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Universidade Anhembi Morumbi Título: Aromaterapia Henrique Alfredo Gomes RA: 20609536 Lívia Compiani Carol RA: 21096088 Luis Guilherme Lagoa Teixeira RA: 21238045 Matheus Henrique Condi Figueiredo RA: 21295189 Disciplina: Práticas Integrativas e Complementares São Paulo 2020 AROMATERAPIA Aromaterapia é a arte e a ciência que visa promover a saúde e o bem-estar do corpo, da mente e das emoções, através do uso terapêutico do aroma natural das plantas por meio de seus óleos essenciais (GRACE, 1999; ULRICH, 2004). Sistema Olfativo O sentido olfato é o mais primitivo, é o primeiro que ser forma na gestação, se nós separarmos os sentidos dentro do cérebro, iremos perceber que o que ocupa o maior espaço é o do sentido olfativo. O aroma não é sentido não pelo nariz, essa é só a porta de entrada do meio externo para o meio interno, as moléculas aromáticas são inspiradas, vem através do canal olfativo e se ligam num epitélio pequeno, onde possuem cerca de dez milhões de células olfativas. Se observarmos essas milhões de células, veremos que há uma transformação contínua, que se renova de tempo em tempo, que tem muitos cílios, essas moléculas, levada através desses canais, se ligam a esses cílios e leva um sinal, um estímulo para nosso sistema límbico, uma área responsável pelas emoções e memórias, podemos sentir quando aspiramos essas moléculas, isso pode nos trazer boas, ou nem tão boas emoções assim. Cada uma dessas dez milhões de células tem uma especificidade muito grande, elas estão ali aguardando um aroma específico, cada estímulo abre uma porte e gera um tipo de reação em nosso organismo, então podemos observar que, a única parte ligada diretamente do meio externo para nosso sistema nervoso central, é nosso olfato. Nós temos a capacidade de distinguir um trilhão de aromas diferentes, alguns animais tem essa capacidade trinta vezes mais potentes, cada um de nós tem uma percepção única sobre um aroma, uma identidade aromática que gera reações individuais dentro de nosso organismo. O aroma pode ser sentido por cada pessoa de uma forma, podemos chamar isso de identidade aromática. As mulheres tem uma capacidade olfativa maior que os homens, isso é facilmente explicado por ter a região orbital, pré frontal é maior nas mulheres, permitindo assim que esse sentido seja mais aguçado. Nosso paladar está totalmente relacionado com o nosso olfato, 70% do nosso paladar é decodificado por sinais pelo olfato, além disso a falta de olfato pode estar relacionada com doenças como Alzaimer e Parkinson, entre outras. Desde que nascemos o olfato tem uma importante atuação para os seres humanos, pois durante a amamentação a criança consegue se localizar e encontrar o alimento por aromas liberados pelas aréolas das mães, esse é o estímulo para que os bebês possam se localizar e encontrar o peito da mãe para se alimentar. Fisiologia Olfativa A mucosa olfativa é tão sensível que poucas moléculas são suficientes para estimulá-la, produzindo a sensação de odor. A sensação será tanto mais intensa quanto maior for à quantidade de receptores estimulados, o que depende da concentração da substância odorífera no ar. O olfato tem importante papel na distinção dos alimentos. Enquanto mastigamos, sentimos simultaneamente o paladar e o cheiro. Do ponto de vista adaptativo, o olfato tem uma nítida vantagem em relação ao paladar: não necessita do contato direto com o objeto percebido para que haja a excitação, conferindo maior segurança e menor exposição a estímulos lesivos. O olfato, como a visão, possui uma enorme capacidade adaptativa. No início da exposição a um odor muito forte, a sensação olfativa pode ser bastante forte também, mas, após um minuto, aproximadamente, o odor será quase imperceptível. Porém, ao contrário da visão, capaz de perceber um grande número de cores ao mesmo tempo, o sistema olfativo detecta a sensação de um único odor de cada vez. Contudo, um odor percebido pode ser a combinação de vários outros diferentes. Se tanto um odor pútrido quanto um aroma doce estão presentes no ar, o dominante será aquele que for mais intenso, ou, se ambos forem da mesma intensidade, a sensação olfativa será entre doce e pútrida. Schirlei da Silva Alves Jorge (2013), em seu livro Plantas Medicinais: Coletânea de Saberes menciona que desde o ano 3000 a.C. há informações que a China dedicava-se ao cultivo de plantas medicinais, tendo o Imperador Sheng-Nung utilizado uma série de plantas em seu próprio corpo para saber o efeito que acarretavam e, entre tantas, destacou o uso da raiz de ginseng, anunciando ser a mais fenomenal das ervas e que beneficiava a longevidade. A história da aromaterapia A aromaterapia está relacionada com o uso de formas naturais no tratamento de enfermidades há mais de 2000 anos a.C., nos livros em sânscritos dos Ayurvedas. Esta prática corresponde ao sistema de medicina mais antigo do mundo e ao exercício mais comum de medicina não alopática vivenciada na Índia, em especial na área rural, onde habitam mais de 70% da população desse país (BOURRET, 1981; GOGTAY et al., 2002). Os antigos persas e egípcios conheciam os óleos essenciais de Terebintina (madeira de pinheiro) e resina de mastique (Pistacia lentiscus), sem dúvida o primeiro óleo essencial obtido a partir da destilação a seco. Vasos de alabastro, encontrado em antigas tumbas de faraós, possuíam óleos essenciais e datavam de mais de 6.000 anos (PRICE, 1994). Durante as cruzadas, o conhecimento dos óleos aromáticos e perfumes difundiram-se para o leste e Arábia, o médico e filósofo árabe chamado Abu Ali al-Husayn Abdallah Ibn Sina, conhecido como Avicena, foi o primeiro a utilizar o processo de destilação com serpentina refrigerada para extrair o óleo essencial de rosas. A primeira descrição, no que se refere aos óleos essenciais, foi realizada detalhadamente por Arnold Villanova de Bachuone no século XIII onde relacionou terebintina, alecrim e sálvia. As ervas eram maceradas em “I’ eau vie” ou fermentadas em água (devido à presença de álcool), mas a separação dos óleos essenciais não era realizada ao fim do processo, obtendo-se, assim, somente águas aromáticas. Entre 1560 e 1580 o jesuíta José de Anchieta relatou minuciosamente as plantas comestíveis e medicinais do Brasil em suas missivas ao superior geral da Companhia de Jesus, em Portugal. O padre Anchieta cita uma “erva boa” quando se referiu à Mentha piperita, utilizada pelos índios para combater indigestão, suavizar nevralgias, reumatismo e doenças nervosas (CORAZZA, 2002). Em 1639, o alemão Jorge Marcgrave juntamente com o Holandês Guilherme Piso publicaram o livro “História Natural do Brasil”, nele escreveram com detalhes os hábitos dos brasileiros em relação ao uso das plantas medicinais, especialmente os chás e ungüentos, feitos com plantas ricas em óleos essenciais, prescrita pelos curandeiros negros, mulatos, pajés e caboclos. Durante a segunda guerra mundial o Doutor Jean Valnet (1933-1995), serviu como médico na frente da armada francesa nas muralhas chinesas e ao tratar as vítimas, ele teria ficado sem antibióticos, fato que o levou a tentar fazer uso de óleos essenciais, tais como lemon, chamomille, Eucalyptus glóbulos, entre outros, e para seu espanto tais óleos possuíam poderoso efeito em reduzir e/ou parar os processos infecciosos, possibilitando salvar muitos soldados. Esses relatos foram publicados em 1964, na França, no seu livro “Aromatherapie” (TISSERAND, 1993). O Brasil se posiciona como o 3° maior exportador de óleos essenciais do mundo, com aproximadamente US$ 147 milhões, atrás apenas dos EUA e França, tendo ultrapassado o Reino Unido em 2007. No entanto, desse volume, 91% consiste em óleo essencial de cítricos, principalmente laranja (80%), subprodutos da indústria de sucos e de baixo preço (US$2,18/kg). A comunidade científica tem despendido esforços no intuído de elucidar as diversas propriedades dos óleos essências. Atividades farmacológicas tais como a antinociceptiva, anticonvulsivantes e hipotensivas vêm sendo descritas na literatura para diversos óleos essenciais, a exemplo do estudo desenvolvido com óleo essencial de Cymbopogom winterianus e seus constituintes (BRITO et al. 2012; BASTOS et al. 2012; QUINTANS-JÚNIOR et al. 2008). Adicionalmente, é importante destacar grandes perspectivas para o uso dos óleos essenciais em outras indústrias além da farmacêutica, como por exemplo, na indústria cosmética, que os emprega na produção de protetores solares, loções antissépticas, desodorantes, produtos de higiene e perfumes (KORAC et al., 2011; SANTOS et al., 2009), ou na indústria alimentícia, como aromatizantes e conservantes, ou ainda na fabricação de alimentos e bebidas. (DAVID et al., 2006). O termo aromaterapia foi introduzido por René Maurice Gatefossé na década de 1920 e teve seu desenvolvimento posteriormente por seus seguidores. Esta terapia se vale dos poderes dos óleos essenciais para predispor à prevenção, à cura e ao equilíbrio psicossomático. A ação dos componentes dos óleos essenciais pode se dar por contato com a pele: penetração e consequente alcance da corrente sanguínea, ou por estimulação do sistema nervoso central pelo processo de transdução. Pode-se, portanto, dizer que são três os sistemas fundamentais para se processar a aromaterapia: circulatório, límbico e olfativo. As propriedades e indicações dos óleos essenciais são extremamente numerosas, e para assegurar o sucesso da terapia, é necessário o acompanhamento por profissional especialista e habilitado, já que hoje a tendência é a prescrição cada vez mais individualizada e adequada para cada pessoa, pois a aromaterapia visa, além de curar estados patológicos, promover e restaurar o equilíbrio mental e psicológico. Os principais métodos usados em aromaterapia são: a inalação, o banho aromático e a aplicação. As substâncias odoríferas desprendem partículas que são carregadas pelo ar, e estimulam as células nervosas olfativas; tal estímulo é suficiente para desencadear outras reações, entre elas a ativação do sistema límbico, ou seja, da área cerebral responsável pela olfação, memória e emoção. Desta forma, têm-se os processos de cura da aromaterapia. Os métodos de aplicação mais comum na prática da aromaterapia são: pulverização e difusão aérea, inalação, compressas, banhos e massagens. O modo mais adequado a ser empregado é definido de acordo com a prescrição do médico ou profissional especialista, levando-se em conta a substância a ser utilizada. Há também a possibilidade de tratamento através de bochechos e gargarejos e ingestão (via oral). Antes de iniciar o tratamento, deve-se atentar ao prazo de validade dos óleos e proceder, 24 horas antes do início de qualquer aplicação, o teste de alegria, aplicando-se o óleo em seu veículo sobre a pele (Corazza, 2002; Price, 1999). A aromaterapia apresenta uma alternativa de tratamento holístico mais suave, para o corpo e a mente, e está sendo mais procurada pela população, visto a imensa gama de efeitos colaterais e reações adversas que a alopatia (tratamento convencional) pode oferecer. Nos países de Primeiro Mundo, a aromaterapia já é utilizada com êxito em ambientes de trabalho e hospitais, com propósitos terapêuticos, e está ganhando seu espaço. Aromaterapia é a arte e a ciência que visa promover a saúde e o bem-estar do corpo, da mente e das emoções, através do uso terapêutico do aroma natural das plantas por meio de seus óleos essenciais. Os principais óleos utilizados na aromaterapia são: Óleo essencial de lavanda, laranja, sálvia, alecrim, hortelã e canela. REFERÊNCIA: BASTOS, J. F. A. et al. Hypotensive and vasorelaxant effects of citronellol, a monoterpene alcohol, in rats. Basic Clinical Pharmacology & Toxicology. 2010 ;106(4):331-7. BRITO, R. G.; GUIMARÃES, A. G.; QUINTANS, J. S. S.; SANTOS, M. R. V.; SOUSA, D. P.; BADAUEPASSOS JR, D.; LUCCA JR, W.; BRITO, F. A.; BARRETO, E. O.; OLIVEIRA, A. P.; QUINTANS JR, L. J. Citronellol, a monoterpene alcohol, reduces nociceptive and inflammatory activities in rodents. Journal of Natural Medicines, v. 66, n. 4, p. 637-44, 2012. BOURRET, J. C. Les Nouyeaux Sices de La medicina par lês plantes. Hachette, 1981; 45: 454-76. DAVID, E. F. S. Rendimento e composição do óleo essencial de Mentha piperita L., cultivada em solução nutritiva com diferentes níveis de fósforo. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 2006; 8(4): 183:188. DAVIS, P. Aromaterapia de la A a la Z. Madrid: EDAF, 1993. CORAZZA, S. A. Aromacologia através dos tempos. In: CORAZZA, S. Aromacologia: uma ciência de muitos cheiros. São Paulo: Senac, 2002. GOGTAY, N.J.., BHATT, H.A., DALVI, S.S., KSHIRSAGAR, N.A. The use and safety of nonallopathic Indian medicines. Drug Safety, 2002; 25(14): 1005-19. GRACE, K. Introdução à Aromaterapia. In: GRACE, K. Aromaterapia: o poder curativo dos aromas. São Paulo: Mandarine, 1999. PRICE, J. Praktische aromatheraie. Neuhaussen Suíça: Urania, 1994. TISSERAND, R. A arte da aromaterapia. 13th ed. São Paulo: Roca, 1993. TISSERAND, R. A arte da aromaterapia. 13th ed. São Paulo: Roca, 1993. ULRICH, H.N.A. Óleos etéreos. In: ULRICH, H.N.A. Manual prático de aromaterapia. Porto Alegre: Premier, 2004. 13-9.
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