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Química Orgânica Teórica II Reações de Alcinos • Adição de haletos de hidrogênio a alcinos Alcinos reagem com um equivalente molar de cloreto de hidrogênio ou brometo de hidrogênio para formar haloalcenos e com dois equivalentes molares, formam dialetos geminais. Ambas as adições são regiosseletivas e segue a regra de Markovnikov, como a seguir: Como mecanismo geral, podemos explicar a reação acima da seguinte forma: quando o haleto de hidrogênio começa a interagir com o alcino, este último tende a capturar o X do haleto a partir da quebra da ligação dupla, gerando assim a entrada do halogênio (cloro, bromo, iodo ou flúor) em qualquer um dos carbonos que possuíam a tripla ligação, simultaneamente tem-se a formação de uma estrutura chamada carbocátion, esta é caracterizada como um carbono evidenciando uma carga positiva e a deficiência de uma ligação. É justamente nesse carbono carregado positivamente, que o hidrogênio adentra, estabilizando a molécula e gerando assim, o alceno. Contudo, uma segunda reação de adição eletrofílica acontece, principalmente quando se tem haletos de hidrogênio em excesso no ambiente reacional, desta maneira, a ligação dupla acaba por realizar um ataque nucleofílico depois que o hidrogênio citado anteriormente entrou na molécula, este por sua vez acaba sendo rearranjado de maneira que o halogênio a entrar em seguida, esteja no tipo de carbono mais estável, lembrando sempre da repulsão entre halogênios. A seguir, outro exemplo demonstra de maneira mais explicativa de que maneira a adição de haletos de hidrogênio acontece e quais os resultados e justificativas para rearranjos e formações de determinados produtos. Ao lado podemos perceber que a partir da quebra de uma das ligações duplas inicialmente tem- se a entrar do hidrogênio no carbono mais hidrogenado posteriormente, após a formação do carbocátion, a entrada do halogênio é efetivada, originando um alceno halosubstituído. A partir desse momento, podemos perceber que durante a formação do carbocátion, duas estruturas de alcenos podem aparecer, um cátion vinílico secundário – quando a carga positiva se encontra em um carbono secundário – ou um cátion vinílico primário – quando a carga positiva está sobre o carbono primário. Como segunda parte do mecanismo, tem-se a segunda adição eletrofílica, onde ocorre a quebra da dupla do alceno, com isso, o hidrogênio é inserido no carbono mais hidrogenado seguindo a regra de Markovnikov e o halogênio no carbono mais estável, neste caso, o carbono terciário, ficando o mais distante possível do outro halogênio presente, de maneira a evitar alguma repulsão. Ao lado, salientamos a possível interação entre o bromo e o carbocátion formado após a inserção do hidrogênio do haleto no carbono mais hidrogenado, estabilizando parcialmente a carga formada no carbocátion e gerando uma nova carga positiva no bromo. - Durante a adição de haletos de hidrogênios em alcinos, duas possíveis estruturas podem ser formadas, como a seguir: 1) Alcino interno: Quando se trata de um alceno interno, ou seja, a estrutura com a tripla ligação situada em torno da porção medial da cadeia carbônica, são formados dois possíveis dialetos, estes são evidenciados a seguir. 2) Alcino terminal: Quando a tripla ligação se encontra nas regiões terminais ou nas porções extremas da cadeia carbônica, formando apenas um tipo de dialeto, como a seguir. • Adição de Água A adição de água catalisada por ácido à ligação tripla de um alcino (hidratação de um alcino) é um método para a preparação de álcoois de baixo peso molecular. Essa reação tem a sua maior utilidade em processos industriais de larga escala. Os ácidos mais frequentemente usados para catalisar a hidratação de um alcino são soluções aquosas diluídas de ácido sulfúrico. Essas reações também são caracterizadas como regiosseletivas e a adição de água à ligação tripla segue a regra de Markovnikov. De forma geral, a reação tem a seguinte forma: Vale destacar que neste mecanismo de hidratação de alcinos utilizando como catalisador ácidos acaba por formar um alceno caracterizado como enol, que posteriormente originará uma cetona depois da quebra da ligação dupla presente no alceno originado. Além disso, existe a possibilidade de uma outra estrutura ser formada, esta compõe uma das duas formas tautoméricas que possuem potencial de serem originadas na segunda porção do mecanismo, caracterizada pela quebra da ligação dupla, como a seguir: Para facilitar o aprendizado, segue o mecanismo reacional da adição de água à alcinos: Ao lado visualizamos a primeira adição eletrofílica de hidrogênio e a quebra da primeira ligação pi situada na tripla ligação do alcino, originando um carbocátion vinílico secundário, que por ser altamente instável, reagirá de maneira rápida, proporcionando o próximo mecanismo. No mecanismo ao lado, vemos a entrada de uma molécula de água na estrutura do carbocátion vinílico, estabilizando o carbono antes com carga negativa e criando uma nova carga positiva, desta vez situada no oxigênio que compõe a estrutura da água. Em seguida, o primeiro ataque nucleofílico acontece e uma molécula de água presente no meio retira um dos hidrogênio da molécula de água que agora interage com a estrutura do alceno por meio da ligação estabelecida entre o carbono e o oxigênio. Quando esse ataque é efetivado, a molécula do alceno perde um próton e todas os seus átomos estão estáveis, dando origem à um enol. Nos passos acima, vemos a finalização da adição de água aos alcinos, em que após a formação do enol, a ligação dupla do alceno realiza um segundo ataque eletrofílico e a ligação é quebrada, efetivando a entrada de um hidrogênio no carbono mais hidrogenado e criando novamente um carbocátion na estrutura, como o carbocátion se encontra próximo de um oxigênio, duas estruturas coexistem em ressonância constante, até que em uma delas, quando o oxigênio que compõe a hidroxila, acaba por permanecer com a carga positiva, este sofre uma desprotonação realizada por uma molécula de água presente no meio, dando origem à uma cetona. A adição de água a um alcino interno que possui o mesmo grupo ligado a cada um dos carbonos sp forma como produto uma única cetona. Mas, se os dois grupos são distintos, são formadas duas cetonas, como a figura abaixo. - Os alcinos terminais são menos reativos que os alcinos internos perante a adição de água, usa-se então o íon mercúrio como catalisador, tal como a reação evidenciada a seguir. • Quebra oxidativa de alcinos Quando tratados com ozônio seguido de água, os alcinos sofrem clivagem oxidativa produzindo ácidos carboxílicos. Quando um alcino terminal sofre clivagem oxidativa, o lado terminal é convertido em dióxido de carbono, como a seguir: • Hidrogenação catalítica em alcinos Os alcinos reagem com hidrogênio na presença de uma variedade de catalisadores metálicos. Nessa reação ocorre a adição de um átomo de hidrogênio a cada átomo de carbono da ligação tripla. As reações de hidrogenação que envolvem catalisadores insolúveis finamente divididos de platina, paládio ou níquel ocorrem através de catálises heterogênea porque o substrato é solúvel na mistura reacional, mas o catalisador não é solúvel. As reações de hidrogenação onde o catalisador é solúvel na mistura reacional se intitulam como catálises homogêneas. Os catalisadores homogêneos de hidrogenação típicos envolvem complexos de ródio e rutênio que contêm vários átomos de fósforo e outros ligantes. Um dos catalisadores homogêneos de hidrogenação mais conhecidos é o de Wilkinson, o cloreto de tris(trifenilfosfina)ródio, Rh[(C6H5)3P]Cl, como a seguir. Na reação acima, vemos que após a primeira quebra proveniente da hidrogenaçãocatalítica, que produz um alceno, uma segunda lise acontece, gerando um alcano. Quando se deseja um tipo específico de alceno a partir da hidrogenação catalítica de alcinos, um tipo diferente de catalisador é escolhido, o Lindlar, capaz de formar um tipo específico de alceno com características estruturais e estereoquímicas pré- definidas. Ao lado visualizamos um tipo de hidrogenação comum em que o produto desejado é do tipo trans, neste caso, não se utilizar o Lindlar porque o intuito é de fato, obter produto com especificidade do tipo conformacional trans, assim, utiliza-se como catalisador o sódio ou lítio, seguido da adição de amônia líquida à frio, à 78°C. A seguir se encontra o mecanismo da reação descrita sutilmente acima:
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