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Prova de Medieval

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Universidade Estácio de Sá
Curso: História da Idade Média Professor: Rodrigo Rainha
Aluna: Laryssa Craveiro 
Idade Média
1. (1 ponto) As invasões dos povos germânicos, que culminaram com o fim do Império Romano do Ocidente em 476, trouxeram consigo quais consequências imediatas para o início do período medieval. Discuta essa ideia
As migrações germânicas resultaram no processo de desagregação do Império Romano do Ocidente. Assim, o poder centralizado em Roma deixou de existir, e as terras foram ocupadas pelos germânicos, que prevaleceram a partir da força.
Além disso, houve também a ruralização da Europa, pois, com os centros de produção de alimentos atacados e as rotas comerciais fechadas, o abastecimento das cidades foi interrompido, gerando fome nas grandes cidades romanas. Houve também casos de epidemia de doenças nas grandes cidades, além de saques realizados pelos povos germânicos. Isso gerou uma migração de população para as zonas rurais com o objetivo de fugir da violência e de estar próximo dos locais de produção de alimentos. Esse processo também resultou na diminuição populacional da Europa.
A partir dos povos germânicos, novos reinos surgiram, como o Reino dos Francos, o Reino dos Visigodos, o Reino dos Ostrogodos etc. A fusão da cultura latina e germânica deu origem à cultura da sociedade ocidental. Além disso, a estrutura dessas sociedades possibilitou o surgimento das características que definiram a Europa durante o período feudal.
2. (1 ponto) O fim do Império Romano do Ocidente teve como contraparte a manutenção da sua fração oriental, o Império Bizantino. Explique as características e razões pelas quais ele sobreviveu às invasões germânicas.
Assim, ainda que a queda do Império Romano do Ocidente tenha sido fatal para eles, a sobrevivência do Império Romano do Oriente foi expressiva. Isso se deu porque havia outra configuração e outros jogos políticos no oriente, diferentes das despesas e necessidades do Império Romano do Ocidente. O povo do oriente enfrentou poucas ameaças de bárbaros, passando a viver um período de estabilidade e prosperidade. Formado na tentativa de salvar o Império Romano do Ocidente, em plena divisão do Império Romano no século IV, o Império Romano do Oriente manteve a continuidade da cultura romana cristã e boa parte da cultura grega. Tendo a capital localizada em Bizâncio, que mais tarde teria sido batizada de Constantinopla, a cidade de Constantino, esta cidade protagonizou inúmeros encontros entre povos e culturas.
3. (1 ponto) Relacione na formação da Idade Média (Séculos IV - VII) o papel da Igreja e dos Reinos que se estabelecem no Ocidente.
O cristianismo estabeleceu-se como instituição nos séculos finais do Império Romano. Enquanto o Império Romano desmanchava-se em crises internas, a Igreja Católica fortaleceu-se e firmou suas bases. A perseguição aos cristãos encerrou-se a partir de 313 com o Édito de Milão, assinado pelo imperador Constantino. A partir de 380, com a assinatura do Édito de Tessalônica pelo imperador Teodósio, o Cristianismo transformou-se na religião oficial do Império. Esse primeiro momento de estabelecimento da Igreja deveu-se muito a algumas personalidades, como Santo Agostinho, Santo Atanásio, São Jerônimo, Gregório Magno etc. Todos contribuíram para a construção da doutrina eclesiástica e o fortalecimento da Igreja a partir do combate às heresias. Os reinos germânicos foram formados a partir do colapso do Império Romano, que, incapaz de manter o controle sobre suas terras, sofreu inúmeras invasões. O último imperador romano foi deposto em 476 pelos hérulos e, a partir daí, as posses do Império Romano na Europa Ocidental foram gradativamente ocupadas pelos povos germânicos. Assim, a ocupação da Europa Ocidental aconteceu da seguinte maneira:
· Francos: liderados por Clóvis, estabeleceram-se na Gália e formaram um dos maiores reinos germânicos;
· Burgúndios: estabeleceram-se no sul da França, mas foram absorvidos pelos francos no século VI;
· Ostrogodos: liderados por Teodorico, estabeleceram-se no Norte da Itália;
· Anglo-saxões: estabeleceram-se na Bretanha (atual Reino Unido);
· Suevos: estabeleceram-se a oeste da Península Ibérica, mas foram absorvidos pelos visigodos tempos depois;
· Visigodos: estabeleceram-se na Península Ibérica, mas foram impedidos pelos francos de se expandir para a Gália;
· Vândalos: estabeleceram-se no Norte da África, mas foram absorvidos tempos depois com a expansão do Islã a partir do século VII.
4. (1 ponto) A formação do Mundo Islâmico tem processos diferenciados em relação ao da Comunidade Árabe.  Historicamente ambos os processos são apresentados como a mesma coisa, mas de fato, sua relação deve ser observada como dois fenômenos, explique.
Basicamente, árabe é a composição etnolinguística e muçulmano refere-se à religião do Islã. Existem povos, por exemplo, que são considerados árabes, falam o idioma árabe, mas professam outras religiões, incluindo o cristianismo.
Existe, no entanto, certa controvérsia sobre o que é ser árabe ou, propriamente, um país árabe. Para muitos, se uma pessoa ou país adota esse idioma, já é o suficiente; para outros, é necessário que os traços étnicos também correspondam ao que pode ser considerado árabe. Para a Liga Árabe, “um árabe é uma pessoa cuja língua é o árabe, que vive em um país de língua árabe e que tem simpatia com as aspirações dos povos de língua árabe”.
5. (1 ponto) Entre os séculos X e XI, observamos a presença de uma série de mudanças na Europa Ocidental, é o período do feudalismo clássico, mas também dos projetos universalistas, eclesiásticos e nobiliárquicos, do fortalecimento dos laços de servidão e do "renascimento" das cidades.  Discuta o papel da Igreja nos séculos em questão, relacionando o seu discurso aos eventos que marcam a Europa no período:
Na questão ideológica, a Igreja Católica cumpria um papel importante naquela sociedade, uma vez que propagava a ideologia que justificava a organização social. Para a Igreja, cada grupo possuía uma função específica a ser realizada, e essas funções haviam sido estabelecidas por Deus. A Igreja, portanto, definia aquela sociedade como estamental, e isso resultava em pouca mobilidade social.
	6. (0,5 ponto) A Peste Negra foi a designação que ficou conhecida, durante a Idade Média, a pandemia de peste bubônica que assolou a Europa durante o século XIV e dizimou cerca de um terço da população da época. Foram condições para o surgimento e proliferação da Peste:
	
		
	A peste chegou a Europa através do rato, se infiltrando e disseminando rapidamente pelos contatos comerciais advindos da África. Somado a isso, temos uma sociedade onde os hábitos de higiene, apesar de comuns, não surtem efeito frente a uma alta taxa de mortandade que contribuiu para o rápido alastramento da pandemia.
	
	A peste chegou à Europa através dos comerciantes navegadores, se infiltrando e disseminando rapidamente pelos contatos comerciais advindos de diversas partes do mundo. Somado a isso, temos uma sociedade onde os hábitos de higiene não são comuns e, apesar da boa alimentação (consequencia das melhorias das técnicas agrícolas), ela não impediu a rápida propagação da pandemia.
	
	A peste chegou a Europa através do rato, se infiltrando e disseminando rapidamente na Europa pelos contatos comerciais advindos da Ásia. Somado a isso, temos uma sociedade onde os hábitos de higiene não são comuns e uma população, em sua maioria pobre, que não possuía uma boa alimentação, contribuindo para a rápida propagação da pandemia.
	
	A peste já existia na Europa, através de casos isolados. Como tínhamos uma sociedade onde os hábitos de higiene não eram comuns e uma população, em sua maioria pobre, que não se alimentava corretamente, a doença (antes isolada) rapidamente se disseminou por intermédio do rato, propagando a pandemia
	
	A peste chegou a Europa através do rato e de mercadores infectados, se infiltrando e disseminando rapidamente. Apesar dos hábitos de higiene e boa alimentação da população européia, ela não possuía resistênciaa bactéria, contribuindo para a rápida propagação da pandemia.
	
7. (1 ponto) Disserte, em linhas gerais, acerca do legado medieval para o desenvolvimento científico.
Depois de superado o abalo de desastres como a Peste Negra, na parte final da Idade Média, o Ocidente pôde demonstrar um crescimento científico ainda mais exuberante no período subseqüente. Os avanços na óptica, obtidos durante a Idade Média, logo iriam gerar aparelhos como o microscópio e o telescópio. Esses dois instrumentos juntamente com a prensa móvel, (fruto medieval), são vistos por muitos como os equipamentos mais importantes já criados para o avanço do conhecimento humano. É preciso também ressaltar os avanços na física: O tardio movimento científico medieval concentrou-se na ciência física (…). Foi um trabalho que deveria ter continuidade nos séculos seguintes, na época que veio a se chamar de Renascença e no período que é muitas vezes denominado de Revolução científica. E é nas ciências físicas que vemos mais claramente a emergência da ciência moderna, baseada, em grande parte, nas atitudes inquiridoras dos sábios do fim da Idade Média. Mas, foram provavelmente o nascimento e desenvolvimento das universidades, juntamente com as primeiras sementes do que se tornaria a metodologia científica contemporânea, as heranças mais importantes do período.
	8. (0,5 ponto) No século XI, a situação na região do Império Bizantino estava muito complicada. Problemas nas fronteiras, questões políticas, o império estava diminuindo cada vez mais. Neste contexto, teve início o movimento das Cruzadas. Assinale a alternativa que melhor caracteriza as razões para o início deste movimento:
a. o imperador bizantino envia uma carta para Urbano II, dizendo que estava em apuros com os turcos avançando e tomando seus territórios,
	b. a Igreja Católica percebe que os judeus e muçulmanos estão obtendo inúmeras conversões na região de Bizâncio e decide agir.
	c. os muçulmanos tomaram Constantinopla e o imperador bizantino fora capturado por eles
	d. o imperador bizantino assume os dogmas monofisistas e provoca uma reação instantânea da Igreja.
	e. os mercadores venezianos desejavam dominar o Iraque e convocaram o apoio da Igreja nessa invasão.
R= B
9. (0,5 ponto) "Como os laços familiares não bastavam, criaram-se laços artificiais, uns ligando homens livres entre si, outros ligando homens livres a dependentes. (...) A relação entre nobres, baseada na igualdade, fundamentava-se no contrato feudo-vassálico. "(FRANCO JÚNIOR, Hilário. Feudalismo. São Paulo: Editora Moderna, 2001. p. 31)
 
Quais as obrigações do senhor com relação ao seu vassalo pressupostas no contrato feudo-vassálico?
	a. O senhor deveria ensinar ao vassalo os preceitos da fé cristã e ceder-lhe parte do que era produzido no feudo.
	b. O senhor deveria defender o vassalo de seus inimigos e fornecer-lhe os meios necessários para seu sustento.
	c. O senhor deveria conceder feudos e servos aos vassalos e prepará-los para servirem nas Cruzadas.
	d. O senhor deveria acolher o vassalo em seu castelo e permitir o livre-acesso do vassalo à reserva senhorial.
	
	e. O senhor deveria auxiliar o vassalo na proteção do seu feudo e auxiliá-lo na construção de muralhas para defesa das terras.
R= A
	
	10. (0,5 ponto) Ao longo dos séculos IX e XI, no Ocidente medieval, uma lenta mutação levou à instauração de um sistema de dependência de homem a homem, que se estendeu hierarquicamente por todas as categorias sociais: foi a formação das instituições feudo-vassálicas. Sobre essas instituições da sociedade medieval, pode-se afirmar que:
	a. A vassalidade, efeito da separação do serviço público e do engajamento privado, foi a causa do fim do Império carolíngio, uma vez que este havia multiplicado seus vassalos diretos, os vassi dominici, que reivindicavam uma maior participação na administração imperial.
	b. A instituição vassálica e o aparecimento do feudo, concessão revestida de poderes jurídicos e políticos em troca do serviço militar, constituem a base das relações sócio-políticas após a desintegração do sistema imperial carolíngio.
	c. Luís, o Pio (814-840), busca manter o sistema imperial, e separa as honras (cargos públicos) do sistema de vassalagem, que deixam de ser vitalícias e hereditárias, contribuindo para a formação do Sacro-Império-Romano-Germânico.
	d. Desde os merovíngios, o beneficio era a conseqüência normal e obrigatória da dependência de homem a homem; o juramento de fidelidade e a concessão de terras formavam um sistema coerente que permitia a centralização da monarquia.
	e. As relações vassálicas, laços de dependência de homem à homem, e o feudo, concessão revestida de poderes jurídicos e políticos dissociados do serviço militar, constituem a base das relações sociopolíticas após a formação do Sacro-Império-Romano-Germânico.
R= A
11. (1 ponto) Tendo em mente as transformações operadas no seio do Cristianismo entre os séculos XI e XIII caracterize a Reforma Monástica e suas causas.
Os requisitos básicos da vida monástica, como descrito nos estatutos da Ordem, pode ser resumido como: a pobreza, a uniformidade da vida, solidão, trabalho manual, simplicidade e devoção a Maria. Para ser capaz de viver em liberdade, a primeira cisterciense achou necessário estabelecer seus mosteiros em lugares solitários e longe das cidades, castelos e aldeias. A escolha da solidão que eles foram motivados por uma necessidade prática, mas não é sempre e incondicionalmente foi respeitado. A reforma foi realizado com o seu próprio estilo de vida e uma organização com base no estabelecimento do capítulo geral e a lei de filiação. O modo de vida é descrito em detalhes nos documentos de origem, que enfatizam claramente o rigor com que foi descartada qualquer tipo de superfluidade
	12. ( 1 ponto) Tendo em mente as transformações operadas no seio do Cristianismo entre os séculos XI e XIII caracterize a Reforma Monástica e suas causas.