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DIREITO CONSTITUCIONAL 3 - 2 º BIMESTRE - PROF. PRISCILA CANEPARO

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DIREITO CONSTITUCIONAL 3 – 2º BIMESTRE 
Política Constitucional Urbana e Rural: 
- previstas nos arts. 182-191, CF 
 Política Constitucional Urbana (Arts. 182 e 183) 
- Designada a partir da municipalidade, por meio da Câmara Municipal, que autorizará um plano diretor 
 Usucapião Constitucional Urbano 
- Requisitos: 
> Área urbana de posse de até 250m² 
> Estar em posse por pelo menos 5 anos ininterruptos 
> A posse objetiva moradia própria ou familiar 
> O sujeito não poderá possuir outra propriedade 
 Política Agrícola e Fundiária 
- Estabelecida historicamente desde a Constituição de 1934, sob influencia da Constituição Mexicana de 
1917 (a primeira a prever a reforma agrária) 
- A reforma agrária possui 2 premissas: terras públicas e devolutas ou grandes terrenos particulares que 
não cumprem função social 
 Reforma Agrária 
- Arts. 184 e 185, CF; Lei 8.629/93; Lei 13.001/2014 e Decreto 8.738/2016 
- Conceito: Conjunto de notas (legislações) e planejamentos estatais mediante intervenção do Estado na 
economia agrícola com a finalidade de promover a repartição da propriedade e renda fundiária 
+ A União é competente por realizar a intervenção estatal 
 Etapas/ Requisitos – Reforma Agrária 
- Prevista no art. 184 
- O primeiro passo para se ter a desapropriação de um imóvel privado para fins de reforma agrária é a 
constatação de um grade imóvel que não esteja cumprindo sua função social 
- Em seguida (segundo passo), o presidente deverá realizar um decreto para declarar o imóvel de interesse 
social 
+ Sem o decreto, a União não pode instaurar o processo de desapropriação 
- O terceiro passo é marcado pela instauração da ação de desapropriação 
- Ainda no processo de desapropriação, deve se notificar o proprietário e vistoriar o imóvel (quarta etapa) 
- Durante o processo haverá o pagamento do valor do imóvel, pago em precatórias (título da divida 
agrária), que poderá começar a ser resgatado após 2 anos de sua emissão – o completo resgate ocorre em 
20 anos (quinto passo) 
+ O pagamento de benfeitorias úteis e necessárias será feita em espécie, como estabelece o art. 184, §1º 
- Por fim, efetivamente, há a desapropriação sanção, ou seja, a passagem do título de propriedade para 
União 
 Quando não poderá ocorrer a desapropriação – Art. 185 
- Na única pequena ou média propriedade do proprietário que esteja cumprindo função social 
 Usucapião constitucional de imóvel rural – Art. 191 
1º Requisito: não possuir outra propriedade rural ou urbana 
2º Requisito: posse ininterrupta pelo prazo de pelo menos 5 anos, sem oposição 
3º Requisito: propriedade não superior que 50 hectáres 
4º Requisito: propriedade produtiva para seu trabalho ou família 
5º Requisito: objetiva moradia 
 
Controle de Constitucionalidade 
 Escada Ponteana 
- Escalada de um fato social para esfera jurídica 
1º Degrau – Existência 
2º Degrau – Validade – tendo a CF como sua base 
3º Degrau – Eficácia 
- O ato existe no mundo jurídico quando possui determinada forma (escrita, oral, gestual...), agente e 
conteúdo 
- Para se validar, a forma precisa estar prevista ou não prescrita em lei, o agente deverá ser competente e 
o objeto lícito, possível, determinado ou determinável 
> A CONSTITUCIONALIDADE SERÁ ANALISADA A PARTIR DA VALIDADE < , dessa maneira o ato tido como 
inválido é inconstitucional 
- A eficácia não é atributo do ato. A eficácia apenas compatibiliza/ compara a realidade com o ato jurídico 
ATO ANULÁVEL: pode produzir efeitos até o momento da sua decretação de invalidade. Existe um vício 
sanável neste ato 
ATO NULO: são declarados e retroativos, ou seja, os atos anteriormente constituídos são desfeitos desde o 
início. Possui um vício grave, portanto, insanável 
DECLARAÇÃO: há situação pretérita, permite a retroação 
DECRETAÇÃO: não há situação pretérita, portanto, não retroage 
 A tese da NULIDADE da norma inconstitucional 
- Adotada nos EUA, Alemanha, Itália, Espanha, Portugal e Brasil 
- Conceito: Nenhum ato legislativo contrário a Constituição pode ser considerado válido. A essa invalidade 
se aplicará a sanção mais grave, a tese da nulidade 
- Efeitos: Declaração; desconstituirá todos os efeitos que o ato gerou enquanto estava em vigência, ou 
seja, retomará seu status quo 
- Precedente: 1803 – Suprema Corte dos EUA – caso: Marbury X Madson 
 Atenuações/ Temperamentos ou Flexibilizações da Teoria da NULIDADE da norma inconstitucional 
A) Pressuposto: todos os efeitos que a norma declarada inconstitucional gerou devem ser desfeitos 
+ Problema: pode por em risco valores como boa-fé, justiça e segurança jurídica 
B) Flexibilização da teoria (solução do problema): 
1. A norma não produziria mais efeitos válidos a partir da declaração pelo Judiciário 
2. A norma não produziria mais efeitos a partir de um momento futuro a ser designado pelo Poder 
Judiciário 
* Previsão: art. 27, Lei 9896/99 
 Tese da Anulabilidade das normas inconstitucionais 
- Adotada na Constituição de 1920 da Áustria, sob a influência de Kelsen 
- Nessa teoria o Judiciário decreta a norma como inconstitucional, dessa maneira, o ato deixa de produzir 
efeitos a partir do pronunciamento da esfera jurídica 
 Pressupostos 
1. Existência de uma constituição formal 
- A elaboração desta terá rito próprio, ou seja, será fruto de assembleia nacional constituinte e emendas 
- Esta constituição será elaborada em um único momento histórico, se diferenciando de constituições 
costumeiras 
2. Compreensão da constituição como lei suprema 
- Repousa sobre a ideia de constituição rígida, onde o processo de alterações é dificultado 
- Tida como lei suprema gera eficácia social 
3. Existência de um órgão competente 
Mecanismo de Defesa da Constituição Controle de Constituição Órgão fiscalizador 
- A constituição dará competência a algum órgão, que poderá ser o Poder Judiciário, Legislativo ou 
Executivo, em alguns casos cria-se um “4º poder” específico para essa ação, como na França 
- Geralmente, no Brasil, o órgão responsável por fazer o controle de constitucionalidade é o poder 
judiciário, especificamente o STF 
 Classificação do Controle de Constitucionalidade 
1. Inconstitucionalidade quanto ao tipo de conduta 
- Pode ocorrer de 2 maneiras: 
a) Inconstitucionalidade por ação: 
- Mais comum 
- Condutas inconstitucionais advindas dos 3 poderes, seja administração direta ou indireta 
EX: Poder legislativo > Inconstitucionalidade da lei 
- Decorre de conduta comissiva (facere) contrária a constituição 
b) Inconstitucionalidade por omissão: 
- Mais grave 
- Inércia dos poderes em relação aos comandos constitucionais 
- Nesses casos há erosão da consciência constitucional – os poderes não se sentem vinculados à 
constituição, tratando-a com indiferença, retirando sua eficácia social e normativa 
- Non facere 
- Surgiu por influencia da constituição da Iugoslávia de 1974 e Portugal de 1976 
- A inércia do poder legislativo: não produzir leis quando a constituição mandava fazê-las – norma 
constitucional de eficácia limitada 
+ Remédios para essas situações: 
- Mandato de injunção 
- Ação direta de inconstitucionalidade por omissão (ADO) 
 Tipos de Inconstitucionalidade 
1. Inconstitucionalidade por Omissão 
A) Total: quando há um vazio normativo na matéria. EX: poder legislativo devia produzir uma lei, mas não a 
fez, se absteve inteiramente 
B) Parcial: o poder legislativo cria lei insuficiente ou viola o princípio da isonomia 
- Divide-se em: 
1. Relativa: a lei exclui de seu âmbito de incidência parcela que deveria estar abrangida, viola a isonomia 
2. Propriamente dita: a lei regula determinada matéria de forma insuficiente, mas não viola a isonomia 
2. Inconstitucionalidade quanto à norma constitucional ofendida 
- Possui 2 acepções: 
A) Inconstitucionalidade formal: 
- Diz respeito a forma de elaboração de um ato normativo infraconstitucional 
- Também chamada de inconstitucionalidadenomodinâmica 
- Ofende a norma constitucional que estabelece a forma de feitura de um determinado ato 
infraconstitucional 
- A inconstitucionalidade formal se subdivide em: 
A1) Subjetiva: o ato normativo fora emanado por autoridade incompetente – violação do art. 61, CF 
A2) Objetiva: o ato normativo infraconstitucional não respeita a norma e o procedimento previsto na 
constituição – violação do art. 69 
B) Inconstitucionalidade material ou nomoestática: 
- o ato infraconstitucional não respeita o conteúdo/ matéria da constituição 
- Coloca em risco a unidade do ordenamento jurídico 
3. Inconstitucionalidade quanto à extensão 
- Verifica se todo o ato normativo infraconstitucional é inconstitucional ou apenas parte dele 
- Divide-se em: 
A) Inconstitucionalidade total: atinge/recaí na totalidade do ato normativo infraconstitucional. Não resta 
nenhuma parte válida que poderá ser aplicada 
- Não se confunde com revogação 
B) Inconstitucionalidade parcial: uma parcela¹ do ato normativo é considerado inconstitucional 
¹. Artigo, capítulo, inciso... 
- Diferentemente do veto parcial, a inconstitucionalidade parcial pode recair sobre apenas uma palavra, 
desde que esta seja autônoma e não altere o sentido do dispositivo 
+Caso alterasse o sentido do dispositivo, o poder judiciário estaria legislando, o que não lhe compete 
4. Inconstitucionalidade quanto ao momento 
- Verifica se o ato normativo infraconstitucional surgiu antes ou depois da constituição 
- A lei surgida anteriormente a constituição não passará por controle de constitucionalidade, será apenas 
recepcionada (desde que esteja de acordo com a constituição vigente, do contrário, perderá sua 
existência) 
- A lei surgida posteriormente a constituição será tida como constitucional ou inconstitucional. Aquela 
considera inconstitucional perderá sua validade 
- A inconstitucionalidade em relação ao momento poderá ser: 
A) Originária: 
- Nascimento posterior à constituição 
- Adotada como regra no Brasil 
- O ato normativo infraconstitucional nasce posteriormente à vigência da constituição e a viola, surge com 
vício 
+ O mesmo pode ocorrer com emendas constitucionais 
B) Superveniente: 
- Advém da ideia de que o ato normativo infraconstitucional violador é anterior à vigência da constituição 
- Adotada pela constituição portuguesa de 1976 
- No Brasil, via de regra, não há inconstitucionalidade superveniente, uma vez que adota o instituto da não-
recepção que afeta a existência da lei. No entanto, excepcionalmente utiliza-se esse modelo em 2 
hipóteses: 
1. Quando há alteração da jurisprudência 
2. Quando haver mudança do contexto fático de incidência da norma infraconstitucional 
5. Inconstitucionalidade em relação ao prisma de apuração 
A) Inconstitucionalidade direta/ imediata/ antecedente: resulta do confronto direto entre a constituição e 
o ato normativo infraconstitucional 
+ Não há qualquer outra norma entre eles 
- O ato normativo infraconstitucional retira seu fundamento de validade da constituição 
- Tida como regra no Brasil 
B) Inconstitucionalidade indireta/ mediata: ocorre quando há uma norma intermediária entre o ato 
normativo infraconstitucional analisado e a constituição 
- O ato normativo infraconstitucional retira seu fundamento de validade de norma intermediária 
- Adotada em Portugal 
- O ato normativo infraconstitucional sofrerá controle de legalidade anteriormente ao controle 
constitucional 
- A inconstitucionalidade indireta/ mediata pode ser: 
1. Consequente: a inconstitucionalidade do ato normativo é consequência da inconstitucionalidade da 
norma intermediária 
2. Oblíqua/ Reflexiva: a inconstitucionalidade do ato normativo é própria dele, porque a norma 
intermediária é constitucional 
+ Antes de ser inconstitucional é ilegal 
> No Brasil não se adota a inconstitucionalidade indireta/ mediata porque o ato normativo questionado 
deve ser diretamente ligado à constituição 
 Modelos de Controle de Constitucionalidade 
1. Modelo Inglês 
- O direito inglês é baseado em regras costumeiras, tendo assim, uma constituição moral/histórica e 
flexível. Não se substancia nos fundamentos básicos para haver controle de constitucionalidade 
- Não há supremacia da constituição, mas sim do parlamento 
- INEXISTE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
2. Modelo Francês 
- Pautado em uma alta desconfiança no Poder Judiciário. Assim, criando um quarto poder para realizar o 
controle de constitucionalidade, o conselho constitucional 
> O quarto poder não faz parte do executivo, legislativo ou judiciário 
- O conselho constitucional é composto por 9 membros + todos os ex-presidentes 
3. Modelo Norte Americano (EUA) 
A) Premissa: o controle de constitucionalidade é exercido pelo poder judiciário 
- O poder judiciário possui competência para declarar nulo, os atos normativos contrários à constituição 
B) Órgãos do poder judiciário que podem realizar o controle DIFUSO de constitucionalidade: 
- Todos os órgão do poder judiciário (juiz/tribunal) fazem o controle no caso concreto 
+ Juiz: possui capacidade para afastar a incidência da lei no caso concreto 
+ Tribunal: declara em sentença a inconstitucionalidade da lei no caso concreto 
C) Princípio do Stare Decisis: propõe a força vinculante das decisões da suprema corte dos EUA 
+ Quando houver a declaração de inconstitucionalidade de uma lei dentro do caso concreto na suprema 
corte, esta decisão terá efeitos vinculantes/ erga omnes 
> O Brasil não adota o princípio, utilizando, assim, o art. 52, X, CRFB 
4. Modelo Europeu 
A) Premissa: qualquer ato normativo incompatível com a constituição será declarado inconstitucional pelo 
poder judiciário 
B) Poder Judiciário: haverá a criação de um tribunal para fazer controle de constitucionalidade 
CONCENTRADO, as cortes constitucionais 
C) Como é o controle de constitucionalidade: 
- Poderá ser feito a partir de um caso concreto (como nos EUA), excepcionalmente, mas majoritariamente 
a partir da análise ABSTRATA do confronto entre a lei e a constituição, sem aplicação ao caso concreto 
5. Modelo Brasileiro 
- Mix entre o modelo europeu e norte americano 
-O modelo de controle de constitucionalidade brasileiro abrange os 3 poderes (executivo, legislativo e 
judiciário) 
+ Principalmente o judiciário 
- É compreendido como um modelo eclético/ misto, consagrando 2 modelos para estabelecer o seu 
próprio 
+ Modelo norte americano: adota a ideia de que todo juiz e/ou tribunal pode fazer controle de 
constitucionalidade no caso concreto 
- Foi importado por Rui Barbosa e previsto no ordenamento jurídico desde a constituição de 1891 
+ Modelo europeu: adota a ideia de que deve haver 1 órgão apto para fazer o controle de 
constitucionalidade em abstrato, no caso do Brasil, o STF 
- Foi importado por intermédio da EC 16/65 
 Supremo Tribunal Federal 
- Modelo dos EUA: última instância para fazer controle de constitucionalidade em caso concreto 
+ Recurso extraordinário: válido somente entre as partes, porque não adotamos o stare decisis 
- Modelo Europeu: corte constitucional que apenas analisa em abstrato a constitucionalidade de uma lei 
+ ADI, ACD, ADO 
 Classificação 
1. Quanto à natureza do órgão de controle 
A) Controle político: o controle de constitucionalidade será realizado principalmente por um órgão sem 
poder jurisdicional (poder legislativo, poder executivo ou um poder destinado a esse fim, como na França) 
B) Controle jurisdicional: realizado principalmente pelo poder judiciário 
- modelo adotado no Brasil 
> Premissas: 
1. Judicial Review – caberá ao poder judiciário revisar a constitucionalidade da lei 
2. Dar poder para 1 ou mais órgãos do poder judiciário realizarem o controle de constitucionalidade 
3. Surgiu na Europa, a partir da constituição da Áustria de 1920, sob influência de Kelsen 
C) Controle Misto (Suíça): a depender do tipo de lei, poderá haver o controle político ou judicial 
+ Leis locaissofrem controle judicial/ Leis federais sofrem controle político, realizada pela assembleia 
nacional (órgão específico) 
2. Quanto ao momento do exercício do controle de constitucionalidade 
A) Controle Preventivo: se realiza anteriormente à conversão de um projeto de lei em ato normativo 
- Não declara inconstitucionalidade porque a lei ainda não está presente no ordenamento jurídico 
- Elimina qualquer possível inconstitucionalidade, impedindo com que o ato inconstitucional ingresse no 
ordenamento 
> Controle preventivo realizado pelo Poder Legislativo: 
- Na câmera dos deputados é realizado pela CCJ e R 
- No senado é realizado pela CCJ e C 
> Controle preventivo realizado pelo Poder Executivo: 
- Realizado através do veto jurídico presidencial dentro de 15 dias úteis, contados a partir do recebimento 
do projeto de lei 
> Controle preventivo realizado pelo Poder Judiciário: 
- Realizado quando um mandato de segurança, requerido por parlamentar (deputado ou senador) contra o 
simples processamento de um PEC que viole (vise abolir ou diminuir) cláusula pétrea 
+ O mandato de segurança é julgado pelo poder judiciário que, dessa maneira, realiza o controle 
preventivo de constitucionalidade 
- O mandato de segurança só pode ser requerido por parlamentar da casa onde a PEC está sendo discutida 
+ Havendo perda superveniente do mandato parlamentar antes do julgamento do mandato de segurança, 
o caso será arquivado por ausência de legitimidade ativa 
B) Controle de Repressivo de constitucionalidade: retira a validade da lei que já se encontra vigente 
+ Após a conclusão definitiva do processo legislativo dessa norma 
- Finalidades: I- retirar a validade do ato; II- garantir a supremacia constitucional 
- O poder judiciário realiza majoritariamente o controle repressivo de constitucionalidade – atividade típica 
> Controle repressivo realizado pelo Poder Legislativo: 
- Atividade atípica 
- Pode ocorrer de 2 maneiras: 
A. Lei delgada: quando o poder legislativo delega sua competência ao poder executivo 
+ Caso a lei realizada pelo executivo exorbite os termos da delegação, o poder legislativo poderá suspender 
os excedentes, realizando, assim, o controle repressivo de constitucionalidade 
B. Medida provisória: ocorre por meio da rejeição da medida provisória por: 
I- não atender os pressupostos de relevância/ urgência 
II- quando o conteúdo por incompatível com a constituição 
III- reedição na mesma sessão legislativa de medida provisória que foi rejeitada 
> Controle repressivo realizado pelo Poder Executivo: 
- Realizado por negativa de cumprimento, por considerar uma lei inconstitucional 
- Requisitos: 
I- formalizar a negativa por meio de decreto (por escrito + ato administrativo) 
II- Presidente e Governador possuem a obrigação de concomitantemente propor uma ação direta de 
inconstitucionalidade (ADI) 
+ Caso a ADI não seja atendida pelo judiciário, terão que cumprir o ato normativo 
> Controle repressivo realizado pelo Poder Judiciário: 
- Qualquer juiz/ tribunal pode realizar o controle de constitucionalidade 
+ Reconhecem a inconstitucionalidade 
- Qualquer ação pode sofrer controle de constitucionalidade 
3. Quanto à competência do órgão de controle 
A. Controle difuso/ aberto: 
- Proveniente do modelo norte americano, chega em 1891 no Brasil com a 1º constituição republicana 
- Imputa competência para qualquer juiz/tribunal fazer o controle de constitucionalidade – que possui 
efeito entre as partes envolvidas no caso concreto 
- Não há a aplicação da norma tida como inconstitucional no caso concreto 
+ Não se declara inconstitucionalidade singularmente 
- Na América do Norte surge em 1803 no caso Marbury X Madison, julgado pelo juiz Marshall 
- Princípio “Stare decisis” – efeito erga omnes – NÃO adotado no Brasil, gerando um grande problema para 
o Poder Judiciário, uma vez que não se evita a existência de processos repetitivos 
+ A solução para essa questão é disposta no art. 52, CF – autoriza-se que o Senado a partir de uma decisão 
de um recurso extraordinário do STF, faça uma resolução suspendendo a execução da lei nos mesmos 
termos do Supremo. Essa ação do Senado é deliberativa 
- A suspensão terá efeito erga omnes, solucionando a falta do princípio stare decisis 
+ EX NUNC 
B. Controle conservado/ reservado ou fechado: 
- Importado do modelo Europeu, chega ao Brasil com a Emenda Constitucional 16/65 
- Conceito: realizado por número único ou determinado de órgãos do poder judiciário criado (s) 
especificamente para fazer controle de constitucionalidade 
- Motivos: 
1. Ideia de inexistência do princípio stare decisis – não dependendo do Senado 
2. Tribunais constitucionais não devem ser compostos apenas por magistrados de carreira 
4. Quanto ao modo/ forma/ finalidade que se leva a questão da constitucionalidade ao Poder Judiciário 
A. Controle concreto para via de defesa/ incidental/ execução: 
- Está dentro de um processo constitucional subjetivo, ou seja, a constituição é analisada previamente à 
decisão do caso concreto 
- Atrelado ao processo constitucional subjetivo – versa sobre uma inconstitucionalidade na lei 
- Os efeitos da inconstitucionalidade serão inter partes e ex nunc (dali em diante) 
- Nomenclatura: 
> Via incidental: está dentro de um caso concreto 
> Via de exceção: a questão da inconstitucionalidade é um acidente lógico temporal 
> Via de defesa: argumentação válida para autor ou réu como forma de defesa, afastando a incidência de 
uma lei no caso concreto 
B. Controle por via direta/ principal/ de ação/ abstrato: 
- Atrelado a ideia de ADI, ADO e ADC (Lei 9868/99) 
- Processo constitucional objetivo 
- Não existe lide/ caso concreto 
- Visa garantir a supremacia da constituição 
+ Discute a validade da lei 
- Provém do modelo europeu – EC 16/65 
- A fundamentação encontra-se na parte “dos pedidos” da petição 
> PARTES DO PROCESSO 
- Os requerentes legitimados para propor o controle abstrato estão listados no art. 103, CF 
- A parte requerida é aquela que fez a lei 
- O Advogado Geral da União tem como finalidade defender a presunção de constitucionalidade 
- O controle concreto realizado de forma CONCENTRADA é uma exceção – ocorre na ADI interventiva 
Ações de controle abstrato de constitucionalidade (ADI, ADO e ADC) 
 Legitimados ativos – quem poderá propor tais ações 
- Rol limitado/ taxativo de querentes para defender a supremacia da constituição listados no art.103, CF 
- Antes da constituição de 88 apenas o PGR possuía legitimidade ativa 
Legitimados Ativos Universais Legitimados Ativos Especiais 
I. Presidente da República IV. Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara 
Legislativa do Distrito Federal 
II. Mesa do Senado Federal V. Governador de Estado ou do DF 
III. Mesa da Câmara dos Deputados IX. Confederação Sindical ou Entidade de Classe de 
âmbito Nacional 
VI. Procurador Geral da República 
VII. Conselho Federal da OAB 
VIII. Partido Político com representante no 
Congresso Nacional 
 
 Diferenciações entre legitimados universais e especiais 
A. Universais: 
- Por conta de sua figura institucional autoriza-se que haja qualquer matéria apta a ser defendida 
+ Por essas figuras atuarem no âmbito nacional, não encontrarão empecilhos para defesa de qualquer 
norma que venha violar a declaração de constitucionalidade 
+ Não precisam provar pertinência temática 
B. Especiais: 
- Possuem capacidade restrita por conta de sua posição institucional 
- Precisam comprovar pertinência temática para propor a ação 
+ Pertinência Temática: nexo entre a norma questionada (ADI/ADC) ou falta de norma (ADO) com os 
objetivos institucionais daquele órgão/entidade 
- A norma questionada deverá repercutir de forma direta ou indireta sobre a atividade profissional, 
econômica ou social que a entidade defende 
 Especificidades de alguns legitimados ativos 
A. Entidades de classe: aqueles que se reúnem na defesa de uma ÚNICA atividade (social,profissional ou 
econômica) 
+ A CUT não é uma entidade de classe 
- Deve possuir âmbito nacional de atuação (pelo menos deve estar presente em 1/3 das unidades 
federativas) 
+ ADI 2866 – Flexibilização do requisito de presença nacional a partir da relevância da atividade exercida 
B. Confederações sindicais: possuem grau máximo do sindicato / federação e atuam em âmbito nacional 
- Organizadas nos moldes da CLT 
 Capacidade postulatória dos legitimados ativos 
- Quase todos os legitimados ativos possuem capacidade postulatória – possuem poder de propor ADI, 
ADC ou ADO sem advogado 
- Não possuem capacidade postulatória: partidos políticos com representação no Congresso Nacional, 
entidades de classe e confederações sindicais 
 Legitimidade Passiva 
- Figura do requerida, o qual possui a função de prestar informações 
- Quem fez a lei/ato normativo (ADI ou ADC) ou quem deveria ter feito, mas não fez (ADO) 
- Ente/órgão do poder público 
- A prestação de informações deve ocorrer no prazo de 30 dias (art. 6º, Lei 9868/99) 
> FIGURAS PROCESSUAIS: REQUERENTE > REQUERIDO > AGU > PGR 
 Advogado Geral da União 
- Presente somente na ADI 
- Realiza a defesa da presunção de constitucionalidade da lei/ato normativo considerado inconstitucional 
- Não participa da ADC, uma vez que nessa ação o requerente “cobre” o seu papel 
- Não participa da ADO, uma vez que não há lei para defender 
- O AGU possui prazo de 15 dias para realizar sua defesa 
 Procurador Geral da República 
- Atua como custus legis/ fiscal da lei 
+ Realizará parecer sobre o seu entendimento acerca da constitucionalidade da lei (ou omissão dessa) 
- Seu parecer não é vinculativo 
- Possui prazo de 15 dias para apresentar o parecer na ADI, ADC e ADO 
- Art. 103, § 1º O Procurador-Geral da República deverá ser previamente ouvido nas ações de 
inconstitucionalidade e em todos os processos de competência do Supremo Tribunal Federal 
- O PGR pode atuar como requerente ou custus legis 
- Quando atua como custus legis há uma independência funcional 
- Mesmo sendo requerente seu parecer como custus legis pode divergir 
 Amicus Curiae 
- Terceiro com legitimo interesse na demanda 
- Não faz parte do processo 
- Pode ser formado por um coletivo 
- Pode apresentar petições ou memoriais 
- Sua participação depende de uma decisão monocrática (do relator) 
 Requisitos da petição inicial das ações de controle abstrato (em relação a fundamentação) 
A. Parâmetro – Constituição 
- Sempre se refere a uma norma constitucional 
+ Essa norma de referencia pode declarar a inconstitucionalidade, constitucionalidade ou omissão 
inconstitucional da lei 
- A norma de referencia deve ter densidade normativa 
+ O preambulo não possui densidade 
- O STF não fica vinculado/adstrito ao parâmetro indicado pelo requerente 
+ Terá competência para analisar toda a constituição frente à norma/lei indicada, o parâmetro é aberto 
B. Objeto 
- Lei/ ato normativo no caso de ADI, ADC ou sua falta no caso de ADO 
- A lei ou ato devem ter generalidade e abstração, além de possuir conexão direta com a constituição 
+ Emenda Constitucional pode ser objeto ou parâmetro, uma vez que é obra do poder derivado 
reformador 
> O que não pode ser objeto: 
. Normas Constitucionais originárias 
. Atos normativos secundários – sofrem controle de legalidade, não de constituição 
. Normas infraconstitucionais anteriores ao parâmetro – passam pela recepção ou não-recepção 
. Normas temporárias que já passaram no tempo e normas revogadas 
+ Exceção: fraude constitucional ADI 3306 – Norma já revogada 
+ Quando as revogações sucessivas tiverem o claro intuito de burlar a jurisdição constitucional 
. Projetos de lei ainda não sancionadas 
+ Exceção: se houver a sanção do projeto de lei no curso do processo de controle abstrato, segue-se o 
processo 
. Leis municipais, quando o parâmetro for a CFRB 
+ Pode ser objeto quando o parâmetro for a Constituição Estadual 
. Súmulas 
- O objeto é fechado 
- O SFT ficará adstrito à análise das partes da lei apresentadas pelo requerente na petição inicial 
- Exceção: inconstitucionalidade por arrastamento 
+ O STF poderá estender a declaração de inconstitucionalidade ao dispositivo não apresentado em petição 
inicial quando houver relação de interdependência 
 Limitações Especiais do Objeto 
- ADI: quando o parâmetro for a Constituição, o objeto será as leis/atos normativos nacionais, federais e 
estaduais 
+ Quando o parâmetro for a Constituição estadual, o objeto será as leis/ atos normativos estaduais e 
municipais 
- ADC: o parâmetro SEMPRE será a Constituição e o objeto leis/ atos normativos nacionais ou federais 
- ADO: falta objeto, há uma lacuna normativa inconstitucional 
+ A argumentação será a omissão inconstitucional do poder público 
 Limitação espacial 
- ADI – Súmula 642, STF: só haverá o objeto de uma ADI como sendo uma lei distrital se derivar de 
competência legislativa estadual 
 
Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADI 
 Introdução 
- A ADI está prevista no art. 102 e 103, CF e sua técnica/ procedimento na Lei 9896/99 
- De acordo com a Súmula 360, STF não há prazo decadencial ou prescricional 
- Não cabe a desistência e recurso da ação 
+ Evita-se que se torne um instrumento de barganha política 
- Pode se ter interposição apenas dos embargos de declaração propostos pelo requerente ou requerido 
 Partes do Processo 
A. Requerente: art. 103, CF 
B. Requerido: faz parte do poder público – art. 6º, Lei 9896/99 
+ Deve prestar informações no prazo de 30 dias 
+ Não será intimado, mas notificado 
C. AGU: Realiza a defesa da lei/ato normativo impugnado no prazo de 15 dias, de acordo com art. 8º, Lei 
9868/99 
+ É intimado, não notificado 
D. PGR: Realiza seu parecer no prazo de 15 dias, também de acordo com o art. 8º, Lei 9868/99 
 Parâmetro, Objeto e Competência 
- ADI (federal): possui como parâmetro a CF e o objeto lei/ato normativo federal, nacional ou estadual 
+ A competência para julgamento é concentrada somente no STF – art. 102 
- ADI (estadual): possui como parâmetro a constituição estadual e o objeto lei/ ato normativo estadual ou 
municipal 
+ A competência para julgamento é concentrada no Tribunal de Justiça 
 Processamento 
- Declaração de inconstitucionalidade dos dispositivos apresentados na petição inicial 
- Art. 9º, Lei 9868/99 – instancia probatória 
+ Cabe de forma limitada no prazo de 30 dias 
 Decisão Final 
- Art. 22-28, Lei 9868/99 – versa sobre ADI e ADC 
> Julgada procedente ADI, será improcedente ADC – O objeto é inconstitucional 
> Julgada improcedente ADI, será procedente ADC – O objeto é constitucional 
 Quórum de decisão 
- A decisão é tida a partir da maioria absoluta do STF (6 ministros) 
+ O quórum de decisão deve respeitar o de presença (8 ministros), do contrário a decisão não possui 
efeitos 
 Efeitos da decisão 
- A decisão de procedência de ADI é justamente fazer com que se tenha a declaração de 
inconstitucionalidade do objeto 
1. Efeito EX TUNC: retroativo, ou seja, todas as relações que se utilizaram do objeto devem ser desfeitas 
- Exceção: Teoria dos temperamentos dos efeitos da decisão 
- Efeito represtinatório tácito: depende da eficácia “ex tunc”, não depende de manifestação expressa do 
STF 
+ Quando uma lei revogada por outra declarada inconstitucional volta a ter existência, validade, eficácia e 
vigência 
2. Eficácia ERGA OMNES: eficácia da decisão valendo indiscriminadamente/ para todos 
3. Efeito vinculante: traz eficácia da decisão para o poder público – art. 102, §2º 
+ Exceções: 
a. Decisão final de ADC e ADI não vincula o plenário do STF 
b. Funções legiferantes: quando o poder for fazer uma norma, não fica vinculado à declaração de 
inconstitucionalidade 
+ Os 3 poderes podem fazer normas 
 Partes da decisão final que geram efeitos vinculantes 
- Relatório: resumo da ADI; não vinculante 
- Fundamentação: motivosexpressos para uma lei ser declarada inconstitucional ou não; não vinculante 
- Dispositivo: declara a lei constitucional ou não; vinculante 
> Teoria dos efeitos transcendentes dos motivos determinantes: 
- Teoria não dominante 
- Adotada por Gilmar Mendes

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