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PROVA ORAL – CFO/2016 AREA DE CONCENTRAÇÃO – DIREITO CONSTITUCIONAL 1. DIREITO CONSTITUCIONAL: NATUREZA; CONCEITO E OBJETO; FONTES FORMAIS. 1.1.Conceitue direito constitucional apontando seu objeto? R: O Direito Constitucional é um ramo do direito público interno (natureza) que tem por objetivo o estudo das constituições de um determinado Estado, no sentido de estabelecer sua estrutura, sua organização e seu funcionamento. Como produto legislativo máximo do Direito Constitucional encontramos a própria Constituição, lei fundamental e suprema de um Estado, elaborada para exercer uma dupla função: (1) garantia do existente e (2) programa ou linha de direção para o futuro. 1.2. Quais são as fontes do direito constitucional? R: As fontes do Direito Constitucional podem ser divididas em fontes imediatas e fontes mediatas. Fontes imediatas: A fonte imediata ou primaria do direito constitucional é a própria constituição e as leis de conteúdo constitucional. Fontes mediatas: Já as fontes mediatas do direito constitucional são a doutrina, a jurisprudência, os costumes e tradições do povo e o direito natural. 2. CLASSIFICAÇÕES DAS CONSTITUIÇÕES: CONSTITUIÇÃO MATERIAL E CONSTITUIÇÃO FORMAL; CONSTITUIÇÃO GARANTIA E CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE; NORMAS CONSTITUCIONAIS. 2.1. Diferencie as constituições materiais das constituições formais? R: No que tange ao seu conteúdo as constituições podem ser classificadas em dois grupos: constituições materiais e constituições formais. Constituição Material: É material ou substancial a Constituição que apenas define elementos essenciais à figura estatal, tais como, a estrutura política, organização do Estado e os direitos e garantias fundamentais. Constituição material é, portanto, aquela que possui em seu conteúdo apenas matérias constitucionais. Constituição Formal: Por sua vez, a constituição formal é aquela que, além dos elementos essenciais, define elementos acessórios, que não se relacionam com questões estruturais do Estado. A CF/88 é formal uma vez que além de estabelecer os elementos estruturantes do Estado também dispõe sobre matérias que não possui nenhum conteúdo constitucional, como é o caso do art. 242, §2ºque dispõe que o Colégio Pedro II localizado no Rio de Janeiro, será mantido na orbita federal. 2.2. Conceitue constituição garantia e constituição dirigente? R: Quanto ao modelo ou finalidade as constituições podem ser classificadas em constituição garantia e constituição dirigente. Constituição-Garantia: É aquela que delimita o poder do Estado, estabelecendo a divisão de poderes e o respeito aos direitos e garantias individuais de seu povo. Noutro falar, constituição garantia, é aquela que busca limitar os poderes estatais de forma a minimizar a ingerência do Estado na esfera individual. Dai a denominação “garantia”, indicando que o texto constitucional preocupa-se em fixar garantias individuais frente ao Estado. Constituição-Dirigente: Constituição-dirigente é aquela que não contempla somente a estrutura e delimitação do poder do Estado, mas propõem diretrizes, planos, programas e metas a serem seguidos por ele. A Constituição dirigente se caracteriza em consequência das chamadas normas programáticas, mormente de cunho social e que buscam criar um programa para dirigir a evolução politica do Estado. O termo “dirigente” significa que o legislador constituinte dirige a atuação futura dos órgãos governamentais, por meio do estabelecimento de programas e metas a serem perseguidos por estes. Por isso, constituição dirigente são normas que tem como destinatários diretos não os indivíduos, mas sim os órgãos estatais, requerendo destes uma atuação numa determinada direção, apontada pelo legislador constituinte. 2.3. Tradicional é a classificação das normas constitucionais, dada por José Afonso da Silva em relação a sua aplicabilidade em normas de eficácia plena, contida e limitada. Diferencia cada uma dessas espécies de normas exemplificando-as? a) Normas constitucionais de eficácia plena: Normas constitucionais de eficácia plena ou aplicação imediata e integral são aquelas que não dependem de atuação legislativa posterior para a sua aplicabilidade, isto é, desde a entrada em vigor da Constituição estas normas já estão aptas a produzirem todos os seus efeitos. As normas constitucionais de eficácia plena são normas auto-aplicáveis em sua integralidade não necessitando de complementação. Ex.: “Art. 2º-São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. b) Normas constitucionais de eficácia contida: Normas constitucionais de eficácia contida são aquelas de aplicabilidade imediata, mas que o legislador, deixou margem à atuação restritiva por parte da competência discricionária do poder público. Em outras palavras, as normas de eficácia contida com a entrada em vigor da Constituição elas já são aplicáveis, no entanto, uma lei infraconstitucional posterior poderá restringir seus efeitos. Por exemplo: art. 5°, XIII da CF/88 – “É livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”. Ou seja, garante-se o direito do livre exercício profissional, mas uma lei posterior pode restringir esse direito. Nesse contexto, com o advento do Estatuto da OAB, por exemplo, passou-se a exigir a aprovação no exame da ordem para o exercício da profissão de advogado. c) Normas constitucionais de eficácia limitada: Normas constitucionais de eficácia limitada ou diferida são aquelas que precisam de atuação legislativa posterior para que possam gerar plenamente seus efeitos. Por exemplo: “O Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor ( art. 5º, XXXII)”. Tal norma somente produzirá todos os seus efeitos após uma normatividade ulterior. Enquanto não for promulgada a lei complementar ou ordinária prevista no dispositivo a lei não produzirá efeitos, mas depois de complementadas tornam-se de eficácia plena. 2.4. O que são normas programaticas? Elas possuem eficacia? R: Normas programaticas são aquelas de eficacia limitada que requerem dos orgãos estatais uma certa atuação para a consecusão dos objetivos traçados pelo legislador constituinte. As normas programaticas não são voltada para os individuos mas sim para os orgãos estatais, exigindo destes a realização de programas nelas traçados. As normas programaticas não produzem seus plenos efeitos com a promulgação da CF, pois como estabelecem programas a serem concretizados no futuro, e certo que so produziram seus plenos efeitos posteriormente, quando esses programas forem efetivamente concretizados. Ressalta-se porem que as normas programaticas possuem certa eficacia juridica apesar de ainda não complementada. Elas possuem a chamada eficacia negativa (paralisante ou impeditiva) pois servem para: 1) revogar as disposiçoes contrarias e imcompativeis a seus comandos 2) impedem que sejam produzidas norma posteriores que contrariem os programas nelas estabelecidos; 3) cervem de parametro interpretativo do texto constitucional. 2.5. Discorra sobre a classificação das normas constitucionais dada por Maria Helena Diniz? a) Normas com eficácia absoluta ou supereficazes: São aquelas normas constitucionais que não podem ser emendadas. Ex.: clausulas pétreas. b) Normas com eficácia plena: São normas constitucionais auto-aplicáveis ou seja não necessitam de complementação, embora suscetíveis de serem emendadas constitucionalmente. c) Normas com eficácia relativa restringível: São normas constitucionais de aplicação imediata ou plena, pois, enquanto não sobrevier a legislação restringível, o direito nelas contemplado será pleno. Como se vê as normas de eficácia relativa restringível de Maria Helena Diniz correspondem as normas de eficácia contida de Jose Afonso da Silva. d) Normascom eficácia relativa dependente de complementação: As normas constitucionais de eficácia relativa, complementável são de efeitos mediatos, pois, dependem de lei complementar ou ordinária para o exercício dos direitos ou benefícios nela consagrados. Enquanto não for promulgada a lei complementar ou ordinária, elas não produziram efeitos, mas também evitaram condutas contrarias a elas. Observe que as normas com eficácia relativa complementável ou dependente de complementação legislativa são as mesmas normas de eficácia limitada na classificação de Jose Afonso da Silva. 2. 6. O que são normas constitucionais de eficácia exaurida? R: As normas de eficácia exaurida, esgotada ou esvaída, são aquelas que já extinguiram seus efeitos, por isso, estão esgotadas. São próprias dos ADCTs (Ato das Disposições Constitucionais Transitórias) que são normas que já cumpriram o seu papel para a qual foram propostas. Por exemplo: ADCT art. 3º. “A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral”. Tal norma já produziram seus efeitos e, embora permaneçam no corpo da Constituição, não têm papel prático na atualidade ou no futuro por isso diz-se que possuem "aplicabilidade esgotada". 3.PODER CONSTITUINTE: FUNDAMENTOS DO PODER CONSTITUINTE; PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO E DERIVADO; REFORMA E REVISÃO CONSTITUCIONAIS; LIMITAÇÃO DO PODER DE REVISÃO; EMENDAS À CONSTITUIÇÃO. 3.1. Conceitue poder constituinte? R: O poder constituinte pode ser conceituado como o poder de criar (poder constituinte originário), de reformar ou atualizar uma Constituição (poder constituinte derivado), mediante supressão, modificação ou acréscimo de normas constitucionais. Tanto haverá poder constituinte no surgimento de uma primeira Constituição, quanto na elaboração de qualquer Constituição posterior. O poder constituinte é a manifestação soberana da suprema vontade política de um povo, social e juridicamente organizado. A doutrina aponta a contemporaneidade da ideia de poder constituinte com a do surgimento de Constituições escritas, visando à limitação do poder estatal e a preservação dos direitos e garantias individuais. 3.2. A quem cabe a titularidade e o exercício do poder constituinte? R: Modernamente é predominante na doutrina que a titularidade do poder constituinte pertence ao povo que o exerce de forma indireta por meios de seus representantes. Enquanto o povo é o titular do poder constituinte quem o exerce são as Assembleias Constituintes. Neste contexto o parágrafo único do art. 1º da CF/88 dispõe: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou indiretamente, nos termos desta Constituição”. 3.3. Quais são as espécies de poder constituinte, aponte a função de cada um deles? QUADRO ESQUEMATICO: PODER CONSTITUINTE Poder Constituinte Originário O poder constituinte originário também chamado de poder inicial, inaugural, genuíno, primário ou de primeiro grau é aquele que tem a finalidade de cria uma nova constituição, rompendo por completo com a ordem jurídica anterior. Derivado a) Reformador: É o poder de alterar a constituição existente por meio das PECs. b) Decorrente: E o poder que cada Estado-membro e o DF possuem para elaborar sua própria constituição. c) Revisor: Consistia na possibilidade da CF/88 ser atualizada após 5 anos de sua promulgação. Essa revisão já foi realizada, isto é, já se exauriu não podendo o poder revisor ser colocado em pratica novamente. 3.4. Conceitue poder constituinte originário? R:O poder constituinte originário também chamado de poder inicial, inaugural, genuíno, primário ou de primeiro grau é aquele que tem a finalidade de cria uma nova constituição, rompendo por completo com a ordem jurídica anterior. 3.5. Diferencie o poder constituinte originário histórico do revolucionário? R: O poder constituinte pode ser subdividido em histórico ou revolucionário. Histórico (CF de 1824) seria o verdadeiro poder constituinte originário, estruturando pela primeira vez o Estado que não existia antes. Já o revolucionário seriam todos os posteriores ao histórico, que cria um novo Estado mediante uma ruptura com o Estado anterior (CF de 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, EC 1969 e 1988). 3.6. Quais são as formas de expressão do poder constituinte originário? R: Basicamente podemos apontar duas formas de expressão do poder constituinte originário: a Assembleia Nacional Constituinte (convenção) e Movimento Revolucionário (outorga).Tradicionalmente, a primeira Constituição de um novo país, que consiste em sua liberdade política, será fruto de um movimento revolucionário que é o estabelecimento da Constituição por declaração unilateral do agente ou grupo revolucionário, que autolimita seu poder. (Exemplos: Constituições de 1824, 1937 e 1967 e EC 1969);. Entretanto, as demais Constituições desse mesmo país adotarão as Assembleias Nacionais Constituintes que nasce da deliberação da representação popular, devidamente convocada pelo agente revolucionário, para estabelecer o texto organizatório e limitativo de poder. (Exemplo: Constituições de 1891, 1934, 1946 e 1988.). 3.7. Quais são as características do poder constituinte originário? R: O poder constituinte originário caracteriza-se por ser inicial, autônomo, ilimitado juridicamente (alguns doutrinadores dizem que ele é limitado), incondicionado e absoluto ou soberano em suas decisões. Além dessas características, Pedro Lenza apresenta outras duas que seriam: poder de fato e poder politico e a permanência. Veja: 3.7. Conceitue poder constituinte derivado? R: O poder constituinte derivado também conhecido como reformador, constituído, instituído, secundário ou de segundo grau está inserido na própria Constituição, portanto, conhece limitações constitucionais expressas e implícitas estipuladas pelo próprio poder constituinte originário e, portanto, é passível de controle de constitucionalidade com base na norma originaria a qual está vinculado. 3.8. Aponte quais são as características do poder constituinte derivado? R: O poder constituinte derivado apresenta as seguintes características: a) derivado, b) subordinado e c) condicionado ou limitado. É derivado porque retira sua força do poder constituinte originário; subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e implícitas do texto constitucional, às quais não poderá contrariar, sob pena de inconstitucionalidade; e, por fim, é condicionado ou limitado porque seu exercício deve seguir as regras e limites previamente estabelecidos no texto da Constituição. As limitações que o poder constituinte derivado esta condicionado serão estudadas abaixo quando tratarmos das emendas constitucionais. 3.9. Quais são as espécies de poder constituinte derivado? R: Como visto no quadro acima o poder constituinte derivado se divide em: a) poder constituinte derivado reformador; b) poder constituinte derivado decorrente; c) poder constituinte derivado revisor. Veja: a) Poder Constituinte Derivado Reformador: O poder constituinte derivado reformador, denominado por parte da doutrina de competência reformadora, consiste na possibilidade de alterar-se o texto constitucional, respeitando-se a regulamentação especial prevista na própria Constituição e será exercitado por determinados órgãos em caráter representativo. No Brasil será exercido pelo Congresso Nacional. O poder constituinte derivado reformador instituído pelo originário se apresenta através das emendas constitucionais as quais serão estudadas a frente. (art. 59, I e 60 da CF/88). b) Poder Constituinte Derivado Decorrente: O poder constituinte derivado decorrente, assim como o reformador, por ser derivado do originário e por ele criado,é também jurídico e encontra os seus parâmetros de manifestação nas regras estabelecidas pelo originário. O titular do poder constituinte derivado decorrente é o povo manifestando-se, no Estado Democrático, através dos seus representantes (deputados estaduais) reunidos na Assembleia Legislativa estadual. Dessa forma, resumidamente podemos dizer que o poder constituinte derivado decorrente é o poder que permite aos estados-membros e ao DF editarem suas próprias Constituições. O poder constituinte derivado decorrente é aquele atribuído aos estados-membros para a elaboração de suas próprias Constituições (CF, art. 25), bem como ao Distrito Federal, para a elaboração de sua Lei Orgânica (CF, art. 32). Esse poder, porém, não foi estendido aos municípios que, embora dotados de autonomia política, administrativa e financeira, com competência para elaborar suas próprias Leis Orgânicas não dispõem de poder constituinte derivado decorrente. C) Poder Constituinte Derivado Revisor: O poder constituinte derivado revisor, assim como o reformador e o decorrente, são fruto do poder constituinte originário, estando, portanto, a ele vinculado. Noutro falar poder constituinte derivado revisor é um poder condicionado e limitadoas regras impostas pelo originário. O art. 3º do ADCT determinava que a revisão constitucional fosse realizada uma única vez após cinco anos, contados da promulgação da CF/88, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral. Como se vê o que se percebeu foi o estabelecimento de uma competência de revisão para atualizar e adequar a Constituição às realidades que a sociedade apontasse como necessárias. Por fim, após muitas discussões doutrinarias, fixou-se como limite à competência revisional o mesmo determinado ao poder constituinte derivado reformador, qual seja, o limite material fixado às “clausulas pétreas” do art. 60, §4º da CF/88, vale lembrar, a proibição de emendas tendentes a abolir: a forma federativa de estado; o voto direto, secreta, universal e periódico; a separação de poderes e os direitos e garantias individuais. Ressalta-se por fim que não existe mais a possibilidade de revisão da Constituição por meio do poder constituinte derivado revisor conforme previa o citado art. 3º do ADCT, pois, este já se exauriu. Assim, atualmente, a única forma de se revisar ou atualizar a CF/88 é por meios das propostas de emenda a constituição (PEC) previstas no art. 60 da CF/88. 3.12. Sabemos que atualmente a única forma de se realizar reformas no texto constitucional é por meio das emendas a constituição (PEC). Entretanto existem algumas limitações ao poder de reforma constitucional. Quais são essas limitações? R: Entre as limitações ao poder de reforma constitucional temos: (1) Limitações expressas formais; (2) Limitações expressas materiais; (3) Limitações expressas circunstanciais e as (4) Limitações implícitas. a) Limitações expressas formais: As limitações expressas formais podem ser subdivididas em limitações expressas formais subjetivas e limitações expressas formais objetivas, vejamos: a.1) Limitações Subjetivas: Diz respeito aos sujeitos ou legitimados para propor uma reforma constitucional por meio de emendas. Havendo proposta de emenda por pessoas diversas daquelas taxativamente enumeradas, estaremos diante de vicio formal subjetivo, caracterizador da inconstitucionalidade. De acordo com o art. 60 caput e incisos I, II e III da CF/88 está somente poderá ser reformada, ou melhor, emendada mediante proposta ou iniciativa de: a) Um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; b) O Presidente da República: c) Mais da Metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação: a.2) Limitações Objetivas: São aquelas limitações expressas formais que referem-se ao procedimento a ser adotado para a proposta de emenda a constituição. As limitações objetivas estão previstas no art. 60, § 2º, 3º e 5º da CF/88 e podem ser divididas em: a.2.1) Limitação quanto a aprovação ou quórum: A proposta de emenda constitucional será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em 2 turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, 3/5 dos votos dos respectivos membros (maioria qualificada). a.2.2) Limitação quanto a promulgação: Nos termos do art. 60. § 3º: “A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem”. Dessa forma como dissemos a cima, a emenda constitucional após ser proposta, votada e promulgada não será objeto de deliberação, sanção ou veto presidencial, ou seja, a emenda constitucional após sua publicação pelo Congresso Nacional entra imediatamente em vigor não passando pelo crivo do Poder Executivo. a.2.3) Limitação quanto a sessão legislativa ou temporal: A matéria constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (art. 60 §5º da CF/88). Vale ressaltar que não existe limitação numérica quanto as propostas de emendas constitucionais. b) Limitações expressas circunstanciais: São circunstancias extraordinárias de anormalidade previstas no art. 60 §1º da CF/88 que uma vez ocorrendo irão paralisar o mecanismo de reforma, isto é, impedir que qualquer modificação na CF/88 seja feita. Assim nos termos do art. 60 § 1º a CF/88 não poderá ser alvo de emenda na vigência da intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio (Elementos de Estabilização Constitucional). c) Limitações expressas matérias: As chamadas limitações materiais ao poder de reforma constitucional são popularmente conhecidas como clausulas pétreas. Sua finalidade é preservar a essência constitucional através da previsão de direitos e garantias que não poderão ser abolidos ou restringidos sobe pena de controle de constitucionalidade pelo Poder Judiciário. Nos termos do art. 60, §4º da CF/88 não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - A forma federativa de Estado: II - O voto direto, secreto, universal e periódico: III - A separação dos Poderes: IV - Os direitos e garantias individuais: BIZU: FO-DI-VO-SE 3.16. As limitações expressas matérias também chamadas de cláusulas pétreas pode ser objeto de emenda constitucional? R: Ressalta-se que as clausulas pétreas podem sim ser objeto de emenda constitucional desde que esta emenda não tenha por objetivo aboli-las ou restringi-las. Assim se a emenda tiver por escopo acrescentar ou disciplinar algo relacionado às cláusulas pétreas a emenda poderá ser proposta e aprovada. Exemplo disso foi a EC 45\04 que introduziu no art. 5º, CF/88 o direito individual a razoável duração do processo. 3.19. O que é o chamado controle difuso ou mutação constitucional? R: Enquanto a reforma constitucional seria a modificação do texto constitucional através de mecanismos definidos pelo poder constituinte originário (emendas), alterando, suprimindo ou acrescentando artigos ao texto original, o controle difuso ou mutações constitucionais, por sua vez, não seriam alterações físicas, palpáveis, materialmente perceptíveis, mas sim alterações no significado e no sentido interpretativo de um texto constitucional. A forma de interpretação muda, já o texto continua inalterado. As mutações constitucionais são processos informais de reforma uma vez que não estão previstos dentre aquelas reformas formalmente estabelecidas no texto constitucional, estudadas acima. Chama-se controle difuso porque qualquer um pode realizar a interpretação constitucional, mas é claro, que as interpretações realizadas pelo STF são as mais importantes para o direito, pois é ele que possui a guarda da constituição. Exemplo de controle difuso ou mutação interpretativa é o conceito de “mulher honesta” que desde sua criaçãopelo CP sofreu diversas alterações interpretativas ao longo dos tempos. 4. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE: CONCEITO; SISTEMAS DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. 4.1 INCONSTITUCIONALIDADE: INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO E INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO. 4.2 SISTEMA BRASILEIRO DE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE. 4. 1. Conceitue controle de constitucionalidade? R:Controle de constitucionalidade é um mecanismo usado para verificar a compatibilidade entre as leis e os atos normativos com a Constituição Federal, verificando seus requisitos formais e materiais. Se a lei ou ato normativo for incompatível com a Constituição ela será considerada inconstitucional (invalida) e não produzira nenhum efeito; por outro lado, se a lei ou ato normativo for considerado compatível com a Constituição ele será declarado constitucional (valida). 4.2. Discorra sobre o sistema ou formas de controle de constitucionalidade existente no ordenamento jurídico brasileiro? R: Existem basicamente dois sistemas de controle de constitucionalidade no ordenamento jurídico brasileiro, o controle de constitucionalidade prévio ou preventivo e o controle de constitucionalidade posterior ou repressivo. Assim, enquanto o controle preventivo ou prévio busca impedir que alguma norma inconstitucional ingresse no ordenamento jurídico, o controle repressivo ou posterior busca dele expurgar a norma editada em desrespeito à Constituição. Tradicionalmente e em regra, no direito constitucional pátrio, o Judiciário realiza o controle repressivo ou posterior de constitucionalidade, ou seja, retirará do ordenamento jurídico uma lei ou atos normativos contrários à Constituição. Por sua vez, os poderes Executivo e Legislativo realizam o chamado controle preventivo ou prévio, evitando que uma espécie normativa inconstitucional passe a ter vigência e eficácia no ordenamento jurídico. 4.3. O que é o chamado controle prévio ou preventivo de constitucionalidade e quais são os órgãos que o realizam? R: Controle de constitucionalidade preventivo ou prévio é aquele que ocorre antes que a lei ou ato normativo considerado inconstitucional entre em vigor, ou seja, antes da lei ou ato normativo infraconstitucional “nascer” o controle de constitucionalidade preventivo declara a sua inconstitucionalidade evitando que normas viciadas ingressem no ordenamento jurídico (mata no ninho). O controle prévio ou preventivo poderá ser realizado pelos três poderes, veja: Controle preventivo realizado pelo Poder Legislativo: Comissões de Constituição e Justiça (C.C.J): As Comissões de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados e do Senado Federal compostas de parlamentares são responsáveis pela verificação da constitucionalidade dos seus respectivos projetos de lei. Assim as C.C.J. podem de forma previa declarar um projeto de lei inconstitucional por contrariar a CF/88. Controle preventivo realizado pelo Poder Executivo: Veto Jurídico: Outro instrumento utilizado para se fazer o controle preventivo de constitucionalidade é o veto jurídico, ato privativo do Presidente da República. Assim nos termos do art. 66, § 1º da CF/88 o Presidente por meio do veto jurídico pode tornar uma lei ou ato normativo invalido em duas hipóteses: (1) quando entender que ele é inconstitucional (veto jurídico); (2) ou entender que a referida lei é contraria ao interesse público (veto politico). Controle preventivo realizado pelo Poder Judiciário: Mandado de Segurança Impetrado por Parlamentar: Excepcionalmente o Poder Judiciário realizará o controle preventivo de constitucionalidade. Ocorre quando um parlamentar, por via difusa, impetra MS contra projeto de lei que na sua opinião é inconstitucional. Isso ocorre porque o parlamentar tem o direito liquido e certo de participar de um processo legislativo valido e por meio do MS ele poderá pedir ao Judiciário que obste aquele processo quando sua tramitação fere disposições constitucionais. Dessa forma o parlamentar por meio de MS pode impedir que uma lei inconstitucional entre em vigor. Reitere-se que os únicos legitimados à propositura de MS para defesa do direito líquido e certo de somente participarem de um processo legislativo conforme as normas constitucionais e legais são os próprios parlamentares (Deputados e Senadores). Ex. tramitou no CN uma pec para transformar a republica em monarquia, tal proposta era chamada de PEC monarquista. Insatisfeitos alguns parlamentares impetraram MS para decretar a inconstitucionalidade da proposta e o STF mandou paralisar a PEC pois segundo ele a repúblicaserá uma clausula pétrea implícita. 4.4. O que é o chamado controle repressivo ou posterior de constitucionalidade e quais são os órgãos que o realizam? R: O controle de constitucionalidade repressivo ou posterior é utilizado quando a lei ou ato normativo inconstitucional já esta em pleno vigor, cabendo então reprimi-la, ataca-la. No direito constitucional brasileiro, em regra, foi adotado o sistema de controle de constitucionalidade repressivo jurídico ou judiciário, em que é o próprio Poder Judiciário é quem realiza o controle da lei ou do ato normativo, já editados, perante a CF/88, para retirá-los do ordenamento jurídico, desde que contrários à Carta Magna. No Brasil, o controle de constitucionalidade repressivo judiciário é misto, ou seja, é exercido tanto da forma concentrada, quanto da forma difusa. O primeiro denomina-se reservado ou concentrado (via de ação), e o segundo, difuso ou aberto (via de exceção ou defesa). Excepcionalmente, porém, a CF previu duas hipóteses em que o controle de constitucionalidade repressivo será realizado pelo próprio Poder Legislativo. Em ambas as hipóteses, o Poder Legislativo poderá retirar normas editadas, com plena vigência e eficácia, do ordenamento jurídico, que deixarão de produzir seus efeitos, por apresentarem um vício de inconstitucionalidade. Vejamos primeiramente as exceções: Controle repressivo ou posterior realizado pelo Poder Legislativo: Como dito acima em regra quem exerce o controle repressivo ou posterior de constitucionalidade será o Poder Judiciário por meio das ações constitucionais (Adingenerica, Adin por omissão, ADC, ADPF etc.). Entretanto, excepcionalmente, o Poder Legislativo poderá realizar o controle repressivo em dois casos: a) Medidas Provisórias: Uma vez editada a medida provisória pelo Presidente da República em casos de relevância e urgência, nos termos do art. 62 da CF/88, ela terá vigência e eficácia imediata, e força de lei, pelo prazo de 60 dias, devendo ser submetida de imediato ao Congresso Nacional, que poderá aprová-la, convertendo-a em lei, ou rejeitá-la. Na hipótese de o Congresso Nacional rejeitar a medida provisória, com base em inconstitucionalidade apontada no parecer da Comissão Temporária Mista, estará exercendo controle de constitucionalidade repressivo, pois, retirará do ordenamento jurídico a medida provisória flagrantemente inconstitucional. b) Decretos e Leis Delegadas: A CF/88 em seu art. 49, V, prevê competir ao Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Em ambas as ocasiões, o CD editará um decreto legislativo sustando, ou o decreto presidencial (CF, art. 84, IV) ou a lei delegada (CF, art. 68), por desrespeito à forma constitucional prevista para suas edições. Controle repressivo ou posterior realizado pelo Poder Executivo: O Poder Executivo, assim como os demais Poderes de Estado, está obrigado a pautar sua conduta pela estrita legalidade, observando, primeiramente, como primado do Estado Democrático de Direito, as normas constitucionais. Dessa forma, não há como exigir-se do Chefe do Poder Executivo o cumprimento de uma lei ou ato normativo que entenda flagrantemente inconstitucional, podendo e devendo, licitamente, negar-se cumprimento, sem prejuízodo exame posterior pelo Judiciário. Porém, como recorda Elival da Silva Ramos, "por se tratar de medida extremamente grave e com ampla repercussão nas relações entre os Poderes, cabe restringi-la apenas ao Chefe do Poder Executivo, negando-se a possibilidade de qualquer funcionário administrativo subalterno descumprir a lei sob a alegação de inconstitucionalidade. Sempre que um funcionário subordinado vislumbrar o vício de inconstitucionalidade legislativa deverá propor a submissão da matéria ao titular do Poder, até para fins de uniformidade da ação administrativa". Portanto, poderá o Chefe do Poder Executivo determinar aos seus órgãos subordinados que deixem de aplicar administrativamente as leis ou atos normativos que considerar inconstitucionais. Essa tem sido a posição majoritária tanto na doutrina quanto na jurisprudência atual. Controle repressivo ou posterior realizado pelo TCU: O TCU dentre outras competências previstas no art. 71 da CF/88, auxilia o Congresso Nacional no controle externo. Assim, ao exercer as suas atividades poderá, sempre no caso concreto e de modo incidental, apreciar a constitucionalidade de uma lei e, se for o caso, deixar de aplica-la. Nesse sentido é a Súmula 347 do STF: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público”. Sendo assim, embora o TCU não detenha competência para declarar a inconstitucionalidade das leis ou dos atos normativos, pois, essa prerrogativa é do STF, poderá, no caso concreto, reconhecer a desconformidade formal ou material de normas jurídicas incompatíveis com a manifestação constituinte originaria e deixar de aplicá-las por considerá-la inconstitucional. 4.5. Diferencie a inconstitucionalidade por ação da inconstitucionalidade por omissão? a) Inconstitucionalidade por ação: ocorre quando da produção de atos normativos que contrariem dispositivos constitucionais. Ex.: atos normativos editados em desacordo com ritos, prazos, etc. b) Inconstitucionalidade por omissão: é a não elaboração de atos normativos que impossibilitem o cumprimento de preceitos constitucionais. Sempre que um preceito constitucional não puder ser cumprido em razão da inercia legislativa ou administrativa dos poderes constituídos estaremos diante de uma inconstitucionalidade por omissão. AÇÕES CONSTITUCIONAIS a) Adin Genérica: Conceito: É a declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal, estadual ou distrital; Efeitos: possui efeitos erga onmes, vinculante e, em regra, extunc (retroage), podendo ser modulados, quando haja razão de segurança jurídica ou de excepcional interesse nacional. Legitimados: 1) Presidente da Republica 2) Mesa do Senado Federal; 3) Mesa da Câmara dos Deputados; 4) Mesa das Assembleias Legislativas ou Câmara Legislativa do DF; 5) Governador de Estado e do DF; 6) PRG 7) Conselho Federal da OAB; 8) Partido Politico com representação no CN; 9) Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional. b) Adin Interventiva: Conceito: Ocorre quando um dos entes federativos desrespeita um dos princípios sensíveis consagrados na CF/88. São princípios sensíveis: 1) A forma republicana, o sistema representativo e o regime democrático; 2) Os direitos da pessoa humana 3) A autonomia municipal; 4) A prestação de contas da administração publica direta e indireta; 5) A aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de receitas de transferência, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde. Legitimado: Somente o PGR Efeitos da decisão: suspende a execução do ato impugnado. E se não for suficiente, decreta a intervenção que será realizada polo Presidente da Republica. c) Adin por omissão: Conceito: quaisquer atos primários suscetíveis de impugnação em ação direta de inconstitucionalidade, bem como a fiscalização da omissão inconstitucional em se tratando de atos normativos secundários, como regulamentos ou instruções de competência do Executivo ou Judiciário. Legitimados: os mesmos da Adin genérica. Efeitos da decisão:será dada ciência ao poder competente para a adoção das providencia necessárias, sem contudo poder obriga-lo a legislar. No entanto, ficara caracterizada judicialmente a mora com efeitos erga onmes e extunc, podendo ocorrer responsabilização do poder legislativo se dessa mora ocorrer prejuízos. Em se tratando de órgão administrativo terá o prazo de 30 dias para sana-la, sob pena de ser responsabilizado se, passado esse prazo quedar-se inerte. d) Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC): Conceito: decisão sobre a constitucionalidade de lei ou ato normativo federal que esta sob discurão. Na inicial deve ser juntada prova da controvérsia judicial. Legitimados: os mesmos da Adin genérica; Efeitos da decisão: produzira efeitos erga onmes e efeitos vinculantes em relação aos demais órgãos que compõe o judiciário. Seus efeitos podem ser somente quanto a interpretação da norma constitucional. e) Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF): Conceito: ADPF autônoma poderá ter como objeto qualquer ato normativo, inclusive leis municipais, atos normativos anteriores a CF, outros atos do poder publico quando descumprirem preceito fundamental da CF. ADPF incidental poderá ter como objeto lei ou ato normativo federal, estadual ou municipal, quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional. Legitimados: os mesmos da Adin por omissão; Efeitos da decisão: possui eficácia erga onmes e efeitos vinculantes. 5. FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DOS DIREITOS E DEVERES FUNDAMENTAIS: DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS; DIREITO À VIDA, À LIBERDADE, À IGUALDADE, À SEGURANÇA E À PROPRIEDADE,DIREITOS SOCIAIS; NACIONALIDADE; CIDADANIA E DIREITOS POLÍTICOS; PARTIDOS POLÍTICOS; GARANTIAS CONSTITUCIONAIS INDIVIDUAIS; GARANTIAS DOS DIREITOS COLETIVOS, SOCIAIS E POLÍTICOS;AÇÕES CONSTITUCIONAIS: HABEAS CORPUS. HABEAS DATA. MANDADO DE SEGURANÇA. MANDADO DE INJUNÇÃO. AÇÃO POPULAR. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DIREITOS FUNDAMENTAIS 5.1. Nos termos da CF/88 quais são os fundamentos da República Federativa do Brasil? R: Os fundamentos da República Federativa do Brasil são: 1) soberania; 2) cidadania; 3) dignidade da pessoa humana; 3) valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; 4) pluralismo politico; (art. 1º). BIZU: SO-CI-DI-VA-PLU. 5.2. Nos termos da CF/88 quais são os objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil? R: São objetivos fundamentais da Republica Federativa do Brasil: 1) construir uma sociedade livre, justa e solidária; 2) garantir o desenvolvimento nacional; 3) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 4) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. (art. 3º). BIZU: PRO-CON-GAR-ER. 5.3. Nos termos da CF/88 a República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais por quais princípios? R: A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: 1) independência nacional; 2) prevalência dos direitos humanos; 3) autodeterminação dos povos; 4) não- intervenção; 5) igualdade entre os Estados; 6) defesa da paz; 7) solução pacífica dos conflitos; 8) repúdio ao terrorismo e ao racismo; 9) cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; 10) concessão de asilo político. (art. 4º). DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS 5.4. Nos termos do art. 5º da CF/88 todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país quais tipos de inviolabilidade? R: O art. 5º caput da CF/88 garante aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do(1) direito à vida, (2) à liberdade, (3) à igualdade, (4) à segurança e (5) à propriedade. 5.5. As pessoas jurídicas e os estrangeiros não residentes no Brasil também podem fazer jus aos direitos e deveres individuais e coletivos descritos na CF/88? R: Segundo a doutrina e jurisprudência majoritária embora o caputdo art. 5 o faça referência expressa somente a brasileiros (natos ou naturalizados, já que não os diferencia) e estrangeiros residentes no país, os apátridas, os estrangeiros não residentes e as pessoas jurídicas também são alcançadas por essa norma. Assim podemos concluir que as pessoas jurídicas e os estrangeiros não residentes também são beneficiários dos direitos e garantias individuais, inclusive as pessoas jurídicas de direito público, desde que tais direitos sejam compatíveis com a sua natureza (exemplos: liberdade de imprensa, liberdade de associação, direito de propriedade, direito à imagem, etc.). Nesse sentido a Súmula nº 227 STJ dispõe: "A pessoa jurídica pode sofrer dano moral". Assim o estrangeiro em transito estará amparado pelos direitos individuais, e poderá inclusive fazer uso de “remédios constitucionais”. Ressalta-se que o estrangeiro não poderá fazer uso de todos os direitos, pois alguns são privativos de brasileiros como, por exemplo, o uso da ação popular. 5.6. O que é a chamada escusa de consciência prevista na CF/88? R: Nos termo da CF ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei. Para que o indivíduo seja privado de direitos em virtude da escusa devem estar presentes os seguintes requisitos:(1) Eximir-se de obrigação legal invocando motivos de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política;(2) Recusar-se a cumprir a prestação alternativa fixada em lei; Dessa forma, se alguém oferecer uma escusa de consciência para deixar de cumprir uma obrigação a todos imposta, terá de se sujeitar ao ônus de uma obrigação alternativa. Se, porém, a obrigação alternativa não for cumprida, será aplicada, por exemplo, a pena de perda ou suspensão dos direitos políticos, nos termos do artigo 15, IV, da CF/88. 5.7. Nos termos da CF/88 a casa é asilo inviolável do individuo. Essa norma, porem não é absoluta, pois traz em seu bojo as hipóteses em que a casa poderá ser violada. Quais são as hipóteses em que a CF/88 permite a entrada na residência alheia? R: A CF/88 consagra o principio da inviolabilidade domiciliar ao proclamar que casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar, salvo nos seguintes casos: 1) mediante consentimento do morador. 2) caso de flagrante delito; 3) desastre; 4) para prestar socorro; 5) durante o dia por determinação judicial; 5.8. No que tange ao principio da inviolabilidade domiciliar o que se considera como dia e noite para o fim do cumprimento de mandado de busca e apreensão em residência alheia? R: Majoritariamente o dia pode ser compreendido entre as 06:00 horas as 18:00 horas, enquanto a noite o período entre as 18:00 horas as 06:00 horas. Por outro lado, parte da doutrina fala somente que o dia será compreendido, entre a aurora e o crepúsculo. Não há consenso na doutrina. Ressalta-se, por fim, que o dispositivo nada dispõe quanto à permanência, apenas exige que, no caso de determinação judicial, o acesso se dê durante o período diurno. Ou seja, o acesso deve ocorrer durante o dia, entretanto, a sua permanência pode se prolongar o tempo que for necessário para a investigação ser concluída. 5.9. O que se considera casa para o ordenamento jurídico pátrio? R: O conceito de casa é amplo, pois compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade. BIZU: COM-QUA-APO 5.10. Nos termos da CF/88 quais são os requisitos exigidos para se exercer o direito de reunião? R:O exercício do direito à liberdade de reunião em locais abertos ao público, previsto na CF/88, condiciona-se a 4 requisitos expressos: (1) o encontro não pode frustrar outro anteriormente convocado para o mesmo local; (2) a autoridade competente deve ser previamente avisada a respeito de sua realização. (3) a reunião deve ter fins pacíficos, isto é, os participantes devem estar desarmados; (4) o local da reunião deve ser aberto ao publico. 5.11. Conceitue e aponte os pressupostos da desapropriação previstos na CF/88? R: Desapropriação é a transferência compulsória de propriedade particular (ou pública de entidade de grau inferior para o superior) para o Poder Público. A desapropriação é forma originária de aquisição de propriedade, ou seja, não se vincula a título jurídico algum anterior. É como se aquela propriedade não tivesse passado algum. Os pressupostos da desapropriação são: a) necessidade publica; b) interesse social; c) justa e previa indenização em dinheiro; d) utilidade publica. BIZU: N-I-J-U. 5.12. Discorra sobre a requisição administrativa prevista na CF/88 apontando sua diferenciação com relação a desapropriação? R: Requisição administrativa é o instrumento de intervenção estatal mediante o qual, em situação de perigo público iminente (ex.: guerra, calamidade), o Estado utiliza bens móveis, imóveis ou serviços particulares com indenização posterior, se houver dano. Assim enquanto na desapropriação a propriedade particular é transferida definitivamente para o poder público após indenização previa, na requisição administrativa a propriedade não é transferida ao poder público, ela é apenas utilizada por esse e, uma vez constatado danos o Estado indenizara o particular posteriormente. 5.13. Nos termos da CF/88 quais direitos são assegurados a todos independentemente do pagamento de taxas? R: Nos termos da CF/88 são a todos assegurados independentemente do pagamento de taxas: a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder; b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal; 5.14. Discorra sobre o principio da inafastabilidade da jurisdição previsto na CF/88? R: Nos termos da CF/88 a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. Temos aqui consagrado o principio da inafastabilidade da jurisdição, princípio da tutela judicial ou princípio do amplo acesso à justiça que diz que havendo lesão ou ameaça de lesão a direito tal caso devera ser levado ao judiciário para dirimir a situação e este não poderá se recusar. Assim o lesado não precisa esgotar as vias administrativas para poder ingressar no judiciário. Entretanto essa regra possui exceções: na justiça desportiva e no habeas data a jurisprudência entende ser necessário o esgotamento da via administrativa antes do ingresso no Poder Judiciário. 5.15. Nos termos da CF/88 a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. Conceitue cada um desses institutos? R: O direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada visão preservar a segurança jurídica. Direito adquirido: é aquele que já se incorporou ao patrimônio e à personalidade do seu titular, decorrendo diretamente da lei. Ato jurídico perfeito: ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se consumou. Coisa julgada: decisão judicial que não caiba mais recurso. 5.16. Discorra sobre o chamado principio do juiz natural exemplificando? R: São considerados juízos ou tribunais de exceção àqueles instituídos posteriormente à ocorrência do fato punível. Ex.: Tribunal de Nuremberg. Eles são caracterizados pela transitoriedade e pela arbitrariedade aplicada ao caso. Esse juízo ofende claramente o principio do juiz natural que determina que todos devem ser julgadospor autoridade previamente competente. A vedação do dispositivo, porém, não se limita a esse aspecto relativo à competência. A proibição também visa evitar que no processo seja utilizado procedimento diverso daquele previsto em lei, ofendendo, assim, a legislação processual. Exemplificando para facilitar o entendimento: Suponha que, recentemente, tenha sido praticado no Brasil um ato terrorista de graves consequências e que o CN, pressionado pela opinião pública, resolva criar, às pressas, por meio de PEC, um tribunal especial para o julgamento das pessoas que praticaram aquele ato. Essa emenda seria flagrantemente inconstitucional, por afrontar o princípio do juízo natural, que veda a criação de juízo ou tribunal de exceção, casuisticamente. 5.17. Nos termos da CF/88 é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados? R: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania dos veredictos; d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 5.18. Diferencia o principio da legalidade do principio da anterioridade penal? R:O principio da legalidade proclama que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer nada se não em virtude de lei. Esse princípio possui duas características: (1) enquanto o cidadão comum pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe (2) o agente público só pode fazer o que a lei permite, sob pena de responsabilidade. Por outro lado o principio da anterioridade penal dispõe que não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal. 5.19. Conceitue o principio da irretroatividade da lei pena? R: Principio da irretroatividade diz que a lei penal não pode retroagir para prejudicar o réu. Por outro lado se a lei for benéfica ela retroagirá para beneficiar o mesmo. 5.20. Nos termos da CF/88 quais são os únicos crimes imprescritíveis do ordenamento? R:O racismo assim como a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático são os únicos dois crimes imprescritíveis do nosso ordenamento. 5.21. Nos termos da CF/88 quais são os crimes equiparados aos hediondos? R: A tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são crimes equiparados ou assemelhados aos hediondos, mas não são hediondos, pois não estão previstos no art. 1º da Lei 8.072/90. Os crimes hediondos e os assemelhados (tortura, trafico e terrorismo) são crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia, entretanto, eles prescrevem. É majoritário também o entendimento do STF que o indulto também é vedado nesses delitos sobe o argumento que ele estaria incutido na proibição da graça. Além disso, muitos consideram o indulto como uma modalidade de graça individual. 5.22. Cite pelo menos cinco crimes considerados hediondos segundo a Lei 8.072/90? R: a) homicídio em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que praticado por um só agente;b) homicídio qualificado; c) latrocínio (roubo seguido de morte); d) extorsão qualificada pela morte; f) extorsão mediante sequestro e na forma qualificada; g) estupro; h) estupro de vulnerável; i) epidemia com resultado morte; j) falsificação e adulteração de produtos destinados a fins terapêuticos ou medicinais l) genocídio. 5.23. Discorra sobre o principio da pessoalidade ou intrancendencia da pena? R:O principio da pessoalidade ou intrancendencia da pena dispõe que nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido; 5.24. Nos termos da CF/88 a lei regulará a individualização da pena. Cite quais são as penas previstas na CF/88? R:O principio da individualização da pena dispõe que a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d) prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos; 5.25. Nos termos da CF/88 quais são as penas proibidas em nosso ordenamento? R:Nos termo da CF/88 não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; (por fuzilamento). b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis; 5.26. Como a CF/88 diferencia a extradição do brasileiro nato e do brasileiro naturalizado? R: Brasileiro nato: em regra, o brasileiro nato nunca pode ser extraditado; Brasileiro naturalizado: pode ser extraditado por crime comum praticado antes da naturalização; ou envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, praticado em qualquer momento, antes ou depois de obtida a naturalização. 5.27. O que diz a norma que proclama o principio da presunção de inocência ou da não- culpabilidade? R: A norma que proclama o principio da presunção de inocência ou da não-culpabilidade dispõe que ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 5.28. Em que situação a ação penal privada subsidiaria da publica é aceita? R:Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal;ou seja, o titular da ação penal publica, isto é MP tem um prazo de 5 dias se o acusado estiver preso e o prazo de 15 dias se o acusado estiver solto para oferecer a denuncia, caso ele fique inerte o ofendido poderá utilizar da ação penal privada subsidiaria da púbica para provocar a judiciário. 5.29. Nos termos da CF/88 a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre deverão ser comunicados a quais pessoas? R: Nos termos da CF/88 a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada e dentro em 24h (vinte e quatro horas) depois da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante. 5.30. Nos termos da CF/88 são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei? R: a) o registro civil de nascimento; b) a certidão de óbito; 5.31. Nos termos da CF/88 quais ações constitucionais são gratuitas? R: São gratuitas as ações de "habeas-corpus" e "habeas-data", e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania (ex.: emissão do titulo de eleitor). 5.32. Nos termos da CF/88 qual é o quórum de votos necessário para que os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos se tornem equivalentes as emendas constitucionais? R: Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às emendas constitucionais. Regra: mnemônica: 2 turnos e 3/5 dos votos dos respectivos membros: usa-se os números em uma subtração: 5 - 3 = 2 DIREITOS SOCIAIS 5.33. Conceitue direitos sociais? R:Direitos sociais são direitos fundamentais do homem, caracterizando-se como verdadeiras liberdades positivas, de observância obrigatória em um Estado Social de Direito, tendo por finalidade a melhoria de condições de vida aos hipossuficientes, visando à concretização da igualdade social, e são consagrados como fundamentos do Estado democrático. Os direitos sociais também são chamados de direitos fundamentais de segunda geração, pois exigem atuação estatal. A definição dos direitos sociais no título constitucional destinado aos direitos e garantias fundamentais acarreta duas consequências imediatas: (1) subordinação à regra da auto-aplicabilidade prevista no § 1° do art. 5° e (2) suscetibilidade do ajuizamento do mandado de injunção, sempre que houver a omissão do poder público na regulamentação de alguma norma que preveja um direito social, e consequentemente inviabilize seu exercício. 5.34. Cite quais são os direitos sociais previstos no art.6 da CF/88? R: Nos termos da CF/88 são direitos sociais: o lazer, a educação, a saúde, o trabalho, a alimentação (incluído pela EC nº 64/2010), a moradia, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância; a assistência aos desamparados e a segurança. BIZU: LESTAMPAS: L – Lazer; E – Educação; S – Saúde; T – Trabalho; A – Alimentação; M – Moradia; P - Previdência Social, Proteção à maternidade e à infância; A - Assistência aos desamparados; S – Segurança. Rol exemplificativo. 5.35. A CF garante aos trabalhadores urbanos e rurais um salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender suas necessidades vitais básicas e de sua família. Quais necessidades são essas que a constituição busca garantir por meio do salario mínimo ao trabalhador e sua família? R: A CF/88 dispõe que o salario mínimo nacionalmente unificado devera garantir trabalhador e sua família vestuário, educação, lazer, higiene, alimentação, saúde, transporte, previdência social e moradia. BIZU: VELHAS TPM: V – vestuário; E- educação; L- lazer; H- higiene; A- alimentação; S- saúde; T- transporte; P- previdência social; M- moradia. 5.36. O principio da irredutibilidade do salario é um direito dos trabalhadores urbanos e rurais. Tal princípio é absoluto ou comporta exceções. Explique? R: O principio da irredutibilidade do salario não é absoluto visto que poderá ser flexibilizado diante de acordo ou convenção coletiva de trabalho. Ex.: uma grande indústria pode convencionar com seus trabalhadores a redução de seus salários para evitar demissões. Não pode ser por acordo somente entre partes, mas sim em convenção ou acordo coletivo. 5.37. A CF/88 garante ao trabalhador urbano e rural salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável. Essa regra comporta exceção? R: Sim. Os conscritos (cidadãos que prestam o serviço militar obrigatório) recebiam salário inferior ao mínimo gerando assim discursões sobre a sua constitucionalidade. Entretanto, o STF pacificou a controvérsia, ao firmar o entendimento de que a garantia de salário nunca inferior ao mínimo aplicável aos trabalhadores em geral, não se estendia aos militares que prestam serviço obrigatório (tiro de guerra). Súmula vinculante nº 6 do STF: “Não viola a Constituição o estabelecimento de remuneração inferior ao salário mínimo para as praças prestadoras de serviço militar inicial”. 5.38. Qual é o prazo da licença maternidade e da licença paternidade? R:A CF/88 prevê o período mínimo da licença-maternidade (120 dias), mas não o da licença-paternidade. Para regulamentar essa lacuna o art. 10 do ADCT assim dispõe em seu §1º: “Ates que a lei venha a disciplinar o disposto no art. 7, XIX da Constituição o prazo da licença-paternidade a que se refere o inciso é de cinco dias”. 5.39. A CF/88 no que tange aos direitos sociais prevê a proteção do trabalhador em face da automação. O que isso significa? R: Automação na CF/88 refere-se à substituição de trabalhadores por maquinário, computadores, etc. A tendência do mundo moderno é tornar todo o trabalho automático. É claro que isso poderia provocar o desemprego de muitos trabalhadores. Dessa forma a CF/88 prevê que a lei irá estabelecer quais são os casos que o empregador é obrigado a manter uma linha de produção, por exemplo, com um mínimo de pessoas em face a substituição por máquinas. 5.40. Discorra sobre a aplicação da chamada reserva do possível no que tange aos direitos sociais? R:O STF tem reiterado em seus julgados que o caráter programático das normas sociais inscritas no texto da Carta Política não autoriza o Poder Público a invocar de forma irresponsável a “reserva do possível” fraudando justas expectativas nele depositadas pela coletividade. Assim, a cláusula da “reserva do possível” não pode ser invocada levianamente pelo Estado com o intuito de exonerar-se do cumprimento de suas obrigações constitucionais, salvo quando possa ser objetivamente demonstrado que inexiste disponibilidade financeira do Estado para tornar efetivas as prestações positivas dele reclamadas, ou que falta razoabilidade à pretensão individual/social deduzida em face do Poder Público. NACIONALIDADE 5.41. Conceitue nacionalidade? R: Nacionalidade é o vínculo jurídico-político que liga um indivíduo a um Estado; é um elo entre a pessoa física e determinado Estado, fazendo deste indivíduo um componente do povo deste Estado, capacitando- o a exigir seus direitos e sujeitando-o ao cumprimento de deveres impostos. 5.42. A quem compete legislar sobre nacionalidade no Brasil? R: A competência para legislar sobre nacionalidade é exclusiva do próprio Estado, sendo incontroversa a total impossibilidade de ingerência normativa de direito estrangeiro. Nesse sentido dispõe o art. 22 da CF/88: “Compete privativamente a União legislar sobre: (...) XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização”. 5.43. Diferencia a nacionalidade primaria ou originaria da nacionalidade secundaria ou adquirida? R:Existem duas espécies de nacionalidade, a primária ou originaria e a secundária ou adquirida. Veja a) Nacionalidade Primária ou Originaria (Involuntária): É aquela que resulta do nascimento a partir do qual, através de critérios sanguíneos (ius sanguinis), territoriais (ius solis) ou mistos será estabelecida a nacionalidade de forma unilateral pelo Estado. Essa nacionalidade é primaria ou originaria pelo fato dela ser involuntária, pois o individuo não escolhe seus ascendentes nem o território o qual nascerá. (art. 12, I CF/88). b) Nacionalidade Secundáriaou Adquirida (Voluntaria): É a que se adquire por vontade própria, após o nascimento, e em regra pela naturalização (tácita ou expressa) que poderá ser requerida pelos estrangeiros, apátridas ou heimatlos (indivíduos sem pátria). Trata-se de uma naturalização voluntaria pelo fato dela se dar por vontade do agente e aquiescência Estatal. (art. 12, II CF/88). 5.44. Diferencie o chamado conflito positivo de nacionalidade do conflito negativo de nacionalidade? a) Conflito Positivo Originário de Nacionalidade: Ocorre quando a legislação de um país se amolda a de outro país permitindo assim que o agente possua duas nacionalidades distintas (polipátrida). Ex.: Individuo filho de italianos que não estão a serviço de seu país nasce no Brasil. Esse indivíduo será brasileiro pela lei brasileira (ius soli). Porém, imagine que a Itália adote o critério ius sangui, ou seja, todo filho de italiano terá a nacionalidade italiana independentemente de onde nascer. Temos assim um conflito positivo de nacionalidade, pois, ambas as legislação iram reconhecer o individuo como nacional fazendo com que ele possua uma dupla nacionalidade, a brasileira e a italiana. b) Conflito Negativo Originário de Nacionalidade: Ocorre quando a legislação de um país não se amolda a outra, isto é, quando dois países diferentes adotam o mesmo critério. Ex.: Imagine que a Suíça adote somente o critério sanguíneo para determinar a sua nacionalidade e dois brasileiros de férias na Suíça ganham um filho por lá. E imagine que o Brasil adotasse somente o critério territorial. Nesse caso o individuo não seria suíço, porque não é filho de suíço e também não seria brasileiro porque não nasceu em território brasileiro. Assim o individuo será considerado apátrida, ou seja, sem pátria devido ao conflito negativo de nacionalidade. 5.45. Quais são os critérios para se atribuir a um individuo a nacionalidade primaria ou originaria? R: Os critérios de atribuição de nacionalidade primaria ou originária são, basicamente, dois: o ius sanguinis e o ius soli, aplicando-se ambos a partir de um fato natural: o nascimento. a) Critério “ius sanguinis”(origem sanguínea): Por esse critério será nacional todo o descendente de nacionais, independentemente do local de nascimento. Importante observar que a Constituição Federal de 1988 não adotouesse critério puro, exigindo-se sempre algum outro requisito, como veremos a seguir. Sempre, porém, deve estar presente uma relação de contemporaneidade entre a condição jurídica do ascendente e o momento do nascimento, ou seja, aquele deverá ser brasileiro nato ou naturalizado à época do nascimento deste. b) Critério “ius soli”(origem territorial): Por esse critério será nacional o nascido no território brasileiro, independentemente da nacionalidade de sua ascendência. O Brasil, país de imigração, adotou em regra o critério ius soli previsto no art. 12, I da CF/88. Essa regra, porém, é atenuada em diversas situações, ou temperada por outros critérios. 5.46. Quais são os critérios atotados pelo CF/88 para se estabelecer a nacionalidade originaria brasileira? R: A Constituição Federal prevê exaustiva e taxativamente as hipóteses de aquisição da nacionalidade originária brasileira, ou seja, somente serão brasileiros natos aqueles que preencherem os requisitos constitucionais das hipóteses únicas do art. 12, inciso I. A regra adotada, como já visto, foi ius soli, mitigada pela adoção do ius sanguinis somado a determinados requisitos. Assim são brasileiros natos: a) Ius soli (art.12, I, “a”): Os nascidos no território brasileiro (República Federativa do Brasil), ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país. Ex.: Juninho, nascido no Brasil e filho de um casal de americanos que mudaram para o Brasil em razão da aquisição de uma posada. Nesse exemplo Juninho será considerado brasileiro nato, pois, nasceu em território brasileiro e seus pais estrangeiros não estavam a serviço de seu país. b) Ius sanguinis + critério funcional (art. 12, I, “b”): Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil. Ex.: Um diplomata alemão a serviço do da Republica Federativa Brasil viaja para Alemanha e lá sua mulher brasileira da luz ao filho do casal. Essa criança será considerada brasileira, pois, sua mãe é brasileira e seu pai, embora não seja brasileiro, estava a serviço do Brasil. c) Ius sanguinis + registro (art. 12, I, “c”, primeira parte): Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira que não estejam a serviço do Brasil, mas que sejam registrados em repartição brasileira competente (Embaixada ou Consulado). Ex.: Gabriela, brasileira, de férias nos EUA tem seu filho em Nova York. Pergunta-se: o filho de Gabriela será Norte Americano? Depende da regra adotada naquele país. E brasileiro? Sim, desde que seja feito o registro da criança em repartição brasileira competente. d) Ius sanguinis + critério residencial + opção confirmativa (art. 12, I, “c”, segunda parte): Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira que não estejam a serviço do Brasil, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira. Trata-se da chamada nacionalidade potestativa, uma vez que a aquisição depende da exclusiva vontade do filho. Com a EC de Revisão 54\07, essa hipótese de aquisição foi novamente alterada, deixando de exigir-se prazo para a fixação de residência no Brasil. 5.47. Conceitue brasileiro naturalizado? R:O brasileiro naturalizado é aquele que adquire a nacionalidade brasileira de forma secundária, ou seja, não pela ocorrência de um fato natural (nascimento), mas por um ato voluntário. A naturalização é o único meio derivado de aquisição de nacionalidade, permitindo-se ao estrangeiro, que detém outra nacionalidade, ou ao apátrida, que não possui nenhuma, assumir a nacionalidade do país em que se encontra, mediante a satisfação de requisitos constitucionais e legais. 5.48. A naturalização é um ato vinculado ou discricionário? Existe exceções? R:Não existe direito público subjetivo à obtenção da naturalização, que se configura em ato de soberania estatal, sendo, portanto, ato discricionário do Poder Executivo por meio do Ministério da Justiça, já tendo, inclusive, o STF decidido que "não há inconstitucionalidade no preceito que atribui exclusivamente ao Poder Executivo a faculdade de conceder naturalização". Sendo assim podemos dizer que existem dois requisitos básicos para a naturalização secundaria: (1) a vontade do interessado e a (2) aquiescência estatal por meio do Poder Executivo. Como dissemos, não há direito subjetivo à obtenção da naturalização, a plena satisfação das condições e dos requisitos não assegura ao estrangeiro o direito à naturalização, visto que a concessão da nacionalidade brasileira é ato de soberania nacional, discricionário do Chefe do Poder Executivo, porem, há exceção a essa regra: (CF, art. 12, II, “b”) "os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira." Nessa hipótese de naturalização não há discricionariedade para o Chefe do Poder Executivo, tendo o interessado direito subjetivo à nacionalidade brasileira, desde que preenchidos os pressupostos. Assim, cumpridos os quinze anos de residência no Brasil sem condenação penal, efetivado o requerimento, o Chefe do Poder Executivo não pode negar a naturalização. Essa é a posição majoritária na doutrina e jurisprudência. 5.49. Quais são as espécies de naturalização previstas no ordenamento jurídico brasileiro? R: A naturalização poderá ser tácita ou expressa, dividindo-se esta última em ordinária ou extraordinária. Vejamos: a) Naturalização Tácita ou Grande Naturalização: O art. 69, § 4°, da CF de 1891, previa serem "cidadãos brasileiro os estrangeiros que, achando-se no Brasil aos 15 de novembro de 1889, não declararem, dentro em seis meses depois de entrar em vigor a Constituição, o animo de conservar a nacionalidade de origem". Assim aqueles indivíduos que, dentro do prazo de seis meses da promulgação da CF de 1891, não requeresse a conservação da nacionalidade de origem, seriam automaticamente considerados brasileiros natos. Fez bem o legislador constituinte de 1988 ao suprimir sua menção. Anote- se que citado dispositivo da naturalização tácita quando aplicado aos pais, igualmente, acarretava a naturalização dos filhos menores em sua companhia. b) Naturalização Expressa: É aquela que depende de requerimento do interessado, demonstrando sua manifestação de vontade em adquirir a nacionalidade brasileira. Ressalta-se que o requerimento deve ser feito ao Ministério da Justiça. A naturalização expressa divide-se em ordinária e extraordinária: b.1) Naturalização Expressa Ordinária: O processo de naturalização deve respeitar os requisitos legais (Lei 6.815/80 – Estatuto do estrangeiro), bem como apresentar características administrativas, uma vez que todo o procedimento até decisão final do Presidente da República ocorre perante o Ministério da Justiça, porém, com uma formalidade final de caráter jurisdicional, uma vez que a entrega do certificado de naturalização ao estrangeiro que pretende naturalizar-se brasileiro constitui o momento de efetiva aquisição da nacionalidade brasileira. Este certificado de naturalização deve ser entregue pelo juiz federal competente. Enquanto não ocorrer tal entrega, o estrangeiro ainda não é brasileiro, podendo, inclusive, ser expulso do território nacional.Não se revela possível, em nosso sistema jurídico-constitucional, a aquisição da nacionalidade brasileira jure matrimoni, vale dizer, como efeito direto e imediato resultante do casamento civil.Devemos subdividir o estudo da aquisição da nacionalidade expressa ordinária, para melhor compreensão, em três partes: b.1.2) Estrangeiros, excluídos os originários de países de língua portuguesa e apátridas (art. 12, II, “a”, primeira parte da CF/88): Naturalizar-se-ãobrasileiros de acordo com os critérios definidos em lei, desde que preenchidas as regras do art. 112 do Estatuto dos Estrangeiros (Lei n. 6.815 de 1980). b.1.3) Para os originários de países de língua portuguesa, exceto portugueses residentes no Brasil (art. 12. II, “a”, segunda parte da CF/88): A constituição prevê somente dois requisitos para que os originários de países de língua portuguesa adquiram a nacionalidade brasileira, quais sejam: a) residência por um ano ininterrupto no Brasil; b) idoneidade moral. Entende-se necessário também o requisito da capacidade civil, pois, a aquisição da nacionalidade secundária decorre de um ato de vontade. b.1.4) Para os portugueses residentes no Brasil (Quase Nacionalidade): A constituição, além de garantir aos portugueses, na forma da lei, a aquisição da nacionalidade brasileira, exigindo apenas os requisitos de residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral, prevê a possibilidade de aos portugueses com residência permanente no país, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, serem atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro naturalizado mesmo que queiram continuar com a nacionalidade portuguesa. Trata-se aqui da possibilidade de o português com residência permanente na Brasil continuarem com sua nacionalidade portuguesa, mas, havendo reciprocidade em favor de brasileiros, este poderá ganhar direitos ate então atribuídos somente aos brasileiros naturalizados. (art. 12, §1 da CF). b.2) Naturalização Extraordinária ou Quinzenária: Prevista no art. 12, II, “b”, da CF/88 a naturalização extraordinária ou quinzenária dar-se-á quando os estrangeiros, de qualquer nacionalidade, residentes na Republica Federativa do Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requisitem a nacionalidade brasileira.Exigem-se, assim, os seguintes requisitos: a) residência fixa no país há mais de 15 anos ininterruptos; b) ausência de condenação penal; e c) requerimento do interessado. Para a doutrina majoritária a naturalização extraordinária ou quinzenária seria um direito subjetivo e sua efetivação não estaria vinculada a decisão do Poder Executivo, como ocorre nas demais. Por fim vale ressaltar, que a naturalização extraordinária é intransferível, ou seja, só a adquire aquele que preencher os requisitos constitucionais. Nesse sentido, como muito bem lembra Jose Afonso da Silva, “a naturalização não importa aquisição da nacionalidade brasileira pelo cônjuge e filhos do naturalizado, nem autoriza estes a entrar ou radicar-se no Brasil, sem que satisfaçam as exigências legais”. 5.52. Como regra geral, a CF/88, em virtude do princípio da igualdade, determina que a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados sob pena de inconstitucionalidade, ressalvados os casos previstos pela própria Constituição (art. 12, §3º). Nessa esteira aponte quais são os cargos privativos de brasileiros natos previsto na CF/88? R: Nos termos do art. 12, § 3º da CF/88 alguns cargos são privativos de brasileiros natos. O legislador constituinte fixou dois critérios para a definição dos cargos privativos de brasileiros natos: a chamada linha sucessória da Presidência da Republica (art. 80 da CF/88) e a segurança nacional. Assim, são privativos de brasileiros natos os cargos de: a) Presidente e Vice-Presidente da República; b) Presidente da Câmara dos Deputados; c) Presidente do Senado Federal; d) Ministro do Supremo Tribunal Federal; e) Carreira diplomática; f) Oficial das Forças Armadas; g) Ministro de Estado da Defesa. Essa enumeração é taxativa, não permitindo qualquer ampliação, por meio de legislação ordinária. BIZU: MP3.COM 5.53. Em quais situações o brasileiro perdera sua nacionalidade? R: Perdera a nacionalidade o brasileiro que: a) Tiver cancelada sua naturalização: Esta hipótese de perda da nacionalidade, também conhecida como perda-punição, somente se aplica, obviamente, aos brasileiros naturalizados. São previstos dois requisitos para que o brasileiro naturalizado perca sua nacionalidade por meio de ação de cancelamento: a.1) Prática de atividade nociva ao interesse nacional; a.2) Cancelamento da naturalização por sentença judicial com trânsito em julgado. b) Adquirir outra nacionalidade: A segunda hipótese de perda da nacionalidade, também conhecida como perda-mudança, é aplicável tanto aos brasileiros natos quanto aos naturalizados. O brasileiro, em regra, perderá sua nacionalidade quando, voluntariamente, adquirir outra nacionalidade. Entretanto, a EC de Revisão n° 3, de 1994, expressamente, passou a admitir duas hipóteses de dupla nacionalidade. Dessa forma, não será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que, apesar de adquirir outra nacionalidade, incidir em uma das seguintes hipóteses constitucionais: b.1) Reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira: Assim, não perderá a nacionalidade o brasileiro que teve reconhecida outra nacionalidade por Estado estrangeiro, originariamente, em virtude do ius sanguinis. Ex.: o individuo que nasceu no território brasileiro, filho de italianos que estão em férias no Brasil, será brasileiro nato (art. 12, I, a ius solis) e poderá adquirir a nacionalidade italiana (ius sanguinis) sem perder a brasileira. b.2) Imposição de naturalização, pela norma estrangeira: O brasileiro residente no estrangeiro e, como condição para sua permanência naquele país por motivo de trabalho, ou para o exercício de direitos civis (herança, casamento por exemplo), tiver, por imposição da norma estrangeira, que se naturalizar, não perderá a nacionalidade brasileira. Ex.: Um exemplo bem claro é um brasileiro, jogador de futebol profissional, que para exercer seus direitos civis naquele país, deverá, obrigatoriamente, ser naturalizado. 5.54. O estrangeiro adotado por casal brasileiro ganha a nacionalidade brasileira? R: É pacifico na doutrina e no STF que o estrangeiro adotado por casal brasileiro não ganha a nacionalidade brasileira automaticamente sendo necessário requere-la, pois, a igualdade entre filhos havidos na constância do casamento e os filhos adotados só servem para fins civis. 5.55. O individuo nascido no estrangeiro pode ocupar cargo destinado a brasileiros natos? R: Sim. Conforme sabemos o Brasil adotou um critério misto (ius solis e ius sanguinis) e, portanto, o nascido no estrangeiro de pai ou mãe brasileiro, desde que qualquer deles estejam a serviço do Brasil, será considerado brasileiro nato, embora tenha nascido no estrangeiro. Assim um parisiensse pode muito bem ser brasileiro nato e, por conseguinte poderá ocupar cargos destinados a brasileiros natos. DIREITOS POLÍTICOS 5.56. Nos termos da CF/88 a soberania popular será exercida por meio de quais instrumentos? R: Nos termos da CF/88 a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, mediante: I - plebiscito; II - referendo; III - iniciativa popular (art. 14). BIZU: P-R-I 5.57. Diferencie plebiscito de referendo? Plebiscito: É realizado antes da promulgação da lei (consulta previa) cabendo ao povo, pelo voto, aprovar ou denegar o que lhe tenha sido submetido. Exemplo clássico foi quando a população brasileira foi perguntada se queria o parlamentarismo ou presidencialismo. Referendo: É realizado depois que a lei já esta em vigor (consulta posterior) cumprindo ao povo a respectiva ratificação ou rejeição. Exemplo recente foi o referendo com relação à lei de armas que, em um de seus artigos a lei dizia "A venda de armas é proibida no Brasil", após o referendo, entretanto, foi decidido que no Brasil seria permitida a venda de armas. 5.58. Nos termos da CF/88 o alistamento eleitoral e o voto são obrigatórios, facultativo e inadmissível para quais pessoas? R: ALISTAMENTO ELEITORAL E O VOTO Obrigatório para: