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Curso: Curso de Formação de Voluntárias do Projeto Mães Unidas Disciplina: Noções de Saúde e Bem-Estar e Materno Infantil Tópico: Cuidados com o recém-nascido Docente: Louise Amália de Moura O PRIMEIRO BANHO DO RECÉM-NASCIDO Você precisa saber que: A pele do recém-nascido (RN) é mais fina e oferece menor proteção contra agressões externas. O banho é uma atividade que visa à higiene, estimula a circulação geral da pele e promove sensação de conforto. Durante o banho pode acontecer: Hipotermia que é queda da temperatura corporal. Irritação e trauma da pele; Choro intenso e Dor. O banho de imersão é o mais indicado, pois permite a menor perda de calor e proporciona mais conforto ao bebê. Consiste na higienização do rosto e cabeça, com RN envolto em um cueiro, em seguida a imersão do corpo envolto na banheira, contendo água morna à 37º Celsius e iniciando o banho por partes. Para o banho seguir os seguintes passos: 1. Higienizar as mãos antes de começar o banho; 2. Reunir e organizar os materiais necessários (banheira; sabão líquido neutro ou sabão em barra de uso individual do RN e sem aditivos de cor e cheiro; cueiro/campo/ toalha de algodão; algodão; fralda; roupas do RN); 3. Preparar um ambiente tranquilo e manter janelas fechadas; 4. Encher a banheira do RN com água na temperatura de 36º à 37ºC, que deve estar agradável - testá-la com o dorso (costas) da mão ou antebraço; 5. O banho será realizado em duas etapas, respeitando o sentido céfalo-caudal: 1ª Etapa do banho (figura 1) Este procedimento será realizado com o bebê fora da banheira. Despir o RN, limpar se houver fezes e urina, com algodão e água morna; Envolver o RN em cueiro ou campo, em formato de envelope até a altura do pescoço. A cabeça deve ficar fixa e descoberta; Proteger as orelhas com os dedos polegar e indicador; O banho do RN é um procedimento do qual consiste na técnica de higienização corporal do mesmo no sentido céfalo-caudal, ou seja, da cabeça para os pés. Iniciar pela higienização do rosto (olhos, bochechas, nariz e orelhas) com movimentos suaves. Não há necessidade de usar sabão no rosto; Lavar a cabeça do RN – fazer movimentos delicados e usar pouco sabão; Secar a cabeça e face. Manter o RN coberto em cueiro. 2ª Etapa do banho (figura 2 e 3) Segurar o RN com gancho de segurança, que é quando o RN é seguro pela região axilar e apoiado no antebraço; Colocar o RN dentro da banheira na posição dorsal (barriga pra cima) com proteção do cueiro. Retire o cueiro gradativamente. Lavar em sequência: pescoço, tórax, abdome, braços, pernas e genitália – realizar movimentos suaves com a mão e usar pouco sabão; Virar o RN para posição ventral (bruços) e lavar o lado posterior do corpo (costas, genitália e ânus). Secar o RN com cueiro ou toalha de algodão; Limpar o coto umbilical; Vestir o RN. CUIDADOS COM O COTO UMBILICAL O cordão umbilical é o elo entre o feto e a mãe que serve para promover a troca de nutrientes e de gases (como o oxigênio) fundamentais para a sobrevivência do feto. Uma pequena parte do cordão - de aproximadamente 3 cm - permanece e é chamada de coto umbilical, que requer cuidados simples até a sua queda. Figura 1 Base do coto Coto Clamp Figura 2 Figura 3 Você precisa saber que: Inicialmente, o coto tem aspecto amolecido e gelatinoso, tornando-se gradativamente escuro e seco. A queda do coto ocorre entre o 7º e o 15º dia de vida. Em alguns casos, esse prazo pode aumentar ou diminuir, sem que represente um problema. A limpeza dele deve ser realizada após cada troca de fralda e após o banho, para evitar infecção. Para a higiene do coto umbilical, seguir os seguintes passos: 1. Separar os materiais (algodão ou hastes flexíveis = cotonete e álcool 70%); 2. Iniciar a higiene após colocar fralda limpa e dobrar a parte anterior da fralda para expor o coto, mantendo o RN em decúbito dorsal (barriga pra cima); 3. Pegar uma das hastes flexíveis, sem tocar na parte com algodão; 4. Umedecer as extremidades da haste em álcool 70%; 5. Utilizar a mão não dominante para elevar a extremidade distal do coto delicadamente e mantendo-o nessa posição; IMPORTANTE Pequenos sangramentos são normais. Não utilize faixas, curativos oclusivos e nenhum outro tipo de produto para cobrir o coto. Nunca, jamais, puxe o coto umbilical, mesmo se ele parecer praticamente solto. SINAIS DE ALERTA Na presença de qualquer um destes sinais, procure a Unidade de Saúde mais próxima imediatamente: Vermelhidão da pele em redor do coto; Presença de secreção com mau cheiro; Pus ao redor do coto. 6. Base do coto - utilizando uma das extremidades da haste, proceder a limpeza com movimento circular único, girando a haste entre os dedos indicador e polegar. Repetir o procedimento, utilizando a outra ponta da haste (o outro lado do cotonete); 7. Ao longo do coto - umedecer as extremidades de outra haste e realizar a limpeza no sentido da base para a extremidade, com movimentos únicos, girando a haste após cada movimento; 8. Clamp - umedecer as extremidades de outra haste e realizar a limpeza com movimentos únicos, girando a haste após cada movimento; 9. Extremidade do coto (ponta do coto) - utilizar a outra extremidade da haste para realizar a limpeza com movimentos únicos, girando a haste após cada movimento; 10. Soltar o coto e fechar a fralda. 3 e 4 5 e 6 7, 8 e 9 TROCA DE FRALDAS Você precisa saber que: A troca de fraldas deve ser efetuada a cada evacuação e sempre que o RN estiver úmido, utilizando-se água e sabão neutro. Evitar os lenços umedecidos industrializados, especialmente, na primeira semana de vida do RN. Depois deve ser utilizado apenas em situações de passeio ou viagem. Em casa sempre utilizar água e sabão neutro. Sinal de alerta: A dermatite da área da fralda ou assadura é uma irritação que acomete a pele dos bebês devido ao acúmulo de fezes e urina que ficam retidas em suas fraldas. Para a troca de fraldas seguir os seguintes passos: 1. Separar os materiais (copo/vasilha/garrafa com água morna; fralda de tamanho adequado à criança; compressas ou algodão; e material para higiene do coto umbilical, se necessário). 2. Deitar a criança no berço ou trocador, protegendo a superfície com um lençol ou forro limpo; 3. Retirar a parte inferior da vestimenta se houver; 4. Desprender as fitas adesivas aderidas à região frontal da fralda e aderi-las à região posterior e interna da mesma, evitando que sejam aderidas à pele; 5. Dobrar a região anterior da fralda sobre a posterior, embutindo-a sob as nádegas da criança; 6. Umedecer uma das compressas ou algodão na água morna e utilizar uma parte para higienizar a genitália da seguinte forma, conforme o sexo da criança: Menina, no sentido ântero-posterior (frente para trás), em movimentos únicos, virando a compressa após cada movimento suave; Menino, no sentido da glande para a bolsa escrotal (não forçar a retração do prepúcio em crianças menores de 3 anos de idade), virando a compressa após cada movimento, higienizando depois o restante; 7. Se houver resíduo de pomada, não forçar para removê-lo; 8. Secar a região com a compressa ou tecido seco e limpo; 9. Remover a fralda ao lateralizar o RN; 10. Manter o quadril em rotação lateral para higienizar a região posterior; 11. Higienizar as nádegas e o ânus, utilizando a parte limpa da compressa úmida, realizando movimentos únicos no sentido ântero-posterior (frente para trás), virando a compressa após cada movimento; 12. Colocar a fralda limpa e ajustar as fitas adesivas, de modo que a fralda não fique apertada ou frouxa e não comprima o coto umbilical, se não tiver caído (se necessário, dobrar a parte anterior da fralda para que essa fique posicionadaabaixo do coto umbilical). VACINAÇÃO Ao invadir um organismo, bactérias e vírus se multiplicam e atingem diferentes estruturas e órgãos. Esta invasão é chamada de infecção e é isso que causa a doença. Para proteger a saúde, as vacinas precisam estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos que são agentes de defesa que atuam contra os micróbios que provocam doenças infecciosas. As vacinas são poderosas ferramentas, com comprovada capacidade para controlar e eliminar doenças infecciosas que ameaçam a vida. O recém-nascido possui um sistema imunológico ainda em fase de “amadurecimento”, portanto, menos eficiente no combate aos vírus e bactérias. Com a vacinação da gestante, o bebê recebe anticorpos maternos diretamente pela placenta e, após o parto, através da amamentação, trazendo proteção para o bebê de todas as doenças para as quais as mães foram vacinadas e através das vacinas que serão posteriormente administradas. As vacinas que o recém-nascido deve receber são as seguintes: Vacina de Hepatite B, que é intramuscular, até 12 horas após o nascimento. BCG para Tuberculose, intradérmica, até 1 mês de vida. No entanto, o ideal é que ela seja aplicada o mais precocemente possível, de preferência ainda na maternidade, em recém-nascidos com peso maior ou igual a 2 kg. Depois, seguir os agendamentos das vacinas do calendário de vacinação conforme a idade da criança e a rotina das unidades de saúde. ROTINA DE SONO O sono é um importante marcador de desenvolvimento saudável e tem sido associado ao desenvolvimento emocional, comportamental e intelectual. O padrão de sono de um bebê pode indicar que tudo está se desenvolvendo bem. O recém-nascido necessita, aproximadamente, de 14 a 17 horas de sono em um período de 24 horas. Este é o padrão considerado como normal. Mas é preciso considerar que os bebês são indivíduos únicos, então o que pode ser considerado normal para um bebê e sua família pode ser considerado um problema para outro. Mesmo dentro da família, pais e irmãos podem ter necessidades diferentes de sono. Após o nascimento, pode levar muitos meses para que o padrão de sono / vigília (despertar) do bebê se estabeleça. Os períodos de sono e despertar são geralmente determinados pelos padrões de alimentação do bebê e a alimentação é fundamental para a vida de um bebê. O recém-nascido tem um estômago com capacidade pequena, que determina a quantidade de alimento que pode ser ingerida, armazenada e digerida. A duração do período de saciedade pode determinar a duração de um período de sono. Alguns bebês podem exigir alimentação com a frequência de intervalos de uma a duas horas. Assim, é preciso entender que o padrão de sono é determinado pelos horários de alimentação do bebê. Por volta das 12-14 semanas de idade, os bebês estão desenvolvendo interesse em aprendizado e interação social, consequentemente, os períodos de sono diurno são encurtados e o período de sono noturno alongado. O que você deve fazer antes de colocar o bebê na cama – rotina da noite: O quarto/ambiente deve estar em uma temperatura quente, porém agradável. Devem-se diminuir as luzes e reduzir os ruídos evitáveis, como a televisão. Incluir um banho quente e o uso de roupas de noite limpas e confortáveis. Amamentar na hora de dormir ou um abraço enquanto se bebe mamadeira tranquiliza o bebê e reforça o vínculo de relacionamento. Os pais ou responsáveis devem empregar tons de voz calmantes e suaves. Uma atividade de relaxamento, como uma história ou algumas canções infantis conhecidas, ajudará a desenvolver a rotina. Antes de colocar o bebê na cama, certifique que ele esteja sonolento, mas ainda acordado. REFERÊNCIAS: Ballalai I, Bravo F (Org.). Imunização: tudo o que você sempre quis saber. 4ª edição. Rio de Janeiro: RMCOM; 2020. Disponível em: https://sbim.org.br/images/books/imunizacao-tudo-o-que-voce-sempre-quis-saber- 200923.pdf Crawford D. Understanding the physiology of sleep and promoting effective routines with infants in hospital and at home. Nurs Child Young People. 2017;29(4):36-44. DOI: 10.7748/ncyp.2017.e895 Lima RO, et al. Intervenção de enfermagem-primeiro banho do recém-nascido: estudo randomizado sobre o comportamento neonatal. Acta paul. enferm. 2020;33. DOI: http://dx.doi.org/10.37689/acta-ape/2020ao0031 Müller, EB. Cuidados ao recém-nascido no centro obstétrico: uma proposta de enfermeiras com base nas boas práticas. 2012. 209f. Dissertação (Mestrado Profissional Gestão do Cuidado em Enfermagem) – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012. Disponível em: http://www.hu.ufsc.br/setores/enfermagem/wp- content/uploads/sites/10/2014/10/2012-ELISETE-BESEN-M%C3%9CLLER.pdf Fonte das imagens: Google imagens. https://sbim.org.br/images/books/imunizacao-tudo-o-que-voce-sempre-quis-saber-200923.pdf https://sbim.org.br/images/books/imunizacao-tudo-o-que-voce-sempre-quis-saber-200923.pdf http://dx.doi.org/10.37689/acta-ape/2020ao0031 http://www.hu.ufsc.br/setores/enfermagem/wp-content/uploads/sites/10/2014/10/2012-ELISETE-BESEN-M%C3%9CLLER.pdf http://www.hu.ufsc.br/setores/enfermagem/wp-content/uploads/sites/10/2014/10/2012-ELISETE-BESEN-M%C3%9CLLER.pdf
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