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Cultura-Judaica

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Prévia do material em texto

1
Currículo de Cultura Judaica para a Idade Infantil
Festividades e comemorações judaicas
AGÊNCIA JUDAICA DE INTERCÂMBIO CULTURAL
REPRESENTAÇÃO NO BRASIL
Representantes da Agência Judaica no Brasil
Danny Wolach (2001 - 2004)
Moshe Reskin (2004 - ...)
Elaboração e orientação
Ester B. Barocas
Revisão
Ester B. Barocas
Rosely Mandelman
Suely Pfeferman
Produção
Editora e Livraria Sêfer
Projeto, produção e desenvolvimento gráfico
Dagui Design
Ilustrações
Ivo Minkovicius
Escrita e implementação a partir de Março de 2002.
O material foi desenvolvido em duas etapas. Primeiro, somente com coordenadoras (sob orientação
de Ester B. Barocas) e, em um segundo momento, juntaram-se as professoras (coordenadas por
Ester B. Barocas e Rosely Mandelman), com o apoio de Suely Pfeferman.
São Paulo - 5765 / 2005 
Copyright © 2005 by Agência Judaica de Intercâmbio Cultural
3
Carta ao professor
Caro(a) Leitor(a)
A Educação deve ocupar um lugar preferencial na vida comunitária. Ela garantirá a 
continuidade da vida judaica.
A realidade em muitas comunidades demonstra que, mesmo com problemas de assi-
milação ou demografia negativa, os marcos educativos propiciam e possibilitam, de fato, 
a formação e transmissão dos valores e cultura judaica através das gerações. É claro que 
a Educação deve começar desde o berço.
A Agência Judaica, consciente da necessidade de fortificar estes marcos e fiel ao 
seu objetivo – constituir o elo de ligação entre o Estado de Israel, o judaísmo nas suas 
vertentes e os judeus no mundo, trouxe para si a tarefa de desenvolver um currículo 
unificado das Festas Judaicas para a Educação Infantil. 
Esta realização inédita, aglutinou os profissionais das Escolas Judaicas de São Paulo, 
dentro de um clima pluralista, de respeito pelas diversas correntes ali representadas. 
Assim, durante dois longos anos, educadoras reuniram-se, intercambiaram idéias, ma-
teriais e experiências sobre o tesouro mais prezado – as crianças, e a melhor forma de 
transmitir e vivenciar o judaísmo e o seu elo com Israel.
O resultado que você, caro(a) leitor(a) apreciará a seguir, demonstra a qualidade da 
Educação Infantil de nossa comunidade.
Cabe à Agência Judaica, quem tem o prazer de publicar este livro, cumprimentar 
à equipe de Gananot pelo belo trabalho realizado, ao ex-sheliach Danny Wollach que 
iniciou a tarefa, ao Jairo Fridlin pela sua colaboração e a todos aqueles que contribuíram 
para que hoje os profissionais da Educação Infantil Judaica de São Paulo e de todo o 
Brasil possam contar com este livro que, sem dúvida, se transformará num marco de 
consulta.
Kriá Neimá (leitura amena) 
Moshé Reskin
Representante da Agencia Judaica no Brasil
São Paulo, julho de 2005
4
Sociedade Benéfica Cultural Religiosa Brasileira 
Beit Yaacov
www.beityaacov.com.br
Joyce Szlak
Sarita Kreimer (Olami & E.M.I. Hebraica)
Schmul Osher Begun, Rav
Alberto Wakrat
Escola Israelita Brasileira Chaim Nachman Bialik
www.bialik.g12.br
Rosely Mandelman
Ana Carolina Corsi
Rosa Rivo Holzer
Rebeca Sendrovich
Maria de Fátima Simeliovich
Liliana Daniela Albalá 
Rachel Wahba
Shelly Blecher
Escola Gani Talmud Thorá
Hana Ende
Ester Zweibil
Roselea Becher Fleischmann 
Sheila Berditchevsky Bleich 
Thaís Wassefirer Hubner
Sarita Copeliovitch 
Renata Khafif
Essia Kuszer
Frida Tawil
Escola Maternal e Infantil Hebraica
www.hebraica.org.br
Ester Schwartzman
Adriana Thaiz Abramczyk
Renata Hitelman (Kitá Legal/Beit Yaacov)
Olami
www.hebraica.org.br
Joyce Szlak
Karen Ishay (Kitá Legal)
Denise Krasilchik (Beit Yaakov)
Simone Benzinsky Lermann (I.L.Peretz)
Deborah Oksman (Renascença)
Colégio I. L. Peretz - Acrelbi
(Associação Cultural
Religiosa Brasileira Israelita)
www.peretz.com.br
Fany Cogan Barocas
Linda Derviche Blaj
Karina Joseph Levy
Mônica Pipek
Célia Liuchy Polster
Isa Sandra Zajdenwerg
Sonia Levinbuk
Homenagem: Gita Lesser Z’L 
Sociedade Hebraico Brasileira Renascença
www.renascenca.br
Geni H. Oksman Chanoft
Sandra Maghidman
Ilana Waintraub
Priscila Dahan
Tamar Carina Dayan
Renata Gross
Mina Kramarsk
De 2003 em diante
Beit Sêfer Shelanu
Márcia Rochine Zitman (I.L.Peretz)
Ensino Judaico Sul
Sarita Municic Saruê
Márcia Regina Cohen (Gani TT)
Kitá Legal
www.kitalegal.com.br
Shirley Jungman Sacerdote
Lais Katz (E.M.I. Hebraica)
Patrícia Aparecida Lopes (E.M.I. Hebraica)
Instituto de Ensino ABC Lubavitch
www.lubavitch.org.br
Chani Begun
Mara Baroukh
Miriam Bucks
Márcia Eliezer
Educação Infantil nas Escolas (e seus sites)
Diretoras e coordenadoras, professores e colaboradores
Este material foi elaborado e escrito para uso das escolas ficando proibida a venda do mesmo.
5
Apresentação
Foi um imenso e inenarrável prazer sentir-me parte de tão requisitado – pelas coorde-
nadoras de Cultura Judaica das Escolas Judaicas - e fundamental Projeto para a Educa-
ção Judaica, razão de nossa continuidade. No entanto, por que começar com Educação 
Infantil? E… por que nós? Pensei que soubesse a resposta a princípio, mas só me ficou 
claro quando, em uma de nossas várias sessões, de Março de 2002 a Dezembro de 2003, 
ouvi Rav Henrique Begun citar… quando Moisés buscava alguém que guardasse as Leis. 
As crianças! Foram justamente os pequeninos, os escolhidos para guardar nossas Leis. 
De fato, apenas neles podemos depositar toda nossa confiança tendente à continuidade 
de nossos valores, tradições e povo. Apenas viabilizando-lhes os caminhos e abrindo-
lhes espaços de busca que, sempre brincando como só eles aprendem, eles mesmos 
explorarão para além de seus limites, é que construirão e fortalecerão sua identidade 
judaica, o que lhes permitirá saber quem e o que são e aonde vão.
… E, por que nós? Por nossa função e papel serem trazer Israel para a Diáspora, 
fortalecendo a idéia de este nosso país ser o referente universal para a Cultura Judaica. 
Devo, no entanto, ainda e principalmente, acrescentar e afirmar que, com toda a certeza, 
o que mais me entusiasmou e encantou não foi este estupendo futuro (que até posso 
prever, mas não garantir), mas sim o presente. Um trabalho que não nasceu como é 
hoje. A princípio, bem pouco pretensioso e mais no formato de grupo de estudo, mas 
que foi tomando corpo e forma e fortalecendo a nossa identidade, num permanente 
exercício de tolerância entre nossas diferenças e estilos (o que certamente implicou um 
considerável trabalho na compilação e revisão da obra toda), dado que as querências 
eram as mesmas. Lamentei-me muito e sempre que perdi uma destas inúmeras sessões, 
pois o envolvimento, a entrega, o esforço e o elan com que os profissionais (aliás mara-
vilhosas pessoas) desenvolveram e realizaram esta obra, de incalculável valor foi o que 
me enfeitiçou e encantou de fato! Se desta 5a letra do alfabeto português – ‘e’, tanto nos 
pudemos elevar, quem dirá então da 5a letra hebraica, hey… Se me permitem, foi este 
um relacionamento deveras profundo e divino entre todos nós.
Agradeço, muito e primeiramente, aos educadores, suas crianças e famílias, às sedes 
educativas que nos receberam com tanto carinho – Eitan, nossa Central Pedagógica, a 
saudosa Casa Hillel e, principalmente às escolas, sempre com um delicioso kibud or-
chim. Grata ainda estou à orientação profissional que tivemos dos curadores do MAM. 
Por fim, mas não menos importante, registro aqui a eterna dívida aos nossos patrocina-
dores que, fazendo um shiduch entre o talento educativo e a oportunidade, viabilizaram 
a realização da publicação deste livro. A parceria com todos estes profissionais e entida-
des foi o que, sem dúvida, construiu este trabalho.
Não deixem este Projeto perecer – esta é apenas e tão somente a primeira parte de 
nosso Referencial Curricular de Cultura Judaica (a saber, Chaguimlaktanim), de um 
total de quatro (as outras três sendo, (b) Ivrit laktanim, (c) Projetos educativos e (4) 
Sipurei hatanach). O que não falta é energia e empenho! Kadima, vamos em frente! 
Contamos com todos vocês!
O que fica, e sei, não é um livro publicado, mas sim uma chama que não se apagará 
nos corações dos educadores, crianças, pais e outros profissionais envolvidos neste Pro-
jeto, cujo compromisso com a Cultura Judaica é incondicional.
Bechatzlacha – ‘sorte e sucesso’, para todos os que acreditam na educação, como o 
caminho para manutenção de nossos valores e mesmo para nossa continuidade/eter-
nidade!
Suely Pfeferman
Diretora de Educação (2002 - 2004) – Agência Judaica
6
Lista de conteúdos
Apresentação
Prefácio
Introdução – Chaguim laktanim – por quê?
Parte I: Festividades e Comemorações
Capítulo I - Shana Tova umetuka betachanot 
Capítulo II - Iom Kipur, pedindo perdão aos amigos
Capítulo III - Venham todos para a suka, brincar, comer e aprender!
Capítulo IV - O fim é o princípio, nas rodas de Simchat Tora
Capítulo V - Chanuka! Vamos festejar, brincando com o sevivon e comendo a sufgania
Capítulo VI - Crianças e árvores, crescendo em Tu Bishvat
Capítulo VII - Brincando de melech e malka, ao som dos raashanim
Capítulo VIII - Ma Nishtana – O que difere esta noite de todas as outras?
Capítulo IX - Iom Haatzmaut - Levante e caminhe por Israel, kum vehithalech baaretz
Capítulo X - Lag Baomer já chegou: unidos em volta da medura
Capítulo XI - Colhendo e dançando, Shavuot comemoramos!
Parte II: Anexos
[1] Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria da Educação Fundamental.
Brasília, Brasil, MEC/SEF, 1998. 3vs.
[2] Tochnit misgueret legan haieladim guilaei 3-6.
(Parâmetros Curriculares para o Jardim-de-Infância, idades 3-6),
Misrad hachinuch, hatarbut vehasport, haagaf lechinuch kdam iessodi, Jerusalém, Israel; 1998.
[3] Panorama sobre a abordagem de adequação ao desenvolvimento infantil
(Developmentally Appropriate Practice1).
[4] Modelo para a escrita de planejamento dos chaguim (festas).
[5] Sugestões de jogos didáticos, com conteúdos das festividades.
[6] Tabela de transliteração.
1 Vide bibliografia
7
Prefácio 
A tarefa de apresentar um trabalho conjunto - um currículo sobre Cultura Judaica adequado à idade infantil - cons-
truído por educadoras do Ensino Infantil nas Escolas Judaicas, formais e complementares - requer uma mistura de 
doses generosas de chazon (modo de ver; visão), sensibilidade, tolerância, conhecimento, e... chutzpa (intraduzível!):
Chazon, pois precisamos ser otimistas e acreditar com kavana (intenção) em um futuro sempre melhor, característi-
ca peculiar da educadora para a idade infantil que semeia frutos, que nem sempre ela própria colherá.
Sensibilidade, pois lidamos com crianças na idade mais vulnerável de suas vidas, e com respectivas famílias. 
Tolerância, pois temos que, antes de tudo, reconhecer e respeitar as diferenças entre nós, acreditando no potencial 
positivo desta diversidade, que, aliada à diversidade que nos rodeia, oferecem, ambas, boas oportunidades, diárias 
e cotidianas, que devem ser cultivadas desde a idade infantil, contribuindo, assim, para um mundo de coexistência 
mais condescendente.
Conhecimento, pois é preciso carregar, em nossa mala, além de uma bagagem considerável de saberes - gerais e 
específicos um bom bocado de inteligência emocional para conhecermos melhor as crianças, suas famílias e a comu-
nidade, procurando adequar o ensino às crianças específicas que estudam em nossas escolas... 
E...finalmente, mas não menos importante, uma pitada caprichada de chutzpa para ousar, continuar a buscar, estu-
dar, e nos atualizar, experimentando novos sabores e temperos, usando os mesmos ingredientes tradicionais típicos 
da Cultura Judaica...
As Escolas Judaicas, formais e complementares, no Estado de São Paulo, por meio de suas representantes da Educa-
ção Infantil, cada qual com sua visão do que vem a ser “uma Educação Infantil Judaica de qualidade”, participaram, 
de forma ativa e dedicada, num processo de construção de um currículo conjunto, buscando oferecer respostas às 
seguintes questões:
• Como tornar relevante a Cultura Judaica, considerando o contexto sócio-histórico local?
• Como transmitir conteúdos, valores e atitudes que caracterizam a Cultura Judaica, de forma vivenciada e cons-
trutivista?
• Quais seriam os conteúdos de Cultura Judaica mais adequados à idade infantil?
• Quais seriam os conteúdos comuns às correntes do Judaísmo e como expressar justamente o que nos une?
Para algumas destas questões, encontramos respostas (provisórias!); para outras, resolvemos continuar procurando 
e, para outras ainda, encontramos várias respostas, todas relevantes e passíveis de coexistência, respeitando as diver-
sas opiniões e correntes que formam o mosaico da Cultura Judaica.
Este processo teve como objetivos principais: 
• criar um espaço para discussões e debates sobre a essência e os conteúdos ligados à Cultura Judaica na Educação 
Infantil;
• criar materiais curriculares relevantes e adequados ao contexto sócio-cultural local, considerando o Referencial 
Curricular Nacional de Israel, no que diz respeito à Cultura Judaica, o Referencial Curricular Nacional do Brasil, a Abor-
dagem de Adequação ao Desenvolvimento e as Propostas Pedagógicas das próprias Escolas Judaicas participantes no 
projeto (de corrente tradicional e de tradicional-ortodoxa). 
• criar meios concretos para expressar o trabalho conjunto, realizado pelas diferentes instituições.
Com o intuito de realizar tais propostas, foram criadas séries de encontros com educadoras, que serviram como 
espaço para discussões e debates sobre a essência e os conteúdos ligados à Cultura Judaica na Educação Infantil 
local. Um inventário dos materiais ligados à Cultura Judaica existentes nas escolas foi traçado e, gradativamente, as 
participantes (com listas de conteúdos, propostas de atividades e documentação de projetos) construíram materiais 
curriculares (planejados-desenvolvidos-refletidos-escritos-implementados), sendo esta publicação, um deles.
Este trabalho expressa o momento atual da Educação Infantil nas Escolas Judaicas, e pretende deixar transparecer 
a importância da flexibilidade e da dinâmica, para com a escrita e implementação de currículos. Apresenta sugestões 
e propostas, que, em nenhum momento, pretendem ser únicas ou obrigatórias, mas que, por outro lado, demonstram 
concepções teóricas e práticas do que as escolas acham que venha a ser uma Educação Infantil Judaica de qualidade.
Outra difícil tarefa deste grupo, a de expressar o resultado de um processo sócio-construtivista de um currículo - em 
sua essência dinâmico e flexível, de forma escrita, meio cultural estático, nos fez optar pela escrita de um livro, de 
grande praticidade para professores. Ainda que considerando as limitações deste meio, almejamos dar continuidade 
ao processo, realizando tanto a avaliação como a atualização periódicas de planejamentos e práticas. Para tanto, este 
material estará disponível no site da Agência Judaica do Brasil (www.agenciajudaica.com.br), em versão ampliada.
8
Chaguim laktanim – por quê?
A construção da identidade judaica inclui a transmissão de valores, tradições, costumes e atitudes, aceitos pelo povo 
judeu e passados de geração para geração. A criança que estuda na Escola Judaica, desde a mais tenra idade, tem a 
possibilidade de estar em contato com um entorno favorável à construção e à transmissão destes valores, por meio da 
interação de qualidade com educadoras, com outras crianças, e com objetos significativos à sua volta. 
Embora, neste material, tenhamos dado ênfase aos conteúdos e às estratégias de ensino-aprendizagem dos mesmos, 
gostaríamos de destacar o papel primordial da educadora, como mediadora de cultura.Sua função está ligada a seu 
comprometimento emocional para com a transmissão da Cultura Judaica, à sua valorização de temas e conteúdos, a 
seu conhecimento destes e a seu potencial pedagógico. Como conseqüência, valorizamos, neste trabalho em especial, 
o planejamento de atividades com potencial de construir vivências positivas, tendo, como eixo central, os temas e os 
conteúdos da Cultura Judaica. Este processo envolve a construção de um ‘ambiente psicológico’ favorável, trazendo, para 
dentro da escola, os símbolos e instrumentos culturais judaicos, preparando assim, uma ‘atmosfera judaica’, para que a 
criança possa ‘respirar’ Cultura Judaica. 
A repetição dos mesmos costumes e tradições, ano a ano, começando pelos costumes que a criança pode realizar de 
forma autônoma, na escola e com a família, até aqueles realizados no âmbito da comunidade e do povo, poderá construir 
sua identidade, seu sentimento de pertinência à família, ao grupo na escola, à escola, à comunidade e ao povo. A trans-
missão e a construção de valores, costumes e tradição, na escola, estão ligadas à conscientização da educadora de seu 
papel de mediadora educacional e cultural, de seu comprometimento em buscar e oferecer boas oportunidades para as 
crianças vivenciarem experiências de qualidade, que fortaleçam seus sentimentos, e de sua ligação com as pessoas e com 
a comunidade a qual pertence.
O Estado de Israel representa uma referência fundamental para a identidade judaica e para o conhecimento da ligação 
espiritual entre os judeus de diversos lugares do mundo e aqueles que vivem em Israel. Um dos objetivos primordiais das 
instituições educativas da comunidade judaica tem sido a transmissão, aos mais jovens, do conhecimento de suas raízes e 
a pertinência ao povo judeu. Promover o conhecimento e a valorização da própria cultura possibilitará gerar, na criança, 
uma atitude de respeito pelas mais diversas manifestações expressivas de todos os povos.
A Agência Judaica de Intercâmbio Cultural, com a iniciativa e a responsabilidade pela realização deste projeto, cumpre, 
assim, seu papel de mediadora entre o Estado de Israel e as educadoras que trabalham em Escolas Judaicas em países fora 
de Israel, buscando, incessantemente, promover a identidade judaica por meio de uma educação judaica de qualidade.
Com o intuito de considerar os princípios que norteiam as propostas pedagógicas de cada escola participante no pro-
cesso, escolhemos algumas propostas ligadas à Cultura Judaica, registradas em seus Projetos Pedagógicos, propostas estas 
que nos pareceram relevantes e significativas ao nosso eixo central, que é a Cultura Judaica: 
9
Sociedade Benéfica Cultural Religiosa Brasileira Beit Yaacov2
Há uma enorme responsabilidade em ensinar Judaísmo para crianças na Educação Infantil. Os ensinamentos devem ser 
levados até o universo de compreensão da criança. Percebendo seus significados e sua beleza, a criança abraçará, com 
alegria, os valores do Judaísmo.
Transmitidos por profissionais competentes, para crianças nessa faixa etária, os valores do Judaísmo as acompanham 
para sempre. Na Beit Yaacov, os alunos se relacionam com o Judaísmo a partir do estudo do Tanach, de histórias, do 
Shabat e dos chaguim. 
A intensidade e a profundidade da relação devem ser decididas pela família. Visando a uma interação dos pais com 
temas estudados, a escola promove atividades ligadas ao Judaísmo, que são estendidas às famílias. O Calendário Judaico 
e seus chaguim trazem momentos de introspecção, alegria e de vivência do sentimento de família, muito importantes 
para a educação das crianças.
Escola Israelita Brasileira Chaim Nachman (C.N.) Bialik
A Educação Infantil no Bialik tem como palavra chave a vivência, por acreditarmos que, nesta faixa etária, é este o ca-
minho para o desenvolvimento de uma identidade judaica. Vivenciar a cultura, a tradição, os costumes e a língua hebraica, 
conhecer as histórias do Tanach, o porquê dos chaguim e celebrar o Shabat – tudo isso certamente trará um sentimento 
de pertinência. 
As festividades e o Shabat são marcadores do tempo, que se diferenciam das atividades rotineiras, portanto, merecem 
atenção especial. Os pais, sempre presentes, são parceiros nestes momentos.
Em cada chag, a escola se transforma e o próprio entorno educativo traduz o que nela acontece, possibilitando, então, 
que a criança perceba e sinta toda a sua mágica.
Tornar Israel mais próximo também é uma das nossas metas, e isto é feito pela música, dança, literatura, filmes e troca 
de correspondência com crianças israelenses.
Escola Gani Talmud-Thorá (TT)
Chanoch lanaar al pi darko, gam ki iazkin, lo iassor mimeno.
Eduque uma criança conforme suas potencialidades levando-o a amar o conteúdo aprendido, especialmente em sua 
infância, para dele não se afastar na juventude.3 
A filosofia da Escola Gani TT baseia-se na premissa de que não devemos ensinar e sim educar, pois as crianças cons-
tróem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O 
educador é o modelo vivo dos ensinamentos judaicos e chassídicos transmitidos, tornando acessíveis os elementos da 
cultura e religião, que enriquecem seu desenvolvimento e inserção na comunidade judaica e a participação na comuni-
dade nacional. 
As atividades promovidas na escola ajudam no desenvolvimento integral de sua identidade, pois a criança é profunda-
mente marcada pelo meio social em que se desenvolve, embora também o marque, contribuindo para o desenvolvimento 
do grupo. A escola cumpre, entre outros, este papel socializador, propiciando o desenvolvimento das características da 
criança, por meio de aprendizagens diversificadas, realizadas em situação de interação.
“...Cada tipo de criança existe por alguma razão e devemos auxiliá-la em seu desenvolvimento. Cada criança carrega 
consigo grandes riquezas, o potencial de todo um futuro. O modo como você (sic) educa uma criança não vai influenciar 
apenas a vida dela própria, mas também os filhos dela e suas vidas...”.
“... Precisamos ser especialmente atentos em relação a incutir o sagrado nas crianças, a reverência que vem através da 
espiritualidade. As crianças têm um glorioso dom para perceberem (sic) que o aqui e agora, o mundo visível, nem sempre 
é o mais importante. Permita que a imaginação de uma criança vagueie, pois ela reconhece que todos fazemos parte de 
uma coisa superior a nós mesmos. As crianças têm, de forma inata, uma profunda ânsia pelo etéreo e um natural sentido 
de encantamento e fé, tão receptivo a questões espirituais...”4
Escola Maternal e Infantil (E.M.I.) Hebraica
Princípios e valores da Educação Judaica
A integração da criança, basicamente nos valores judaicos e na prática de suas tradições, faz parte incessante do nosso 
cotidiano. A vivência é feita por meio do conhecimento da história do povo judeu, seus costumes e tradições. 
A interação com pais e familiares, e com os diversos departamentos do clube, fazem parte da nossa proposta pedagógica, 
compartilhando e vivenciando datas importantes do calendário judaico. Propiciamos, assim, a troca de experiências e infor-
mações.
Objetivos gerais da Cultura Judaica
• Promover situações e vivência que possibilitem, ao aluno, o desenvolvimento das bases para a construção de sua 
identidade judaica;
• Conhecer fatos marcantes da história do nosso povo, seus costumes e tradições e valores éticos;
• Introduzir o ensino da língua hebraica, por meio de festas judaicas, desenvolvendo o vocabulário.
2 As escolas foram organizadas, na ordem alfabética de seus nomes
3 Em Mishlei XXII-6 / Provérbios, capítulo 22, versículo 6
4 Citações extraídas do livro Rumo a uma vida significativa - A sabedoria do Rebe Menachem Mendel Schneerson
10
Escola Complementar Olami Infantil
A escola é um espaço de vivência judaica, não formal, cujo objetivo é proporcionar aos seus integrantes,ferramentas 
para a vivência do Judaísmo em toda sua plenitude. Assim, conhecem, sentem e se identificam com nossa cultura e apro-
ximam-se da realidade judaica e israelense. A proposta do Olami consiste em uma variedade de projetos, abrangendo 
as áreas de: chaguim, ivrit (hebraico), identidade e valores judaicos e o Shabat. Os objetivos para o Gan (Jardim-de-
infância):
• Iniciação de vocabulário em ivrit por meio da estruturação de frases simples;
• Reconhecimento e escrita do nome e
• Reconhecimento dos nomes dos amigos. 
 
Colégio I. L. Peretz – Acrelbi (Associação Cultural Religiosa Brasileira Israelita)
O Colégio I.L. Peretz visa a uma formação multi e intra-disciplinar, humanística e científi-
ca sob a perspectiva privilegiada do Judaísmo, como forma de ver, sentir e viver a sua particularidade. 
Assim, é sua meta proporcionar a seus educandos os instrumentos da competência e da auto-realização pessoal, ao mes-
mo tempo em que os prepara para o desempenho da cidadania consciente, criativa e atuante no Brasil, na comunidade 
judaica e aonde quer que os caminhos de suas existências os levem.
 Considerando que o I. L. Peretz deve estar atento às reformulações pedagógico-didáticas exigidas pela globalização, 
pelo avanço tecnológico e pelas necessidades que o país tem para converter-se em uma nação avançada, esta instituição, 
como Escola Judaica, não pode prescindir da família - dos pais de seus alunos, na tarefa de educar judaicamente. Só a 
parceria família/ escola poderá proporcionar sentido na construção de uma identidade judaica responsável, consciente e 
aberta para o mundo, para que nossos jovens, ciosos de sua especificidade, conservem suas relações com as tradições, 
com a comunidade e com Israel.
 
Sociedade Hebraico Brasileira Renascença
Sendo uma Escola Judaica, A Sociedade Hebraico Brasileira Renascença norteia seu projeto político-pedagógico em 
princípios e valores, baseados nos três aspectos da filosofia judaica 
“... sobre três pilares, sustenta-se o mundo: Tora (Leis), avoda (Trabalho) e gmilut chassadim (Justiça Social).”5
• Tora - este conhecimento se dá por meio do entendimento, análise, conclusão, apropriação e conceituação própria. 
Princípio da REFLEXÃO. 
• Avoda - assimilados os princípios da Tora, este se transforma em vivência e passa a aplicá-lo no cotidiano. Princípio 
da AÇÃO.
• Gmilut chassadim - neste fundamento, o coletivo transcende o individual, como elo de união e compromisso com a 
sociedade. Princípio da TRANSFORMAÇÃO. 
Pelo trabalho com a Cultura Judaica, criamos condições, para que nosso aluno possa ter uma postura pró-ativa na 
comunidade, construindo sua identidade, descobrindo-se como parte importante e atuante de nossa cultura, por meio da 
apropriação de um língua comum e da história de recordação do passado. Reconhecendo os valores aprendidos, possi-
bilita-se a continuidade da preservação da cultura. A participação ativa dos alunos em atividades faz com que eles sejam 
parte integrante do universo judaico inserido na sociedade.
Kitá Legal
A Kitá Legal é um curso de Cultura Judaica, para crianças de 3 a 10 anos . Sendo um curso de educação complementar, 
a proposta da Kitá Legal é a de ensinar os principais aspectos da Cultura Judaica de maneira informal, lúdica e criativa. 
Os principais objetivos da Kitá Legal são: promover a construção da identidade judaica da criança e fortalecer o co-
nhecimento sobre os fundamentos da Cultura Judaica - religião, tradição, costumes, história e personagens. Outras metas 
importantes da Kitá Legal são aproximar e envolver as famílias das crianças ao Judaísmo, criar momentos de grande 
vivência em torno dos conteúdos e ensinar um vocabulário básico do tema discutido, em hebraico.
A prática obtida, nos 18 anos em que ministramos este curso, permite-nos avaliar que o método de ensino usado, 
que considera a chavaia (vivência positiva) - como fator primordial no ensino, pode levar a criança a adquirir uma rica 
experiência judaica. 
Neste sentido, procuramos trabalhar com os aspectos culturais e religiosos presentes nas histórias do Tanach (Bíblia), nos 
contos judaicos, nos principais chaguim (festas), nas tradições e costumes do povo judeu. Como parte da Cultura Judaica, 
a Língua Hebraica também está presente nas aulas, promovendo a aprendizagem de um vocabulário básico de acordo com 
cada tema proposto. As crianças maiores de 8 anos têm a oportunidade de aprender, de maneira lúdica, o alef-beit (alfabeto) 
e seu uso.
5 Em Pirkei Avot / Ética dos Pais, capítulo 1, versículo 2
11
Instituto de Ensino Lubavitch
“Ki haadam etz hassade.”
“O homem é comparado à árvore do campo.”
Assim com uma árvore, que, para crescer forte e saudável, deve ter sua semente nutrida desde a plantação, devemos 
também investir na educação de uma criança desde os seus primeiros anos de vida, para que cresça uma “árvore carre-
gada de valores, Tora e mitzvot”. Cada orientação que damos a uma criança influenciará seu comportamento e caráter 
quando crescer. Como está escrito:
“Ze hakatan gadol ihie”
“Este pequeno, grande será.”
No Instituto de Ensino Lubavitch, temos o prazer de oferecer, às nossas crianças, um ambiente judaico e chassídico, 
onde cada criança é individualmente valorizada e nutrida. Encorajamos cada uma a explorar o mundo, aprender a fazer 
parte de um grupo, e resolver problemas de maneira construtiva.
O Lubavitch se empenha, constantemente, em criar um ambiente caloroso, alegre e amigável, com uma equipe de 
professores responsáveis, cujas prioridades são sempre o bem estar das crianças. O Instituto divide, com o lar, este im-
portante papel de educar a criança, para que cresça feliz, interessada, responsável, com valores e temente a D’us. Vemos 
cada criança como um indivíduo, merecedor de respeito e atenção. E, para que ela cresça sabendo respeitar os outros, 
incentivamo-na a descobrir caminhos de comunicação e cooperação.
Respeitando sempre as habilidades e personalidade de cada criança, nosso método de trabalho enfoca um crescimento 
saudável social e, emocionalmente, fundamental, para a criança aprender a crescer. Nestes primeiros anos da educação 
de uma criança, transmitimos noções básicas de iahadut (Judaísmo) e alfabetização, por meio de experiências e vivên-
cias.
Garantindo a individualidade de cada uma, e respeitando os diferentes meios que cada criança procura para acessar 
seus conhecimentos - e para ajudarmos cada uma a identificar situações emocionais, e crescer forte para tomar decisões, 
construir uma personalidade e auto-estima positiva - trabalhamos e planejamos o nosso dia-a-dia, dentro das seguintes 
propostas:
• Inteligências Múltiplas (baseando-nos na teoria de Howard Gardner, sobre as oito inteligências)
• Inteligência Emocional (baseando-nos na teoria de Solowey sobre o Q.E.6)
• Centros de Aprendizagem Cooperativa (baseando-nos na teoria de Horaa Mutemet, Ensino para a Diversidade)
E, como fazemos isto?
Com muito amor! “Palavras que saem do coração entram no coração”
Além disso, acreditamos na lógica de que o/a professor/a que ensina com amor fará com que a criança o/a ame. A 
criança que ama seu/sua professor/a amará aquilo que ele lhe ensina. A criança que amar os valores da Tora amará, 
também, a Tora e D’us. Ou seja, o/a professor/a é um elo entre a criança e D’us!!!
Quando D’us criou o homem, Ele disse: Faremos (no plural) o homem. Para que se torne “um homem”, a educação de 
uma criança depende de uma sociedade entre pais, educadores e D’us. 
Que possamos sempre ter muito sucesso nesta empreitada!!! 
As festividades judaicas representam um dos sinais que reunificam o povo judeu, transmitindo para todos, ao mesmo 
tempo, os mesmos valores, conteúdos e tradições, fazendo com que todos sintam, juntos, momentos únicos de espiritua-
lidade e pertinência. A importância destes chaguim na Educação Infantil é inquestionável, e a conscientização daimpor-
tância dos conteúdos adequados à faixa etária se vai expandindo. Os princípios que nos orientaram para o planejamento 
e a escrita deste material foram os da adequação dos conteúdos e das estratégias ao desenvolvimento infantil.
6 Q.E. – Coeficiente de Inteligência Emocional
12
O que é um chag?
“As festividades elevam o homem do plano superficial do dia-a-dia, da mesma forma que as montanhas se elevam do 
nível da superfície da Terra”. Esta é a visão do grande poeta Chaim Nachman Bialik, um dos primeiros autores que escre-
veram em língua hebraica moderna para crianças na idade infantil, valendo-se de grande sensibilidade para tal. “Quem 
chega ao alto de uma montanha, seu horizonte fica maior e mais amplo, oferecendo novas proporções à sua vida”. Como 
acontece com quem se encontra no alto de uma montanha e respira um ar mais puro, segundo Bialik, o homem que 
celebra uma festa, um pico no tempo, eleva-se da rotina do dia-a-dia. 
Os chaguim, demarcados para o homem organizar seu calendário, valorizam o ciclo das estações e as mudanças que 
ocorrem na natureza. Festejando dias sagrados, em meio a dias normais, revela-se, no homem, a aspiração a se elevar a 
picos comemorativos, voltando no dia seguinte à rotina corriqueira. Para assinalar este pico no tempo usa-se, em hebrai-
co, a palavra chag, cujo radical semita (de três consoantes) pode ser tanto chet guimel guimel (גגח) como chet vav guimel 
(גוח). Se considerarmos esta última, poderemos notar que transmite, também, a noção de chug, ou seja, um círculo, em 
torno do qual cada participante se situa em um ponto eqüidistante, possuindo todos a mesma importância em todos os 
pontos, e, assim, aumentando, a sensação de pertinência, segurança emocional e consolidando sua identidade cultural. 
Outra forma de explicar é considerar o radical chet guimel guimel, que deriva o verbo lachgog, cujo significado é festejar. 
Ou seja, por meio do chag, podemos festejar os fechamentos de alguns ciclos/círculos na vida do homem, e a abertura 
de outros novos. 
Para que precisamos de chaguim?
O chag é um dia especial e diferente de outros dias, que retorna a cada ano respeitando o calendário. Nestes dias, são 
realizadas cerimônias ou comemorações, atos simbólicos, designados a demarcar acontecimentos que tiveram sua origem 
na história, na religião ou na natureza. Sejam as origens do chag fontes históricas (guerras, conquistas, vitórias), fontes 
religiosas (a gênese do mundo, a Lei de Moisés), fontes ligadas ao homem e à sociedade ou fontes ligadas à natureza, o 
que transformará um dia normal em dia de chag será a importância que o homem e o povo lhe atribuírem. Cada povo 
cultiva suas festividades e comemorações, tecendo laços por entre suas fontes religiosas e históricas, e suprindo neces-
sidades sociais, econômicas e culturais. Assim, cada festividade estará conectada diretamente à cultura de um povo, aos 
costumes, tradições, folclore e crenças.
Cada chag é baseado numa idéia central, num eixo. É a própria realização deste chag, no entanto, que tem a função 
de trazê-lo à nossa consciência, por meio do uso de símbolos, motivos, sensações espirituais, além das cerimônias tradi-
cionais e religiosas. 
Alguns elementos fundamentais que caracterizam um chag são: uma data demarcada ou convencionada no calendário 
(sugerindo a possibilidade da comemoração conjunta, cultivando a sensação de pertinência ao povo), os conteúdos e 
símbolos específicos (típicos para cada chag), a função deste chag na comunidade (uma oportunidade para nos reunir-
mos e nos sentirmos parte de um todo, com um objetivo comum), as preparações espirituais e materiais e a criação de 
um ambiente especial (a partir, p. ex., do uso de luzes – cada chag com sua luz, comidas especiais, roupas, enfeites e 
decoração, seguindo seus costumes), além da parte litúrgica (rezas, canções e versos, entre outros).
Qual o significado do chag para a criança na idade infantil?
Desde a idade mais jovem, a criança desenvolve sua percepção, por meio do uso dos sentidos, para captar o que o 
ambiente e as pessoas significativas lhe oferecem. Os chaguim são excelentes oportunidades para alimentar os sentidos, 
fazendo com que a criança aprenda vivenciando, p.ex., a visão das cores das velas de Chanuka ou a sensação do calor 
da fogueira de Lag Baomer, o cozimento, aroma e sabor dos pratos típicos, o som do raashan, em Purim, das canções e 
rezas, a dança e a dramatização. Tudo isto faz com que a criança participe ativamente, tanto na preparação como na rea-
lização da festividade. Para a criança na idade infantil, o chag terá significado, dependendo do que vivenciar e absorver, 
ao participar de atos, atividades, brincadeiras e jogos, assim como da própria comemoração da festa, na escola e em casa. 
Os símbolos e motivos, repetidos a cada ano, despertam a curiosidade da criança, fazendo com que, gradativamente, vá 
conhecendo e se interessando por seus significados. 
Crianças na idade infantil se encontram nos estágios sensório-motor e pré-operacional, quando o aprendizado acontece 
pela ação direta com materiais e pessoas em seu entorno. Consequentemente, a forma mais adequada de ensinar crianças 
nesta idade é oferecer-lhes oportunidades, para vivenciarem experiências concretas, quando terão um papel ativo. 
O Judaísmo, compreendendo e sendo sensível às necessidades das crianças desde a idade mais jovem, proporciona 
vários meios concretos para envolvê-las em todos os chaguim, incentivando sua participação ativa, seja segurando velas 
em Chanuka, ajudando na construção da suka, seja balançando o lulav, beijando a Tora ou batendo os pés ao ouvir o 
nome de Haman na leitura da Meguilat Esther. 
Ano após ano, desde a mais tenra idade, retornando às mesmas ações e costumes, entoando as mesmas canções, 
provando as mesmas comidas tradicionais de cada festividade, dançando as mesmas danças, a tradição se vai tecendo 
e se fortalecendo e, ao mesmo tempo, constrói-se a memória do chag. Por meio da mediação significativa do adulto, 
13
acrescentam-se conteúdos e saberes, adequados ao nível de desenvolvimento da criança, oferecendo significado às suas 
sensações e emoções e, consequentemente, aprofundando sua identidade judaica a cada ano. 
O chag pode ser visto em várias dimensões. Podemos oferecer à criança a oportunidade de sentir-se ligada a aconteci-
mentos importantes do passado de seu povo e, ao mesmo tempo, ser construtora participante deste povo, no presente, 
por meio da realização e comemoração da festividade. Por outro lado, pelo uso adequado dos símbolos, a criança poderá 
conhecer idéias e valores humanos sociais, que todo povo almeja para o futuro de seus filhos. Consequentemente, para 
cultivar tais dimensões, é reservado um papel central à instituição educacional judaica, no oferecimento de boas oportu-
nidades para cultivar a cultura e a tradição do povo judeu.
Do ponto-de-vista afetivo e emocional, o chag na idade infantil tem, como função, oferecer várias oportunidades 
para a criança sentir prazer, alegria e pertinência, por meio de vivências positivas, do jogo e da brincadeira. A criança, 
ao se encontrar com o mundo adulto, aprende gradativamente a interagir com ele, realizando rituais e costumes, vistos 
por ela como brincadeiras. Esta tem, no adulto, um parceiro constante, o que aumenta sua auto-estima e fortalece sua 
identidade. Ademais, a comemoração dos chaguim representa um marco no tempo, com pontos de referência especiais, 
assim ajudando a criança a construir seu próprio conceito de tempo. “Antes”, “depois”, “ano passado” - conceitos que 
possibilitam a organização pessoal da criança, tanto afetiva como cognitiva, auxiliam-na a se posicionar na seqüência 
periódica do tempo. 
Nesta faixa etária (3-6 anos de idade), temos que considerar que a dimensão histórica, baseada na percepção do tempo, 
ainda está em construção. Levando em conta as características do desenvolvimentoda criança nestas idades, ao contar-
mos uma história, devemos colocar a ênfase na parte vivencial, sem nos atermos em demasia ao significado histórico ou 
à seqüência do tempo. Por meio da experiência que a criança vivencia, juntamente com sua participação ativa e a rea-
lização dos costumes, os acontecimentos interligar-se-ão e servirão, no futuro, de base para a construção do significado 
mais completo da história de cada chag. 
A chaguiga, ou festejo do chag, representa apenas uma parte do chag. Este, que começa ao anoitecer, continua até seu 
final, enquanto que a chaguiga tem seu tempo mais curto e definido. Este evento, de grande importância na instituição 
educacional, representa uma boa oportunidade para a criança participar ativamente, sentindo-se parte de um todo (hine 
ma tov uma naim, shevet achim gam iachad, Eis o que é bom e agradável, os irmãos sentados juntos), quando podemos 
transmitir mensagens, valores e costumes ligados ao chag e à tradição do povo. 
Quais seriam os principais objetivos, ao festejarmos os chaguim na
escola judaica de Educação Infantil? 
• Criar boas oportunidades para a criança vivenciar os costumes e tradições de cada festividade;
• Fortalecer, na criança, a identidade judaica e a sensação de pertinência social;
• Enfatizar a importância e o papel da tradição, da história e dos costumes;
• Promover valores sociais, tais como liberdade, amor e ajuda ao próximo, responsabilidade social, honestidade e pertinência;
• Oferecer boas condições para a criança sentir-se contente e satisfeita nas festividades;
• Promover oportunidades para envolver a família da criança nas comemorações da escola;
• Criar oportunidades para a criança conhecer os diferentes costumes das várias comunidades, promovendo a tolerân-
cia com todos.
A organização deste material
A justificativa para o uso das obras, citadas como referencial teórico na Lista de Conteúdos, está ligada ao que enten-
demos que venham a ser os componentes de um currículo de Cultura Judaica para a Educação Infantil de qualidade, 
relevante e adequado ao contexto sócio-cultural local. O uso do Referencial Curricular de Israel se justifica pela relevância 
deste no que diz respeito aos conteúdos de Cultura Judaica adequados à idade infantil. O Referencial Curricular Nacional 
do Brasil nos serviu de guia e ligação com a cultura local. Já o estudo da Abordagem de Adequação ao Desenvolvimento 
nos tornou mais sensíveis às necessidades e características da idade infantil. Por fim, as Propostas Pedagógicas das Escolas 
Judaicas participantes nos nortearam quanto à necessidade de respeitarmos a diversidade e praticarmos a tolerância. 
 Os exemplos descritos neste projeto são frutos de um processo que incluiu a divisão das festividades e comemorações 
entre as escolas, ficando cada uma responsável pela escrita de uma festividade, respeitando o modelo designado (vide 
Anexo 4).
No processo de elaboração deste material, foram organizados encontros em datas próximas às festividades/ come-
morações. A escola, responsável pela escrita da festividade/ comemoração do momento, recebeu a visita do grupo de 
participantes em sua escola. Segue, abaixo, a lista dos chaguim e das escolas responsáveis pela organização e escrita do 
material: 
Rosh Hashaná: Olami;
Iom Kipur: Ensino Judaico Sul;
Sukot: Todas em parceria, revisão Lubavitch;
Simchat Tora: Hebraica;
Chanuka: Todas em parceria, revisão Kitá Legal;
Tu Bishvat: Esc. Gani TT;
Purim: I. L. Peretz;
Iom Haatzmaut: Beit Yaakov;
Pessach: C. N. Bialik;
Lag Baomer: Gani TT
Shavuot: Renascença
14
Os materiais, escritos pela equipe-autora, foram enviados às escolas a tempo, por correio eletrônico e, no encontro 
do grupo, cada escola acrescentou seus projetos/ atividades ao planejamento, já elaborado e registrado, da festividade/ 
comemoração, além de agregar o inventário de materiais de sua escola - tornando-se um material de todas, de inédita 
autoria coletiva.
Para facilitar a elaboração de um material que permita à educadora colocar em prática os objetivos, desenvolvemos um 
modelo de escrita para todas as festividades, que tem, como proposta, servir como guia para o planejamento e organiza-
ção dos conteúdos, temas e estratégias. Este modelo de escrita, que representa apenas uma sugestão, foi praticado por 
cada escola, em separado e em parceria com todas as escolas, em duas das festividades (Sukot e Chanuka).
Os inventários, organizados segundo o material que cada escola possui, têm, como objetivo principal, abrir o leque de 
possibilidades para pesquisar materiais de outras escolas, além de servir como guias de materiais potenciais para cada 
chag. 
Seguindo um processo natural, esperamos que o próximo passo seja o de um trabalho mais intenso de parcerias entre 
as escolas, cada qual respeitando as diferenças e as características das outras, que, como afirmado anteriormente, tanto 
enriquecem a Cultura Judaica.
Esperamos, com isso, poder contribuir para o planejamento e a organização do material referente à Cultura Judaica nas 
escolas de Educação Infantil e, principalmente, para ampliar as possibilidades dos educadores, com respeito à pesquisa 
e ao uso das atividades propostas.
Finalmente, e não menos importante, esperamos que este trabalho favoreça e promova a construção da identidade 
judaica das crianças que estudam nas escolas infantis de Cultura Judaica, assim como a aquisição de saberes sobre nós 
mesmos e sobre o mundo que nos rodeia. 
Eize Chag Li
Eize chag li, eize chag li,
Chag iachid umeiuchad li
Gam hashemesh meira li haiom pi assara
Eize chag li eize chag.
Or nerot, birkat oreach
Chag sameach, chag sameach
Hassimcha po ad hagag
Eize eize eize chag
Eize chag li, eize chag.
Haprachim, haor haiain
Hadima biktze haain
Hachultza halevana 
Chag haiom bechol pina
Eize chag li eize chag li. 
Iom shel chag kmo iom huledet 
Shir balev veor bacheder 
Mi sheba baruch haba 
Chag nifla toda raba 
Eize chag li eize chag.
Que festa tenho eu 
Que festa tenho eu
Festa única e especial
Até o sol também se ilumina, hoje, dez vezes mais
Que festa tenho eu.
A luz das velas, a bênção de um visitante
Boas festas, boas festas
A alegria chega até o céu
Que festa
Que festa tenho eu.
As flores, a luz, o vinho
A lágrima na pontinha do olho
A blusa branca
Hoje tem festa em cada canto
Que festa
Que festa tenho eu.
Dia de festa como aniversário
Uma canção no coração, a luz iluminando a sala
Quem vier, será bem vindo
Que festa fabulosa, agradecidos,
Que festa tenho eu.
15
Bibliografia
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Zamir, R. Teacher’s Guide, For Summer camps & Hebrew School. 
Chaguei Israel Umoadav.Gan IeladIm beavodato. 
Maagal Hashana. 
Madrich tochnit haavoda laguil harach.
Almanaque do Tzivot HaShem. 
Around the Jewish Calendar. 
Holiday greatest songs. 
Integrating the Multiple Intelligence Theory into a Judaic Curriculum.
Jewish Every Day. 
Jewish Holiday Crafts, Arts & Crafts. 
The Jewish holiday card game. 
 
Sugestões de sites
http://www.education.gov.il/preschool
http://www.users.ms11.net/
http://www.bluemountain.com
http://www.members.iol.co.il/yakov
http://www.chabad-lubavitch.com
http://www.bible.co.il
http://www.holidaynotes.com
http://www.hareshima .com/
http://www.greetme.com
http://www.snunit .k.12.il/subjects/holidays 1.html
http://holidays.bfn.org
http://www.geocities.com
http://jajz-ed.org.il/ivrit
http://www.angelfire.com
http://www.jajz-ed.org.ul/festivals/index.html
http://www.perpetualpreschool.com
http://aish.com/holidays
http://www.e-chinuch.com
http://www.vjholidays.com
http://www.lilmodebsimcha.com
http://www.galim .org.il
http://www.yahoo.com
http://www.chagim .org.il 
http://www.walla.co.il
http://www.holidayfestival .com
http://www.nana.co.il
http://www.holidays.net
http://www.hop.co.il
http://www.jewishmag.co.il
http://www.jafi.org.il/hebrew/resource.html
O livro disponibilizado na internet
O livro “Chaguim Laktanim” está disponível na internet no site:
www.agenciajudaica.com.br na área “Educação”.
17
Rosh Hashana
Iom Kipur
Sukot
Simchat Tora
Chanuka
Tu Bishvat
Purim
Pessach
Iom Haatzmaut
Lag Baomer
Shavuot
Anexos
19
37
43
57
65
85
99
117
137
153
163
181
Índice
19
Rosh Hashana
SHANA TOVA UMETUKA BETACHANOT1
Fontes
Bachodesh hashvii bechad lachodesh ihie lachem kol mlechet avoda lo taasu vehikravtem isha lAdo__nai.
“E, no sétimo mês, no primeiro dia do mês, convocação de Santidade haverá para vocês: Nenhuma obra servil farão; 
dia de toque do shofar será para vocês.”
 (Números 23;1)
1 ‘Tachanot’ significa ‘estações, postos ou paradas (no caso) temáticas’. 
Becha Ado__nai tov veishar Ado__nai al ken iore chataim baderech: iadrech anavim.
“...Por amor do Seu bem, Senhor Eterno / São do Eterno: ‘bondade’ e ‘retidão’, / Ilumine, por isso, os pecadores, / Nos 
caminhos que rumam para o bem...“ 
(Salmos 25)
20
Descrição da festa
Rosh Hashana (cabeça do ano) é o Ano Novo Judaico, 
cuja comemoração oferece aos indivíduos a chance de 
refletirem, viabilizando-lhes eventuais modificações pes-
soais. Parece tratar-se de um sonho que se quer atingir 
- o sonho de um mundo melhor, destituído de maldade, 
onde viver com as respectivas famílias e amigos torna-se 
algo verdadeiramente bom e agradável.
Denominado tishrei, o primeiro mês do ano judaico 
coincide, na maioria das vezes, com os meses de setem-
bro ou outubro, em Israel, período de colheita, no qual 
o toque do shofar denota seu início. 
* O aspecto religioso
A partir do primeiro dia de tishrei, começam os Iamim 
Noraim (Dias Temíveis), denominação atribuída aos dias 
entre Rosh Hashana e Iom Kipur, que acontecem nos dois 
primeiros e décimo dias deste mês, respectivamente. 
Devido à antiga dificuldade de identificar o início dos 
meses, ou do ano, por meio de reconhecimento visual 
da lua nova, rabinos determinaram que Rosh Hashana 
seria celebrado por dois dias, tanto em Israel como na 
diáspora.
Ao contrário de outras festividades, Rosh Hashana não 
tem caráter agrícola. Sua comemoração destaca a relação 
do homem com D’us ou, mais especificamente, a aceita-
ção do Reino do Divino, Que conhece e julga cada um 
de Seus servos. 
Trata-se de uma celebração voltada ao regozijo, duran-
te a qual os homens recordam, com receio, seus feitos 
do ano, pois parte-se do princípio de que todos os atos 
exigem prestação de contas. O motivo da comemoração 
de Rosh Hashana compreende três momentos: passado, 
presente e futuro. O passado remete à Criação (Gênese) 
do primeiro homem (Adão) e, sendo assim, ao Criador 
cabe reinar e julgar todos os homens (aniversário da 
Criação). O presente refere-se à nossa expectativa, frente 
ao ‘Dia do Julgamento’, e o futuro visa à continuidade da 
crença e do Reinado de D’us. No ‘Dia do Julgamento’, 
as pessoas fazem seus inventários e acredita-se que o 
Eterno julga e decide o que irá acontecer com cada um, 
no ano que começa. 
O livro de rezas utilizado pelos judeus, durante todo 
este período, é chamado Machzor, que é uma criação 
coletiva de sábios judeus, que seguiram o mandamento 
talmúdico de Iiun Tfila, realizando, assim, uma imensa 
coletânea de seleções e paráfrases da Bíblia, da Mish-
na, da Gmara, dos Midrashim e do Zohar. Seu acervo 
litúrgico conserva o espírito do monoteísmo, expresso 
em suas orações e é direcionado à penitência e ao arre-
pendimento.
Tshuva significa, tradicionalmente, ‘retorno’: retorno 
aos valores e às práticas do Judaísmo. Ocorre quando os 
indivíduos deixam de cometer pecados e determinam, 
em seu íntimo, que mais não os farão, sendo que esta 
não se limita às más ações mas, também, aos maus pen-
samentos. 
As pessoas se reúnem para dar boas vindas a um novo 
ano, celebrar suas promessas, ponderar sobre suas res-
ponsabilidades e agradecer por novas oportunidades. No 
entanto, a decisão Divina, tomada em Rosh Hashana, não 
é, ainda, a decisão definitiva. Dispomos de dez dias para 
a introspecção, para o arrependimento das más ações, 
para nos comprometermos com objetivos importantes e 
rezarmos pela misericórdia de D’us. Se Rosh Hashana é 
o ‘Dia do Julgamento’, o Iom Kipur (Dia do Perdão) é o 
‘Dia da Sentença’. O período de dez dias entre os dois 
marcos, incluindo-os, são os Iamim Noraim, considera-
dos os ‘Dez Dias do Arrependimento’.
O estatuto que rege estes dias: Fale aos filhos de Israel, 
dizendo: No sétimo mês, o primeiro dia do mês será para 
vocês descanso solene, memorial de toque de shofar, 
convocação de Santidade. Nenhuma obra servil farão; e 
oferecerão sacrifício queimado ao Eterno. E falou o Eter-
no a Moisés, dizendo: ‘O décimo dia deste sétimo mês 
é o ‘Dia das Expiações’; convocação de Santidade será 
para vocês, e afligirão suas almas e oferecerão sacrifício 
queimado ao Eterno”. E nenhuma obra farão neste mes-
mo dia, porque é ‘Dia das Expiações’, para expiar por 
vocês diante do Eterno, seu D’us. Porque toda alma que 
não se afligir neste mesmo dia será banida de seu povo. 
E toda alma que fizer alguma obra neste mesmo dia, 
destruirei aquela alma do meio do seu povo. Nenhuma 
obra farão; estatuto perpétuo será para suas gerações, 
em todas as suas habitações. Dia de descanso solene é 
para vocês, e afligirei suas almas; aos nove dias do mês, 
à tarde, de uma tarde a outra, celebrarão seu dia de des-
canso. (Levítico 23; 24- 31,).
Os principais temas das preces de Rosh Hashana e 
Iom Kipur são: a Majestade de D’us, Criador do universo; 
a fragilidade do homem e sua dependência da piedade 
Divina; a tshuva e as boas ações: sua importância na ab-
solvição no julgamento; o sofrimento do povo judeu; o 
perdão e a confissão dos pecados (Machzor).
Em Iom Kipur, o último desses ‘Dias Temíveis’, quando 
o sol se põe, o toque do shofar ecoa pelos cantos de 
todo o universo, anunciando o término do julgamento. 
Portanto, a sorte dos homens para o ano que se inicia já 
está selada.
Na religião judaica, o arrependimento, nesse dia, dá-
se entre o homem e seu Criador e, de acordo com a Lei 
Judaica, visa ao futuro. Não existe nenhuma forma de 
confissão perante um ser humano. Confissão é o sussur-
ro de toda uma congregação, feita em uníssono; não é o 
desabafo dos males de cada um, é a expressão de uma 
responsabilidade coletiva. O judeu não reza unicamente 
por seu bem-estar individual, mas por todo o povo, pois 
sabe que os filhos de Israel são fiadores uns dos outros.
21
Em Israel
A festividade se dá no início do outono, nomês de 
tishrei. Coincide com o início do ano letivo e, portanto, 
o início de um novo ciclo. Apesar disso, é uma festa com 
uma certa dualidade: marca o fim de um ano e início de 
outro. Esse tema é bastante explorado, pois Rosh Hasha-
na, além de ser a primeira festa do calendário judaico, é, 
também, o momento em que podemos parar para fazer 
nossas reflexões sobre esse novo período que se inicia e 
sobre aquele que se encerrou. 
Mensagens das escolas
Sugerimos este texto para ser enviado aos pais antes 
de Rosh Hashana, a fim de refletirem sobre a importân-
cia da continuidade de nossa tradição, e da necessidade 
de união para a educação dos nossos filhos.
As vozes do shofar
Já sabiam nossos sábios antepassados que o homem 
aumenta a força de sua memória ao ver e ouvir. Diversos 
instrumentos musicais remetem o ouvinte a alegria, tris-
teza, luto, choro, receio ou animação.
O principal objetivo do shofar é despertar e abalar os 
corações dos que o escutam. As vozes do shofar, entre-
tanto, não são iguais. Soam de três maneiras diversas: 
a primeira, tkia, consiste num som simples; a segunda, 
trua, compõe-se de nove toques breves e a terceira, shva-
rim, compõe-se de três toques sucessivos, cada um dos 
quais é tão longo quanto os três sons breves no gênero 
trua, de maneira que shvarim equivale a nove toques.
Alguns interpretam essas vozes, de acordo com o que 
os inspira. Assim, tkia, ou toque simples, seria motivo 
para alegria e admiração; trua, um toque atemorizador, 
e shvarim inspiraria alegria e tristeza ao mesmo tempo. 
Para abranger todas as sensações, é preciso tocar nas 
três vozes.
Segundo um rabino contemporâneo, esses diversos 
toques do shofar recordam as três idéias fundamentais 
do povo judeu: a trua recorda a fé religiosa – seu tom é 
simples e reto como a religião judaica; shvarim recorda 
o destino do povo judeu, que nem sempre foi reto, mas 
quebrado e sacudido muitas vezes; trua lamenta, com 
seu tom elegíaco, a situação da Tora, que nem sempre 
foi próspera.
O principal, no toque do shofar, é um convite para 
cancelarmos o ódio sem razão e despertar amor, união 
e paz. 
Se existir guerra, que seja de travesseiros
Se existir fome, que seja de amor
Se for para esquentar, que seja do sol
Se for para enganar, que seja o estômago
Se for para chorar, que seja de alegria
Se for para perder, que seja o medo
Se for para cair, que seja na gandaia
Se for para ser feliz, que seja para sempre.
SHANA TOVA!
(Olami)
Nomes da festa
Rosh Hashana
É o dia em que o Ano Novo Judaico se inicia, ou seja, 
a ‘cabeça do ano’. Assim como a cabeça do homem é a 
parte do corpo que comanda todo o resto, Rosh Hasha-
na é o momento crucial, que comandará o resto do ano 
de cada um. À idéia do tempo, unem-se conceitos de 
responsabilidade e de julgamento.
Iom Trua (Dia do Soar)
O dia em que se deve fazer soar o shofar.
Iom Hadin (Dia do Juízo)
Nesse dia, cada um comparece ao Tribunal (celestial), 
para um julgamento perante o Criador.
Iom Hazikaron
(Dia da recordação) Os sábios acreditavam que o to-
que do shofar, em Rosh Hashana, despertaria a recorda-
ção de arrependimento em cada pessoa.
ROSH HASHANA
22
Símbolos e motivos, usos e costumes 
Shofar
O shofar é um chifre de carneiro, utilizado como ins-
trumento de sopro por homens e considerado um dos 
mais antigos, dado que já era conhecido e tocado na 
época de Moisés. Não se pode atribuir grande importân-
cia no campo musical ao shofar, pois não produz notas 
suaves ou delicadas. Entretanto, apresenta especial signi-
ficado espiritual, uma vez que seu som induz à reflexão 
e ao arrependimento. Uma de suas principais funções 
é alertar para tanto o início como o término dos ‘Dias 
Temíveis’. Sua característica mais marcante é inspirar re-
verência por meio de seu ecoar, irradiando sentimentos 
de arrependimento e humildade. 
O motivo de ser confeccionado com um chifre de car-
neiro remete à época do patriarca Abrahão, mais especi-
ficamente, à passagem que trata do sacrifício de seu filho 
Isaac. A recordação de Akedat Itzchak (O Sacrifício de 
Isaac), em Rosh Hashana, serve como fonte de inspira-
ção em relação ao auto-sacrifício e à entrega dos homens 
a serviço de D’us. No decorrer destes dias, são três os 
tipos de toque que escutamos:
- tkia: som longo e uniforme;
- shvarim: som entrecortado em três notas médias
- trua: som entrecortado em nove sons mais curtos. 
Um dos maiores sábios judeus, Saadia Gaon (824-943), 
descreve mais alguns motivos, bastante significativos, 
para o toque do shofar, durante a celebração. Em Rosh 
Hashana, aniversário da Criação, suas funções são:
• proclamar a soberania do Criador;
• advertir o povo sobre o destino de sua vida;
• lembrar a Revelação no Monte Sinai;
• trazer a advertência e a exortação dos profetas;
• lembrar o alarme da batalha, na Judéia, no decorrer da destruição do Templo;
• inspirar reverência e temor;
• lembrar o Dia do Juízo;
• proclamar a redenção vindoura e breve restauração de Israel e
• simbolizar a esperança pela redenção final e pela ressurreição.
*Rambam sustenta que a única razão para o toque do 
shofar, na sinagoga, é estimular o arrependimento, con-
forme aparece no Machzor: Acordem, vocês que dor-
mem, e reflitam sobre suas ações; retornem e recordem 
a seu Criador. Aqueles que esquecem a verdade, com as 
necessidades da época, e perdem os anos, em busca por 
coisas banais e vazias que não beneficiam nem salvam; 
fixem-nos em suas almas e melhorem seu caminho e 
ações? Que cada um abandone seu mau caminho e seu 
mau pensamento e regresse a D’us, para que Ele possa 
ter misericórdia de vocês. 
O shofar, literalmente ‘chifre’. Foi tocado em várias 
ocasiões: pela primeira vez, no Har Sinai (Monte Sinai), 
quando da entrega das Tábuas da Lei, contendo os Dez 
Mandamentos; ou, p. ex., na chegada da Lua Nova, no 
Beit Hamikdash, junto com as cornetas. Também em 
1967, quando Israel reconquistou o Muro Ocidental (Ko-
tel Hamaaravi ou Muro das Lamentações, como nos é 
conhecido), em Ierushalaim, ele foi tocado. Reza a tra-
dição, ainda, que o Profeta Elias tocará o shofar, para 
anunciar a chegada do Messias.
Em Rosh Hashana, o shofar é tocado em mussaf (ser-
viço religioso, depois do almoço). A Tora ordena que to-
quemos o shofar no primeiro dia da festa, mas os sábios 
estenderam o costume, para que escutemos o toque do 
shofar também no segundo dia. 
Este instrumento representa a misericórdia de D’us 
para com os homens. Não é tocado no Shabat, apesar 
do toque ser considerado arte, e não trabalho. Seu toque 
representa a aliança entre D’us e o povo de Israel. 
Tapuach bidvash (maçã com mel)
Na noite de Rosh Hashana , durante a refeição, costuma-
mos comer alimentos que simbolizem a esperança de um 
ano bom e doce; por isso, comemos tapuach bidvash.
Chala agula (pão trançado redondo)
Simboliza a continuidade e o cíclico. E, especificamente 
em Rosh Hashana, simboliza o ano que está começando. 
Kartissei bracha
(cartões de votos, bênçãos e congratulações)
Cartões enviados entre familiares e amigos, nos meses 
de elul e tishrei (último e primeiro meses do ano judaico, 
respectivamente) até depois de Sukot, com desejos para 
um ano novo e doce. A origem deste costume é da me-
tade do século XIX. Aparentemente, foi na Inglaterra que 
os cristãos começaram a imprimir e enviar mensagens de 
Natal e de Ano Novo.
Este costume chegou aos Estados Unidos e, de lá, es-
palhou-se por todo o Ocidente, atingindo também os 
judeus. Os primeiros cartões que se destacaram por sua 
beleza foram os da Alemanha, E.U.A. e Polônia. Os te-
mas variam de motivos religiosos, passando por ideais, 
até desejos pessoais.
 * O costume de elaborar votos de Shana tova (Bom 
Ano!) aparece, anteriormente, no livro Shulchan Aruch 
(‘Mesa Posta’, onde se expõem leis sobre os mais varia-
dos assuntos).Rosh shel dag (cabeça de peixe)
Na véspera de Rosh Hashana, famílias judaicas tradi-
cionais colocam sobre a mesa, a cabeça de um peixe, 
concretizando a idéia de início de ano. Há pessoas que 
costumam cozer guefilte fish (bolinhos de peixe), justa-
mente por ter um formato redondo.
Rimon (romã)
Costuma-se comer rimon, em Rosh Hashana, pois há 
o desejo de que, no ano que está para começar, os di-
reitos do ser humano se multipliquem, assim como a 
quantidade enorme de caroços/ sementes que existem 
dentro do rimon.
*Machzor (livro de rezas, usado em Rosh Hashana e 
em Iom Kipur). 
Em hebraico, tal título significa ‘ciclo’. Nele, estão con-
tidas orações, passagens bíblicas, talmúdicas e poemas 
religiosos. As orações apresentam três temas fundamen-
tais da fé judaica: D’us é Rei, Juiz e Legislador.
23
*Tashlich (lançamento)
É um costume realizado pouco antes do pôr-do-sol, 
na tarde do primeiro dia de Rosh Hashana, às margens 
de um rio, lago, mar, ou água corrente qualquer, onde 
quer que haja peixes. Preces são recitadas, seguidas pelo 
ato simbólico de agitar os cantos de nossas roupas e 
invertermos os bolsos em direção às águas, ‘lançando’ e, 
assim, ‘livrando-nos’ de nossos pecados. As preces des-
pertam-nos pensamentos de arrependimento, dado que 
a situação nos remete à insegurança da vida do peixe e 
ao perigo de ele ser atraído pela isca, ou apanhado na 
rede do pescador. Nossa vida, também, está repleta de 
ciladas e tentações.
Os três últimos versos do profeta Micha, recitados du-
rante o tashlich, contêm a explicação para este costume: 
Quem é D’us como o Senhor, perdoando a iniqüidade 
e perdoando a transgressão aos herdeiros de Seu legado. 
Ele não reteve Sua ira para sempre, porque Ele Se rego-
zija na bondade. Mais uma vez, Ele terá misericórdia de 
nós. Ele suprimirá nossas iniqüidades; sim, vocês jogarão 
seus pecados às profundezas do mar.
O Maharil (Rabi Moshe Halevi) nos fornece uma ex-
plicação mais completa sobre o tashlich. O midrash diz 
que, quando Avraham e Itzchak foram ao Har Moria 
(Monte Moriá), para a akeda (sacrifício), precisaram cru-
zar um rio, uma das formas que satan (o ‘espírito’ do 
mal) usou para impedi-los de cumprirem as ordens de 
D’us. A correnteza ameaçava levá-los, mas Avraham re-
zou: Salve-nos, D’us, pois a água atingiu nossas próprias 
vidas, e foram salvos da correnteza. Assim, diz Maharil, 
nenhum obstáculo deveria impedir-nos de obedecer às 
ordens de D’us. Aquele que puder mostrar o amor abne-
gado de Avraham, sua prontidão para morrer pela pala-
vra Divina, pode estar certo de que seus pecados ‘serão 
jogados ao mar’.
* A única mitzva concreta de Rosh Hashana é a de 
ouvir o shofar, no período diurno.
O significado de Rosh Hashana
para crianças na idade infantil
Esta festa, como a maior parte das festividades judai-
cas, é rica em conteúdos, símbolos, jogos e brincadeiras 
para a criança. Para facilitar o trabalho da professora de 
Educação Infantil, são propostos três níveis gerais no en-
sino-aprendizagem dos conteúdos ligados à Rosh Hasha-
na, de acordo com as características pertinentes a cada 
faixa etária.
De 3 a 4 anos, as crianças já podem identificar a festi-
vidade, e dar-lhe o nome usual e freqüente. 
Além disto, por meio de vivências baseadas no jogo e 
na brincadeira e no uso de materiais criativos, as crian-
ças poderão conhecer os símbolos da festividade: shofar, 
machzor, tapuach bidvash, kartissei bracha, chala agula 
e Beit Haknesset (casa de reunião ou sinagoga). Alguns 
costumes característicos de Rosh Hashana que enfatizem 
o “aqui e agora”, poderão ser vivenciados.
*Nesta faixa etária, a criança conhece a única mitzva 
básica: o toque do shofar. A realização da comemoração 
com a simbologia da festa e suas brachot na própria es-
cola é importante, para a criança poder vivenciar o chag 
em sua plenitude.
De 4 a 5 anos, quando a criança já possui uma com-
preensão mais intuitiva, e não somente concreta, seus 
conhecimentos de costumes e símbolos se vão amplian-
do, assim como se vão ampliando os ambientes de vi-
vência: em casa, na escola, na comunidade. 
A criança pode aprender os nomes adicionais de Rosh 
Hashana e seu contexto, além dos símbolos e costumes 
e seus significados, vivenciados pela família e pelo am-
biente próximo. 
*Nesta faixa etária, a criança já pode conhecer as mitzvot 
básicas e seus conceitos.
De 5 a 6 anos, juntamente com a experiência que a 
criança vai acumulando, ela passa a compreender mais 
profundamente o significado de costumes e símbolos re-
levantes, que são de valor para o povo judeu. Revela 
curiosidade em conhecer a história da festa, inclusive 
as origens das idéias ligadas à festividade. Outros as-
pectos que se podem abordar com crianças nesta faixa 
etária são: os valores morais e nacionais ligados à festa, 
os nomes especiais da festa, além dos nomes originais e 
seus significados e os costumes aceitos pela comunida-
de e pelo povo e seus significados, além das atividades 
agrícolas. 
* Nesta faixa etária, a criança já compreende o signifi-
cado das mitzvot.
Conceitos importantes
Beit Haknesset: sinagoga (casa de reunião)
Rosh Hashana: ano novo 
chala agula: pão trançado redondo
shana tova: Bom ano!
dvash: mel
shana tova umetuka: ano bom e doce!
kartissei bracha: cartões com bênçãos
shofar: chifre de carneiro
rosh shel dag: cabeça de peixe
tapuach: maçã
ROSH HASHANA
24
Planejamento de atividades
Atividades planejadas em torno do eixo principal: os conteúdos de Rosh Hashana
 
O trabalho realizado, por meio de tachanot é uma forma diferenciada de abranger determinados conteúdos, em di-
ferentes graus de complexidade. A cada chag, os espaços se transformam em tachanot, de acordo com um tema espe-
cífico. Para cada tachana, há uma professora responsável pela pesquisa e elaboração de atividades, de acordo com a 
faixa etária, criando novos desafios. As crianças podem fazer um rodízio entre as tachanot, vivenciando as atividades e 
enriquecendo-se com novas informações.
A cada ano, a comemoração de Rosh Hashana por tachanot faz com que se pesquisem novas atividades, buscando, 
freqüentemente, renovar, fazer adequações necessárias e, ao mesmo tempo, preservar a tradição judaica. Com a prática, 
fica cada vez mais agradável comemorar desta maneira, mas a organização, para este tipo de atividade, é fundamental. As 
professoras trabalham em equipe e, em reuniões de planejamento, socializam suas diferentes idéias e práticas. Cada uma 
fica responsável por uma das tachanot. A própria pesquisa para organizar o material relevante é uma chavaia (vivência 
positiva). Na busca pelo material, a professora procura planejar a adequação para as diferentes faixas etárias. 
Todo ano, escolhe-se um tema central, que servirá de eixo e permeará todas as festas (Ex.: temas anteriores: liderança, 
família, busca da paz). Respeitando um costume tradicional, confeccionam-se kartissei bracha para as famílias, possi-
bilitando, a todos os interessados, confeccionarem kartissim, oferecendo-lhes materiais, envelopes e selos. É possível 
organizar uma grande comemoração convidando uma companhia de teatro, alugando uma piscina de bolinhas, na qual 
são escondidas maçãs de plástico, e realizando uma competição, na qual quem trouxer o maior número de maçãs, ganha 
saches com mel. 
Outras atividades nas tachanot podem estar ligadas à culinária, planejando, para tal, a realização de receitas ligadas à 
Rosh Hashana, como, p. ex., torrões de açúcar. Costumam-se convidar, para tais eventos, outros grupos, para comparti-
lharmos a comemoração, oferecendo-lhes papéis atuantes no evento.
Tachana musikalit: Dvash
Escolhemos a canção Kapit shel dvash (uma colherzinha de mel), para ser trabalhada em todas as faixas etárias:
De 3 a 4 anos
Conteúdos:
dvash
Objetivos potenciais:
entrar em contatocom o costume de comermos mel, por meio dos 
sentidos.
Descrição:
Levar para a roda uma caixa-surpresa e, dentro, um pote de mel. 
Estimular as crianças a imaginarem o que há dentro da caixa, 
dizendo: “É algo que comemos em Rosh Hashana!” Ir, aos poucos, 
restringindo o leque de opções, dizendo que “É algo doce” e, mais 
adiante, que “É produzido por abelhas”. Ao descobrirem, poderão 
comprovar, colocando suas mãos para balançarem a caixa, sen-
tirem o pote, ou mesmo cheirarem ou verem. Ao cantar a canção 
Kapit shel dvash, oferecer uma colher de mel para cada criança, ao 
citar seu nome.
Materiais e recursos:
caixa-surpresa, pote de mel, fita com a canção e um gravador. 
Kapit shel dvash
Kapit shel dvash, kapit shel dvash
Ossa li et haiom.
Kapit shel dvash, kapit shel dvash 
Mi rotze litom?
Le____________ dvash
Le____________ dvash
Le____________ dvash
Niten lo (la) dvash, dvash, dvash
Colherzinha de Mel
Colherzinha de mel, colherzinha de mel
‘Me’ faz o dia.
Colherzinha de mel, colherzinha de mel
Quem quer experimentar?
Para __________ mel
Para __________ mel
Para __________ mel
Vamos dar mel, mel, mel.
25
De 4 a 5 anos
Conteúdos:
dvash
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de comermos maçã com mel, 
por meio dos sentidos.
Descrição:
Pendurar a maçã num barbante e embebê-la com mel. Colocar a 
canção de fundo e convidar as crianças para tentarem morder a 
maçã, sem utilizarem as mãos. Quando a canção terminar, acaba o 
tempo de cada uma. Ao final, ela ganha a maçã.
Materiais e recursos:
caixa-surpresa, pote de mel, maçãs, barbante, fita com a canção e 
um gravador. 
De 5 a 6 anos
Conteúdos:
dvash
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de comermos mel, por meio dos 
sentidos.
Descrição:
levar, à roda de crianças, um cartaz previamente preparado com a 
letra da canção, em forma de carta enigmática, a fim de trabalhar 
a pseudo-leitura. Dessa forma, uma gravura, ou mesmo uma co-
lherzinha, substituirá a palavra kapit; uma gravura, ou um sachê 
de mel, substituirá a palavra dvash e os nomes das crianças (que 
já o reconhecem) serão incluídos na canção, antes que esta seja 
cantada ou tocada. Dar a oportunidade a todos para provarem o 
mel, cantando a canção Kapit shel dvash e oferecendo uma colher 
de mel para cada criança, ao citar seu nome.
Materiais e recursos:
cartaz elaborado pelo professor, fita com a canção e um gravador. 
De onde vem o dvash?
Conteúdos:
dvash, um dos símbolos de Rosh Hashana
Objetivos potenciais:
ampliar o conhecimento sobre o mel.
Descrição:
a professora pode fantasiar-se de abelha, para enfatizar a impor-
tância do mel, para termos um ano doce como mel, e é possível 
visitar um apiário, para verificar a origem do mel. É costume degus-
tar sal, açúcar, mel e limão, para experimentar os vários sabores: 
salgado, doce, azedo, entre outros.
Materiais e recursos: mel, sal, açúcar, limão, entre outros; apiá-
rio; fantasia de abelha.
Tachanat Omanut: kartissei bracha
De 3 a 4 anos
Conteúdos:
kartissei bracha
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de enviarmos cartões (kartissim) 
em Rosh Hashana e sua mensagem.
Descrição:
trazer à roda de crianças um lindo kartis, em forma de maçã e sa-
chês de mel (um para cada criança). Explicar que, assim como dita 
o costume da festa, todos recebem um cartão. Cada criança ga-
nhará um sachê e provará o seu sabor, e a professora, então, dese-
jará shana tova umetuka, um ano bom e doce. Depois, proporá que 
cada um produza seu kartis, para dar à sua família, escolhendo seu 
próprio papel para pintar com tinta guache, seguindo algumas op-
ções dadas pela professora. Poderão ser no formato de tapuach ou 
pote de mel, levando em conta os símbolos mais próximos a eles. 
A mensagem trabalhada nos kartissim será shana tova umetuka, 
associando-a à bracha e à canção trabalhada anteriormente. 
Materiais e recursos:
cartão em formato de maçã, sachês de mel em quantidade su-
ficiente para todos na classe, papéis tipo cartolina ou color set, 
cortados em diferentes tamanhos e formatos, tinta guache de 
diversas cores.
De 4 a 5 anos
Conteúdos:
kartissei bracha
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o antigo costume de enviarmos kartissim 
em Rosh Hashana e suas brachot.
Descrição:
antes da confecção dos kartissim, contar, para as crianças, a his-
tória do surgimento do costume de enviarmos cartões, utilizando, 
como recurso, a máquina de retro-projetor e fotos de kartissim 
antigos. Depois da exposição, questionar “O que é uma bracha?” 
“Para quem desejamos uma bracha?” “De que formas posso en-
viar uma bracha?”; “Quando faço uma bracha?” e apresentar os 
diversos tipos de brachot. Propor que cada um faça dois cartões 
- um para dar à sua família e outro, para um amigo. Os materiais 
poderão ser diversificados, uma vez que já são capazes de registrar 
os símbolos do chag. As mensagens trabalhadas nos kartissim se-
rão aquelas que surgirem no início da atividade. 
Materiais e recursos:
máquina de retro-projetor, fotos dos kartissim antigos, papéis tipo 
cartolina ou color set cortados em diferentes tamanhos, tinta gua-
che de diversas cores, canetinhas, lápis pastel ou de madeira.
ROSH HASHANA
26
De 5 a 6 anos
Conteúdos:
kartissei bracha
Objetivos potenciais:
entrar em contato com o costume de enviarmos kartissei bracha 
em Rosh Hashana e suas mensagens.
Descrição:
propor que as crianças trabalhem em duplas, a fim de confeccio-
narem um kartis para um grupo de crianças (que poderá ser outra 
classe), uma instituição ou escola, dependendo do tempo que se 
dispõe para explicar de que grupo se trata.
Materiais e recursos:
máquina de retro-projetor, fotos dos kartissim antigos, papéis tipo 
cartolina ou color set, retalhos de outros tipos de papéis, como 
laminado ou camurça, tinta guache de diversas cores, canetinhas, 
lápis pastel ou de madeira, colas e tesouras.
Shana tova umetuka!!!
Conteúdos:
kartissei bracha
Objetivos potenciais:
ampliar o conhecimento, em relação ao costume de enviarmos 
cartões e mensagens de Rosh Hashana.
Descrição:
confecção e envio de kartissei bracha, enfatizando o costume de 
enviarmos cartões, com votos e mensagens de Shana tova. Este 
projeto pode envolver toda a escola, a família e a comunidade. 
Para que as famílias possam vivenciar o costume de envio de 
kartissei bracha, podemos preparar duas caixas de correios; uma 
interna, para que estes sejam distribuídos posteriormente para as 
crianças, e outra, para os kartissim serem enviados por correio para 
as casas. 
Colocando uma das caixas de correio na entrada da escola, as 
famílias são convidadas a enviar cartões aos seus filhos. Todas 
as crianças participam, e as maiores ficam responsáveis pela 
classificação e distribuição aos destinatários. Diferentes cores são 
designadas para cada faixa etária, para a confecção dos kartissei 
bracha. Desta maneira, cada criança tem a oportunidade de viven-
ciar este motivo de Rosh Hashana, o envio da mensagem de uma 
shana tova umetuka (e outros votos e mensagens para a família, as 
crianças e a comunidade) e, ao mesmo tempo, confeccionar kartis-
sim. Um grande painel coletivo de kartissei bracha é construído na 
entrada da escola.
Para tornar o costume de enviar kartissei bracha ainda mais próxi-
mo às crianças, pode-se trazer, para o pátio da escola, uma caixa 
de correio em seu tamanho original (emprestada dos Correios), e 
as crianças podem enviar cartões de Shana tova, individualmente 
ou com a ajuda das professoras, para amigos e familiares. Para 
enviar as cartas, podemos verificar se foram colocados os selos, se 
os pormenores importantes, como nome e endereço, entre outros, 
aparecem. Um carteiro dos Correios é convidado a vir à escola e a 
contar sobre seu trabalho, o trajeto das cartas até alcançarem seu 
destino, distribuindo selos para as crianças. 
Materiais e recursos:
materiais

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