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AVANÇOS E DESAFIOS EM RELAÇÃO À POLÍTICA PÚBLICA DA EDUCAÇÃO SUPERIOR NO SÉCULO XXI

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CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC 
 
 
 
 
 
Fabrizio Vésica 
 
 
 
 
 
 
 
AVANÇOS E DESAFIOS EM RELAÇÃO À POLÍTICA PÚBLICA DA EDUCAÇÃO 
SUPERIOR NO SÉCULO XXI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aparecida de Goiânia 
Março/2015 
1. INTRODUÇÃO 
 
As instituições encarregadas da formação e da criação de cidadãos pensadores, 
conscientes e ativos no mundo globalizado estão atravessando um momento 
histórico marcado pela falta de adaptação a um panorama cultural/econômico 
extremamente dinâmico, que exige cada vez mais preparo não só no sentido da 
formação de um capital humano apto a se inserir nesse contexto, mas também de 
formar pessoas capazes de pensar, decidir com autonomia, desenvolver seu papel 
na sociedade visando contribuir ao desenvolvimento pessoal e coletivo. 
A leitura dos textos propostos evidenciou problemáticas complexas e diversos 
desafios para que se chegue a uma educação superior eficiente e eficaz. Nesse 
texto será abordada a necessidade de expansão da educação superior no Brasil e a 
consequente proliferação de instituições privadas que, em função da maior facilidade 
de acesso, da independência financeira e da ineficiência dos atuais mecanismos de 
avaliação da qualidade do ensino superior, oferecem, em muitos casos, formação de 
má qualidade. 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
 
Nas décadas de 1970 e 1980 o Brasil vivenciou um período em que, à crescente 
demanda da população por vagas em instituições de ensino superior, não 
correspondeu uma oferta compatível por parte do sistema público de educação que, 
por falta de investimentos adequados à sua expansão, se viu incapaz de atender às 
necessidades do País (MACEDO et al., 2005). Nesse contexto, a nova Lei de 
Diretrizes de Base da Educação (LDB) de 20 de dezembro de 1996 introduziu novos 
tipos de instituição, fato que, somado a quanto disposto no art. 209 da Constituição 
de 1998, que regulamenta a participação da iniciativa privada na oferta de ensino, 
resultou na proliferação de instituições dispostas a atender aquela ampla fatia de 
população que se viu barrada no acesso às universidades públicas que, em sua 
grande maioria, acolhiam apenas alunos com bom preparo nos ensinos fundamental 
e médio, isto é, com condições financeiras que lhe permitiram estudar em escolas 
privadas, vista a péssima qualidade das escola públicas. 
À luz dos dados apresentados por SCHWARTZMAN (2010), a criação do ProUni em 
2004 e da Lei 12.711 de agosto de 2012, mais conhecida como Lei das Cotas, 
tiveram seus méritos no aumento da quantidade de matrículas no que se refere, 
respectivamente, ao acesso de alunos oriundos das escolas públicas em instituições 
de ensino superior privadas (com as quais o governo federal estabeleceu uma troca 
de vagas por renúncia fiscal) e à inclusão de negros, pardos e indígenas no ensino 
superior brasileiro. No entanto a política de cotas implementada ainda é muito 
recente para poder avaliar seus resultados efetivos e, ainda segundo 
SCHWARTZMAN: 
Uma limitação importante do ProUni parece ser a falta de candidatos 
que satisfaçam, simultaneamente, os critérios de baixa renda e 
desempenho razoável no Enem [...] (2010, p.37) 
 
Assim, de um lado a falta de políticas de expansão realmente eficazes e do outro a 
ineficiência dos atuais mecanismos de controle da qualidade efetiva da formação 
proporcionada pelas instituições privadas resultam não só numa fatia ainda muito 
grande de população sem acesso ao ensino superior, mas também na 
incompetência de boa parte dos profissionais que ingressam no mercado de 
trabalho. Incompetência, essa, que se reflete na ocupação de cargos de nível médio 
por parte de pessoas de nível universitário. 
A reforma universitária no Brasil não pode prescindir de uma reestruturação 
completa do ensino público nos níveis fundamental e médio para que o aluno 
obtenha desde seu ingresso no universo escolar um alicerce sociocultural que lhe 
permita disputar vagas nas universidades públicas forte de uma bagagem de 
conhecimento tão válida quanto a das atuais escolas privadas, às quais é delegado 
o papel, que deveria ser do Estado, de dar instrução de qualidade àquela (ainda 
pequena) parte da população que pode pagar por isso. Evidentemente uma atitude 
desse tipo demandaria a sinergia dos governos federal, estaduais e dos municípios, 
demandaria tempo e se chocaria com os interesses econômicos daqueles que 
mercantilizam a educação, mas instauraria um processo de formação de tal forma a 
resultar num desenvolvimento social e econômico fundado na cultura, na 
consciência e na responsabilidade de cada um. 
 
3. CONCLUSÃO 
 
A partir das considerações feitas e dos dados apresentados, torna-se evidente a 
necessidade de investimentos e de reestruturação do sistema escolar brasileiro não 
apenas no que tange o ensino superior, mas também a educação fundamental e 
média, com o objetivo de proporcionar à população um itinerário de formação 
eficiente e eficaz, preenchendo assim as lacunas existentes e proporcionando, de 
fato, o acesso ao ensino superior de qualidade sem a necessidade de artimanhas 
paliativas nesse sentido, como políticas de cotas e aquisição de vagas num sistema 
privado em muitos casos de qualidade duvidosa. 
 
REFERÊNCIAS 
 
MACEDO, Arthur Roquete de et al. Educação superior no século XXI e a reforma 
universitária brasileira in: Avaliação e Políticas Públicas em Educação. Rio de 
Janeiro, v. 13, n. 47, p. 127-148, abr-jun. 2005 
 
SCHWARTZMAN, Simon. Aprendendo com os erros e os acertos do passado: 
pontos essenciais para a definição de políticas públicas de educação superior. 
Estudos, Brasília, n.39, p. 29-43, dez. 2010 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição [da] Republica Federativa do Brasil. 
Brasília, DF: Senado Federal. 
 
BRASIL. Lei n° 12.711, de 29 agosto de 2012, Dispõe sobre o ingresso nas 
universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível 
médio e dá outras providências. Diário Oficial da União - Seção 1 - 30/8/2012, 
Página 1 (Publicação Original). 
 
BRASIL. Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Diário Oficial da União - Seção 1 - 23/12/1996, Página 27833 
(Publicação Original).

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