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Complexo Leishmania (Leishmanioses Tegumentar e Visceral)

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Complexo Leishmania (Leishmanioses Tegumentar e Visceral) 
Doenças causadas por protozoários 
do gênero Leishmania. Esse protozoário é 
transmitido por um inseto hematófago, 
chamado de flebotomíneo, esse inseto é o 
hospedeiro invertebrado da Leishmania e, 
nos humanos e outros mamíferos, somos os 
hospedeiros vertebrados. 
 Existe dois tipos de leishmaniose, a 
visceral e a tegumentar, dentro da 
leishmaniose tegumentar existe três tipos 
clínicos: forma cutânea, cutânea difusa e 
cutânea mucosa, geralmente, existe uma 
associação entre a espécie de leishmania e 
um tipo clínico que ela irá causar. 
Agente etiológico 
Pertence à família dos Tripanosomatídae, 
são flagelados. 
Subgênero Viannia: 
• Leishmania (Viannia) braziliensis – 
cutânea e mucosas; 
• Leishmania (Viannia) guyanensis – 
predominante cutâneas. 
Subgênero Leishmania: 
• Leishmania (Leishmania) amaxonensis – 
cutâneo-difusas; 
• Leishmania (Leishmania) infratum chagasi 
– visceral. 
Morfologia 
Existem duas formas evolutivas: 
• Amastigotas: são tipicamente ovoides 
ou esféricas não possuem flagelo livre, 
são intracelulares, possuem núcleo 
grande e arredondado, cinetoplasto em 
forma de um pequeno bastonete, 
possuem vacúolos e é encontrada no 
hospedeiro vertebrado, no fagossomo 
de macrófagos. 
• Promastígotas: são formas alongadas 
encontradas no tubo digestivo do 
hospedeiro invertebrado, possuem 
núcleo arredondado ou oval que está 
situado na região mediana ou 
ligeiramente na porção anterior do 
corpo, possuem o cinetoplasto anterior 
ao núcleo em forma de bastão e flagelo 
que se torna livre na extremidade 
anterior da célula. 
Multiplica-se por divisão binária 
simples que se inicia com a duplicação do 
cinetoplasto, um dos quais mantém o flagelo 
remanescente, enquanto o outro promove a 
reprodução da estrutura flagelar. A seguir, o 
núcleo se divide e, em sequência, o corpo 
do parasito se fende no sentido antero-
posterior. 
Habitat 
 
Hospedeiro vertebrado: a forma evolutiva 
amastigota está presente nas células do 
sistema fagocítico mononuclear, 
principalmente nos macrófagos, onde elas 
sobrevivem e se multiplicam. Elas podem 
estar em macrófagos da pele, medula óssea, 
baço, linfonodos, fígado, intestino, no 
sangue e no interior de leucócitos. 
Os hospedeiros vertebrados são 
chamados de hospedeiros reservatório, 
pois servem como fonte de infecção para 
os flebotomíneos. 
Hospedeiro invertebrado: no trato digestivo 
deles têm as promastígota. Os hospedeiros 
invertebrados são insetos, pertencentes a 
família dos Psychodidae, principalmente no 
gênero Lutzomyia. São insetos que se 
reproduzem em matéria orgânica, 
apresentam o corpo coberto de cerdas, 
patas grandes, asas entreabertas durante o 
pouso. 
Transmissão 
• Picada da fêmea de Lutzomya 
(popularmente conhecidos como briqui, 
mosquito-palha e tatuquira); 
• Congênita; 
• Durante o coito; 
• Transfusão sanguínea; 
• Acidentes de laboratório; 
• Seringas contaminadas. 
Ciclo biológico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadros clínicos 
Leishmaniose tegumentar americana: 
enfermidade polimórfica da pele e das 
mucosas: 
• Forma cutânea: se apresenta por lesões 
que são ulcerosas indolores, únicas ou 
multiplicas. As espécies causadoras são 
L. amazonensis, L. braziliensis, L. 
guyanensis e L. lainsoni 
 
• Forma cutaneamucosa: são lesões que 
afetam regiões nasofaríngeas 
concomitantemente ou após uma 
infecção cutânea inicial. É responsável 
por um quadro desfigurante que pode 
até ser fatal, caso tenha acometimento 
respiratório secundário. As espécies 
causadoras são L. braziliensis e L. 
guayanensis 
• Forma difusa: apresenta lesões 
nodulares espalhadas pelo corpo. A 
espécie causadora é a L. amazonensis. 
Patogenia 
Quando a amastigota penetra 
dentro da célula do macrófago, ela vai se 
multiplicar e romperá o macrófago, 
causando uma destruição celular. 
 Com as amastigotas livres no tecido e 
com todo o conteúdo citoplasmático das 
células rompido, será gerado um processo 
inflamatório, consequentemente, atrairá 
mais macrófagos, acontecendo uma alta 
produção de células de defesa – 
hiperplasia histiocitária (macrófagos de 
pele), ocorrerá, então, edema, infiltração 
celular, alterações vasculares e áreas de 
necrose, onde começará a se formar a 
úlcera leishmaniótica (caracteriza a lesão 
inicial). O parasito pode se disseminar da 
lesão inicial para outras partes do corpo, 
através de uma disseminação linfática ou 
hematogênica (pelo sangue ou pela linfa). 
Forma cutânea 
Caracterizada pela formação de 
úlceras únicas ou múltiplas na derme, com 
a epiderme ulcerada. Resultam em úlceras 
leishmanióticas típicas, ou então, evoluem 
para formas vegetantes verrucosas ou 
frambpesiformes. As úlceras possuem formato 
circular, com bordas altas, fundo granuloso, 
de cor vermelha intensa, recoberto por 
exsudato seroso ou seropurulento e pode ter 
infecções secundárias, ou seja, infecções 
bacterianas associadas. 
 
Forma cutaneamucosa 
• Causada por L. braziliensis; 
• São lesões secundárias atingindo 
mucosas e cartilagens; 
• É uma extensão direta de uma lesão 
primária ou então uma disseminação por 
via hematogênica (pelo sangue); 
• Regiões mais afetadas: nariz, faringe, 
boca e laringe. 
• Causada por L. amazonensis. 
 
Forma cutânea difusa 
• São lesões/nódulos espalhados por todo 
o corpo, geralmente ocorre uma 
metástase (uma disseminação pelos 
vasos linfáticos que se espalham pelo 
 
corpo todo) ou pode ser devido a uma 
migração de macrófagos parasitados 
com as amastigotas. 
• A LCD está estreitamente associada a 
uma deficiência imunológica do 
paciente, em que a resposta imune 
celular está deprimida com relação a 
antígenos de Leishmania, levando-o a 
um estado de energia imunológica frente 
à infecção estabelecida. Os pacientes 
com essa forma, não respondem aos 
tratamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
Leishmaniose visceral americana 
Causada por Leishmania infatum 
chagasi. Consiste em uma forma grave que 
atinge principalmente crianças, causando 
um quadro geral com: 
• Febre; 
• Perda de peso; 
• Hepatoesplenomegalia; 
• Diarréia; 
• Tosse; 
• Pancitopenia; 
• Ictéria; 
• Lesão de fígado; 
• Ascite; 
• Edema generalizado; 
• Anemia; 
• Hemorragia; 
• Anorexia; 
• Caquexia; 
• Infecções secundárias. 
 
 
 
 
 
 
Diagnóstico 
▪ Parasitológico: 
• Através de esfregaço sanguíneo; 
• Exame histopatológico; 
• Isolamento em cultura; 
• Punção da borda da úlcera cutânea da 
pele, baço, fígado, medula óssea e 
linfonodos. 
 
▪ Imunológicos: 
• Teste imunocromatográfico rápido; 
• Ensaio imunoenzimático (ELISA). 
 
▪ Molecular: 
• PCR (DNA do parasito). 
Epidemiologia 
É um tipo de zoonose. 
Leishmaniose visceral: apresenta em torno de 
400 mil novos casos por ano. 90% dos casos 
mundiais ocorre em: Bangladesh, Índia, 
Sudão, Nepal e Brasil. O Brasil representa 
mais de 90% dos casos da américa latina e 
dentro do Brasil, o Nordeste, apresenta 
quase metade dos casos. 
 
Expansão: 
 
Mudança de perfil epidemiológico 
de áreas rurais para periurbanas e urbanas. 
Devido a migração urbana, a deficiência de 
estruturas habitacionais e sanitárias, a 
presença de cães infectados (principal 
hospedeiro reservatório da leishmania), 
desmatamento e ocupações de margens 
fluviais que fizeram com o que o 
flebotomíneo se adaptasse as áreas 
urbanas. A Leishmania provavelmente se 
adaptou à sobrevivência em mamíferos 
após a inoculação do organismo durante a 
evolução dos hábitos hematófagos dos 
flebotomíneos ancestrais. Os hospedeiros 
mamíferos agem agora não somente como 
um suporte para fornecer sangue para estes 
insetos, mas também como fonte de infecção 
das amastigotas localizadas na pele ou no 
sangue desses animais. 
Medidas preventivas/controle para os 
homens• Utilizar mosqueteiros de malha muito fina, 
telagem de portas e janelas e uso de 
repelente; 
• Vigilância entomológica constante para 
fazer o mapeamento de onde há 
flebotomíneo; 
• Aplicação de inseticida de efeito 
residual; 
• Saneamento ambiental (cuidando 
sempre de matérias orgânicas, o local 
onde os flebotomíneo gostam de se 
multiplicarem). 
Cão com leishmania 
▪ Sintomas: 
• Emagrecimento extremo; 
• Crescimento anormal das unhas; 
• Lesões no foucinho, nos olhos; 
• Alopecia (queda de pelos). 
 
▪ Medidas de prevenção/controle para os 
cães: 
• Vigilância do cão – triagem sorológica; 
• Vacinação canina; 
• Coleira impregnada com deltametrina; 
• Eutanásia de cães infectados. 
Tratamento 
• Glucantime® e Pentostan®; 
• Alternativo – Anfoterícina B; 
• Pentamidinas e aloupurinol; 
• Miltefosine – antitumoral. 
Obs.: infecções bacterianas; 
Prescrição de hemoderivados; 
Suporte nutricional enteral.

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