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UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO JUSSARA CORREIA, LARISSA SAYURI KAWAMOTO, LORRAINE KAREN DOS SANTOS, MARIA SELMA CAMARGO, ROSANGELA NUNES DE FARIAS MARTELLI. TURMA 2.N5 - Polo Presidente Epitácio, 2020. PROJETO INTEGRADOR III CONSTRUÇÃO DE BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS PARA OS TRÊS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Vídeo do Projeto Integrador https://youtu.be/xBuO4ig39-s Presidente Epitácio - SP 2020 https://youtu.be/xBuO4ig39-s UNIVERSIDADE VIRTUAL DO ESTADO DE SÃO PAULO “Como brinquedos e brincadeiras podem promover alfabetização e letramento de forma dialógica usando música?” Projeto de pesquisa apresentado na disciplina de Projeto Integrador III para o curso de Pedagogia da Fundação Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP). Tutor: (Mayara de Oliveira Maia Silva) Presidente Epitácio - SP 2020 JUSSARA CORREIA, LARISSA SAYURI KAWAMOTO, LORRAINE KAREN DOS SANTOS, MARIA SELMA CAMARGO, ROSANGELA NUNES DE FARIAS MARTELLI. Construção de brinquedos e brincadeiras. Projeto de pesquisa (Licenciatura em Pedagogia) – Universidade Virtual do Estado de São Paulo. Tutor: (MAYARA DE OLIVEIRA MAIA SILVA). Polo Presidente Epitácio, 2020. RESUMO Abordaremos a construção de brinquedos e brincadeiras para os primeiros anos iniciais do Ensino Fundamental relacionando o tema com a alfabetização e uso da música, tendo por base que o brincar é direito de toda criança e estudos comprovam que a criança aprende e se desenvolve brincando (direito infundido e garantido pela BNCC), avaliaremos como essa brincadeira permite a alfabetização e letramento, usando a música como apoio. PALAVRAS-CHAVE: Ensino Fundamental; Brincadeiras; Alfabetização; Música LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 1– DADO............................................................................................... 17 FIGURA 2– A BRINCADEIRA............................................................................ 18 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................5 2. DESENVOLVIMENTO...................................................................................................7 2. 1. Problema e objetivos.......................................................................................................7 2. 2. Justificativa.....................................................................................................................9 2. 3. Fundamentação teórica .................................................................................................10 2. 4. Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador .........................................12 2. 5. Metodologia .................................................................................................................15 3. RESULTADOS ...............................................................................................................17 3.1. Protótipo inicial..............................................................................................................17 3.2. Protótipo Final ...............................................................................................................18 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................20 REFERENCIAS .................................................................................................................21 5 1. INTRODUÇÃO As aprendizagens e o desenvolvimento das crianças têm como base as interações e a brincadeira, assegurando-lhes os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se e conhecer-se, asseguradas na organização curricular da Educação Infantil na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), estruturada em cinco campos de experiências, nos quais são definidos os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Os campos de experiências definem as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, unindo-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio sociocultural. Em todos os estudos feitos envolvendo o desenvolvimento cognitivo da criança mostra que a criança necessita da brincadeira para apreender o conhecimento e isso se aplica também na alfabetização e no letramento, estudos feitos por Vygotsky e Piaget, entre outros, destaca a importância dos brinquedos e brincadeiras na aprendizagem. Experimentos comprovam que a criança que brinca aprende e troca conhecimentos e experiências com outras crianças transformando a soma desses conhecimentos em novos saberes. Desde muito pequena a criança já desenvolve a aprendizagem com as brincadeiras na interação com a família e no meio social em que vive, então, antes de ser alfabetizada ela já possui letramento (conhecimentos) que vão ser aperfeiçoados durante sua vida e que poderão ser “bagagem” a se considerar para a alfabetização pelo professor. Os termos "alfabetização e letramento", nas últimas três décadas, ganharam estatuto de binômio: não são termos intercambiáveis, mas considerados como relacionados, sendo o último apontado como responsável por agregar novos sentidos e formas ao processo de alfabetização e novas atribuições aos professores e à educação escolar. O termo "letramento" foi rapidamente incorporado em referenciais curriculares, matrizes de avaliação da educação básica, parâmetros nacionais de avaliação de livros didáticos e de literatura e, de modo amplo, em políticas educacionais (BONAMINO; COSCARELLI; FRANCO, 2002; SOARES, 2011). 6 Nas brincadeiras as crianças cantarolam sons que apreenderam no convívio social, demonstrando o interesse e a importância da música na aprendizagem. Desde muito cedo nas cantigas de ninar, com sons que atraem sua curiosidade, ou quando cantarolam enquanto brincam já demonstram o interesse e a importância da música na aprendizagem. Vivemos num mundo sonoro, onde todos os sons podem ser usados como fonte de aprendizagem e saberes, e na educação essa “ferramenta natural” é usada como aliada na alfabetização e letramento. Portanto, em nosso Projeto procuramos estudar como brinquedos e brincadeiras podem promover alfabetização e letramento de forma dialógica, usando a música nos anos iniciais de alfabetização. 7 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Problema e objetivos Nosso Projeto se baseia na seguinte questão: “Como brinquedos e brincadeiras podem promover alfabetização e letramento de forma dialógica usando música?” Conversamos com uma professora dos anos iniciais do Ensino Fundamental para que pudéssemos ter uma ideia de como funciona uma classe do Ensino Fundamental e assim conhecer um pouco da rotina e da organização dos assuntos trabalhados em sala de aula. Conseguimos, através desta conversa, fazer um levantamento das principais dificuldades dos alunos e identificar o problema principal a ser trabalhado. Tivemos como exemplo uma aula onde a professora em uma classe do 2º ano trabalhou cantigas populares numa roda de conversa, cantou as músicas junto com a turma e desenvolveu um trabalho de escrita, leitura e associação de rimas e palavras, apresentou uma nova versão da música Boi da cara preta que já era conhecida pelas crianças, fez cartazes , propiciando conversação parainferência das mesmas sobre as rimas: 1ª aula – Roda de conversa e canto da cantiga até se tornar um texto de memória; 2ª aula – Leitura do texto coletivamente, análise das palavras e encontrar palavras ditadas pelo professor; 3ª aula – Texto fatiado: coerência e coesão; 4ª aula – Escrita de memória; 5ª aula – Ilustração a apresentação de outras versões. Com base nesta aula, discutimos o tema através dos serviços de comunicação WhatsApp e Google Meet para definir a problemática a ser desenvolvida neste projeto, de forma que dialogue com as disciplinas que estamos estudando. Visando a dificuldade, 8 apresentada pela professora da sala, em alfabetização e letramento, pensamos em fazer algo com música. Pesquisamos como essa metodologia poderia ser aplicada e quais os benefícios para as crianças de forma que auxilie no processo de ensino-aprendizagem. Descobrimos através de pesquisas na Internet e estudo das disciplinas oferecidas neste bimestre (Alfabetização e Letramento I e Arte e Música na Educação) o quanto os brinquedos e brincadeiras constituem um incentivo ao desenvolvimento de novas habilidades auxiliando no desenvolvimento motor, cognitivo, social e afetivo de cada aluno tornando o processo educacional mais interessante. Com o objetivo de promover e incentivar a alfabetização e o letramento, decidimos então trabalhar a problemática trazendo uma brincadeira e um brinquedo que provoque situações interessantes e desafiadoras para que de forma espontânea haja uma aprendizagem prazerosa, levando em consideração os saberes sócios culturais já existentes. 9 2.2. Justificativa De acordo com a teoria de Piaget, a criança já traz conhecimentos do meio em que vive e consegue fazer associações do que se apresenta a ela como problema a ser resolvido, criando sua própria resolução, mesmo que não seja aquela considerada a certa. Essa teoria que foi confirmada através de experimentos de Emília Ferreiro e outros estudiosos que aplicaram a teoria Piagetiana em crianças de várias faixas etárias e chegaram à conclusão de que as crianças já trazem uma concepção do que pode ser a escrita. Baseados nisso e na aula que uma professora aplicou numa sala de 2º ano, pensamos em aplicar a música Boi da cara preta e deixar a crianças fazerem suas próprias rimas em cima da cantiga infantil acrescentando um dado colorido, para ver qual tipo de associação fariam. Como estamos em tempos de Pandemia não tivemos como ir à sala de aula, mas uma integrante do grupo conseguiu conversar com a professora e usaremos sua experiência, assim, através das cores do dado colher as rimas e associar ao nosso projeto. Toda criança, em todo o mundo em qualquer lugar, independente da cultura brinca. O brincar faz parte de desenvolvimento infantil. Piaget, Vygotsky e vários pensadores e estudiosos comprovaram a importância das brincadeiras na aprendizagem, toda criança brinca e aprende com as interações com o meio e com os pares e as brincadeiras são usadas também para alfabetizar. Os sons fazem parte do nosso cotidiano e as crianças percebem e reagem a estímulos sonoros desde muito pequenos, se acostuma a ouvir sons musicais desde a tenra idade nos colos das mães através das cantigas de ninar e quando crescem tentam reproduzir esses sons e agregam muitos outros. Segundo Bakhtin a língua é viva e interações entre pares e a cultura social promovem novos conhecimentos, novos raciocínios e o letramento, portanto, pretendemos estimular através da interação a resolução de uma problemática levando em conta os saberes da criança, promovendo alfabetização usando um brinquedo e música. 10 2. 3. Fundamentação teórica Existe um esforço muito grande para que se transforme os alunos em leitores e assim é fundamental o papel do professor, afinal, independentemente de haver bibliotecas ou salas de leitura nas escolas, as salas de aula e os demais ambientes da escola podem ser campos férteis para que a leitura aconteça, para que as crianças sejam estimuladas, para que vivenciem práticas de leitura de livros, para que conheçam obras e escritores, tenham prazer e criem o hábito de ler. A 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, de 2016, realizada pelo Instituto Pró-Livro, nos mostra que há um crescimento entre 2011 e 2015 dos livros lidos por ano, de 4 para 4,96 em média, dos livros lidos inteiros de 2,1 para 2,43 e dos livros lidos em partes de 2 para 2,53. Apesar de ser considerado pouco, é muito bom saber que existe um aumento. A pesquisa ainda mostra que nas faixas etárias de 5 a 10 anos, quando perguntados sobre qual foi a pessoa que mais influenciou ou incentivou sua leitura, os entrevistados citam, em primeiro lugar, suas mães. Ou seja, a influência da família é também de suma importância. A importância das atividades lúdicas também se faz presente para uma maior adesão da interação em sala de aula. Segundo Huizinga (1990) a atividade lúdica se constitui numa atividade a ser realizada cujo fim está na própria realização da atividade, ou seja, uma atividade lúdica objetiva a satisfação na realização da própria atividade. Para este mesmo autor, o jogo, como uma atividade lúdica, é anterior à cultura. Logo, encontramos uma variedade infinita de jogos, nas diferentes culturas. Freire (2002) ao se referir ao jogo cultural, considera que se a cultura humana é uma construção que depende de uma atividade interior em que o jogo tem a propriedade de “sugar” para esse interior as vivências da realidade, então, o jogo se torna indispensável à formação da cultura humana. As poesias, músicas e cantigas encantam crianças e adultos com seu ritmo, sensibilidade e musicalidade e são perfeitas para apresentar os pequenos à literatura, fortalecer os vínculos familiares e auxiliar na alfabetização infantil. https://leiturinha.com.br/blog/poesia-e-infancia/ https://leiturinha.com.br/blog/5-beneficios-das-cantigas-populares-para-os-pequenos/ https://leiturinha.com.br/blog/9-maneiras-simples-de-fortalecer-os-lacos-da-familia/ https://leiturinha.com.br/blog/alfabetizacao-infantil-como-ela-deve-acontecer-e-como-preparar-seu-pequeno-para-esta-etapa/ 11 As rimas ajudam na aquisição da linguagem e no desenvolvimento de habilidades de escrita, são excelentes para ajudar as crianças a desenvolverem habilidades linguísticas iniciais, aumentando a consciência de ortografia e de fonemas, que são essencialmente os sons que compõem as palavras. Além disso, ouvir o texto lido em voz alta colabora para que os alunos entendam melhor os significados das palavras e a compreensão da linguagem e a escrita da Língua Portuguesa e em conjunto tornam o processo de alfabetização mais eficaz. No caso dos poemas, os alunos aprendem a se atentar à construção das sentenças e a usar a pontuação, o que faz mais sentido do que apenas um conjunto de regras a serem seguidas. Assim, as crianças passam a enxergar a gramática como uma arte da escrita, ajudando-as a aplicar as regras da língua de forma eficaz e elegante. As rimas introduzem os pequenos no mundo da literatura, estimulando o hábito de ler desde cedo e quanto antes esse hábito for desenvolvido, mais fácil de se tornar parte da rotina e da vida das crianças, como algo natural e prazeroso. Os poemas e textos com rimas são uma ótima maneira de introduzir os pequeninos no mundo da literatura com uma linguagem simples e lúdica, no início usando poemas mais curtinhos e simples e, conforme as criança crescem, apresentando poemas maiores e incentivando-as a escrever seus próprios versinhos trabalhando assim a linguagem escrita e expressão dos seus sentimentos. Os poemas estimulam o aprendizado e o processo de alfabetização infantil, possibilitam múltiplas interpretações, fazendo com que os pequenos se engajem em pensamentos críticos e despertandotambém sua sensibilidade. Assim, os poemas são ferramentas poderosas para ajudar as crianças a entender a linguagem, desenvolver suas habilidades de fala e escrita e se conectar a eventos culturais ou históricos. Segundo a teoria bakhtiniana a linguagem é reflexo do pensamento do indivíduo sobre o mundo e também um instrumento de comunicação, onde os mesmos interagem entre si e com o mundo sendo influenciados e influenciando as práticas socioculturais com os mais diferentes objetivos. https://leiturinha.com.br/blog/dominar-a-lingua-portuguesa-e-essencial-em-todas-as-areas-do-saber/ https://leiturinha.com.br/blog/5-livros-para-contribuir-na-alfabetizacao-infantil/ 12 2.4. Aplicação das disciplinas estudadas no Projeto Integrador As dimensões curriculares das artes visuais e da música na Educação Infantil nos mostram o quanto a música é benéfica no processo de ensino e aprendizagem. Podemos reconhecer sua influência no desenvolvimento da mente humana pois, a música treina o cérebro para formas relevantes de raciocínio. A valorização do contato da criança com a música faz com que educadores criem estratégias voltadas para essa área, utilizando a música como um importante auxílio pedagógico. A Arte e Música na Educação nos apresentou os benefícios que a música pode proporcionar aos alunos, destacamos alguns como a melhora da concentração, autoestima e a capacidade de raciocínio lógico, estimula o bom convívio social, a harmonia, o desenvolvimento da fala, da respiração, da autoestima e do próprio desenvolvimento cognitivo da criança. Tomando como referência as ideias de Teca Alencar de Brito, Koellreutter, Shafer e Delalande, a criança desenvolve a sua sensibilidade sonora e musical ao explorar e reconhecer os sons do ambiente e as múltiplas possibilidades de produzi-los. Nesse sentido, a ação do professor deve favorecer a exploração de sons a partir da escuta do ambiente, da pesquisa com diferentes materiais, músicas de diversos gêneros, envolvendo sempre o interesse e o fazer da criança. A música permite dialogar com o contexto de atuação do docente, com base em conhecimentos prévios e experiências articulando com a realidade de nossos alunos, escola e sociedade. Ensinar arte em consonância com os modos de aprendizagem do aluno, significa, então, não isolar a escola da informação sobre a produção histórica e social da arte e, ao mesmo tempo, garantir ao aluno a liberdade de imaginar e edificar propostas artísticas pessoais ou grupais com base em intenções próprias. (Brasil, 1997, p.35) Na disciplina de Alfabetização e Letramento I pudemos entender que tornar o aluno capaz de ler e escrever são processos complexos, que devem caminhar juntos, onde a alfabetização é o processo de aprendizagem onde se desenvolve a habilidade de 13 ler e escrever e o letramento desenvolve o uso competente da leitura e da escrita nas práticas sociais. Letramento é palavra e conceito recentes, introduzidos na linguagem da educação e das ciências linguísticas há pouco mais de duas décadas. Seu surgimento pode ser interpretado como decorrência da necessidade de configurar e nomear comportamentos e práticas sociais na área da leitura e da escrita que ultrapassem o domínio do sistema alfabético e ortográfico, nível de aprendizagem da língua escrita perseguido, tradicionalmente, pelo processo de alfabetização. O indivíduo alfabetizado sabe ler e escrever, porém pode estar pouco habituado a usar essas habilidades no seu cotidiano. Já o indivíduo letrado, possui domínio da leitura e da escrita nas mais diversas situações e práticas sociais. Para Vygotsky e Piaget, a aprendizagem se processa em uma relação interativa entre o sujeito e a cultura em que vive. Sendo assim, ninguém aprende pelo outro, há um contexto que, não só fornece informações específicas ao aprendiz, como também motiva, dá sentido e “concretude” ao aprendido, e ainda condiciona suas possibilidades efetivas de aplicação e uso nas situações vividas. Entre o homem e sua cultura, existem os inúmeros agentes mediadores da aprendizagem. Em Alfabetização e Letramento II a pesquisadora Emília Ferreiro, a partir do referencial de Piaget, trouxe um novo olhar sobre o processo de alfabetização, apresentando a importância do erro e dos conflitos cognitivos para o avanço do conhecimento. Para ela a língua escrita deve ser entendida como um sistema de representação da linguagem, concepção que se opõe àquela em que a língua escrita é considerada como codificação e decodificação da linguagem. Ferreiro aborda, assuntos atuais, como a entrada das novas tecnologias nas escolas e a discussão em torno do letramento, confirmando sua contemporaneidade em relação a alfabetização. A Psicogênese da língua escrita tornou-se um marco em sua produção intelectual e no que se refere ao seu pensamento construtivista sobre alfabetização no qual podemos sistematizar uma posição compartilhada por tendências de pesquisa psicológica e educativa com foco em como a inteligência é construída. 14 A disciplina de Educação Matemática nos mostrou o quanto as atividades lúdicas fazem parte do contexto cultural em que o indivíduo está inserido. “O jogo tem a propriedade de trazer as experiências do mundo exterior para o espírito humano, de maneira que, jogando com elas, a cultura possa ser criada, revista, corrigida, ampliada, garantindo o ambiente de nossa existência. Ora, todos sabemos que no nosso espírito as experiências viram imagens, viram ações internas, imaginação (...) A matéria da experiência, tornada representação mental, especialmente na atividade de jogo, ganha uma plasticidade que se distancia muito do real. E é com essa plasticidade que jogamos para criar um outro mundo, aquele ao qual podemos nos ajustar.” Freire (2002, p.88) As atividades lúdicas intencionalmente planejadas, com intervenções pedagógicas e exploradas interdisciplinarmente proporciona aos alunos um aprendizado pela simples manipulação. A tendência construtivista possibilita a compreensão da Matemática como uma construção humana resultante da interação dinâmica do homem com o meio que o circunda, constituída por estruturas e relações abstratas, que valoriza mais o processo do que o produto, onde o erro da criança passa a ser visto como fonte de aprendizagem e diagnóstico para o professor. O professor é o mediador e facilitador na aprendizagem do aluno, intervindo e problematizando. Os jogos, as brincadeiras, enfim, as atividades lúdicas exercem um papel fundamental para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e moral das crianças, onde passam a ser dinamizadores do seu próprio processo de aprendizagem e não mais um mero assimilador de conhecimentos transmitidos. 15 2.5. Metodologia Dentro da nossa problemática - “Como brinquedos e brincadeiras podem promover alfabetização e letramento de forma dialógica usando música? - pensamos numa forma de introduzir um brinquedo a partir da aula de uma professora dos anos iniciais do Ensino Fundamental para obter alfabetização e letramento através da música e conhecimentos que a criança já tem. Materiais usados: -Letra da Música Boi da Cara Preta: Boi, boi, boi Boi da cara preta Pega essa menina Que tem medo de careta -Dado de EVA (Etil, Vinil e Acetato) com cores diferentes de cada lado. A brincadeira consiste em apresentar a música original no quadro negro às crianças, cantar e discutir em sala de aula para que as crianças entendam o conceito de rimas, quando entenderem a proposta, apresentar o dado, mostrando que cada lado tem uma cor , elas irão jogar o dado, ver a cor, discutir entre elas para substituir na música a cor “Preta” pela cor que caiu no dado e a frase “....Que tem medo de careta”, por outra frase que rime com a cor que saiu. Exemplo: Joga-se o dado e sai a cor azul: Boi,boi, boi Boi da cara AZUL Pega esse menino QUE MORA NO SUL 16 Promovendo assim interações, instigando a imaginação, respeitando os conhecimentos (letramento), a curiosidade e assim o conhecer da escrita e promover a alfabetização de forma lúdica. 17 3. RESULTADOS 3.1. Protótipo inicial Diante de todo o processo de problematização e pesquisa para uma possível solução e com base na metodologia apresentada, escolhemos as cores que possivelmente mais se adequariam as rimas. Temos como exemplo: -Vermelha – pega esse menino que tem medo de abelha -Vileta – pega esse menino que ainda chupa chupeta -Rosa – pega essa menina que é medrosa -Azul – pega esse menino que mora no Sul -Amarela – pega essa menina que é tagarela -Marrom – pega essa menina que passa batom Assim, confeccionamos o dado que será utilizado na atividade: Figura 1 – DADO 18 3.2. Protótipo Final Pretendíamos uma experiencia educativa em sala de aula, porém diante da situação de pandemia COVID-19 que estamos vivenciando, adaptamos nosso projeto a implementação de forma que não oferecesse riscos a nenhuma integrante do grupo. Ao percebermos que não seria possível a experiência do projeto em sala de aula como pretendíamos, optamos em realizar a brincadeira com uma única criança, para efetivamente testar na prática nosso projeto. Uma integrante do grupo realizou a atividade com um primo de oito anos de idade onde, de maneira simples apresentou e explicou a “brincadeira” a ele. A criança por sua vez, mostrou-se tímido inicialmente e com o decorrer da atividade foi se soltando e se mostrando cada vez mais interessado. Ao jogar o dado, sua imaginação foi emergindo e quis repetir a brincadeira inúmeras vezes, jogando o dado e fazendo as rimas. Figura 2 – A BRINCADEIRA 19 Algumas rimas realizadas por ele foram: Boi, boi, boi Boi da cara roxa Pega essa criança que tem medo de coxa Boi, boi, boi Boi da cara amarela Pega essa criança que tem medo de canela Por fim, ele estava muito à vontade e pediu para continuar brincando e mostrar para sua mãe. Conseguimos assim ter uma noção da efetividade da atividade e constatamos o quanto as brincadeiras e brinquedos podem contribuir no processo de ensino- aprendizagem e o real efeito da influência que estes mecanismos trazem de maneira propícia e notória para a solução de problemas no âmbito educacional. 20 4. CONSEDERAÇÕES FINAIS A brincadeira é uma parte fundamental da aprendizagem e desenvolvimento da criança, através do imaginário infantil, é possível enriquecer o universo, as vivências e as experiências da criança, pois pela brincadeira apropria-se de sua imagem, espaço e meio sociocultural, interagindo consigo e com a comunidade, é o momento em que ela exercita todos os seus direitos e estabelece contato com os campos de experiência, como protagonista de seu desenvolvimento. Assim, com o objetivo de auxiliar na alfabetização e letramento das crianças do 2º Ano do Ensino Fundamental, criamos uma brincadeira com base no que estudamos nas disciplinas deste Semestre (Arte e Música na Educação, Alfabetização e Letramento I, Alfabetização e Letramento II e Educação Matemática). Não tivemos a oportunidade de realizar o projeto em sala de aula como imaginamos, mas realizamos de forma alternativa com uma única criança, onde pudemos constatar a efetividade da intenção do projeto pois através do brincar e consequentemente do sentimento que aflora em cada brincadeira, a criança faz a leitura do mundo e aprende a lidar com ele, recria, repensa, imita, podendo desenvolver, além de habilidades físicas e motoras, aspectos cognitivos, bem como valores sociais, morais, tornando-se cooperativo, sociável e capaz de escolher seu papel na sociedade. Ao educador é fundamental ter uma experiência educativa que visa o crescimento e evolução do ser, precisamos ir além da alfabetização e criar oportunidades para que nossas crianças possam conhecer tudo o que a alfabetização e o letramento podem proporcionar a elas. 21 REFERÊNCIAS A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR. Mec, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/abase/#infantil/os-campos-de-experiencias>. Acesso em 22 mai. 2020. BONAMINO, A.; COSCARELLI, C.; FRANCO, C. Avaliação e letramento: concepções de aluno letrado subjacentes ao Saeb e Pisa. Educação & Sociedade, Campinas, v. 26, n. 81, p. 91-113, dez. 2002. BRITO, Teca Alencar. Hans-Joachim: a música e a educação em um novo mundo, 2016. Disponível em: <https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Publicacao/37462/pdf/140?code=MZhuCCM A1WhqBd/ydTne4qkGxh9e2+h6g9lSp05Vmr963WgLDLCodvYZueKzqrfDNSa8OiCU oszkBsm5CzeGYQ==>. Acesso em 22 mai. 2020. COLELLO, Silvia M. Gasparian. Alfabetização e Letramento: Repensando o Ensino da Língua Escrita. Disponível em: <http://www.hottopos.com/videtur29/silvia.htm>. Acesso em 22 mai. 2020. EDUCAÇÃO MATEMÁTICA. Relações entre Matemática, cultura e ensino, 2020. Disponível em: https://cursos.univesp.br/courses/3025/pages/semana-2. Acesso em 06 jun. 2020. FREIRE, Paulo. Medo e Ousadia. 10ª. ed. RJ, Paz e Terra, 1986. HUIZINGA, Johan. Homo Ludens: O jogo como elemento da cultura. 2. ed. 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Acesso em 22 mai. 2020. SILVA, Simone. A teoria bakhtiniana na concepção de linguagem atual, 2020. Disponível em: < https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/a- teoria-bakhtiniana-na-concepcao-de-linguagem-atual/58360>. Acesso em 06 jun. 2020. SOARES, M. Práticas de letramento e implicações para a pesquisa e para políticas de alfabetização e letramento. In: MARINHO, M.; CARVALHO, G.T. (Org.). Cultura escrita e letramento. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2011. https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/a-teoria-bakhtiniana-na-concepcao-de-linguagem-atual/58360 https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/a-teoria-bakhtiniana-na-concepcao-de-linguagem-atual/58360
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