na bile estiver aumentada em relação às quantidades normais de sais biliares e fosfolipídios, a bile vai ficar supersaturada em colesterol aumentando a predisposição para a formação de cristais e cálculos biliares Metabolismo de bilirrubina comprometido Sinal clínico de icterícia pelo acúmulo de bilirrubina no plasma e depois nos tecidos, manifestações clínicas de coloração amarelada de pele e mucosas causada pela deposição de bilirrubina. Inicialmente com baixos níveis de bilirrubina plasmática, esta vai ser mais marcada nas escleróticas oculares devido ao seu alto conteúdo em elastina, molécula com alta afinidade para a bilirrubina Também são secretados ácidos gordos e diversas proteínas (5% do peso da bile) destacando-se a Imunoglobulina A que inibe a proliferação bacteriana nas vias biliares DOENÇA HEPÁTICA – CLÍNICA MÉDICA Sintomas • Uso de medicamentos hepatóxicos • Êmese - geralmente ocorrem só com doença hepática mais severa, frequentemente acompanhados por astenia e anorexia, podendo ser provocados por determinados odores ou alimentos ricos em gorduras. A diarreia é incomum no contexto de doença hepática exceto na patologia obstrutiva grave quando se acompanhada de icterícia marcada, devendo-se a uma diminuição de sais biliares no intestino (esteatorreia) • Hepatomegalia • Icterícia – um dos sintomas mais específicos de doença hepática (apesar de poder surgir no contexto de doença não hepática) e ocorre pelo aumento da bilirrubina plasmática e muitas vezes associa-se a colúria (urina escura) por aparecimento de bilirrubina conjugada na urina; porém se a causa da doença hepática for uma obstrução das vias biliares a icterícia pode-se associar ainda a acolia (fezes de cor esbranquiçada por diminuição da quantidade de bilirrubina e consequentemente de menos estercobilinas nas fezes), prurido (refluxo dos ácidos biliares para o plasma com deposição nos tecidos) e esteatorreia (por menos ácidos biliares no intestino) • Ascite - mais comum e precoce na patologia obstrutiva, e deve-se aos ácidos biliares não excretados que refluem para o plasma. • Sintomas neurológicos como depressão, letargia e convulsão → sintoma mais comum e mais característico de doença hepática, no entanto pode ser atribuível a muitas outras situações (insuficiência cardíaca e respiratória, câncer e múltiplas outras doenças). Quando é de etiologia hepática tipicamente surge após o exercício, é frequentemente intermitente e variável, e raramente de manhã ou após repouso. Diagnóstico A. História Clínica e Exame Físico: existência de fatores de risco (como o consumo de determinados medicamentos - hepatites tóxicas), raças predisponentes a lipidose hepática, doenças hepáticas hereditárias, diabetes, dislipidemia, obesidade e consumo exagerado de gorduras (esteatose hepática) B. Avaliação Laboratorial: Transaminases: são indicadores sensíveis de dano hepático, particularmente quando é uma lesão aguda, (hepatite aguda, por exemplo) • AST (aspartato aminotransferase) e ALT (alanina aminotransferase): A AST existe também em outros tecidos como o coração, músculo esquelético, rins, cérebro, pâncreas e, portanto, é muito menos específica de lesão hepática do que a ALT que existe primariamente no fígado. Portanto quando temos uma lesão hepática há refluxo de ambas as enzimas para o plasma com elevação dos níveis de ambas as enzimas, sendo que a ALT sobe ligeiramente mais do que a AST se a lesão for puramente hepática. A excepção é na lesão hepática alcoólica em que a elevação da AST é cerca de 2-3 vezes superior à elevação da ALT dado que o álcool tem um efeito inibidor na síntese de ALT Enzimas que refletem colestase: quando o fluxo de bile está comprometido (colestase) quer por uma obstrução intra ou extra-hepática há determinadas enzimas dos canalículos biliares que tendem a refluir para o plasma • Fosfatase alcalina (FA) e a Gama Glutamil Transpeptidase (GGT): A GGT é menos específica de colestase devido à sua distribuição difusa por todo o fígado. A elevação plasmática dos níveis da FA também não é totalmente específica de colestase primeiro porque existem outras isoenzimas da FA no osso, na placenta e em menor quantidade no intestino delgado e depois porque uma elevação dos níveis em menos de três vezespode ser vista em qualquer tipo de lesão hepática, com colestase ou não. No entanto uma elevação dos níveis de FA em três vezes ou mais ocorre primariamente numa doença hepática colestática, infiltrativa (neoplasia) ou numa doença óssea com grande “turnover”, sendo que nesta última não se verificaria uma elevação da GGT ou da ALT Bilirrubinas: Na presença de um aumento da fracção não conjugada sem aumento da fracção conjugada deve-se pesquisar a existência de uma anemia hemolítica. Se for excluída a presença de hemólise (aumento de bilirrubina não- conjugada por aumento de destruição eritrocitária), então o mais certo é estarmos perante uma doença hereditária que compromete a conjugação da bilirrubina pelos hepatócitos. Em contraste, um aumento da fracção conjugada da bilirrubina indica quase sempre uma lesão hepática ou biliar. Isto acontece porque quando há lesão hepática, o passo limitante e mais comprometido no metabolismo hepático da bilirrubina não é a captação nem a conjugação, mas sim a excreção canalicular da bilirrubina. Como apenas a bilirrubina conjugada aparece na urina a presença de bilirrubinúria é quase sempre indicativa de doença hepática Albumina: A albumina sérica é exclusivamente sintetizada pelos hepatócitos, e possui uma semi-vida de 15-20 dias; e, portanto, o seu nível plasmático não é um bom indicador de severidade numa doença hepática aguda. A hipoalbuminemia é, no entanto, comum nas doenças hepáticas crónicas como a cirrose. Na ausência de doença hepática deve-se excluir síndromes de malnutrição ou síndromes em que há aumento das perdas de albumina pela urina (por exemplo, na síndrome nefrótico) ou pelo intestino (por exemplo, na enteropatia perdedora de proteínas) Globulinas: Grupo de proteínas que circulam no plasma que englobam as globulinas gama (as imunoglobulinas), produzidas principalmente pelos linfócitos B, e as globulinas alfa e beta, produzidas principalmente nos hepatócitos. Numa doença hepática crónica o fígado falha no processo de filtração de antígenos bacterianos da flora intestinal que passam assim para a circulação sistémica estimulando os linfócitos a produzir imunoglobulinas ao mesmo tempo que a produção de globulinas alfa e beta pelos hepatócitos está comprometida. Esses 2 fenómenos (aumento da fracção gama e diminuição da fracção alfa e beta) produzem um padrão electroforético característico de doença hepática crónica, onde não se consegue distinguir as diversas fracções – fusão beta-gama Amônia: é produzida no corpo durante o metabolismo normal das proteínas, mas também pelas bactérias intestinais. Numa doença hepática grave o fígado deixa de metabolizar a amónia em ureia e desta forma os níveis de amónia plasmática aumentam, podendo ter um papel patogénico na encefalopatia hepática. Não é, no entanto, uma análise de rotina no estudo de doença hepática apesar de o seu doseamento poder ter interesse no diagnóstico de encefalopatia hepática. Tempo de protrombina: Com a excepção do fator VIII (produção endotelial), os fatores de coagulação são produzidos exclusivamente nos hepatócitos. A sua semi-vida é muita mais curta do que a da albumina, variando de 6h para o fator VII até 5 dias para o fibrinogénio. Por essa razão o tempo de protrombina é a medida isolada mais útil e eficaz para avaliar a função de síntese hepática adquirindo um importante papel diagnóstico e prognóstico. No entanto, não nos podemos esquecer que situações que levem a uma deficiência de vitamina K, como qualquer situação que leve a uma má absorção lipídica (doença hepática ou não hepática) também prolongam o tempo de protrombina. Assim um prolongamento marcado do tempo de protrombina não corrigido com a administração de vitamina K parentérica indica uma grave lesão hepática e é um importante fator de mau prognóstico. SISTEMA URINÁRIO Bárbara Cezarino | Clínica de Pequenos I | Professor Daniel Calvo FISIOLOGIA RENAL ANATOMIA DO SISTEMA URINÁRIO A. DOIS URETERES B. BEXIGA/ VESÍCULA URINÁRIA C. URETRA D. RINS (unidade funcional do sistema urinário) no espaço retroperitonial O sangue é filtrado nos rins, onde os resíduos são coletados em forma de urina, que flui para pelve renal, pelos ureteres até a bexiga urinária, onde será armazenada até sua eliminação pela uretra Função renal: os rins têm como função regular e purificar a concentração da maioria dos constituintes do líquido extracelular • Regulação do meio interno • Excreção de resíduos e de toxinas exógenas • Controle da pressão arterial (VASOPRESSINA) • Produção de hormônio (ERITROPOETINA) e outras subs. (RENINA) • Metabolismo de substâncias Estrutura anatômica e macroscópica: córtex e medula NÉFRONS - unidade morfofuncional dos rins – Glomérulo e Cápsula de Bowman + Sistema Tubular: • Glómérulo – é uma rede de capilares revestidos pela Cápsula de Bowman que emerge da arteríola aferente composta pelo endotélio capilar, membrana basal e epitélio renal (podócitos) • Cápsula de Bowman- a pressão arterial faz com que água e outros solutos do sangue sejam ulfiltrados do Glomérulo para a cápsula de Bowman • Túbulo contorcido proximal – é onde ocorre a Reabsorção Conforme o filtrado passa ao longo dos diferentes segmentos tubulares, a maior parte da água e dos eletrólitos são reabsorvidos para o sangue, mas quase todos os produtos do metabolismo são eliminados pela urina • Alça de Henle – onde ocorre troca continua para manutenção dos constituintes líquidos • Túbulo contorcido distal – é onde ocorre a secreção de íons e toxinas • Túbulo coletor/ductos coletores - o líquido é esvaziado no túbulo coletor, onde a urina já está formada e passa para pelve renal O Sistema Tubular é responsável de Reabsorção e Secreção, enquanto o Glomérulo e a Capsula de Bowman são responsáveis pela filtração do sangue fluído para dentro do rim provindo da artéria renal para arteríola aferente. 1. FILTRAÇÃO GLOMERULAR 2. REABSORÇÃO 3. SECREÇÃO 4. EXCREÇÃO 5. MICÇÃO 1. FILTRAÇÃO GLOMERULAR – Corpúsculo Renal O sangue flui para dentro do rim através da artéria renal, que forma capilares (arteríolas aferentes) que são associados Glomérulo); a pressão arterial faz com que água e outros soludos do sangue sejam filtrados para a Cápsula de Bowman e o líquido filtrado (líquido glomerular) flui para o Túbulo proximal. Possui uma permeabilidade seletiva – substâncias entre 1,8 nm e 4,4 nm de carga fazendo com que ânions sejam pobremente filtrados (albumina não consegue ser filtrada, por exemplo, é grande demais) Fatores hemodinâmicos do processo de filtração: • Pressão Hidrostática (volume) • Pressão Oncótica ou Coloidosmótica (proteínas plasmáticas) • Pressão exercida do corpúsculo glomerular FORMAÇÃO DA URINA 2. REABSORÇÃO – Ao longo do segmento tubular Transferência de água e solutos do lúmen do néfron para o fluído extracelular; ela é favorecida pela baixa pressão nos capilares peritubulares O túbulo proximal reabsorve a maior parte do sódio, cloreto, bicarbonato e potássio filtrados e praticamente toda a glicose e aminoácidos filtrados por transporte ativo ou passivo → a maior parte do transporte no néfron é mediada por proteínas de membrana (carreadores) que exibem saturação (saturação do transporte – corresponde à taxa máxima do transporte que ocorre quando todos os carreadores disponíveis estão ocupados pelo substrato). Líquido filtrado – 180 L/dia Líquido eliminado na urina 1,5/dia O volume de plasma sanguíneo que entra na arteríola aferente é de 100%, porém apenas 20% desse volume é filtrado, 80 por centro dele voltará pela arteríola eferente. Desses 20%, mais de 19% do fluido é reabsorvido nos Túbulo Proximal pelos capilares peritubulares (assim, 99% do volume do plasma sanguíneoretorna para os rins e então para a circulação sistêmica). E então, apenas um pouco mais de 1% do volume sanguíneo é de fato excretado para o ambiente externo. Então, porque não filtrar direito o 1% nos Glomérulos? • Para poder eliminar rapidamente substâncias estranhas • Facilita a regulação de ions e água 3. SECREÇÃO Transferência de moléculas do fluido extracelular para dentro do lúmen do néfron • Íons, ácidos e bases orgânicas: sais biliares, oxalato, urato, toxinas, fármacos (penicilina) 4. EXCREÇÃO Transferência do conteúdo do lúmen do néfron para o ambiente externo Excreção da glicose – a excreção da glicose é zero até que o limiar renal seja atingido 5. MICÇÃO Mecanismo de micção MANUTENÇÃO DO EQUIÍBRIO ELETROLÍTICO SÓDIO • A água e o Na + estão associados ao volume do fluido extracelular e á osmolaridade • Variações na osmolaridade podem modificar o volume celular e consequentemente, a função celular Menor osmolaridade do LEC – Maior volume celular (abertura de canais iônicos da membrana – interrupção do potencial de membrana e sinalização celular) Maior osmolaridade do LEC – menor volume celular (no fígado - degradação de proteínas e glicogênio) POTÁSSIO Variações na [K +] no LEC podem alterar o potencial de repouso da célula Hipocalcemia: K sai da célula → Hiperpolarização (fraqueza dos músculos esqueléticos e insuficiência dos músculos respiratórios e cardíacos) Hipercalemia: K entra na célula → Despolarização (maior excitabilidade inicial) → Células menos excitáveis (incapacidade de repolarização) HORMÔNIO SÍTIO DE AÇÃO EFEITOS Aldosterona Túbulo Distal/Ducto Coletor Aumento de reabsorção de NaCl, H2O Aumento de secreção de K+ Angiotensina II Túbulo Proximal Aumento de reabsorção de NaCl, H2O Aumento de secreção de H+ ADH Túbulo Distal/Ducto Coletor Aumento de Reabsorção de H2O Natriurético Atrial Túbulo Distal/Ducto Coletor Diminuição da reabsorção de NaCl
Compartilhar