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Administração Mercadológica E-book 1 Anna Beatriz Cautela Neste E-book: Introdução ���������������������������������������������������� 3 PRINCIPAIS CONCEITOS DE MARKETING ��������������������������������������������������4 TIPOS DE MARKETING ��������������������������������������������9 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE MARKETING ������� 13 MARKETING 4�0 �����������������������������������������19 VALOR E SATISFAÇÃO PARA O CLIENTE ������������ 23 Considerações finais������������������������������� 33 Síntese ���������������������������������������������������������34 2 E-book 1 Marketing para o século 21 E-book 1 INTRODUÇÃO Olá, estudante! Estamos iniciando a disciplina Administração Mercadológica, na qual teremos a oportunidade de aprender sobre os conceitos fundamentais do Marketing, a evolução e as eras do Marketing, desde o seu início até os dias atuais� Vamos juntos, com- preender a importância da análise dos ambientes em que está inserido e como utilizá-lo da melhor maneira, sempre de forma ética� 3 PRINCIPAIS CONCEITOS DE MARKETING O termo Marketing é utilizado por todos nós em diver- sas situações, mas afinal, o que é Marketing? Você já parou para pensar na definição deste conceito? Veremos, a seguir, algumas definições de autores da área� São muitos os conceitos utilizados para determinar o marketing. Cada autor que retrata o conceito de marketing tenta defini-lo segundo sua visão e enten- dimento do conceito� Contudo, a palavra marketing não possui tradução para a nossa língua� Marketing é a área de conhecimento que en- globa todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumido- res, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o im- pacto que essas relações causam no bem- -estar da sociedade. (LAS CASAS, 2013, p. 10) Outra definição utilizada por Churchill e Peter (2012, p� 4) para o Marketing é “o processo de planejar e executar a concepção, estabelecimento de preços, 4 promoção e distribuição de ideias, bens e serviços a fim de criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”� Já para Kotler (2011), o marketing tem a função de identificar e atender às necessidades humanas e so- ciais de maneira lucrativa para a empresa e de fazer o gerenciamento da demanda de mercado� Churchill e Peter (2012) também comentam sobre o mercado, definindo a palavra “Marketing”, e ainda complemen- tando que as trocas de mercadorias devem atuar no sentido de satisfazer o consumidor, como também criar valor ao cliente� Uma definição mais sucinta e completa ao mesmo tempo é a de Kotler (2011), que conceitua Marketing como: “um processo social e gerencial pelo qual indi- víduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros”� REFLITA Marketing é um processo de troca envolvendo pessoas, bens e serviços, com o objetivo de alcan- çar a satisfação dos clientes ou consumidores� O conceito de marketing guia as organizações a aten- der as necessidades e os desejos de seus clientes, com mais eficiência e eficácia do que a concorrên- cia. Isso começa com um bem-definido mercado- -alvo, na compreensão de suas necessidades e na coordenação de todas as atividades que o afetam, 5 visando a satisfazê-lo e, daí, obter a rentabilidade como recompensa (COBRA; URDAN, 2017). Você percebeu que, independentemente do autor ou da definição utilizada, existem alguns termos que se repetem? Podemos ver que, de um modo geral, tais definições englobam os seguintes conceitos centrais, conforme Kotler & Keller (2012). Necessidades, desejos e demandas ProdutosMercados Conceitos Centrais de Marketing Valor, Satisfação e Qualidade Trocas, Transações e Relaciona- mentos Figura 1: Principais Conceitos de Marketing. Fonte: Adaptado de Kotler; Keller (2012) Analisaremos, a seguir, de forma detalhada, cada um desses ingredientes essenciais para que o Marketing aconteça� 6 O primeiro conceito que faz parte do Marketing é a necessidade humana: Necessidade humana: é o estado de privação de al- guma satisfação básica� As pessoas exigem alimen- to, roupa, abrigo, segurança, sentimento de posse e autoestima� Essas necessidades não são criadas pela sociedade ou empresas� Existem na delicada textura biológica e são inerentes à condição humana (KOTLER; KELLER, 2012, p. 22). Desejos: referem-se a bens e serviços específicos que satisfazem necessidades adicionais que vão além da necessidade de sobrevivência (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 4). Demandas: são desejos por produtos específicos, respaldados pela habilidade e disposição de comprá- -los� Desejos se tornam demanda, quando apoiados por poder de compra� Por conseguinte, as empresas devem mensurar não apenas quantas pessoas de- sejam seu produto, mas o mais importante, quantas realmente estão dispostas e habilitadas a comprá-lo (KOTLER; KELLER, 2012, p. 22). Produtos: “Um produto é tudo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer a uma necessidade ou desejo” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 366). Quando falamos de produtos, também incluímos os serviços� Detalharemos as principais diferenças entre produtos e serviços� Valor, custo e satisfação: como os consumidores escolhem entre os diferentes produtos que podem 7 satisfazer a certas necessidades? Esse processo consiste em responder à pergunta: Como saber qual produto conseguirá satisfazer melhor as necessida- des e os anseios do consumidor? Valor: pode ser compreendido como a diferença en- tre o que o cliente ganha ao adquirir e utilizar um determinado produto ou serviço e o que gasta para adquiri-lo� Mercado: é um grupo de indivíduos ou organizações que têm necessidades e interesses similares, e a capacidade de comprar bens ou serviços� Os merca- dos se dividem em: mercado consumidor e mercado industrial. (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 204). Trocas: Uma transação que ocorre de forma voluntá- ria entre duas ou mais partes, seja uma organização e um cliente, duas organizações, etc�, de modo a beneficiar todas as partes. De forma resumida, o processo de troca acontece entre empresa e consumidor em um ambiente, ou seja, o mercado. Em outros tempos, tal troca (ou escambo) era realizada em locais determinados, es- pecificamente para este fim, como era o caso das feiras� Nos dias de hoje, essa troca acontece tanto nos ambientes físicos quanto nos virtuais, no caso das compras on-line� Simplificando, o processo de Marketing pode ser explicado na figura abaixo, na qual encontramos os vendedores e os compradores, e a forma como se 8 comunicam para realizar as trocas� A isso chamamos de Sistema de Marketing� Mercado (Compradores) Organizações (Vendedoras) Informações Comunicações Bens e Serviços Dinheiro Figura 2: Sistema Simplificado de Marketing. Fonte: Adaptado de Kotler (2011) Como podemos verificar, o processo de marketing é complexo e envolve muitos conceitos� Podcast 1 TIPOS DE MARKETING Quando pensamos em marketing, logo pensamos em produtos e serviços, porém, esta transação pode ocorrer em diversas situações� Existem empresas cujas trocas e transações visam a atingir o lucro, outras empresas já desenvolvem transações sem fins lucrativos, porém, em todas elas existe o Marketing (CHURCHILL; PETER, 2012, p. 5). Analisemos abaixo uma síntese dos tipos de marketing� 9 https://famonline.instructure.com/files/49927/download?download_frd=1 Tipo Descrição Exemplo Produto Marketing destinado a criar trocas para produtos tangíveis� Estratégias para vender computadores� Serviço Marketing destinado a criar trocas para produtos intangíveis� Estratégia da Hertz para alugar carro para viajantes� Pessoa Marketing destinado a criar ações favo- ráveis em relação a pessoas� Estratégias para ob- ter votos para um candidato� Lugar Marketing destinado a atrair pessoaspara lugares� Estratégias para levar pessoas a passar férias na Bahia. Causa Marketing destinado a criar apoio para ideias e questões ou a levar as pessoas a mudar comporta- mentos socialmente indesejáveis� Estratégias para coibir o uso de drogas ilícitas ou para aumentar o número de doações de sangue� Organização Marketing destinado a atrair doadores, membros, participan- tes ou voluntários� Estratégias para aumentar o número de associados do fã-clube do Roberto Carlos� Tabela 1: Principais Tipos de Marketing. Fonte: Adaptado de CHURCHILL; PETER, 2012, p. 5. Outra visão das aplicações do marketing é abordada pelos autores Cobra e Urdan (2017), ao afirmarem que o marketing é aplicável em quase todas as ati- vidades humanas e desempenha papel importante na integração das relações sociais e nas relações de troca� 10 Analisemos os campos mais conhecidos de aplica- ção do marketing: • Marketing social – aquele em que a qualidade das relações sociais é avaliada por indicadores sociais, como o índice de natalidade e o de mortalidade, da- dos de saneamento básico e de qualidade de vida em geral, etc� • Marketing político – o político, em um regime de- mocrático, é um produto e, para conquistar votos, utiliza todas as técnicas de marketing� • Marketing de serviços – nos serviços em geral é aplicável o conceito de marketing, seja em serviços de lazer, como clubes, hotéis, motéis; seja em servi- ços em geral, desde serviços públicos de profissio- nais liberais até de consertos, reparos, instalações, como oficinas de automóveis, bancos, seguros, etc. • Marketing agrícola – a venda de produtos e servi- ços agropecuários pode ser regida por técnicas mer- cadológicas, como pesquisas, serviços ao cliente, etc� • Marketing industrial – a especificação do produto, no processo de pré-venda, a instalação do produto ou serviço e as garantias de pós-venda fazem parte das técnicas de marketing que podem ser adotadas para produtos e serviços industriais� • Marketing de serviços de saúde – os serviços médicos, odontológicos e de saúde em geral, como hospitais, começam a compreender que o marketing não administra a demanda de doenças, mas pode orientar a população sobre o melhor uso de serviços preventivos e de saúde em particular� 11 • Marketing de instituições que não visam ao lucro – uma empresa que não visa ao lucro, muitas vezes, transfere a posse de um produto ou serviço como uma posse lucrativa, mas não recebe dinheiro em troca� Os serviços públicos, em geral, hoje fazem marketing, sobretudo pesquisa de aceitação de seus serviços, publicidade do uso e da importância dos seus serviços, etc. (COBRA; URDAN, 2017). REFLITA O marketing não se aplica apenas a empresas, pode também se aplicar a pessoas e lugares� O marketing surgiu quando os homens perceberam que precisavam satisfazer suas necessidades para sobreviver� Nessa época, as comunidades passa- ram a crescer e o excedente produzido era trocado entre as comunidades, dando origem à atividade comercial� Essa atividade objetivava a satisfação das necessidades fisiológicas dos indivíduos por meio de trocas, dando origem ao conceito de marketing� (YANAZE, 2007). O conceito de marketing passou por diferentes fa- ses, em função do enfoque e da situação que se apresentava. A seguir, verificaremos a evolução do conceito de marketing, desde o seu surgimento, até os dias atuais� 12 EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE MARKETING O marketing existe desde sempre, uma vez que as trocas de produtos entre as pessoas acontecem desde que o mundo é mundo, porém, assim como a humanidade, seu conceito também passou por diversas fases� Analisemos, a seguir, as principais fases do marke- ting, de acordo com Cobra; Urdan (2017) e Las Casas (2013). Era da Produção: Essa fase aconteceu desde a segunda metade do sé- culo 19, até 1920. Originalmente, todas as empresas eram orientadas para a produção� Nessa era, o foco principal do negócio era a produção com grande efici- ência e, tendo um produto bom, aconteceria a venda, o marketing ficava em segundo plano. A produção era em massa e os produtos deveriam estar disponíveis em grande quantidade, com um preço acessível, as empresas produziam para depois vender� Las Casa (2013) aponta que, na era da produção, a demanda era maior do que a oferta� Após a Revolução Industrial, surgem as primeiras fábricas; até então, a produção era praticamente artesanal� As principais características dessa fase são: A oferta é menor do que a demanda; o custo do pro- duto é excessivo; os produtos e serviços possuem 13 baixa qualidade; as empresas se preocupam em au- mentar a produção e reduzir os custos; período de grande desenvolvimento tecnológico; aumento da produtividade (produção em série, especialização do trabalho); período relacionado à Revolução Industrial; a relação entre consumidores querendo comprar e produtos a serem vendidos é desequilibrada; as em- presas estão mais preocupadas em produzir, quanto maior for a produção, melhor; como há demanda em excesso, não há problemas para vender; e, por último, a demanda é maior que a oferta� Era das Vendas: Essa fase se deu entre 1920 até o início dos anos 1950. Nessa era, trabalhavam-se os estoques enca- lhados, pois o número de produção era alto e nem sempre os clientes queriam o melhor produto� O foco do negócio era na venda dos produtos finalizados, foram desenvolvidas campanhas publicitárias para influenciar os consumidores na compra. O marketing não estava presente em todas as áreas e ainda apre- sentava um papel secundário (COBRA; URDAN, 2017). Nesse mesmo sentido, Las Casas (2013) aponta que o aumento dos estoques se dá devido à oferta ser maior que a procura� Com isso, as empresas adota- ram estratégias de vendas mais agressivas� 14 Algumas das principais características dessa fase: Há um equilíbrio entre a oferta e a demanda; come- çam a aparecer muitas novas empresas, além de avanços tecnológicos importantes; os consumido- res podem escolher entre várias marcas, produtos e serviços� As empresas se preocupam em melhorar seus produtos e sua venda; a venda torna-se um dos eixos fundamentais do aspecto comercial; nesta fase, a demanda se iguala a oferta� Era do Marketing: Essa fase deu-se de 1950 até a década de 1980. Nesse período, o conhecimento adquirido com as eras anteriores está presente até os dias atuais, nas organizações de sucesso. Czinkota (2001, p. 28) evi- dencia que “a era do marketing é caracterizada pela importância colocada da identificação e satisfação das necessidades e dos desejos do consumidor an- tes de produzir os produtos”� Considerando a impossibilidade de trabalhar o marketing de forma secundária, Czinkota (2001) afirma que, nesta era, foram consideradas as informações de mercado: os produtos eram fabricados de acordo com a demanda� As empresas atentavam-se às necessidades e desejos dos clientes, o marketing estava presente em todas as áreas, tomando a frente nas estratégias do negócio� A respeito disso, Las Casas (2013) afirma que, após 1950, os empresários começaram a dar maior im- 15 portância aos consumidores e suas necessidades� Percebiam-se vantagens nos negócios em longo pra- zo, pois as vendas não eram constantes e os clientes ganharam atenção� Algumas das principais características dessa época: Os avanços tecnológicos, produtivos, organizacionais e administrativos estão presentes; surge o cresci- mento expressivo da oferta que passa a ser maior que a demanda; as empresas devem conquistar os consumidores mais exigentes, oferecendo produtos/ serviços que atendam às suas necessidades; e têm a orientação para o mercado� Era do Marketing Societal ou Relacionamento: Esse período acontece da década de 1980 até a atu- alidade� A era do marketing de relacionamento tinha uma filosofia de negócio que focava os fornecedores e em manter os clientes existentes, viam lucro com a conservação de clientes (CZINKOTA, 2001).Reforçando o ocorrido nesta era, Czinkota (2001, p. 28) comenta que foi “caracterizada por uma am- pliação da definição de clientes para incluir forne- cedores. Assim, a ênfase orientadora é desenvolver relacionamentos de longo prazo, mutuamente satis- fatórios para clientes e fornecedores da firma”. Vale notar a contribuição de Las Casa (2013) no que diz respeito ao relacionamento com o cliente, em que um cliente satisfeito faz propaganda gratuita 16 para a empresa� Para o cliente sair satisfeito de uma compra, a empresa precisa ter atendido sua neces- sidade ou desejo� As empresas que trabalham para satisfazer seus clientes são mais lucrativas� Verifiquemos algumas das principais características dessa época: A maior preocupação em satisfazer os interesses que, a longo prazo, tanto os consumidores quanto a sociedade possam ter; a orientação continua sen- do para o atendimento de necessidades dos clien- tes; existe a preocupação em manter em condições apropriadas o ambiente onde são desenvolvidas as atividades econômicas; empresas passam a se preocupar com o desenvolvimento sustentável; a demanda passa a ser menor que a oferta� Após o seu surgimento, o conceito de marketing pas- sou por diversas redefinições, de acordo com o perí- odo da história vivido, ou seja, ele foi se adaptando e evoluindo conforme com as variáveis ambientais e sociais. (LAS CASAS, 2013). Para que possamos ter uma visão geral dessa evolu- ção, estudemos o quadro abaixo, com as principais características de cada fase� 17 Evolução Conquista de clientes Conservação de clientes Concentração na eficiência da fabricação Antes de 1925 1925 a 1950 1950 a 1990 1990 em diante Era da Produção Era das Vendas Concentração na venda de produtos existentes Era do Marketing Era do Marketing de Relacionamento Concentração nas necessi- dades e desejos dos clientes Concentração nos fornece- dores e na manutenção dos clientes existentes Figura 3: Evolução do Marketing ao Longo dos Anos. Fonte: Adaptado de Cobra e Urdan (2017). Existe ainda uma nova classificação das eras do ma- rketing, mais atual, elaborada por Philip Kotler, que analisaremos a seguir� 18 MARKETING 4�0 Além da evolução do conceito de Marketing, em fun- ção do momento em que a sociedade estava vivendo, Kotler (2011) trouxe uma visão para categorizar as eras do Marketing� Para Kotler (2017), o marketing evoluiu muito, passan- do por quatro fases, também chamadas de Marketing 1.0, Marketing 2.0, Marketing 3.0 e Marketing 4.0. Empresas e profissionais encontram-se realizando práticas relacionadas às três primeiras fases, mas as maiores oportunidades estão, sem dúvidas, re- servadas aos que aderirem na era 4.0. A principal mudança ocorrida com a passagem do tempo está relacionada à forma com que o mercado é tratado – apresentada no artigo indicado a seguir: SAIBA MAIS O mundo está em constante transformação, acesse este link e conheça mais sobre as eras do Marketing� ht tps : //novaesco lademarket ing .com.br/ marketing/marketing-4-0. Nessa nova abordagem, o foco principal está em como a empresa se relaciona com o consumidor e qual a proposta de valor quando da oferta de produ- tos e serviços� 19 https://novaescolademarketing.com.br/marketing/marketing-4-0. https://novaescolademarketing.com.br/marketing/marketing-4-0. O Marketing 1.0, na era industrial, vendia um mes- mo produto para todos os consumidores interes- sados, ou seja, havia ganhado escala e processos padronizados� No Marketing 2.0, na era da informação, o consumi- dor tinha a possibilidade de comparar os produtos ofertados, ou seja, conseguia avaliar a relação custo x benefício, antes da decisão de compra� Uma situ- ação bem diferente da era anterior� O Marketing 3.0 tinha os valores como principal di- ferença das eras anteriores� Nessa fase, a exclusi- vidade e individualidade de cada consumidor eram levadas em consideração� As pessoas buscavam empresas que compartilhavam os mesmos valores� É como se os consumidores buscassem a parceria das empresas para auxiliar na solução de problemas da sociedade� Estamos agora vivendo o Marketing 4.0. Uma fase também denominada de Marketing de Conteúdo, uma era na qual temos uma maior integração entre os canais de marketing e a explosão do consumo de conteúdo digital no mundo (KOTLER, 2017). Essa nova fase do marketing permite um aprofun- damento do marketing 3.0, ainda mais centrado no cliente, com o uso de tecnologias e comportamentos que não existiam há dez anos� Vamos analisar, no quadro, abaixo um resumo das fases do marketing sob essa nova ótica: 20 Marketing 1.0 Centrado no Produto Marketing 2.0 Voltado para o Consumidor Marketing 3.0 Voltado para os Valores Marketing 4.0 Voltado para informação O bj et iv o Vender produtos Satisfazer e reter os consumidores Fazer do mundo um lugar melhor Atrair a partir de conteúdos relevantes e segmenta- dos� Fo rç as pr op ul - so ra s Revolução Industrial Tecnologia da Informação Nova onda de tecnologia A internet e a geração de conteúdo nela� Co m o as em pr es as ve em o m er ca do Compradores de massa, com necessi- dade físicas Comprador inteligente, dotado de coração e mente Ser humano pleno, com coração, mente e espírito Ambiente online efê- mero, atrair invés de incomodar Co nc ei to d e m ar ke tin g Desenvolvimento de produto Diferenciação Valores Di re tr iz es d e m ar ke tin g Especificação do produto Posicionamento do produto e da empresa Missão, visão e valores da empresa Pr op o- si çã o de va lo r Funcional Funcional e emocional Funcional, emocional e espiritual In te ra çã o co m co ns um id or es Transação do tipo um-para-um Relacionamento um-para-um Colaboração um-para-muitos Tabela 2: Comparação entre Marketing 1.0 e 4.0. Fonte: Adaptado de Kotler (2017) 21 Toda e qualquer mudança que acontece no ambiente interno e externo, diretamente no poder e nos hábi- tos de consumo do cliente, afetando diretamente o marketing� Com a movimentação para o Marketing 4.0, é neces- sário, cada vez mais, colocar o consumidor no centro das relações para conseguir atrair o consumidor na era digital� As marcas precisam criar conexões com os consumidores, sem deixar o lado humano� É im- portante entender que as empresas não têm mais controle sobre as informações, os consumidores estão mais à vontade e abertos para expressarem suas opiniões, liberdade de expressão� A imagem a seguir ilustra as principais característi- cas de cada era do Marketing� Figura 4: Marketing do 1.0 ao 4.0. Fonte: https://www.idealmarketing. com.br/blog/marketing-4-0/ 22 https://www.idealmarketing.com.br/blog/marketing-4-0/ https://www.idealmarketing.com.br/blog/marketing-4-0/ FIQUE ATENTO Você sabe qual é o principal diferencial do Marke- ting 4.0? Assista ao vídeo entenda mais sobre o Marketing de Conteúdo� Disponível em: https://youtu.be/ltE67zveDl8. Podcast 2 VALOR E SATISFAÇÃO PARA O CLIENTE Verificamos, anteriormente, que um dos princípios centrais do marketing é valor, mas, afinal, o que é valor para o cliente? Como saber se o cliente ficou satisfeito? Lembrando que tanto o valor quanto a satisfação são conceitos subjetivos e, portanto, di- fíceis de mensurar� Valor Para Churchill e Peter (2012), a fórmula para o valor é ainda mais simples. Os autores definem valor para o cliente como a diferença entre as percepções do cliente quanto aos benefícios e quanto aos custos da compra e uso de produtos e serviços, e os custos que eles incorrem para obtê-los. 23 https://youtu.be/ltE67zveDl8 https://famonline.instructure.com/files/49928/download?download_frd=1 Valor para o cliente Benefícios percebidos Custos percebidos Figura 5: A Equação do Valor. Fonte: Churchill; Peter (2012, p. 14) Dessa forma, o marketing voltado para o valor parte do princípio que os clientes que estejamdispostos e sejam capazes de realizar trocas o farão em duas situações: 1. Quando os benefícios das trocas excederem os custos; 2. Quando os produtos ou serviços oferecerem um valor superior em comparação com outras opções (CHURCHILL; PETER, 2012) Importante saber que o marketing voltado para o va- lor pressupõe que os clientes criam suas percepções de valor, ou seja, diferentes clientes podem avaliar o mesmo produto de maneiras diferentes� Conforme afirmação de Kotler (2011, p. 51), o valor entregue ao consumidor é a diferença entre o valor total esperado e o custo total do consumidor� Valor total para o consumidor é o conjunto de benefícios esperados por determinado produto ou serviço� Custo total do consumidor é o conjunto de custos 24 esperados na avaliação, obtenção e uso do produto ou serviço� De modo geral, pode-se resumir a relação do cliente com a empresa conforme a figura abaixo: Valor superior para o cliente Fidelidade do cliente Satisfação e prazer do cliente Relações duradouras e lucrativas Figura 6: Consequências de um valor superior para o cliente. Fonte: Churchill; Peter (2012, p. 18) Satisfação A teoria de marketing desenvolve-se partindo de duas perspectivas básicas: a empresa e o consumidor� Ambas são essenciais para que uma relação de troca com satisfação aconteça. A figura abaixo demonstra como se desenvolve o conceito de satisfação e valor, da perspectiva do cliente: 25 Desempenho do produto ou serviço Expectativa do cliente Satisfação do cliente Valor adicionado a lealdade Lucratividade e Produtividade Figura 7: Modelo Básico de satisfação. Fonte: Crocco, et al (2006) p. 23 Pode-se notar que o que determina a satisfação do cliente é, por um lado, sua expectativa quanto ao produto e/ou serviço adquirido; e, por outro, o de- sempenho desse produto e/ou serviço (Crocco, et al, 2006). Falando em expectativa, o grau de expectativa de cada cliente vai variar muito de indivíduo para in- divíduo. Quanto maior o nível de expectativa, mais 26 difícil se torna sua realização� A própria empresa é responsável por criar essa expectativa ao anunciar ou comunicar o seu produto e/ou serviço� Para Kotler (2011, p. 53), “satisfação é o sentimento de prazer ou de desapontamento resultante da com- paração do desempenho esperado pelo produto (ou resultado) em relação às expectativas da pessoa”. As expectativas dos clientes devem ser atendidas, independentemente dos produtos ou serviços ofereci- dos, pois a probabilidade do cliente adquirir novamen- te a mesma marca depende disso. (KOTLER, 2011). A importância da satisfação do cliente Verificamos até aqui que valor e satisfação estão ligados e são de suma importância para a empresa conquistar a lealdade do consumidor� Um exemplo prático de satisfação oferecido pelos autores Hoffman e Bateson (2003, p. 329) facilita o entendimento da importância da satisfação do cliente para a empresa: “Uma empresa que serve a 100 clientes por semana e apresenta uma taxa de satisfação de cliente de 90%. Em função dos clien- tes insatisfeitos será objeto de milhares de histórias negativas ao fim de um ano”. O cliente também é influenciado pelo modo como recebe o serviço e como ele experimenta o processo simultâneo de produção e consumo� Essa é uma outra dimensão da qualidade, estreitamente relacio- 27 nada ao modo como são tratados os momentos da verdade dos encontros de serviço em si e como o fornecedor de serviços funciona (GRÖNROOS, 2003, pp. 86-87). Para Hoffman e Bateson (2003, p. 332), “pesquisas de satisfação transmitem igualmente aos clientes a mensagem de que a empresa se importa com seu bem-estar e valoriza suas informações a respeito de como esta operando”� Os autores colocam a importância da satisfação do cliente como diferencial competitivo e ainda sa- lientam que empresas preocupadas em se manter ativas no mercado devem se ater aos estudos do comportamento dos consumidores� REFLITA Satisfação é definida como “sensação de prazer ou desapontamento de uma pessoa resultante da comparação entre o desempenho (ou resultado) percebido de um produto e suas expectativas”� Relação Custo x Benefícios Estudamos, no início desse tópico, que o principal critério que faz o cliente identificar o valor do produto é a relação custo x benefício� Analisaremos, agora, quais os custos e quais benefícios são levados em consideração� 28 Custos Podemos considerar os custos como tudo aquilo que o cliente dispende ao adquirir um produto e/ ou serviço. De acordo com Churchill e Peter (2012), existem algumas categorias de custos que podem influenciar o valor percebido pelos clientes. São eles: � Custos Monetários: É a categoria de custo mais conhecida e refere-se à quantidade de dinheiro que os clientes pagam para receber produtos e serviços� Incluem o preço do produto ou serviço, taxas de transporte e instalação, pagamentos por consertos e juros pagos por compras a crédito (Churchill; Peter, 2012). � Custos Temporais: Tempo gasto comprando produ- tos e serviços, esperando que eles sejam entregues, ou ainda sendo consertados� Partindo do pressu- posto que o cliente poderia utilizar esse tempo com outras atividades mais prazerosas. (Churchill; Peter, 2012). � Custos Psicológicos: Envolvem a energia mental e a tensão incorridas na realização de compras im- portantes e na aceitação do risco de que os produtos e serviços podem não ter o desempenho esperado, ou seja, aceitar os riscos dos produtos. (Churchill; Peter, 2012). � Custos Comportamentais: Refere-se à energia físi- ca que os clientes despendem para comprar produtos e serviços� Exemplos desse custo são: caminhar até a loja, estacionar no shopping, fila para pagamento, etc. (Churchill; Peter, 2012). 29 � Custo de Transação (compra): É a combinação dos custos temporais, psicológicos e comportamentais, ou custos de compra. (Churchill; Peter, 2012). Cabe ao profissional de marketing trabalhar cada um desses custos de maneira individual ou ainda de forma combinada, visando a criar mais valor para o cliente� Benefícios no uso dos produtos e serviços Assim como os custos, os benefícios são fatores determinantes para a determinação do valor e, con- sequentemente, da satisfação do cliente. Há quatro tipos comuns de benefícios que os clientes podem receber da compra e uso de produtos e serviços� São eles: � Benefícios funcionais: São os benefícios tangíveis recebidos em bens e serviços� Esses benefícios são promovidos com frequência pelos profissionais de marketing� Exemplo: Ao comer um lanche, a fome é saciada; ao usar um chinelo, obtém-se a sensação de conforto e liberdade (Churchill; Peter, 2012). � Benefícios sociais: São as respostas positivas que os clientes recebem de outras pessoas por comprar e usar determinados produtos ou serviços� Exemplo: Tem-se status quando se usa uma marca de roupa importada ou um carro importado (Churchill; Peter, 2012). 30 � Benefícios pessoais: São os bons sentimentos que os clientes experimentam pela compra, propriedade e uso de produtos, ou pelo recebimento de serviços� Exemplo: Os colecionadores sentem prazer em cole- cionar objetos raros, mesmo sabendo que os objetos não serão usados (Churchill; Peter, 2012). � Benefícios experimentais: É o prazer sensorial que os clientes obtêm com produtos e serviços. Exemplos: Pessoas gostam de jogar futebol, receber massagem, etc. (Churchill; Peter, 2012). A figura a seguir ilustra bem essa relação custo x benefício: Experimentais Pessoais Sociais Funcionais Benefícios Comportamentais Psicológicos Temporais Monetários Custos Valor Superior Valor Inferior Marketing voltado para o valor Figura 8: Criando valor para o cliente. Fonte: Churchill; Peter (2012, p. 16) 31 Como podemos notar, o valor superior para o cliente está diretamente relacionado ao equilíbrio entre os custos e os benefícios fornecidos pelos produtos e serviços adquiridos pelos clientes� REFLITAO valor percebido é a somatória dos esforços de construção de marca, (produto e promoção), a sua distribuição no mercado e o preço absoluto e relativo� 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final do primeiro módulo, em que vimos os principais conceitos que envolvem o marketing: desejo, necessidade, demanda, satisfação, mercado e consumidor� Aprendemos que as práticas de marketing aconte- cem desde sempre, apenas não eram estudadas e denominadas como tal� Seu conceito e sua atuação acompanha a evolução dos tempos e, com isso, hoje chegamos à era do relacionamento e do conteúdo. Vivemos um momento em que o consumidor tem o poder da informação e da livre expressão por meio das mídias e, com isso, a responsabilidade de ofere- cer e entregar produtos que satisfaçam e, mais que isso, criem uma relação de fidelização e lealdade com seus consumidores� 33 Síntese E-book 1 MARKETING PARA O SÉCULO 21 •Marketing = troca / bens / produtos / serviços •Marketing = satisfação de clientes ou consumidores Esquema do conteúdo Assuntos abordados neste módulo •Principais conceitos = desejos, necessidades, demandas, produtos, serviços, valor, satisfação, qualidade, trocas, tran- sações, relacionamentos, mercado Síntese do conteúdo estudado •A Evolução do Conceito de Marketing •Valor e Satisfação para o Cliente •Marketing 3.0 •Marketing Principais Conceitos •Para que o cliente tenha satisfação, é importante haver equilíbrio entre os custos e os benefícios •O valor percebido é a somatória dos esforços de construção de marca, (produto e promoção), a sua distribuição no mercado e o preço absoluto e relativo •O marketing está dividido em eras, são elas: Produção, Vendas, Marketing, Valor e Relacionamento •Os conceitos centrais do marketing são: desejos, necessidades, demandas, produtos e serviços, valor, satisfação e qualidade, trocas, transações e relacionamentos e mercado •Marketing é um processo de troca envolvendo pessoas, bens e serviços, com o objetivo de alcançar a satisfação dos clientes ou consumidores Referências CROCCO, Luciano� et al� Fundamentos de marketing: conceitos básicos. São Paulo: Saraiva, v. 1, 2006. CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para os clientes� 3� ed� São Paulo: Saraiva, 2012. COBRA, Marcos; URDAN, André Torres. Marketing básico. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2017. CZINKOTA, Michael R. Global business� South- Western Pub, 2001. GRÖNROOS, Christian. Marketing: gerenciamento e serviços� 2� ed� Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. HOFFMAN, K. Douglas; BATESON, John E. G. Princípios de marketing de serviços� São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2003. KOTLER, Philip� Marketing 4.0. São Paulo: Leya, 2017. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração do marketing: a bíblia de marketing� 14� ed� São Paulo: Prentice Hall, 2012. KOTLER, Philip� Princípios de Marketing� 9� ed� São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. LAS CASAS, Alexandre Luzzi� Administração de ma- rketing: conceitos, planejamento e aplicações à rea- lidade brasileira. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2013. URDAN, Flávio Torres; URDAN, André Torres. Gestão do composto de marketing� 2� ed� São Paulo: Atlas, 2013. YANAZE, Mitsuru. Gestão de comunicação em Marketing. São Paulo: Saraiva, 2007. Administração Mercadológica E-book 2 Anna Beatriz Cautela Neste E-book: Introdução ���������������������������������������������������� 3 Composto de Marketing ou Marketing Mix ���������������������������������������������4 Os 4 C’s ������������������������������������������������������������������ 12 Os 4 A’s ������������������������������������������������������������������ 13 Composto de marketing de serviços ������������������� 15 Pessoas ����������������������������������������������������������������� 18 Processos �������������������������������������������������������������� 20 Prova (Evidência) Física ou Ambiente ����������������� 22 Ambientes de Marketing ���������������������� 25 Considerações finais������������������������������� 33 Síntese ���������������������������������������������������������34 Marketing Mix e Análise de Ambiente 2 E-book 2 INTRODUÇÃO Verificamos a história e a evolução do conceito de Marketing ao longo do tempo, agora veremos quais os principais elementos que fazem parte da Administração Mercadológica� Você já ouviu falar em Marketing Mix? Talvez não, mas, com certeza, já ouviu falar em 4P’s� Esses foram os primeiros elementos do Marketing Mix, porém, assim como o conceito de Marketing, o Marketing Mix evoluiu, e hoje já existem autores que falam em 8 P’s� Outro assunto que abordaremos trata da análise de ambien- te. Você já parou para pensar na influência que os ambientes podem ter nas decisões de Marketing? E o quanto uma decisão errada pode custar para uma empresa? Então vamos esclarecer todos esses e outros assuntos tão importantes neste tópico� Está preparado? 3 COMPOSTO DE MARKETING OU MARKETING MIX As ferramentas que a empresa utiliza para inserir o produto no mercado e atingir os objetivos que dese- ja são denominadas, segundo Kotler (2011), como composto de marketing ou mix de marketing� Você já ouviu falar dos 4 P’s? Trata-se do composto de marketing ou mix de marketing, criado por Jerome McCarthy (1960, apud YANAZE, 2007, p� 25), e aborda o processo de marketing a partir das variáveis deno- minadas como 4 P’s, sendo eles: product (produto), price (preço), place (lugar da venda), e promotion (promoção)� São ferramentas consideradas estra- tégicas, que a empresa deve utilizar para atender as necessidades de um mercado específico. Assim, a empresa deve trabalhar para disponibilizar o produto certo para o seu mercado-alvo, a um preço que justifique os benefícios que o produto oferece, em um local acessível para o cliente adquirir esse produto e com uma comunicação que atinja esses clientes para tornar o produto conhecido e desejado� A figura a seguir demonstra as variáveis específicas dos P’s de marketing: 4 4 Ps Preço do Marketing Produto Praça Promoção Mais do que a definição dos seus serviços e produ- tos, o P de Produto significa compreender a carac- terísticas e atributos daquilo que a sua empresa oferece, por parte de toda a equipe. Praça, de Placement, traduz-se mais claramente como colocação. Ou seja, a sua colocação no mercado. O P de Promoção trata com a criação e distribuição da sua mensagem de marketing. Quer que a sua mensagem chegue aos ouvidos certos, e a análise deste P ajudará com isso. Montante de capital cobrado pelo serviço ou pro- duto, o preço é chave para qualquer estratégia. É neste preço que estará o seu lucro, custos e muito mais. Figura 1: Estrutura do Mix de Marketing. Fonte: Adaptado de Kotler e Keller (2012, p.17) Conforme Kotler (2011), as empresas possuem in- teração com o seu mercado, no qual se relacionam as análises das variáveis abaixo descritas: a) produto: é tudo aquilo que pode ser oferecido a um mercado para aquisição ou consumo, como, objetivos físicos, serviços, personalidades, lugares, organizações, ideias, para a satisfação de um desejo ou necessidade� b) preço: é o valor monetário em conjunto a um produto, para efeito de comercialização� 5 c) ponto de vendas: aborda as questões relaciona- das à distribuição de bens e serviços, incluindo os canais de vendas tradicionais como: lojas, máqui- nas de vendas, distribuidoras, entre outros� É como acontece a disponibilidade dos bens ou serviços: por meio desses canais� d) promoção: trata da maneira que a empresa utiliza para divulgar ou promover o seu produto: propagan- da, publicidade, promoção de vendas, merchandising� FIQUE ATENTO O conceito de Promoção do Marketing Mix é di- ferente do que o consumidor entende por promo- ção� Está relacionado à divulgação do produto e não a desconto ou remarcação� Você já notou os diversos meios que as empresas utilizam para divulgar seus produtos? Conseguelistar, pelo menos, três? A comunicação de uma empresa para o seu públi- co pode ser feita por anúncios em mídia impressa, televisiva, em sites, nos pontos de vendas ou, ainda, pelo departamento de vendas� De acordo com Kotler (2003), as promoções de vendas são recursos que a empresa utiliza para estimular a compra� Essas promoções podem ser direcionadas ao consumidor final, aos varejistas, forças de vendas, distribuidores, revendedores, etc� 6 Vamos agora analisar mais detalhadamente cada um dos 4 P’s: Produto: Tanto o produto (tangível) quanto o serviço (intangível) fazem parte da estratégia de marketing das empresas: inclui atividades relativas ao produto como embalagem, marca, qualidade, padronização, entre outras decisões: • Marca: a marca é um dos aspectos do composto de produto, e pode ser considerado fator principal na adaptação do produto ou do serviço e resulta na satisfação das necessidades perceptíveis dos consumidores� • Embalagem: Tem por finalidade facilitar a arma- zenagem; proteger e conservar o produto; ajudar a posicionar o produto na mente do consumidor� Tanto quanto a marca, é um importante meio para a divulgação do produto no ponto de venda� • Qualidade do produto: se o produto vendido é de má qualidade, não há, realmente, serviço que possa dar satisfações ao consumidor� Preço: O preço é, ainda hoje, na realidade brasileira, o principal fator do composto mercadológico� • A demanda e o preço: as características da deman- da enquadram-se em duas categorias para análise: a demanda individual, que é a relação que um indivíduo faz entre a satisfação e o consumo de um bem ou serviço; e a demanda de mercado, que é a demanda resultante de todos os indivíduos� 7 • Estratégia de marketing e a estratégia de preço: a estratégia de marketing de qualquer empresa asso- cia-se sempre ao preço� FIQUE ATENTO Você sabia que existem diferentes estratégias, quando se pensa em Marketing Mix? Analisemos algumas delas: Estratégia de marketing mix: • Estratégia premium: produto de alta qualidade, preço alto, atingindo faixa alta de mercado; • Estratégia de penetração: produto de alta qua- lidade, visando a penetrar rapidamente no mer- cado, praticando-se um preço médio, um pou- co abaixo do normal; • Estratégia de superbaganha: produto de alta qualidade, preço baixo, significando rápida introdução no mercado, a custa da concor- rência, propondo condições vantajosas ao consumidor; • Estratégia de preço alto: para uma qualidade média, um preço alto pode significar uma ten- tativa de valorização do produto e uma lucrati- vidade rápida; • Estratégia de qualidade média ou comum: pre- ço condizente com a qualidade; 8 • Estratégia de barganha: produto de qualidade média a um preço baixo, pode significar uma troca com distribuidores e consumidores; • Estratégia de bater e correr: nada mais é do que tirar uma vantagem inicial e sair rapida- mente do mercado; • Estratégia de artigos de qualidade inferior: um preço médio para um produto de baixa quali- dade, tirando vantagem da imagem da marca; • Estratégias de preços baixos: vendendo quantidade� Praça ou distribuição: Trata da atividade de transfe- rência de um produto ou serviço, desde o fabricante até o consumidor final (atacadistas, varejistas, loca- lização das filiais). A palavra praça ou distribuição pode assumir dois sentidos� O primeiro está direta- mente ligado ao planejamento de marketing, ou seja, qual é a melhor forma para que o consumidor tenha acesso aos produtos e aos serviços da empresa� A esta decisão damos o nome de canais de distribui- ção� O segundo sentido diz respeito a atividades de tempos e movimentos – movimentação e armazena- gem de cargas dentro de uma empresa – e envolve decisões como as seguintes: qual é a melhor forma de movimentar estoques; qual é o transporte mais adequado para fazer as mercadorias chegarem ao seu destino, e qual a melhor forma de operacionalizar esses fatores� Ao conjunto de todas as atividades 9 que estejam envolvidas com tempos e movimentos de produtos e serviços damos o nome de logística� Devido a seu impacto direto no custo dos produtos, os estudos logísticos contam com o envolvimento de diversas áreas dentro de uma empresa, como a industrial, a de marketing e a de vendas� Há uma forte relação entre vendas e logística� Por exemplo, quando as vendas, em um mês, são acima do estimado, a área de produção poderá ter proble- mas com os estoques, se não houver uma margem de folga e, com o aumento de produção, se não pos- suir capacidade ociosa� Da mesma forma, quando as vendas ficam abaixo do esperado, a logística do processo também precisa ser revista� Surgem ques- tões como: qual o prazo de validade da mercadoria? Deve-se disponibilizar novas áreas para estocagem dos produtos finais. Todas as decisões tomadas na área de logística devem levar em consideração os impactos futuros, buscando o menor custo no menor espaço de tempo� Promoção ou comunicação: envolve todo o esforço de comunicação com o mercado, visando à divulga- ção do bem ou serviço� 10 FERRAMEN- TA O QUE É CARACTE- RÍSTICAS EXEMPLOS Propaganda Forma paga de apresenta- ção impessoal de ideias, produtos ou serviços efe- tuada por um patrocinador identificado. Caráter público Expressividade Universalidade Anúncios e encartes nas embalagens, anúncios em salas de cinemas, catálo- gos, folhetos, repro- dução de anúncios, displays em pontos de vendas, anúncios luminosos, outdoors, materiais audiovisu- ais, símbolos, logos� Promoção de Vendas Incentivos a curto prazo para encorajar a compra de um produto ou serviço� Divulgação Incentivo Convite Concursos, brindes, amostras grátis, feiras, convenções, exposições, cupons, descontos, pro- moções de trocas, selos, adesivos� Relações Públicas Comunicações e relaciona- mentos que uma empresa tem com suas várias audiên- cias (funcioná- rios, clientes, acionistas, comunidade, governo���)� Alta credibilidade Kits para imprensa, coletivas de im- prensa, seminários, relatórios anuais, doações, publi- cações, eventos, mídias especiais, re- vistas da empresa� Venda Pessoal Venda efetuada por meio de uma pessoa� Confronto pessoal Manutenção de relacionamento Resposta rápida Apresentações de vendas, amostra- gem de clientes, feiras e exposições� Marketing Direto Ação promo- cional ligada a mídias que interagem diretamente com o consu- midor, solici- tando deles uma resposta direta� Personalização Mala direta, catálogos, lista de clientes, telema- rketing, compra eletrônica, compra por televisão� 11 FERRAMEN- TA O QUE É CARACTE- RÍSTICAS EXEMPLOS Merchandising Ação promo- cional ligada à presença físi- ca do produto – Propaganda indireta� Indução Convencimento Supermercados (amostras), novelas, filmes, etc. Tabela 1: Tabela de ferramentas, características e exemplos práticos. Agora que já estudamos sobre os 4 P’s, estudaremos outras variações do Composto Mercadológico: Podcast 1 Os 4 C’s Um aspecto importante levantado por Robert Lauterborn (1992) é que, para uma empresa ser bem- -sucedida, deve manter sempre o foco no cliente, sendo assim, criou a relação dos 4 P’s da empresa com os 4 C’s do cliente� Os 4 P’s são ferramentas que a empresa utiliza para atrair clientes� Na visão dos compradores, essas ferramentas proporcionam benefícios aos clientes� (KOTLER e KELER, 2006)� • o produto passa a ser visto sob a ótica do cliente; • o preço, em função do custo para o cliente; • a praça, em função da comodidade ou conveniên- cia para o cliente; • a promoção, em função da comunicação� 12 https://famonline.instructure.com/files/49929/download?download_frd=1 A figura abaixo mostra a relação entre os 4 P’s e os 4 C’s: Comunicação Promoção CustoPreço $ ClienteProduto $ Conveniência Praça Figura 2: Os 4 C’s do Marketing. Fonte: Adaptado de: Cobra (2006. p.39) Os 4 A’s Outra análise e variação do Marketing Mixfoi pro- posta por Raimar Richers (2000), que criou um mo- delo em que, além dos 4 P’s e dos 4 C’s, descreve a interação da empresa com o meio ambiente e avalia os resultados operacionais da adoção do conceito de marketing, em função dos objetivos da empresa� Nesse modelo, utiliza os 4 A’s nos quais: Análise: Busca identificar as forças do mercado e suas interações com a empresa� Para atingir esse 13 objetivo, utiliza a pesquisa de mercado e o sistema de informação em marketing� Adaptação: Processo que visa a adequar os produtos e serviços da empresa ao ambiente identificado por meio da análise� Isso ocorre pela apresentação ou configuração básica do produto ou ainda pelo preço. Ativação: Os elementos-chave da ativação são a dis- tribuição, logística, venda pessoal e o composto de comunicação� Avaliação: Controle dos resultados do esforço de marketing, isoladamente, e em conjunto� Também conhecido por auditoria em Marketing� Na figura abaixo, é possível verificar a relação dos 4A’s com os objetivos da empresa� Ativação Avaliação Análise Objetivos Adaptação Figura 3: Os 4 A’s de Marketing. Fonte: Adaptado de Cobra (2006. p.39) 14 Mas, afinal, existe uma relação entre todas essas versões de Marketing Mix? Sim, existe, e pode ser verificada na tabela abaixo: 4 P’s 4 C’s 4 A’s Produto Consumidor Análise Preço Custo para o consumidor Adaptação Praça Conveniência Ativação Promoção Comunicação Avaliação Tabela 2: Relação entre os 4 P’s, 4 C’s e 4 A’s de Marketing. Fonte: Cobra (2006) Composto de marketing de serviços Uma versão mais atualizada do Marketing Mix, agora com foco em serviços, aborda os 7 P’s de Marketing� É uma evolução da primeira versão, os 4 P’s, acres- centando 3 P’s de grande importância para as aná- lises e decisões da empresa� Já verificamos, nesta unidade, que o composto de marketing é um conjunto de ferramentas que a em- presa utiliza para alcançar seus objetivos de marke- ting no mercado alvo� Tais ferramentas auxiliam os administradores a vender seus produtos, além de manter a empresa em contato com o mercado, sem- pre inovando, de acordo com ele� Quando tratamos do setor de serviços – como apresentam diferenças quanto ao seu desempenho –, quando comparamos 15 aos processos de produtos, verificou-se a necessi- dade de incluir mais três P’s no composto, sendo eles: pessoas, physical evidence (evidência física) e processo (LOVELOCK; WIRTZ, 2006)� Os 7 P’s representam um conjunto de variáveis de decisões – que estão inter-relacionadas – que auxi- liam os executivos que atuam na área de serviços, a tomarem suas decisões� A tabela abaixo apresenta as variáveis do composto de serviços� PRODUTO PRAÇA (DISTRIBUI- ÇÃO) PROMO- ÇÃO PREÇO Características físicas, nível de qualidade, acessórios, embalagens, garantias, linhas de produtos e marca� Tipo de canal, exposição, intermediá- rios, espaços em pontos, transporte, estocagem e administração de canais� Composto de comunica- ção, pessoal de vendas, propaganda, promoção de vendas e assessoria de imprensa� Flexibilidade, faixa de preço, dife- renciação, descontos, margens e venda� PESSOAS EVIDÊNCIA FÍSICA PROCESSO Funcionários (recrutamento, treinamento motivação, recompensas e trabalho em equipe) clien- tes (educação e treinamento) Projeto das instalações, equipamento, sinalização, roupas dos funcionários� Outros tangí- veis (cartões de visita, declarações e garantias) Roteiro de atividades (padronização e customiza- ção)� Número de passos e envolvimento dos clientes� Tabela 3: Composto de Marketing expandido para serviços. Fonte: Zeithaml e Bitner (2003, p41). 16 Prova Física Facilidades Infra-estrutura Retornos etc Processo Fabricação Montagem Entrega Produção etc Produto Variedade Qualidade Marca Embalagem Serviços Garantias etc Preço Piso Descontos Condições Prazos Percepção etc Praça Distribuição Canais Cobertura Localização Estoque Logística etc Pessoas Colaboradores Funcionários Fonercedores Stakeholders Cultura etc Promoção Propaganda Promoção de Vendas Relações Públicas Venda Pessoal Merchandising Publicidade etc Composto de Marketing 7 P’s Figura 4: Os 7 P’s de Marketing de Serviços Nessa nova versão, são incluídos os P’s de Pessoas, Processos e Prova Física (tradução de Physical Environment ou Ambiente)� Assim como os demais componentes do composto de marketing, esses são importantes quando se planeja as estratégias de marketing de uma empresa� Vamos conhecer um pouco mais sobre esses novos componentes? 17 Pessoas As pessoas têm um papel relevante no processo de execução do serviço, pois conseguem influenciar diretamente o comprador� São elas quem informam os clientes sobre como o serviço será entregue, tipo, e componentes� Segundo Lovelock e Wirtz (2006, p� 258), o pessoal de serviço é tão importante para os clientes e para o posicionamento competitivo da empresa porque “é uma parte essencial do produto”� As pessoas que atendem os clientes e/ou consumi- dores na linha de frente acabam sendo os represen- tantes da empresa de serviço, por esta razão são tão importantes nesse processo� Você já percebeu que, ao ser atendido, automaticamente, você rela- ciona o seu grau de satisfação com a marca? Logo, são as pessoas que determinam e entregam o nível de qualidade do produto� “O pessoal e o serviço da linha de frente frequentemente são parte essencial da marca� É o pessoal de serviço que determina se a promessa de marca é cumprida ou não” (LOVELOCK; WIRTZ 2006, p� 258)� Muitas vezes, o cliente interfere na prestação do ser- viço, podendo até afetar a qualidade e a sua própria satisfação, por exemplo, quando ele não dá as in- formações necessárias para o prestador do serviço� Também existe a possibilidade de o cliente influen- ciar não apenas os resultados dos serviços, mas também, influenciar a experiência de outros clientes. 18 Vamos imaginar um teatro, um jogo de futebol ou uma sala de aula, os clientes podem influenciar a qualidade do serviço recebido pelos outros – seja pela ampliação ou pela restrição das experiências dos demais clientes� Você já deve ter observado si- tuações em que a postura de um cliente, em um de- terminado ambiente, acabou influenciando os demais clientes que estavam no local� Lembra-se de alguma situação parecida com esta? É muito comum, quando um cliente começa reclamar de determinada situa- ção, que outros – até então satisfeitos – comecem a encontrar “problemas” e se tornem insatisfeitos� As pessoas da linha de frente no atendimento tam- bém podem ser uma fonte de vantagem competitiva para uma empresa, quando bem preparadas� Além disso, a força do relacionamento dos funcionários de serviço com os clientes é um grande indicador de fidelidade. As pessoas são importantes em to- dos os setores, especialmente, no caso de serviços, dado ao fator da intangibilidade que leva os clientes a procurarem indicações concretas para avaliar a qualidade e o valor do serviço prestado (ZEITHAML; BITNER, 2003)� Um ponto importante a ser considerado em uma prestação de serviço é a satisfação do funcionário� Se uma empresa desse setor quer tornar seus clien- tes satisfeitos, a satisfação dos funcionários deve ser considerada fator preponderante, pois, a imagem pública de uma empresa de serviços é o seu pessoal de contato� 19 Quando falamos em serviços, é importante consi- derar que o funcionário passe esse sentimento de satisfação para o serviço e, consequentemente, para o cliente� Lovelock e Wirtz (2006, p� 268) reforçam que “a satisfação do funcionário deve ser uma con- dição necessária, mas não suficiente, para ter um quadro de alto desempenho”� Para isso, os autores citam que é preciso contratar as pessoas certas, identificar os melhores candidatos, constantemente treinar os funcionários de serviço, fortalecer a linha de frente, montar equipes de entrega de serviço de alto desempenhoe motivar sempre as pessoas� Atender os hábitos existentes ou de desejo dos con- sumidores deve ser a premissa de seu negócio, e parte primordial de seu plano de ação� É importante lembrar também que, em algum momento do proces- so, o cliente terá contato, seja pessoalmente ou por telefone� Sem os seus colaboradores, o processo não fica completo, são eles os responsáveis pela intera- ção com os clientes� Por isso, é preciso considerar e investir no treinamento dos colaboradores� O bom atendimento é a premissa básica para lidar com eles, pois essa equipe transmite a imagem da empresa e pode ser um diferencial competitivo no mercado� Processos Você já parou para pensar em todos os processos que existem até a finalização do serviço? Como cada serviço é diferente do outro, os passos também são 20 distintos� Uns são mais complexos, outros mais simples, uns mais demorados, outros mais rápidos e todos esses procedimentos servem de referên- cia para tentar julgar o serviço� Por esta razão, os processos podem influenciar qualquer decisão de compra e aquisição do serviço por parte do cliente, e, consequentemente, a sua satisfação (ZEITHAML; BITNER, 2003)� Vamos entender um pouco mais sobre a definição desse “P”: Processos são “a arquitetura de serviços e descrevem o método e a sequência em que fun- cionam sistemas operacionais de serviços e como eles se interligam para criar as experiências e os resultados” (LOVELOCK; WIRTZ, 2006, p� 187)� Quando temos processos bem elaborados, com ações voltadas para o atendimento ao cliente, estes ficam satisfeitos. Por outro lado, quando temos pro- cessos ineficientes ou falta de planejamento, temos clientes insatisfeitos com a prestação� Isso pode ocorrer em função de erros, demora no prazo de en- trega, falta de qualidade, entre outros� Não entregar um bom serviço pode afetar a imagem da empresa, seus fins lucrativos, a conquista de novos clientes e até mesmo gerar um boca-a-boca negativo� Lovelock e Wirtz (2006) enfatizam a importância das empresas revisarem seus processos de serviços constantemente, para não ficarem desatualizados. Segundo os autores, é preciso atingir as seguintes medidas de desempenho: a) redução do número de falhas de serviço; 21 b) redução do tempo de ciclo de um processo, do início até o fim; c) melhoria do nível de produtividade; e d) satisfação geral do cliente� Os processos estão relacionados às ações a serem tomadas para satisfazer seus clientes� Devem ser pensados desde o início até o pós-venda� Neste ciclo, o cliente deve se sentir próximo da empresa, que, por sua vez, deve aproximá-lo dos fluxos. Todos os meca- nismos e ações de execução de um serviço podem ser considerados um processo� Quando mal realizados, eles afetam o cumprimento dos serviços, a produtivi- dade e, consequentemente, a satisfação dos clientes� Prova (Evidência) Física ou Ambiente Quando falamos em Evidências Físicas, estamos tra- tando de todas as representações físicas e tangíveis de uma empresa, como relatórios, equipamentos, cartões de visita, entre outros� Em alguns casos, as instalações físicas onde o serviço é executado, e até mesmo a aparência de um veículo da empresa, ou seja, tudo o que pode ser julgado para a avaliação do serviço, segundo Zeithaml e Bitner (2003)� Para Zeithaml e Bitner (2003, p� 47), “o ambiente no qual o serviço é executado é onde a empresa intera- 22 ge com o cliente, assim como qualquer componente tangível que facilite o desempenho ou comunicação do serviço”� Quando os consumidores escolhem um determinado serviço, utilizam suas próprias percepções sobre a loja ou local onde farão a aquisição� A isso chamamos personalidade da loja, que pode ser definida como “a forma com a qual a loja é definida na mente do consumidor, em parte em razão das suas qualidades funcionais e em parte pela aura de atributos psicoló- gicos” (BLACKWELL; MINIARD; ENGEL, 2005, p�136)� A personalidade ou imagem da loja é mensurada por atributos salientes, tais como: localização, natureza e qualidade de variedades, preço, propaganda e promo- ção, pessoal de vendas, serviços ofertados, atributos físicos, tipo de clientes e logística do consumidor� A aparência do local é fundamental, pois fornece pistas do nível do serviço a ser entregue, bem como da qua- lidade implícita oferecida pela empresa prestadora� As instalações, decoração, cores, layout, o nível de ru- ído, a música, a luz, espaço, entre outros, compõem o ambiente e sua atmosfera� Segundo Lovelock e Wirtz (2006, p� 236), o ambiente de serviço e a atmosfera que o acompanha causam impacto no comporta- mento do comprador de três modos importantes: 1. Como um meio de criação de mensagem, pois demonstra “indícios simbólicos para comunicar ao público pretendido a natureza e a qualidade distintiva da experiência de serviço”; 2. Como um meio de chamar a atenção, um meio para o “cenário de serviço se destacar dos cenários 23 de outros estabelecimentos concorrentes” e, assim, atrair os clientes alvos; 3. Como um meio de criação de efeito, “utilizando cores, texturas, sons, aromas e projeto espacial para realçar a experiência de serviço desejada e/ou aguçar o apetite para certos bens, serviços ou experiências”� Perceber o que os consumidores pensam ou espe- ram de você são orientações a serem consideradas na elaboração de estratégias de fidelização. Para isso, as evidências tangíveis são fonte de avaliações para os clientes, para que verifiquem a qualidade de tudo aquilo que está ligado ao produto ou serviço, como o design do local onde é comercializado, as facilidades oferecidas (como estacionamento), equipamentos usa- dos para atendê-lo, etc� Muitos preferem chamar esse P de “Evidências Físicas”, tradução do Inglês Physical Evidences, conforme mencionado anteriormente� Para que o consumidor sinta-se satisfeito com o serviço, ele se apoia em algum produto, ou seja, em algo tangível� Quando o cliente está consumindo um serviço, ele, a todo o momento, procura um indicador para materializar a natureza deste serviço além de sua qualidade (ZEITHAML; BITNER, 2003)� Os autores ainda ponderam que é importante a compreensão das necessidades e expectativas dos clientes de serviços, no sentido de dar tangibilidade à oferta de serviços, negociando com uma infinidade de ques- tões relativas às pessoas e à própria execução dos serviços, mas mantendo-se fiel àquilo que foi prome- tido aos clientes (ZEITHAML; BITNER, 2003, p� 75)� 24 AMBIENTES DE MARKETING Uma empresa é constituída por atores e forças que estão fora do controle de marketing e afetam a ca- pacidade da administração da empresa em desen- volver e manter transações bem-sucedidas com os consumidores que pretende atingir� Para ser bem- -sucedida, uma empresa deve adaptar as suas ações de marketing às tendências e desenvolvimentos nes- se ambiente� O Ambiente de marketing é composto pelo conjunto de influências externas (ambiente externo ou macro- ambiente) e internas (ambiente interno ou microam- biente) que afetam a tomada de decisão de marke- ting e que tem um impacto em seu desempenho� O conflito com este ambiente de marketing dotado de mudanças, ameaças e oportunidades serve para a empresa observar o mercado de forma mais pro- funda, planejar estratégias e implementar ações que aumentem a vantagem competitiva de seus produtos� As empresas devem ter atenção para perceber as novas tendências� O ambiente de marketing é divi- dido em dois tipos: Microambiente – conjunto de fatores controláveis e não controláveis pela gerência da empresa, relativo 25 aos fornecedores, colaboradores comerciais, clientes e concorrentes; Macroambiente – constituído por um amplo conjunto de fatores composto pelas questões demográficas, tecnológicas, políticas, econômicas e culturais� São variáveis incontroláveis� O Ambiente de Marketing Microambiente Macroambiente Variáveis Internas (controláveis) Variáveis Externas (Não controláveis)Empresa •Produção •Financeiro •Comercial •RH •MKT - 4P’s Mercado •Fornecedores •Intermediários •Clientes •Concorrentes •Público •Social (Demográfico/Cultural) •Econômico •Natural •Tecnológico •Político/Legal Figura 5: O Ambiente de Marketing. Fonte: Adaptado pela autora REFLITA Você já parou para pensar que, muitas vezes, as empresas se planejam e se preparam para uma determinada ação ou estratégia e algum acontecimento colocar tudo a perder? Quer um exemplo? 26 A rede de fast-food Habib’s estava com tudo pronto para abrir três unidades em Miami, quan- do aconteceu o ataque às torres gêmeas� Com isso, ficou inviável uma rede – cujo símbolo é um beduíno – expandir seus negócios nos Estados Unidos da América� Quem poderia prever? Essas são as forças do macroambiente, as quais a em- presa não tem controle e, muitas vezes, são deci- sivas no planejamento da empresa� As principais forças do macroambiente de uma em- presa são: Ambiente Demográfico: Trata-se do estudo da popu- lação humana, em termos de tamanho, localização, densidade, idade, sexo, raça, ocupação, e outros da- dos estatísticos� Tal ambiente é de fundamental im- portância para os profissionais de marketing porque quantifica as pessoas que constituem os mercados. Ambiente Econômico: Uma vez que os mercados dependem tanto de consumidores quanto do seu poder de compra, este ambiente consiste nos fatores que afetam o poder de compra e os hábitos de gasto do consumidor� Ambiente Natural: Trata-se dos recursos naturais usados como subsídios pelos profissionais de ma- rketing ou que são afetados pelas atividades de ma- rketing ou da empresa como um todo� Ambiente Tecnológico: Talvez seja a força mais signi- ficativa que atue no macroambiente, nos dias de hoje. 27 A pesquisa e o desenvolvimento são extremamente necessários em uma empresa� Ambiente Político/Legal: As decisões de marketing são diretamente afetadas pelas resoluções do am- biente político� Este ambiente é constituído pelas leis, agências governamentais e grupos de pressão que influenciam e limitam as diversas organizações e indivíduos em uma determinada sociedade� Ambiente Cultural: Formado por instituições e outras forças que afetam os valores básicos, as percepções, as preferências e os comportamentos da sociedade� A tarefa de administração de marketing é atrair clien- tes e relacionar-se com eles, oferecendo-lhes valor e satisfação, porém, tal atividade pode e deve ser rea- lizada por todos que atuem no processo� O sucesso vai depender dos outros atores do microambiente da empresa, que são: A Empresa: Ao elaborar seus planos de marketing, a gerência de marketing leva em consideração outros grupos da empresa, tais como a administração de topo, os departamentos de finanças, pesquisa e de- senvolvimento, compras, produção e contabilidade� Todos estes grupos formam o ambiente interno e, em conjunto, têm um impacto sobre os planos e as ações de marketing� Os Fornecedores: Trata-se de um elo importante no sistema geral de entrega de valor da empresa ao consumidor� Eles proveem os recursos necessários 28 para a empresa produzir seus bens e serviços, e po- dem afetar seriamente o marketing� Os Intermediários: Auxiliam a empresa a divulgar, promover, vender e distribuir seus bens aos com- pradores finais. Os Clientes: Devem ser estudados pela empresa cuidadosamente� Existem cinco tipos de clientes: o mercado consumidor; o mercado industrial; o merca- do revendedor; o mercado governamental; e o mer- cado internacional� Os Concorrentes: Os profissionais de marketing não devem se preocupar apenas com as necessidades dos seus consumidores-alvo; devem também bus- car vantagens estratégicas� Uma maneira é saber posicionar os produtos da empresa na mente dos consumidores� Os Públicos: O ambiente de marketing da empresa inclui vários tipos de público� Entende-se por público qualquer grupo que tenha interesse real ou potencial ou que cause algum tipo de impacto na capacidade da empresa de atingir seus objetivos� Podcast 2 O conhecimento da complexidade do ambiente de marketing global é a chave para chegar ao sucesso� Além desse conhecimento, é necessário que o profis- sional de marketing encontre maneiras de manter-se 29 https://famonline.instructure.com/files/49930/download?download_frd=1 atualizado frente às constantes e rápidas alterações neste ambiente, em todos os seus aspectos� SAIBA MAIS Você já ouviu falar das leis de Marketing? Pois elas existem e, por mais que o tempo passe, con- tinuam sendo bem atuais� As 22 Consagradas Leis do Marketing – Al Ries & Jack Trout (2009) LEI FRASE 1 – A LEI DA LIDERANÇA É melhor ser o primeiro do que ser o melhor� 2 – A LEI DA CATEGORIA Se não puder ser o primeiro em uma categoria, estabeleça uma nova categoria em que seja o primeiro� 3 – A LEI DA MENTE É melhor ser o primeiro na mente do que o primeiro no mercado� 4 – A LEI DA PERCEPÇÃO O marketing não é uma batalha de produtos, é uma batalha de percepção� 5 – A LEI DO FOCO Em marketing, o mais pode- roso conceito é representar uma palavra na mente� 6 – A LEI DA EXCLUSIVIDADE Duas empresas não podem representar a mesma palavra na mente� 7 – A LEI DA ESCADA A estratégia a adotar depen- de do degrau ocupado na escada� 30 LEI FRASE 8 – A LEI DA DUALIDADE Com o passar do tempo, todo mercado transforma- -se em uma corrida com dois concorrentes� 9 – A LEI DO OPOSTO A estratégia de quem está almejando o segundo lugar é determinada pelo líder� 10 – A LEI DA DIVISÃO Com o tempo, a categoria se divide e se transforma em duas ou mais categorias� 11 – A LEI DA PERSPECTIVA Os efeitos do marketing ocorrem por um período prolongado� 12 – A LEI DA EXTENSÃO DE LINHA Há uma pressão irresistível para estender o patrimônio líquido da marca� 13 – A LEI DO SACRIFÍCIO A fim de conseguir alguma coisa é preciso desistir de alguma coisa� 14 – A LEI DE ATRIBUTOS Para cada atributo, há um atributo oposto, igualmente eficaz. 15 – A LEI DA SINCERIDADE Quando admitimos um nega- tivo, o cliente em perspectiva nos dá um positivo� 16 – A LEI DA SINGULARIDADE Em cada situação, apenas um único movimento produz resultados substanciais� 17 – A LEI DA IMPREVISIBILIDADE Sem prever os planos do con- corrente, é impossível prever o futuro� 18 – A LEI DO SUCESSO Com frequência, o sucesso leva à arrogância e a arrogân- cia ao fracasso� 31 LEI FRASE 19 – A LEI DO FRACASSO O fracasso deve ser esperado e aceito� 20 – A LEI DO ALARDE Com frequência, a situação é o oposto da maneira como aparece na imprensa� 21 – A LEI DA ACELERAÇÃO Os programas bem-sucedidos não se baseiam em “coque- luches”� Baseiam-se em tendências� 22 – A LEI DE RECURSOS A ideia que não tiver fundos suficientes não decolará. 32 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste módulo verificamos que, assim como o concei- to de marketing passou por uma evolução, uma das principais ferramentas para pensar estrategicamente, o composto de Marketing ou Marketing Mix também evoluiu� Os 4 P’s (Produto, Preço, Praça e Promoção) ganharam uma versão para os Serviços e receberam outros 3 P’s (Pessoas, Processos e Percepção)� São ferramentas essenciais que devem ser levadas em consideração pela equipe de Marketing na hora de desenvolver seus produtos ou pensarem nos serviços que ofertarão aos consumidores� Aprendemos, também, sobre os ambientes de Marketing, que devem ser avaliados, quando do pla- nejamento e desenvolvimento de produtos e serviços, ou ainda, quando a empresa desejar entrar em um novo mercado� Porém, por mais que se planeje, existem forças que não podem ser controladas, e que interferem dire- tamente nas estratégias e decisões da empresa� Alguns exemplos são as questões meteorológicas, que interferem nos serviços ofertados pelas empre- sas de turismo� Como saber se ou quando haverá um tsunami? E quem já havia comprado passagem ou roteiros? Vale refletir. 33 E-book 2 MARKETING MIX E ANÁLISEDE AMBIENTE •4 P’s = Produto, Preço, Praça (ou Distribuição) e Promoção (ou Divulgação) •7 P’s = 4 P’s + Pessoas, Processos e Prova Física (ou Ambiente) Marketing Mix •4 C’s = Cliente, Con- veniência, Comunicação e Custo •4 A’s = Análise, Adaptação, Ativação e Avaliação AMBIENTE INTERNO Estrutura Tecnologia Pessoal Cultura Diretrizes Clientes Fornecedores Concorrentes Interesse Pessoal Legal/ Político Internacional EconômicoTecnológico Social Agências Reguladoras AMBIENTE DE TAREFAS MACROAMBIENTE Neste módulo aprendemos que: O Marketing Mix, originalmente conhecido como 4 P’s evoluiu e passou a incluir, principal- mente, o “P” de Pessoas em sua composição O Consumidor (Pessoa) passa a ter papel impor- tante na análise do Marketing Mix; ele será o principal usuário do produto/serviço Os ambientes de marketing podem ser divididos em macro e micro ambientes; ambos são essenciais no processo decisórios Macroambientes: Influenciam indistintamente o conjunto das empresas atuantes em um determina- do mercado: político, econômico Microambientes: Fatores que têm influência sobre uma empresa, e sobre o qual ela pode exercer certo grau de influência: mercado, consumidor Ambientes de Marketing Fonte: Adaptado de KOTLER (1995) Síntese Referências BLACKWELL, R� D�; MINIARD, P� W�; ENGEL, J� F. Comportamento do consumidor� 9� ed� São Paulo: Thomson Learning, 2005� CHURCHILL, Gilbert A�; PETER, J� Paul� Marketing: criando valor para os clientes� 3� ed� São Paulo: Saraiva, 2012� COBRA, Marcos; URDAN, André Torres� Marketing básico� 5� ed� São Paulo: Atlas, 2017� KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane� Administração do marketing: a bíblia de marketing� 14� ed� São Paulo: Prentice Hall, 2012� KOTLER, Philip� Princípios de Marketing� 9� ed� São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011� LAS CASAS, Alexandre Luzzi� Administração de ma- rketing: conceitos, planejamento e aplicações à rea- lidade brasileira� 1� ed� São Paulo: Atlas, 2013� LAUTERBORN, Robert F� O novo paradigma do ma- rketing: como obter resultados mensuráveis através do uso do database e das comunicações integradas do marketing� São Paulo: Makron Books, I994 LOVELOCK, Christopher; WIRTZ, Jochen� Marketing de serviços: pessoas, tecnologia e resultados� 5� ed� São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006� RICHERS, Raimar� Marketing – uma visão brasileira. 3� ed� São Paulo: RCA, 2000� RIES, Al; TROUT, Jack� As 22 Consagradas Leis de Marketing� São Paulo: Makron Books, 2009� URDAN, Flávio Torres; URDAN, André Torres� Gestão do composto de marketing� 2� ed� São Paulo: Atlas, 2013� ZEITHAML, Valarie A�; BITNER, Mary Jo� Marketing de serviços: a empresa com foco no cliente� 2� ed� Porto Alegre: Bookman, 2003� YANAZE, Mitsuru� Gestão de comunicação em Marketing� São Paulo: Saraiva, 2007� Administração Mercadológica E-book 3 Anna Beatriz Cautela Neste E-book: Introdução ���������������������������������������������������� 3 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ��������������4 CRITÉRIOS PARA SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ���������������������������������������������� 9 NÍVEIS DE SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ����������������������������������������������������13 MARKETING PARA MERCADO-ALVO ��18 PROCESSO DE SELEÇÃO DE MERCADO-ALVO �������������������������������������� 23 Avaliação dos segmentos de mercado ������������������������������������������������������ 25 Seleção dos segmentos de mercado 26 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO ������������ 33 TIPOS DE POSICIONAMENTO ��������������39 Considerações finais������������������������������ 44 Síntese ���������������������������������������������������������46 2 E-book 3 Segmentação de mercado e posicionamento de mercado E-book 3 INTRODUÇÃO Olá, estudante. Aqui você aprenderá sobre os diferentes tipos de segmentos de mercado. Você já se perguntou o mo- tivo pelo qual existem tantas variedades para um determinado tipo de produto ou serviço? Uma mesma empresa tem diversos modelos ou variações para uma linha de produtos, justamente para atender di- versos segmentos de mercado. Mas, afinal, o que é segmentação de mercado? Segmentar um mercado é dividi-lo em partes, de acor- do com preferências ou características comuns e, com isso, atender as especificidades de cada grupo de consumidores. Também estudaremos sobre posicionamento de mercado, você já ouviu falar dele? O posicionamen- to de uma marca é o lugar que ela ocupa em sua mente, e, principalmente, em sua preferência. Agora, escolher um posicionamento não é tarefa fácil e sim- ples; ele tem de estar bem alinhado às estratégias da empresa. Bons Estudos! 3 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO Para começar nosso estudo, vamos entender o que é segmentação. Segmentar um mercado é dividir esse mercado em fatias específicas, em que os clien- tes possuam características similares, por exemplo, gosto, comportamento, atitudes. É uma maneira de direcionar os esforços de marketing de um modo mais concentrado e conseguir atender os clientes de forma mais direcionada. Para Cobra e Urdan (2017), a segmentação do mer- cado é a identificação dos diversos grupos de con- sumidores existentes. A segmentação de produtos e serviços é direcionada para atender as necessi- dades, expectativas, gostos e desejos específicos de um grupo de consumidores. Portanto, ao conhe- cer as necessidades dos consumidores-alvo, suas preferências para atender determinadas atitudes e comportamentos de decisão de compra, o mercado é segmentado em partes menores, dividido. Mas, como é possível saber o tamanho de um mer- cado? Existem diversas maneiras de se medir o ta- manho de um mercado, por exemplo, pelos dados demográficos, sociais, culturais; e ainda identifica- -se o potencial desse segmento de mercado. Dessa forma, podemos classificar e identificar os grupos de consumidores (COBRA; URDAN, 2017). Ao desenvolver seus produtos e serviços, as empre- sas podem estar buscando atender determinadas 4 características, necessidades, desejos específicos. A ação de identificar e classificar grupos distintos de compradores que apresentem comportamentos de compra relativamente homogêneos é a segmentação do mercado (COBRA; URDAN, 2017). As principais variáveis utilizadas para segmentar um mercado são: demográficas, geográficas, psicográficas e comportamentais; com isso, a empresa decide qual variável utilizar, de forma isolada ou combinada. Para isso, os profissionais de marketing devem ser criativos para identificar oportunidades de mercado que ainda não tenham sido descobertas pelos concorrentes. FIQUE ATENTO As bicicletas e patinetes disponíveis por aplica- tivo são exemplo de segmentação que utiliza a variável Comportamental, ou seja, pessoas que possuem estilo de vida saudável, que se preocu- pam com o meio ambiente! Para ressaltar a importância da segmentação, Kotler especifica: Uma empresa raramente consegue satisfa- zer todos em um mercado. Nem todo mundo gosta do mesmo refrigerante, carro, faculdade ou filme. Assim, os profissionais de marketing identificam e traçam o perfil de grupos distin- tos de compradores que poderão preferir ou exigir produtos e mix de marketing variados (KOTLER, 2011, p. 6). 5 É importante avaliar que para definir a segmentação de mercado é preciso identificar o mercado que será explorado, partindo do negócio da empresa e das oportunidades que o mercado apresenta. De acordo com Armstrong e Kotler (2013), com a segmentação, as empresas conseguem dividir mer- cados grandes em segmentos menores; dessa forma, podem trabalhar um determinado segmento de forma mais eficiente e eficaz para atender as necessidades dos consumidores. SEGMENTAÇÃO DE MERCADO Figura 1: Segmentação de Mercado. Fonte: Adaptado de Armstrong e Kotler (2013). Enfatizando a necessidade de atingir um determina- do público consumidor, Churchill e Peter descrevem segmentação de mercado como sendo, 6 o processo de dividir o mercado em grupos de compradores potenciais que
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