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Alfabetização e letramento o letramento como facilitador da leitura e escrita no 3° ano do ensino fundamental da Escola Estadual Antônio Alves Ramos

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA 
 
 
 
 
 
TATIANE DO SOCORRO DA SILVA LIMA 
THAIS ELIANE LIMA AMARAL 
 
 
 
 
 
 
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: 
O LETRAMENTO COMO FACILITADOR DA LEITURA E ESCRITA NO 
3° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL 
“ANTÔNIO ALVES RAMOS” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
IGARAPÉ-AÇU 
2015 
 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA 
 
 
 
 
 
TATIANE DO SOCORRO DA SILVA LIMA 
THAIS ELIANE LIMA AMARAL 
 
 
 
 
 
 
 
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: 
O LETRAMENTO COMO FACILITADOR DA LEITURA E ESCRITA NO 
3° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL 
“ANTÔNIO ALVES RAMOS” 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelas 
discentes Tatiane do Socorro da Silva Lima e Thais 
Eliane Lima Amaral ao Curso de Pedagogia da 
Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, como 
requisito para a obtenção do grau de Licenciatura Plena. 
Orientadora: Ms. Thais do Socorro Pereira Pompeu. 
 
 
 
 
 
 
 
IGARAPÉ-AÇU 
2015 
 
 
 
TATIANE DO SOCORRO DA SILVA LIMA 
THAIS ELIANE LIMA AMARAL 
 
 
 
 
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: 
O LETRAMENTO COMO FACILITADOR DA LEITURA E ESCRITA NO 3° ANO DO 
ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA ESTADUAL “ANTÔNIO ALVES RAMOS” 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado pelas discentes Tatiane do Socorro da Silva Lima e Thais 
Eliane Lima Amaral ao Curso de Pedagogia da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, como 
requisito para a obtenção do grau de Licenciatura Plena. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
___________________________________Orientador 
Prof.ª Msc.Thais Pereira Pompeu / UFRA 
___________________________________ Membro 1 
Profª Ayvânia Alves Pinto 
___________________________________ Membro 2 
Prof.ª Sandra Maria Pachiano Calvosa 
Avaliado em: ____/____/____ 
Conceito: ____________________________________ 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
Aos nossos pais, pelo amor e cuidado a nós dedicado. 
Aos nossos esposos, pela amizade, respeito, paciência, incentivo e 
dedicação em todos os momentos. 
Aos nossos filhos, razões do nosso viver, que contribuem cada vez mais 
em nossas realizações e tornam tudo que acontece em nossas vidas maravilhoso. 
Aos nossos irmãos, familiares, amigos e a todos que contribuíram direta 
ou indiretamente com a realização deste trabalho. 
 
 
 
Tatiane do Socorro da Silva Lima & 
Thais Eliane Lima Amaral 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
Agradecemos a Deus, por estar sempre presente em todos os momentos 
de nossas vidas; 
A nossa família pela compreensão e incentivo a nossa formação; 
A Universidade Federal Rural da Amazônia pela oportunidade de realizar 
este curso; A nossa orientadora, Professora Ms.Thais do Socorro Pereira Pompeu, 
pela generosidade e dedicação com a qual nos orientou; 
Aos nossos professores da graduação pelos momentos de sabedoria e 
paciência compartilhados; 
Aos colegas que estiveram presentes no decorrer do curso, colaborando 
direta ou indiretamente em nossa caminhada acadêmica. 
 
Tatiane do Socorro da Silva Lima & 
Thais Eliane Lima Amaral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
" [...] A minha contribuição foi encontrar uma explicação 
segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos 
que olham, dos ouvidos que escutam, há criança que pensa." 
 
Emília Ferreiro 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho aborda as diferentes concepções dos teóricos sobre o letramento como um 
instrumento facilitador da leitura e escrita com compreensão na alfabetização vivenciada com os 
diferentes gêneros textuais, com alunos do 3° ano do Ensino Fundamental da Escola Antônio Alves 
Ramos, do espaço do campo da vila São Jorge, cidade de Igarapé-Açu, nordeste do Estado do Pará. 
Para tanto, sob a luz da metodologia qualitativa, a pesquisa de campo foi realizada ao mês de março 
de 2015, os registros foram coletados através de questionários descritivos com perguntas abertas e 
fechadas direcionadas aos docentes. Objetivou-se aqui, demonstrar que, para auxiliar os alunos na 
compreensão da leitura e escrita, é necessária a emancipação dos mesmos, que só ocorrerá na 
medida em que o processo educacional seja permeado por uma concepção que agrega os saberes 
escolares com o do cotidiano do alunado, que só se manifesta através da valorização dos diferentes 
gêneros textuais. Considerando ser de extrema importância a utilização da diversidade textual nas 
salas de aula, para conexões entre as atividades discursivas propostas pela escola e a vida do aluno 
na sociedade. Vê–se a utilização de atividades diversificadas como uma forma de aproximar o 
discente das situações originais de produções de textos orais e escritos, contribuindo efetivamente 
para o aprendizado significativo de prática de leitura, produção e compreensão. Assim, este estudo 
teve como aporte teórico os estudos de Soares (1998), Ferreiro e Teberosk (1985, [1986]), Kleimam 
(1993), Freire (1998), Tfouni (1995). 
 
Palavras-chave: Gêneros Textuais. Compreensão. Aprendizagem. 
 
 
 
 
RESUMEN 
 
Este artículo discute las diferentes concepciones de teóricos sobre el letramento como un instrumento 
facilitador de la lectura y la escritura con la comprensión en la alfabetización experimentado con 
diferentes géneros, con los estudiantes del 3º grado de la enseñanza primaria de la Escuela Antonio 
Alves Ramos en el ámbito del espacio Vila Sao Jorge Ciudad de Igarapé-Açu, en el noreste del 
Estado de Pará. Por lo tanto, a la luz de la metodología cualitativa, el estudio de campo se llevó a 
cabo en el mes de marzo de 2015, los registros han sido recogidos a través de cuestionarios 
descriptivos con preguntas abiertas y cerradas dirigidos a los maestros. El objetivo en este caso es 
que, para ayudar a los estudiantes en la comprensión de la lectura y la escrita se requiere la 
emancipación de los mismos, solamente se producirá en la medida en que el proceso educativo está 
permeado por un diseño que combina la escuela con el conocimiento de los estudiantes todos los 
días que sólo se manifiesta a través de la valoración de los géneros textuales, considerando ser muy 
importante las conexiones entre las actividades discursivas propuestas por la escuela y la vida del 
estudiante en la sociedad. Ver el uso de diversos géneros con una manera de traer a los estudiantes 
de las situaciones originales de la producción de textos orales y escritos, contribuir con eficacia para 
la lectura práctica de aprendizaje significativo, la comprensión y la producción. Este estudio tuvo 
como soporte teórico de los estudios Soares (1998), Ferreiro e Teberosk (1985, [1986]), Kleimam 
(1993), Freire (1998), Cagliari (1993), Tfouni (1995). 
 
Palabras clave: Géneros Textuales. Comprensión. Aprendizaje. 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Imagem 1 - localização de Igarapé-Açu.................................................................... 36 
Imagem 2 – Vila São Jorge do Jabuti........................................................................ 37 
Imagem 3 – Escola Est. de Ens. Fund. e Médio “Antônio Alves Ramos”.................. 38 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
QUADRO 1 – Socioeconômico dos Professores e Técnicos................................. 41 
 
QUADRO 2 – Eixo 1: concepções de aquisição da leitura e escrita no 3° ano do 
ensino fundamental................................................................................................ 42 
 
QUADRO 3 – Eixo 2: dificuldades de compreensão da leitura os alunos do 3º 
ano do ensino fundamental apresentam................................................................ 44 
 
QUADRO 4 – Eixo 3: Medidas tomadas pelo professor para amenizar as 
dificuldades dos alunos na aquisição da leitura..................................................... 46 
 
QUADRO 5 – Eixo 3: Suporte daSecretária de Educação ou Equipe Técnica da 
Escola para superar as dificuldades no processo de aquisição de leitura e 
escrita...................................................................................................................... 47 
 
QUADRO 6 – Eixo 4: o letramento como um facilitador para a leitura com 
conhecimento no processo da aprendizagem........................................................ 48 
 
QUADRO 7 – Eixo 1: concepções de aquisição da leitura e escrita no 3° ano do 
ensino fundamental................................................................................................. 50 
 
QUADRO 8 – Eixo 2:dificuldades de compreensão da leitura dos alunos do 3º 
ano do ensino fundamental apresentam................................................................. 50 
 
QUADRO 9 – Eixo 3: Suporte dado ao professor para amenizar as dificuldades 
dos alunos na aquisição da leitura.......................................................................... 51 
 
QUADRO 10 – Eixo 4: o letramento como um facilitador para a leitura com 
conhecimento no processo da aprendizagem........................................................ 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO...................................................................................... 12 
2 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: TECENDO CONCEITOS........ 14 
2.1 Contextualização Sócio-Histórico.................................................... 16 
2.2 Espaço escolar e os Aspectos Legais............................................ 17 
2.3 O letramento como facilitador da leitura e da escrita.................... 19 
2.4 As diferentes concepções acerca da leitura e escrita................... 22 
2.5 Algumas considerações sobre as dificuldades na aquisição da 
leitura e da escrita nos anos iniciais do ensino fundamental........ 24 
2.6 O letramento como facilitados no processo ensino-
aprendizagem...................................................................................... 27 
2.7 Reflexões do ensino sobre a prática pedagógica........................... 28 
3 METODOLOGIA................................................................................... 32 
3.1 Tipo de Pesquisa ............................................................................... 32 
3.2 Instrumentos de pesquisa ................................................................ 33 
3.2.1 Questionários individuais...................................................................... 33 
3.3 Lócus da Pesquisa.............................................................................. 35 
3.4 Caracterização da Escola Antônio Alves Ramos............................. 38 
4 ANÁLISE DOS DADOS........................................................................ 40 
4.1 Sobre o perfil Socioeconômico dos Professores e Técnicos 
Pedagógicos........................................................................................ 40 
4.2 O olhar dos Professores sobre o letramento.................................. 42 
4.3 O olhar dos Técnicos Pedagógicos sobre o letramento................. 49 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................. 53 
 REFERÊNCIAS.................................................................................... 55 
 APÊNDICES......................................................................................... 58 
 Apêndice A – Termo de Autorização................................................ 59 
 Apêndice B – Questionário 1- Sócio Demográfico........................ 60 
 Apêndice C – Questionário 2- Técnico Pedagógico....................... 62 
 Apêndice D – Questionário 3- Professor......................................... 66 
 
 
12 
 
 
 
1 – INTRODUÇÃO 
 
A questão da alfabetização no Brasil tem sido um tema muito discutido na 
atualidade, merecendo atenção especial. Dados alarmantes mostram o elevado 
número de brasileiros que sabem ler e escrever, porém não compreendem o que 
estão lendo. A preocupação tornou-se foco constante de muitos estudos não com os 
níveis de analfabetismo, mas com os níveis de letramento e compreensão dos 
saberes adquiridos; Nesse contexto, observou-se a dificuldade que adultos e 
crianças demonstram, para fazer uso adequado da leitura e escrita na escola 
estadual “Antônio Alves Ramos”, localizada na vila São Jorge do Jabuti, Igarapé-
Açu. Portanto, o presente trabalho tem como tema “Alfabetização e Letramento: O 
Letramento como facilitador da leitura e escrita no 3º ano do ensino fundamental na 
escola “Antônio Alves Ramos” que irá discutir o tema dentro da realidade 
pesquisada. É sabida a importância para o processo Sócio Educacional a inserção 
da criança no universo do letramento, tendo um convívio efetivo com a leitura para 
que o aluno se aproprie do sistema de escrita, estabelecendo assim, relações com o 
conhecimento e também com as suas práticas sociais. 
A pesquisa tem como relevância contribuir de forma significativa para o estudo 
e reflexão do ensino e das práticas educativas, bem como ampliar a visão dos 
docentes sobre os processos de como alfabetizar através do letramento. Analisando 
as diferentes concepções que se tem acerca da aquisição da leitura e escrita nos 
primeiros anos da alfabetização. 
Então a partir desta problemática o estudo sobre o referido tema tem como 
objetivo analisar que dificuldades de compreensão da leitura alunos encontram no 3º 
ano do ensino fundamental, compreendendo o letramento como um facilitador para a 
leitura com conhecimento no processo de aprendizagem, pois a escola, o currículo 
escolar e seus conteúdos da forma que geralmente está sendo desenvolvido, 
transportam o indivíduo para outra realidade que não é aquela em que estabelece 
suas relações interpessoais e sociais como cidadão. Desta maneira esta escola 
envolve o aluno numa redoma de saberes escolares necessários para sua promoção 
dentro dela mesma e não para sua elevação social. 
Paulo Freire (1998, p.09) afirma que “o domínio sobre os signos linguísticos 
escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe, uma experiência social 
que precede a leitura do mundo”. O qual chamou de letramento. Deste modo, este 
13 
 
 
 
estudo surgiu a partir da inquietação em saber quais os fatores que corroboram para 
as grandes dificuldades em desenvolver a leitura e escrita dos os alunos do 3º ano 
do ensino fundamental da escola “Antônio Alves Ramos”, e procuramos entender 
ainda a concepção ou não concepção de alfabetização, sobretudo na perspectiva do 
letramento, compreendendo que a aprendizagem da escrita alfabética constitui um 
processo de compreensão de um sistema de notação e não à aquisição de um 
código. 
Para tanto, a natureza da pesquisa é de cunho bibliográfico, exploratória com 
estudo de campo, contendo quatro capítulos que discutirá as diferentes concepções 
acerca da leitura e escrita; as dificuldades na leitura com compreensões 
evidenciadas no processo aprendizagem do 3º ano do ensino fundamental; o 
letramento como facilitador no processo- ensino aprendizagem e as reflexões do 
ensino sobre a prática pedagógica. 
Então, busca-se, aqui, refletir sobre o letramento no contexto escolar. Assim, a 
presente pesquisa tem como objetivo geral compreender o letramento como 
facilitador da leitura e escrita no 3º ano do ensino fundamental da Escola “Antônio 
Alves Ramos”. E como objetivos específicos: a. analisar as diferentes concepções 
que se tem acerca da aquisição da leitura e escrita no 3º ano do ensino fundamental; 
b. investigar que dificuldades para compreensão da leitura que os alunos encontram 
no 3º ano do ensino fundamental; c. compreender o letramento como um facilitador 
para a leitura com conhecimento no processo da aprendizagem; d. refletir sobre o 
ensino e as práticas educativas no contexto escola. 
No percurso deste estudo, procurou-se evidenciar a importância do 
aprimoramentodas práticas pedagógicas do professor da educação básica, aqui 
neste estudo os do 3º ano do ensino fundamental, e como esse fator se intercala 
principalmente com a prática do letramento, poderá facilitar o aprendizado da leitura 
e da escrita, dando-lhe forma significativa. Sendo, assim faz-se necessário que o 
docente se utilize de várias ferramentas que possa contribuir com o processo de 
construção do conhecimento do aluno, pois o mais importante que decodificar 
símbolos é a compreensão da funcionalidade da língua escrita, pois é assim que o 
cidadão se torna mais atuante, participativo, reflexivo e autônomo na sociedade em 
que vive. 
 
14 
 
 
 
2 – ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: TECENDO CONCEITOS 
 
A aquisição da leitura e escrita como aborda diversos autores não se restringe 
ao aprendizado apenas das normas gramaticais e ortográficas, que não são 
suficientes para a formação do indivíduo enquanto ser histórico e protagonista de 
sua cultura. Atividades que envolvam o letramento, por exemplo, podem desenvolver 
no alunado conhecimentos que o torne mais atuante no meio social em que ele vive. 
O letramento irá possibilitar ao professor desenvolver uma linha de formação de 
indivíduo que sai do planejamento da instituição; respaldando o trabalho do 
professor, que erroneamente define o processo de alfabetização como uma técnica. 
Passando a compreender o letramento como um facilitador para o desenvolvimento 
da aprendizagem. 
Para Soares (1998, p.39), letramento é o resultado da ação de ensinar e 
aprender as práticas sociais da leitura e escrita; é também o estado ou condição que 
adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência se apropriado da 
escrita e de suas práticas sociais. 
O princípio funcional desenvolve-se à medida que a criança soluciona o 
problema de como escrever e para que se escreve. A significação que a escrita tem 
em seu dia a dia terá consequências no desenvolvimento desses princípios e as 
funções específicas dependerão da necessidade que a criança sentirá da linguagem 
escrita. 
Ferreiro (2000, p.31), afirma que: “nenhuma prática é neutra”. “Todas estão 
apoiadas em certo modo de conhecer o processo de aprendizagem e o objeto dessa 
aprendizagem”. 
Sucintamente é descrito que não se pode trabalhar no processo da 
alfabetização dos alunos sem que o docente se apóie em um método que contribua 
de maneira eficaz para a compreensão dos alunos sobre o seu processo de 
aprendizagem, dando importância aos recursos utilizados no momento da aplicação 
do conteúdo em sala. Ressaltam que o educador necessita adequar a sua prática 
pedagógica às possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem dos educandos, 
as atividades a serem propostas precisam ter objetivos claros, intenções bem 
delineadas, não só para o professor como também para o aluno. 
15 
 
 
 
Segundo os PCNs (2001, p.55) a primeira e talvez a mais importante estratégia 
didática para a prática de leitura é o trabalho com a diversidade textual. Sem ela, 
pode-se até ensinar a ler, mas certamente não se formarão leitores competentes. 
Os antigos métodos da alfabetização, elaborados na época em que não 
dispúnhamos dos conhecimentos que hoje a psicolinguística nos oferece, tinham 
uma visão equivocada de como um individuo aprende a escrita alfabética. No 
método silábico ou fônico a criança seria uma “tabula rasa”, que repetia informações 
prontas, transmitidas pela professora ou pelo autor da cartilha, se alfabetizaria sem 
ter que mudar suas ideias prévias sobre a escrita, sem compreender o 
funcionamento dos fonemas. As crianças aprendiam pela memorização dos traçados 
das letras e pela decoração dos sons que a letra representava, ficando privadas da 
oportunidade de avançar em seus conhecimentos sobre os textos escritos reais, de 
avançar em seu nível de letramento. 
Em função de tais evidencias é preciso recriar as metodologias de 
alfabetização, garantido um ensino sistemático que, através de atividades reflexivas, 
desafiem o aprendiz a compreender o funcionamento da escrita alfabética, para 
poder dominar suas convenções letra-som. 
Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita, por um indivíduo, 
ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócios- históricos da 
aquisição de uma sociedade (TFOUNI, 1995, p. 20). 
A proposta que se coloca para os primeiros anos da educação no ensino 
fundamental é exatamente o de conciliar esses dois processos, assegurando aos 
alunos a apropriação do sistema alfabético ortográfico, oferecendo-lhes condições 
que possibilite o uso da língua nas diversas práticas sociais de leitura e escrita. 
Analisando as diferentes concepções que se tem à cerca da aquisição da leitura e 
da escrita no processo de ensino-aprendizagem. 
Para De Lemos (1988, p.13), a pessoa já alfabetizada exerce um papel 
importante no desenvolvimento da criança, pois é ela “que atribui um significado e/ 
ou pede à criança que atribua um significado às marcas feitas no papel”. 
Desse modo, o professor é peça fundamental durante o processo de 
aprendizagem da leitura e escrita da criança, pois, ele deverá atuar como parceiro 
no desenvolvimento desse processo, facilitando o contato do aluno com o sistema 
de escrita, ajudando-o a construir os conhecimentos de modo gradativo. Auxiliando 
16 
 
 
 
também o aprendiz a viver com as diferentes manifestações da escrita na 
sociedade, que irá se ampliar durante seu cotidiano por toda vida. 
 
2.1 – Contextualização sócio histórica 
 
A partir dos anos 1980, o conceito de alfabetização foi ampliado com as 
contribuições dos estudos sobre a psicogênese da aquisição da língua escrita, 
particularmente com os trabalhos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky. De acordo 
com esses estudos, o aprendizado do sistema de escrita não se reduziria ao 
domínio de correspondências entre grafemas e fonemas (a decodificação e a 
codificação), mas se caracterizaria como um processo ativo por meio do qual a 
criança, desde seus primeiros contatos com a escrita, construiria e reconstruiria 
hipóteses sobre a natureza e o funcionamento da língua escrita, compreendida 
como um sistema de representação. 
É na segunda metade dos anos de 1980 que essa palavra surge no discurso 
de especialistas das Ciências Linguísticas e da Educação, como uma tradução da 
palavra da língua inglesa literacy. Sua tradução se faz na busca de ampliar o 
conceito de alfabetização, chamando a atenção não apenas para o domínio da 
tecnologia do ler e do escrever (codificar e decodificar), mas também para os usos 
dessas habilidades em práticas sociais em que escrever e ler faz-se necessário 
Letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e 
escrever, bem como o resultado da ação de usar essas habilidades em práticas 
sociais, é o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como 
consequência de ter-se apropriado da língua escrita e de ter-se inserido num mundo 
organizado diferente: a cultura escrita. 
Portanto, a palavra letramento teve fundamentos teóricos pela primeira vez no 
livro de Mari Kato: No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística de 1986. 
Passando a aparecer novamente a palavra, em livros de outros autores como o de 
Leda Verdiani Tfouni, o avesso do avesso em 1988, enfatizando o estudo sobre o 
modo de falar e de pensar de adultos analfabetos. Recentemente, a palavra tornou-
se embasamento teórico para as práticas pedagógicas do professor exercidas em 
sala de aula. Muitas vezes distanciadas do termo letramento, que precisa ser 
compreendida e refletida dentro do contexto educacional atual. 
17 
 
 
 
Portanto, embora saibamos que, hoje, letramento é um conceito complexo e de 
muitas faces, ao pensarmos no processo de alfabetização e de ensino - 
aprendizagem da escrita na escola concebemos o letramento como o conjunto de 
práticas de leitura e produção de textos escritos que as pessoasrealizam em nossa 
sociedade, em diferentes situações do cotidiano formais e informais. Permitindo que 
os aprendizes vivam práticas de leitura e de produção textual, nas quais vão 
incorporando aqueles conhecimentos sobre a língua escrita. 
 
2.2 – Espaço escola e os aspectos legais 
 
A escola é obrigatória a todas as crianças e tem papel relevante em sua 
formação para agir na sociedade e para participar ativamente das diferentes esferas 
sociais. Dentre outros direitos, é prioritário o ensino da leitura e escrita, tal como 
previsto no artigo 32 da LDB-Lei de Diretrizes e Bases da Educação 9394/96, que 
estabelece que a educação básica “tem por finalidades desenvolver o educando, 
assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e 
fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores” (LDB 
9394/96, art.22), assim, não se trata de escolher entre alfabetizar e letrar, trata-se de 
alfabetizar letrando, em que não se podem pensar os dois processos como 
sequências; vindo um depois do outro, como se o letramento fosse uma espécie de 
preparação para alfabetização, ou então, como se a alfabetização fosse condição 
indispensável para o início do processo de letramento. 
A partir da promulgação da lei nº 9394. De 20 de dezembro de 1996, a 
educação nacional ordenou-se sobre um novo paradigma. 
A mudança de lei produziu reflexos sobre todos os sistemas educacionais do 
Brasil, que no instante passava por um processo de adequação do seu aspecto 
atual. 
Essa lei tem seu alicerce nos princípios da flexibilidade, autonomia e 
descentralização que delega à escola a possibilidade e responsabilidade de agir 
como protagonista da educação no país além de “elaborar e executar sua proposta 
pedagógica”, colocando a sua disposição uma série de mecanismo inovadores que 
possibilita maior adequação às novas exigências dos tempos. 
A proposta pedagógica é sem dúvida neste cenário educacional vigente o 
principal instrumento de autonomia da escola e deve estar pautado pelo regimento 
18 
 
 
 
escolar o que lhe dará embasamento legal correspondendo a uma vinculação legal 
entre autonomia escolar e projeto político pedagógico, sendo a escola o lócus 
privilegiado de organização do processo aprendizagem. 
Se antes a escola tinha pouca autonomia e necessitava se organizar no 
sentido de elaborar propostas que contemplasse as especificidades da escola. Hoje 
isso não se faz necessário, em razão dos muitos dispositivos legais que amparam a 
escola. 
Essa nova realidade das escolas exige dos profissionais das esferas 
educacionais, uma nova postura e preparo não somente para analisar esses 
aspectos como a orientação, a elaboração e aplicação da estratégia metodológica 
da escola que não se define por uma só. Pois cada unidade de ensino está inserida 
num contexto próprio fazendo necessário desenvolver um modelo que expresse sua 
identidade e seu compromisso com o educando. 
A proposta que se coloca nos primeiros anos do ensino fundamental é 
exatamente o de trabalhar conciliando esses dois processos. Em cumprimento ao 
art. 210 da Constituição Federal de 1988, o Ministério da Educação passou a dar 
maior atenção aos conteúdos mínimos para o ensino fundamental, visando 
assegurar a formação básica comum e o respeito aos valores culturais e artísticos 
nacionais e regionais. Os Parâmetros Curriculares Nacionais/PCN (1997-8) 
Passaram a subsidiar as reflexões e tentativas de reformulações nesse sentido, tais 
discussões se reacenderam acerca das Diretrizes Curriculares Nacionais e assumiu 
relevância e prioridade fazendo com que surgisse um novo olhar sobre a escola e 
sobre os sujeitos do conhecimento, tornando o Currículo, um instrumento de 
formação humana. 
Considerando-se que os alfabetizando vivem numa sociedade letrada, em que a 
língua escrita está presente visualmente nas atividades cotidianas, inevitavelmente 
eles terão contato com textos escritos e formulará hipóteses sobre sua utilidade, seu 
funcionamento. Excluir essa vivência da sala de aula pode possibilitar que os alunos 
desenvolvam concepções erradas, por outro lado, deixar de explorar a relação extra-
escolar dos alunos com a escrita. Significa perder oportunidades de conhecer e 
desenvolver experiências culturais ricas e importantes para sua integração social e o 
exercício pleno da cidadania. 
 
 
19 
 
 
 
2.3 – O letramento como facilitador da leitura e escrita 
 
Alfabetizar letrando é, portanto desenvolver ações significativas de 
aprendizagem sobre a língua, de modo a proporcionar situações onde a criança 
possa interagir com a escrita a partir de usos reais expressos nas diferentes 
situações comunicativas, sendo este possível desde a educação Infantil. Isto implica 
levar para a sala de aula uma diversidade textual que possibilite às crianças 
refletirem sobre a língua que se escreve a norma culta ou padrão. 
Assumir tal responsabilidade significa ensinar de fato a língua escrita, e para 
isto é necessário que os educadores alfabetizem letrando desde a base, começando 
o ensino da língua escrita em diferentes contextos de letramento. 
O processo de alfabetização deve acontecer na perspectiva do letramento, 
sendo este usado para atender as demandas sociais em que não basta somente 
que se aprenda a ler ou escrever, mas faz-se necessário que se saiba utilizar a 
leitura e escrita, de maneira eficaz e competente, compreendendo a função de 
ambas em contextos sociais. 
Neste sentido, Soares (2004) realça as especificidades inerentes aos 
processos educativos de alfabetizar e letrar, evidenciando que ambos são processos 
distintos, porém inseparáveis, considerando que o acesso ao mundo da escrita 
ocorre de maneira simultânea pelos caminhos da alfabetização e do letramento. 
É importante que as crianças interajam com os adultos alfabetizados, com a 
leitura e a produção textual, mesmo antes de estarem alfabetizadas 
convencionalmente crianças cujos pais lêem regularmente e exploram com elas os 
textos narrativos, não só aprendem a ler com mais facilidade como se revelaram 
bons escritores no término de sua trajetória escolar, ler e escrever textos 
significativos, onde o educador possa criar um ambiente letrado, considerando o 
conhecimento prévio, embora pequenas, as crianças levam para a escola o 
conhecimento que advém das suas experiências da vida. 
 
[...] essa introdução ao mundo da escrita não se caracteriza como um 
momento inaugural de entrada em um mundo desconhecido: embora ainda 
“analfabeta”, a criança já tem representações sobre o que é ler e escrever, já 
interage com textos escritos de diferentes gêneros e em diferentes 
portadores, convive com pessoas que lêem e escrevem, participa de 
situações sociais de leitura e de escrita [...] (Soares, 1998, p. 69). 
 
20 
 
 
 
O trabalho com diferentes gêneros textuais na alfabetização é necessário 
para enfocar os dois aspectos da aprendizagem da língua escrita, assim o aluno 
alfabetizado e letrado tem possibilidade de utilizar a escrita nas diferentes situações 
do cotidiano. 
Participar de práticas sociais de leitura e escrita é importante não só para o 
processo de alfabetização, mas também para a apropriação da língua escrita em 
situações reais de uso. Desse modo a alfabetização na perspectiva do letramento 
deve evidenciar a importância do trabalho com os diversos textos, com base nos 
diferentes suportes de leitura. 
É necessária uma proposta pedagógica que dê suporte ao pleno 
desenvolvimento desses aspectos envolvidos na aprendizagem da leitura e da 
escrita desde o início da escolaridade, tendo em vista proporcionar ao aluno as 
formas de utilização da escrita para diferentes finalidades. 
A partir das situações de letramento presentes em seu cotidiano, uma vez que 
os textos apresentam situações comunicativas diferenciadas, é possível o aluno 
compreender que a estrutura e a organização dos textos estãorelacionadas a 
diferentes funções que exercem nas práticas cotidianas da realidade, ou seja, uma 
carta, uma receita culinária, uma bula, um anúncio de jornal, um bilhete, um folheto 
informativo, dentre outros suportes textuais. 
 
[...] além de aperfeiçoar as habilidades já adquiridas de produção de 
diferentes gêneros de textos orais leva à aquisição e ao desenvolvimento das 
habilidades de produção de textos escritos, de diferentes gêneros e veículos 
por meio de diferentes portadores [...] (SOARES, 1998, p.69). 
 
Dessa forma, aprender a ler e escrever envolve a apropriação do sistema 
alfabético e ortográfico e o desenvolvimento das habilidades textuais, ou seja, a 
produção de textos observando os elementos discursivos, conforme a tipologia 
textual, de modo a perceber que cada gênero tem uma forma diferente quanto à 
estrutura e organização. Objetivando atender finalidades de um trabalho pedagógico 
organizado a partir da reflexão em torno desses termos, enquanto processos 
distintos, específicos, porém indissociáveis, que envolvem procedimentos 
diferenciados de ensino, considerando a necessidade e a importância de 
desenvolver a alfabetização num contexto de letramento. 
21 
 
 
 
Cabe ao docente desenvolver neste conceito práticas significativas de 
desenvolvimento para o aluno acerca do funcionamento e utilização desse ensino, 
seu papel é intervir de forma a tornar mais efetiva esta reflexão, através de uma 
profunda imersão dos discentes nas práticas sociais de leitura e escrita, só a partir 
da descoberta do princípio alfabético e das convenções ortográficas formamos um 
leitor e escritor autônomo. 
Com o advento da sociedade do conhecimento, as constantes mudanças no 
campo educacional exigem dos educadores a busca contínua de inovações, visando 
à melhoria e a qualidade de suas práticas pedagógicas, este processo implica a 
reelaborações de conhecimentos, concebendo o professor como um ser que 
interage com o saber, sendo a escola um espaço permanente de produção do 
conhecimento. É preciso, portanto, desenvolver práticas sociais de leitura e escrita, 
a partir de seus diferentes usos e funções requeridos pela sociedade, de modo a 
compreender o letramento enquanto um novo conceito de compreensão acerca da 
função social da escrita. 
Assume desenvolver no processo de apropriação da escrita pela criança, de 
maneira competente situações significativas de aprendizagem, proporcionando a 
possibilidade de transformação da realidade, sobre tudo considerando o direito de 
todos à apropriação da escrita enquanto bem cultural. Desse modo é necessária a 
reflexão em torno das práticas de letramento desenvolvidas no processo de 
alfabetização, pois encontramos a escrita em diferentes ambientes sociais, essa que 
faz parte do nosso dia-a-dia, sobretudo com a chegada da sociedade do 
conhecimento. 
Segundo Weisz, (2000, p.62) “o ensinar a língua escrita em contextos 
letrados, a função do professor é observar a ação das crianças, acolher ou 
problematizar suas produções, intervindo sempre que achar que pode fazer a 
reflexão dos alunos sobre a escrita avançar”. 
As práticas de letramento devem ocorrer de forma reflexiva a partir da 
apresentação de situações problemas, em que, as crianças revelem 
espontaneamente as suas hipóteses e sejam levados a pensar sobre a escrita, 
participar, ler e escrever com função social, utilizar textos significativos, interagir com 
a escrita, utilizar textos reais, que circulam na sociedade, utilizar a leitura e a escrita 
como forma de interação. Em atividades de produção coletiva de textos, o educador 
22 
 
 
 
deve atuar como escriba, propor a reescrita da história pelas crianças, assim é 
possível refletir sobre o que as crianças escrevem e como se escreve. 
Ao ouvir e produzir histórias, como diz Brito (2007, p.36). “à criança vai 
construindo o seu conhecimento da linguagem escrita, que não se limita ao 
conhecimento das marcas gráficas a produzir ou a interpretar, mas envolve gênero, 
estrutura textual, funções, formas e recursos linguísticos. 
O fazer diferenciado da alfabetização na perspectiva do letramento exige do 
professor alfabetizador conhecimentos específicos acerca da natureza da aquisição 
da leitura e da escrita, a fim de que possa compreender a dinâmica do processo de 
aprender pelo aluno com vistas à sistematização do código escrito. 
 As reflexões acerca da alfabetização e do letramento nos revelam a 
necessidade da vinculação dos dois termos na prática pedagógica alfabetizadora de 
modo que o trabalho pedagógico desenvolvido na escola contemple uma proposta 
de “alfabetizar letrando”, onde o ensino e a aprendizagem do código estejam 
associados pelas práticas sociais de utilização da escrita. Contudo, em uma 
sociedade letrada, não basta apenas aprender ler e escrever, é preciso praticar 
socialmente a leitura e a escrita, compreendendo as finalidades entre os diversos 
contextos de letramento. 
Alfabetizar letrando não constitui um novo método de alfabetização, consiste 
na utilização de textos variados no ambiente escolar, melhorando assim a prática 
que antes se resumia unicamente a alfabetizar, sendo essa uma perspectiva 
pedagógica com metodologias relacionadas à aquisição da leitura e da escrita. 
 
2.4 – As diferentes concepções acerca da leitura e escrita 
 
No Brasil, durante décadas predominou a discussão acerca da eficácia dos 
métodos de alfabetização, gerando-se confrontos entre os chamados métodos 
sintéticos e analíticos chegando-se uma combinação de ambos nos chamados 
métodos analíticos sintéticos como o caso da palavração. Para prevenir as 
inevitáveis diferenças individuais na aprendizagem inicial da leitura e escrita e evitar 
os eventuais fracassos que os métodos em si não eram capazes de contornar 
elegeram-se um conjunto de pré-requisitos para uma alfabetização bem sucedida, 
privilegiando-se principalmente uma maturidade dos aspectos perceptuais e motores 
aliada a um domínio da linguagem oral. 
23 
 
 
 
Toda esta tradição está vinculada a uma concepção de alfabetização segundo 
a qual, a aprendizagem inicial da leitura e escrita tinha como foco fazer o aluno 
chegar ao reconhecimento das palavras garantindo-lhe o domínio das 
correspondências fonográficas. No máximo, buscou-se assegurar, de acordo com 
algumas abordagens, que este saber desenvolvesse no universo de palavras que 
fossem significativos para o aluno no seu meio cultural, como nas famosas cartilhas 
regionais. Mais de uma maneira geral, tratava-se de uma visão comportamental da 
aprendizagem que era considerada de natureza cumulativa, baseada na cópia, na 
repetição e no reforço, a grande ênfase era nas associações e na memorização das 
correspondências fonográficas, pois se desconhecia a importância de a criança 
desenvolver a sua compreensão do funcionamento do sistema de escrita alfabética 
e de saber usá-la desde o início em situações reais de comunicações. 
A partir de 1980 a alfabetização escolar no Brasil começou a passar por 
novos questionamentos, porem desta feita o foco das discussões era emergências 
de novas concepções de alfabetização, baseadas em resultados de pesquisa na 
área da psicologia cognitiva e da psicolinguística que apontavam para necessidade 
de se compreender o funcionamento dos sistemas alfabéticos de escrita e de se 
saber utiliza-las em situações reais de comunicações escrita; prevenindo-se desde o 
início da alfabetização o chamado analfabetismo funcional. 
Com a divulgação das pesquisas sobre a psicogêneses da língua e escrita ( 
Ferreiro e Teberosck 1986) o enfoque construtiva tornou-se, sem dúvida um dos 
mais influentes na elaboração de novas proposta de alfabetização, pois além de 
revelar a evolução conceitual porque passam as crianças até compreenderem como 
funciona o nosso sistema de escrita, incorporou a ideia defendida por Goodmann 
(1967) e Smith (1971) de que ler e escrever sãoatividades comunicativas e que 
devem, portanto, ocorrer através de textos reais onde o leitor ou escritor lança mão 
de seus conhecimentos da língua por se tratar de uma estrutura entregada, na qual 
os aspectos sintáticos, semânticos e fonológicos interage para que se possa atribuir 
significados ao que está graficamente representado nos textos escritos. 
A importância das práticas sociais de leitura e escrita também tiveram um 
suporte dos estudos no âmbito da linguística, da sociolinguística e psicolinguística 
enfatizaram as diferenças entre as modalidades língua oral e língua escrita e 
demonstraram como muitas crianças se apropriavam da linguagem escrita através 
dos contatos com diferentes gêneros textuais, explorando através de suas 
24 
 
 
 
interações com adultos alfabetizados a leitura e a produção de textos, mesmo antes 
de estarem alfabetizados de forma convencional em quanto que outras, apesar de 
alfabetizadas apresentavam uma ausência de domínio da linguagem utilizada nas 
formas escritas de comunicação (Kato 1987). 
Quanto à produção de textos, dizem os parâmetros curriculares de língua 
portuguesa: 
 
O trabalho com produção de textos tem como finalidade formar escritores 
competentes capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes [...] 
um escritor competente é alguém que ao produzir um discurso, 
conhecendo possibilidades que estão postas culturalmente, sabe 
selecionar o gênero no qual seu discurso se realizará escolhendo aquele 
que for apropriado aos seus objetivos e a circunstância enunciativa em 
questão (PCN, 1997, p.65) 
 
Esta foi à proposta que se incorporou aos Parâmetros Curriculares nacionais 
para o ensino fundamental e aos referenciais curriculares para educação infantil, que 
defendo uma alfabetização contextualizada e significativa através da transposição 
didática das práticas sociais de leitura e da escrita para a sala de aula e considera a 
descoberta do princípio alfabético como uma consequência da exposição aos usos 
da leitura e da escrita que deve ocorrer de uma forma reflexível a partir da 
apresentação de situações problema nas quais os alunos revelem espontaneamente 
as suas hipóteses que sejam levados a pensar sobre a escrita, cabendo ao 
professor o papel de intervir de forma a tornar mais efetiva esta reflexão. 
 
2.5 – Algumas considerações sobre as dificuldades na aquisição da leitura e 
da escrita nos anos iniciais do ensino fundamental 
 
Na atualidade é comum nos depararmos com antigos problemas educacionais 
no Brasil referente à leitura. Um dos mais acentuados é a dificuldade do processo da 
leitura nas séries iniciais do ensino fundamental. É também um tema que aguça a 
curiosidade dos profissionais dessa área. Seja como for, na perspectiva de conhecer 
e compreender, quais as reais dificuldades dos alunos. Os educadores buscam o 
melhor para que eles construam a sua escrita e a sua leitura sem perder seus 
valores. Assim também durante o processo da escolarização da criança devem estar 
presentes tanto atividades de introdução da criança ao sistema alfabético e suas 
25 
 
 
 
convenções na alfabetização quanto às práticas de uso social da leitura, escrita e 
letramento. 
Muitas crianças aprendem a ler e escrever e não encontrarão nenhuma 
dificuldade, e outras necessitarão de alguma ajuda especial para conseguir sucesso 
na mesma atividade. O fracasso escolar nas primeiras séries do ensino fundamental 
tem sido estudado pelos mais diversos profissionais preocupados com a escola, na 
busca de se explicitar os fatores que interferem no sucesso escolar e melhorar o 
ensino público no Brasil. As pesquisas se apoiaram em fatores sociais, culturais, 
econômicos, cognitivos emocionais, institucionais ou orgânicas para explicar o 
fracasso escolar. A concepção de educação com que trabalhamos se refere não 
apenas ao ato de ensinar, mas a uma ação que visa à formação do homem, na sua 
totalidade, ou ainda, como Gramsci propõe, formação unitária (GRAMSCI, 2006). 
Por meio da educação, esperamos que o indivíduo possa ser plenamente livre, no 
sentido de ser capaz de fazer suas próprias escolhas conscientemente; que seja 
sujeito, exercendo a condição de autor, acenando para a possibilidade de ter 
condições de lutar por uma sociedade diferente daquela atrelada ao modo de 
produção capitalista que, ao contrário, aliena o homem, tirando-lhe a possibilidade 
de ser sujeito. 
Não existe uma definição comum sobre o que vem a ser uma dificuldade, 
como e porque ela se manifesta. As dificuldades de aprendizagem formam um grupo 
heterogêneo e é difícil defini-las, mas uma das manifestações mais evidentes de 
dificuldade de aprendizagem é o baixo rendimento, o que não necessariamente 
indica que a criança tenha dificuldade de linguagem, raciocínio lógico percepção, 
atenção e afetividade. 
Perrenoud (2000, p.18), nos alerta sobre a generalização do fracasso escolar 
que, geralmente o descreve como simples consequência de dificuldades de 
aprendizagem com expressão de conhecimentos e de competências. O fracasso 
escolar vai além desta visão simplista, o autor chama a atenção para as 
arbitrariedades da escolar, dentre as quais que rotulam os alunos como aqueles que 
têm êxito daqueles que não o têm, ou seja, a escola tem uma parcela de 
responsabilidade sobre o fracasso, uma vez que, exige dos seus alunos que 
aprendam ao mesmo tempo os mesmos conteúdos, sem levar em consideração as 
peculiaridades e ritmo de cada um. 
26 
 
 
 
Segundo Correia (2005), a paciência, o apoio e o encorajamento prestado 
pelo professor serão com certeza os impulsionadores do sucesso escolar do aluno, 
abrindo-lhe novas perspectivas para o futuro. E comungando neste objetivo, sem 
dúvida o letramento se encontra como fator imprescindível, ajudando o professor, 
logo, a escola a mediar o saber da escola com o saber voltado para a sociedade. 
 Desta forma, o espaço escolar deveria levar em conta as dificuldades de 
aprendizagem, não como pontos negativos, mas como desafios a serem 
enfrentados, e ao se trabalhar essas dificuldades, trabalhar-se-ia respectivamente as 
dificuldades existentes no cotidiano do aluno, dando oportunidade do mesmo de ser 
independente, agir e interagir com o mundo ao seu redor. 
Outro fator, fazendo referência as dificuldades linguísticas, que não se pode 
esquecer é a importância do papel do professor e da família no processo de 
aprendizagem da criança. Como uma boa base educacional e familiar até as 
crianças com problemas mais sérios, como as disléxicas, que apresentam 
dificuldade de leitura e escrita podendo afetar também a percepção dos sons da fala 
e se manifesta inicialmente durante a fase de alfabetização podem superar suas 
dificuldades e terem grandes avanços no meio escolar. 
 Outro motivo pelo qual uma criança pode apresentar dificuldades na 
aprendizagem da escrita e o fato de que as letras são bastante semelhantes. Outro 
motivo bem forte é o som que as letras produzem, pois o educando supõe que uma 
letra sempre terá o mesmo som. Os graus de dificuldades de complexidade na 
constituição da silaba, é outra dificuldade que deve ser considerada na seleção das 
palavras – chave. Utilizar uma palavra com letra e silaba que permitem formar o 
maior número de palavras diferentes, proporcionará uma maior produtividade na 
aprendizagem do indivíduo. 
Segundo essa prática Kleiman (2000, p. 24) afirma que: 
 
A prática de sala de aula, não apenas da aula de leitura, não propicia a 
interação entre professor e aluno. Em vez de um discurso que é construído 
conjuntamente por professores e alunos, temos primeiro uma leitura 
silenciosa ou em voz alta do texto, e depois, uma série de pontos a serem 
discutidos, por meio de perguntas sobre o texto, que não leva em conta se o 
aluno de fato o compreendeu. Trata-se, na maioria dos casos, de um 
monólogo do professor para os alunos escutarem. Nesse monólogo o 
professor tipicamentetransmite para os alunos uma versão, que passa ser a 
versão autorizada do texto. 
 
27 
 
 
 
É importante não deixar todas as dificuldades se acumularem no final de um 
processo, e sim graduar as dificuldades de forma a facilitar a fase do processo. 
Assim como se refere Oliveira (1992, p.37), o “individuo humano interage 
simultaneamente com o mundo real em que vive e com as formas e organização 
desse real dados pela cultura”. Essas formas culturalmente dadas serão ao longo do 
processo de desenvolvimento internalizadas pelo indivíduo e se constituirão no 
material simbólico que fará a mediação entre sujeito e o objeto do conhecimento. 
É importante proporcionar atividades que envolvam, simultaneamente, 
aprendizagens na direção da alfabetização e do letramento, porque requerem 
habilidade motora, perspectiva e cognitiva no traçado das letras e na disposição do 
escrito no papel, convidam à reflexão sobre o sistema de escrita e suscitam 
questões sobre a grafia das palavras, ao mesmo tempo em que dão oportunidade às 
crianças de vivenciarem importantes funções da escrita de lerem fluentemente e 
acima de tudo compreenderem o que lêem e fazerem uso dessa leitura, nas suas 
experiências cotidianas dentro e fora do espaço escolar. 
 
2.6 – O letramento como facilitador no processo ensino aprendizagem 
 
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais/ PCN (1997-8) Letramento é 
entendido enquanto produto da participação em práticas sociais que usam a escrita 
como sistema simbólico e tecnologia. São práticas discursivas que precisam da 
escrita para torná-las significativas, ainda que às vezes não evolvam as atividades 
especificas de ler ou escrever dessa concepção decorre o entendimento de que, nas 
sociedades urbanas modernas, não existe grau zero de letramento, pois nelas é 
impossível não participar, de alguma forma, de algumas dessas práticas. 
Para ensinar os usos e as formas da língua é necessário, sempre que 
possível, fazê-lo em situações comunicativas, isso significa ter como unidade de 
ensino, a unidade funcional da língua: O texto significa também trazer para dentro da 
escola a diversidade textual que existe fora do contexto escolar, abrindo assim, para 
nossos alunos, as portas do mundo letrado. A linguagem é assim chamada devida 
os desdobramentos que os indivíduos estabeleceram com ela e com seu meio 
social. É através do letramento que é possível diminuir as possibilidades de 
isolamento social e dominação que todos estamos sujeitos afirmando que, é 
impossível se educar apenas com as metodologias que são utilizadas na 
28 
 
 
 
alfabetização sem o letramento as instituições escolares formarão indivíduos menos 
críticos para com a realidade, a sociedade e as condições de vida de seu contexto. 
Segundo Freitas (2004), várias pesquisas comprovam a correlação entre 
consciência fonológica e processo na aprendizagem da leitura e escrita. Para o autor 
a “consciência fonológica é um vasto conjunto de habilidades que nos permitem 
refletir sobre as partes sonoras das palavras” (FREITAS, 2005). Portanto, jogos 
voltados para o desenvolvimento dessa consciência, se realizados sistematicamente 
na alfabetização dos alunos criam condições necessárias para apropriação do 
sistema alfabético. A leitura frequente de histórias para crianças é sem dúvida a 
principal atividade de letramento nas series iniciais conduzindo a criança desde a 
infância a conhecimentos e habilidades fundamentais para sua plena inserção no 
mundo da escrita. 
Entende-se que a alfabetização e letramento sejam em qualquer área da 
educação são processos que devem caminhar juntos. Porém, é necessário distinguir 
os termos alfabetizado e letrado. Alfabetizado é aquele aluno que conhece o código 
escrito, sabe lê e escrever e letramento é o que se designa a ação educativa de 
desenvolver o uso de suas práticas sociais em contextos reais do cotidiano, é um 
processo amplo que torna o indivíduo capaz de utilizar a escrita em diversas 
situações. 
Alfabetizar na proposta de letramento ou letrar alfabetizando pela integração e 
pela articulação das várias fases do processo de aprendizagem inicial da língua é 
sem dúvida o caminho para superação dos problemas que estamos enfrentando 
nesta etapa da escolarização; novos caminhos poderão ser feitos, na tentativa de 
voltar a privilegiar esta ou aquela faceta como se fez no passado, como se faz hoje, 
sempre resultando no reiterado esforço coletivo em superar o fracasso da escola 
brasileira em dar às crianças acesso efetivo ao mundo da escrita” 
 
 
2.7 – Reflexões do ensino sobre a prática pedagógica 
 
O grande desafio do educador na atualidade nas diferentes áreas do ensino e a 
reflexão continua e dialógica das suas práticas pedagógicas, e a disposição ao 
enfrentamento dos conflitos ideológicos internos e externos presentes nas práticas 
29 
 
 
 
dos processos educativos. A ação critica reflexiva concebe ao profissional 
educacional colocar-se como agente de todo o processo de construção humana. 
Perrenoud (2002), como afirma que a reflexão que permeia a concepção do 
professor reflexivo, é uma reflexão permanente e continua que permite ao professor 
por ele envolvido, compreender as ações por ele desenvolvidas, analisá-las e caso 
seja necessário, reconstruí-las. 
A prática pedagógica reflexiva tem sido evidenciada como de extrema 
importância na constituição do ser professor advinda de todo processo formativo 
onde o saber é necessário e indispensável frente aos novos desafios sócios 
educativos que se apresenta no contexto social, bem como o de se consolidar como 
profissional reflexivo frente às dificuldades e aos obstáculos do cotidiano escolar, em 
que a base de sua prática é a sala de aula. 
De acordo com a lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, nos 
termos do inciso II, artigo 67). Cita o direito do aperfeiçoamento continuado. 
Esta lei garante e assegura ao profissional da área de ensino o direito a 
formação continuada e a sua qualificação, favorecendo uma reflexão e um fazer 
conjuntos dos atores, sobre as realidades diversas das escolas brasileiras, que 
atendam às diversidades. 
A terminologia “desafio” dentro do contexto de ensino remete-nos a busca e a 
superação de limites previamente impostos e que precisam ser superados, exigindo 
um grande esforço e ações educativas que atendam às exigências de um mundo 
contemporâneo, objetivando potencializar os saberes docentes e discentes, 
assumindo que nos primeiros anos do ensino fundamental a tarefa básica é ampliar. 
Segundo o dicionário Aurélio, desafio vem do verbo desafiar, e significa: 1- 
Ação ou efeito de desafiar; convocação para todo tipo de jogo, competição, disputas 
etc. 2- Ato de instigar alguém para que realize alguma coisa, normalmente, além de 
suas competências ou habilidades. 3- ocasião ou grande obstáculo que deve ser 
ultrapassado. 
Literatura. Disputa ou modalidade poética em que o cantador ou poeta propõe 
uma competição entre ele mesmo e um oponente, ou entre outros indivíduos. 
Música. Disputa poética travada entre dois cantadores, sob forma de um diálogo 
cantado. 
 
30 
 
 
 
O desafio é (...) formar leitores que saberão escolher o material escrito 
adequado para buscar a solução de problemas que devem enfrentar e não 
alunos capazes apenas de oralizar um texto selecionado por (...). O desafio 
é conseguir que os alunos cheguem a ser produtores de língua escrita, 
conscientes de pertinência e da importância de emitir certo tipo de 
mensagem em determinado tipo de situação social, em vez de se treinar 
unicamente como copista que reproduzem-se um propósito próprio- escrito 
por outros, como receptores de ditados cuja finalidade- também estranha- 
se reduz à avaliação por parte do professor. (...) O desafio é conseguir que 
a escrita deixe de ser na escola somente um objeto de avaliação, para se 
constituir realmente num objeto de ensino (...) chegara leitores e produtores 
de textos competentes e autônomos (LERNER, 2002, P.27.29). 
 
O universo de referenciais culturais das crianças deverá contribuir para 
ampliar e aprofundar suas práticas de letramento, com base nas definições 
registradas na proposta curricular, no processo político - pedagógico e no 
planejamento didático da escola. 
No contexto educacional apalavra desafio ganha outras conotações, 
sobretudo ao falarmos do processo de alfabetização, que é o período mais 
importante da formação escolar de uma pessoa, tendo insucesso o aluno desiste, 
deixando-se vencer, engrossando as estatísticas que mostram o péssimo resultado 
das escolas públicas brasileiras. Porém a escola, muitas vezes, não atribui o valor 
que ela merece, ensinando mecanicamente a decodificação do código linguístico, 
sem desenvolver nos alunos, as estruturas cognitivas indispensáveis para a leitura e 
a escrita. 
Lerner (2006) as capacidades que o aluno precisa ter para se alfabetizar, 
vencer os desafios instigados pela escola, sendo eles: compreender a ideia de 
símbolo; discriminar as formas das letras; discriminar os sons da fala; ter a 
consciência da unidade palavra e a organização da página escrita. 
Dentro dessa visão, a alfabetização é, sem dúvida, um das prioridades no 
contexto educacional atual, pois o professor neste processo tem a função de auxiliar 
na formação para o bom exercício da cidadania. Para exercer sua função de forma 
plena e superando desafios, é preciso ter clareza do que ensina e como ensinar. 
Para isso, não basta produzir métodos que objetivem apenas o domínio de um 
código linguístico. É preciso ter clareza sobre qual concepção de alfabetização este 
subjacente à sua prática. Refletir, estruturar e melhora a ação docente é, portanto, o 
principal objetivo em sua construção enquanto mediador do conhecimento. 
31 
 
 
 
Nesse sentido, na tentativa de resgatar as especificidades de cada conceito e 
acreditando ser um encontro possível e necessário, fica expresso um desafio para 
todos os educadores; o de alfabetizar por meio do letramento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
3 – METODOLOGIA 
 
3.1 – Tipo de pesquisa 
 
A investigação foi realizada na escola estadual “Antônio Alves Ramos” através 
de um estudo de campo de abordagem qualitativa exploratória. Segundo Teixeira 
(2008), a pesquisa qualitativa ou interpretativa busca diminuir a distância entre a 
teoria e os dados coletados, entre o contexto e a ação compreendendo os 
fenômenos feitos pela sua descrição e interpretação, faremos uso ainda de pesquisa 
experimental, bibliográfica e texto descritivo analítico 
Serão coletadas informações referentes às dificuldades para a compreensão 
da leitura e escrita que os alunos encontram no 3º ano do ensino fundamental, que 
poderão ajudar teoricamente os educadores a subsidiar sua prática pedagógica, 
compreendendo o letramento como facilitador para leitura com conhecimento 
contextualizado no processo de aprendizagem dos alunos, do ensino e das práticas 
educativas desenvolvidas no contexto escolar. Para obtenção dos resultados foram 
aplicados questionários com perguntas abertas e fechadas direcionadas a 02 
técnicos pedagógicos e 10 professores, em reunião no interior da escola. Pois, 
compreendemos que o ato de educar não se restringe somente a sala de aula. 
Entendemos por metodologia as formas e etapas de condução de uma 
pesquisa assim: 
 
A metodologia engloba todos os passos realizados para a construção do 
trabalho científico, que vai desde a escolha do procedimento para obtenção 
de dados, perpassa a identificação do(s), matérias, instrumentos de 
pesquisa e definição de amostra/universo, até a categorização e análise dos 
dados coletados (OLIVEIRA, 2000, p.51) 
 
Será, portanto abordado as obras de metodologia científica dos autores, 
(1995) Lakatos (2001), Severino (2002), Fonseca (2002), Santos (2005) e Teixeira 
(2008). 
Para dar conta dos objetivos propostos, no que consiste na discussão sobre 
letramento, foram consideradas as posições e discussões de alguns autores como 
Emília Ferreiro, Ana Teberosky (1986), Angela Kleiman (2000), Cagliari (1989), Leda 
V.Tfouni (1995), Paulo Freire (1998), Magda Soares (1998), De Lemos (1988), além 
de artigos da LDB onde se obteve embasamento teórico sobre o tema estudado. 
33 
 
 
 
Tendo como fonte também a pesquisa em livros, revista, artigos científicos e 
documentos eletrônicos que fornecerão bases teóricas para fundamentação do 
trabalho. 
A pesquisa foi constituída de duas etapas com pesquisa bibliográfica que 
servirá para se saber em que estado se encontra atualmente o problema, que 
trabalhos já foram realizados a respeito e quais são as opiniões pertinentes sobre o 
assunto, permitindo que se estabeleça o modelo teórico e inicial de referência, da 
mesma forma que auxiliará na elaboração do plano geral da pesquisa e de campo 
utilizada com objetivo de conseguir informações ou conhecimentos acerca de que 
dificuldades para a compreensão da leitura os alunos encontram no 3° ano 
fundamental, para o qual se procura uma resposta, ou uma hipótese, que se queira 
comprovar, além de descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles. 
 
3.2 – Instrumentos de pesquisa 
 
A pesquisa sobre alfabetização e letramento teve os seguintes procedimentos 
adotados, sendo eles: 
Primeiro: contato e observação da escola, contato com os professores e 
técnicos Pedagógicos das turmas de 3º ano do ensino fundamental e uma conversa 
com os mesmos sobre o objetivo da pesquisa, levantando a hipótese dos mesmos 
participar da pesquisa. 
Segundo: entrega dos questionários 1, 2 e 3; o primeiro contendo nove 
perguntas e é comum aos sujeitos da pesquisa (professores e técnico pedagógico) e 
se limita aos aspectos de caráter socioeconômico. Já o segundo questionário, que 
possui 12 perguntas, contém indagações destinadas aos técnicos pedagógicos. O 
terceiro questionário, com 10 questões, foi dirigido aos docentes e, tanto o 
questionários 2 e 3 mesmo sobre ângulos de vista diferenciados, procuram elucidar 
questões relacionadas ao letramento, leitura e escrita no âmbito escolar. 
Terceiro: coleta dos questionários individuais. 
Quarto: análise dos dados. 
 
3.2.1 – Questionários individuais 
A constituição deste instrumento segundo Gil (1999) consiste basicamente em 
traduzir os objetivos da pesquisa em questões específicas. As respostas a essas 
34 
 
 
 
questões irão proporcionar dados para testar hipóteses ou esclarecer o problema da 
pesquisa. 
O questionário segundo autor supracitado (1999, p.128), pode ser definido: 
 
Como a técnica de investigação composta por um número mais ou menos 
elevado de questões apresentadas por escrito às pessoas, tendo por 
objetivo o conhecimento de opiniões, crenças, sentimentos, interesses, 
expectativas, situações vivenciadas etc. 
 
Assim, o questionário é uma técnica que servirá para coletar as informações do 
espaço escolar, que serão basilares na construção desta pesquisa acerca do 
letramento enquanto facilitador da leitura e escrita. 
Quanto à disposição, os questionários são classificados de acordo com tipo de 
pergunta, podendo ser de perguntas abertas e perguntas fechadas, que corresponde 
respectivamente aos questionários abertos e fechados. 
As perguntas abertas são aquelas que permitem liberdade ilimitada de 
respostas ao informante. Nelas poderão ser utilizadas linguagem própria do 
respondente. 
Já as perguntas fechadas trarão alternativas específicas para que o informante 
escolha uma delas. Elas poderão ser de múltipla escolha ou apenas dicotômicas 
(trazendo apenas duas opções, a exemplo de: sim ou não; favorável ou contrário). 
Para este estudo optou-se pela utilização dois tipos de questionário – aberto e 
fechado – para obter vários ângulos do objeto pesquisado. 
A entrega dos questionários ocorreuapós a observação prévia dos espaços da 
escola de ensino fundamental. As perguntas da pesquisa tiveram o intuito de traçar 
um perfil dos participantes e ao mesmo tempo verificar os conhecimentos dos 
colaboradores sobre o objeto deste estudo, o letramento. 
Os questionários foram entregues na escola pesquisada aos participantes e 
recolhidos após uma semana, tanto a entrega quanto à coleta dos questionários 
acontecem de maneira distinta, pois a agenda de trabalho dos colaboradores era 
diferenciada e em respeito ao tempo de cada um, só nos deslocávamos para o 
encontro deles depois de um contato combinado antecipadamente. 
É relevante informar que no ano de 2015, a organização da escola foi peculiar. 
Pois cada professor que assumiu uma turma no turno da manhã, ficou encarregado 
de assumir a mesma turma no turno da tarde, desta forma o total de professores se 
35 
 
 
 
restringiu para 05, ficando a pesquisa com um universo de pesquisa menor. É 
importante ressaltar que a técnica pedagógica do turno da tarde e na pesquisa 
informada como T2, se recusou a fornecer as informações necessárias para os 
dados da pesquisa, sendo coletadas informações somente da técnica do turno da 
manhã T1. Sendo considerado também, importante entrevistar todos os docentes, 
haja, vista que todos fazem alternância com a série em que trabalham tendo 
experiência com turmas de 3° ano. 
A elaboração das perguntas fechadas envolve questões relacionadas à 
escolaridade, idade, sexo, situação funcional, tempo de serviço, etc. No que dizem 
respeito à elaboração das perguntas abertas feitas aos técnicos pedagógicos e 
professores, as mesmas contemplavam com olhares diferentes (o olhar técnico e o 
olhar docente) quatro eixos norteadores: 1) concepções de aquisição da leitura e 
escrita no 3° ano do ensino fundamental; 2) dificuldades de compreensão da leitura 
que os alunos do3º ano do ensino fundamental apresentam; 3) Medidas tomadas 
pelo professor/técnico pedagógico para amenizar as dificuldades dos alunos na 
aquisição da leitura e 4) o letramento como um facilitador para a leitura com 
conhecimento no processo da aprendizagem. 
Para tanto, utilizamos também como procedimento de análise a leitura 
flutuante, que consiste estabelecer contato direto com os documentos a serem 
analisados e em conhecer o texto deixando-se invadir por impressões e orientações 
(BARDIN, 2012, p. 96-101). Deste modo, fez-se a leitura flutuante dos questionários 
respondidos com o objetivo de conhecer o discurso de cada indivíduo e permitir o 
surgimento de impressões e orientações sobre a temática aqui levantada. 
 
 
3.3 Lócus da pesquisa 
 
Os habitantes do município de Igarapé- Açu atendem pelo gentílico de 
igarapé açuense, devido à palavra de origem tupi guarani que significa “igarapé-
grande” ou “caminhos das canoas”. Na história lendária da Amazônia existe outra 
definição para o nome que é “caminho do senhor” ou “senhora das águas” que quer 
dizer: açú: grande. 
O nome de Igarapé-Açu é derivado do subafluente do Rio Marapanim, o que 
lhe deu o nome. O mesmo fica localizado as margens da extinta estrada de ferro de 
36 
 
 
 
Bragança, pertence à mesorregião do Nordeste paraense, onde se localiza a 110 km 
da capital do estado. Possui uma área de 800, 3 km e limita-se com os seguintes 
municípios: Ao Norte, Maracanã e Marapanim; ao Leste, Nova Timboteua; ao Sul, 
Santa Maria do Pará e ao Oeste, Castanhal. 
 
 
Imagem 1 - localização de Igarapé-Açu 
 
Fonte:google 
 
Segundo Freitas (2005), a cidade de Igarapé-Açu/ PA, foi criada pelo decreto-
lei de n° 985 de 26 de outubro de 1906, em 5 de novembro de 1903, com a criação 
do povoado, formado pelas terras da antiga colônia do Jambu-Açu. Sendo assim em 
26 de outubro de 1906 o Excelentíssimo senhor governador do estado do Pará, Dr. 
Augusto Monte Negro assina a referida lei extinguindo o município de Santarém 
Novo e ao mesmo tempo cria-se o município de Igarapé-Açu. De acordo com o 
senso de 2010, a população do município é de 35.887 habitantes, sendo 18.115 do 
sexo masculino e 17.770 do sexo feminino distribuído na zona urbana e rural. Junto 
com sua criação originou-se as vilas de Porto Seguro, São Luiz, São Jorge e Colônia 
de Santo Antônio do Prata. 
 
 
37 
 
 
 
Imagem 2 – Vila São Jorge do Jabuti 
 
Fonte: arquivo pessoal, 2015. 
 
Dentre as cinco (5) maiores vilas do município, a nossa pesquisa de campo 
se realizou na vila São Jorge do Jabuti, localizada a 18 km da sede do município. A 
vila São Jorge recebeu esse nome devido uma imagem de São Jorge encontrada no 
casco de um jabuti queimado na época do desmatamento encontrado pelos 
colonizadores. Não existe registro oficial que comprovem o ano da fundação da vila. 
Os registros existentes são as fontes orais, obtidas através de relatos de antigos 
moradores. 
A escola encontra-se localizada em uma pequena comunidade rural, com 
aproximadamente 2.500 habitantes, onde a maioria dos empregos formais são 
públicos (Estado e Prefeitura), as demais pessoas trabalham com agricultura ou 
algum tipo de comércio, tendo assim, uma economia basicamente centrada na 
agricultura familiar, tendo a mandioca como a principal cultura agrícola cultivada. 
Na cultura local um dos principais atrativos é a praça e a igreja que são 
símbolos culturais da vila. Além dos igarapés bastantes frequentado durante os 
finais de semanas, tem as festividades religiosas e as tradicionais festas realizadas 
anualmente como a “festa dos coroas” que já acontece a mais de 20 anos atraindo 
pessoas das comunidades locais, vizinhas e de várias partes dos estados. 
 
3.4 – Caracterização da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio 
“Antônio Alves Ramos” 
 
38 
 
 
 
Imagem 3 – Escola Est. de Ens. Fund. e Médio “Antônio Alves Ramos” 
 
Fonte: arquivo pessoal, 2015. 
 
A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Antônio Alves Ramos”, 
está localizada na vila São Jorge km 18, rua sete de setembro s/n zona rural, cep: 
68.725000. A mesma foi fundada em 1968 pelo atual prefeito da época lmº Sr Lauro 
Ramos com o intuito de atender as necessidades dos alunos da pequena 
comunidade. A escola começou a funcionar desde a primeira escolinha com apenas 
duas (02) salas de aula até os dias atuais, muitas coisas mudaram. 
A escola conheceu inúmeras dificuldades durante seu processo de 
organização, mas graças à obstinação da comunidade, o espírito dinâmico e a 
capacidade de enfrentar as adversidades construíram a escola de hoje. 
No dia, 11 de novembro de 1988, a escola foi transferida para o atual prédio 
que foi construído na gestão de Gidalte Alves de Almeida pela Prefeitura Municipal 
de Igarapé-Açu, onde hoje conta com uma estrutura em alvenaria, com sete (07) 
salas de aulas, uma (01) sala de professores, uma (01) secretaria, uma (01) copa, 
uma (01) área coberta, três (03) banheiros masculino e três (03) femininos, um (01) 
banheiro para funcionários, um (01) banheiro acessível, um (01) deposito e um (01) 
arquivo. 
A escola atualmente tem a missão dentro do projeto político pedagógico de 
“Servir com excelência e responsabilidade, por meio da educação, formando 
39 
 
 
 
cidadãos éticos, incluídos, solidários e competentes”. Observando os padrões éticos, 
dando exemplo de solidez, moral honestidade e integridade, exercendo assim a 
cidadania e contribuindo por meio da educação, para o desenvolvimento da 
sociedade e respeito ao meio ambiente, valorizando o trabalho em equipe 
estimulando a aprendizagem com respeito e democracia. 
Neste ano de 2015, apesar das dificuldades a escola encontra-se em 
funcionamento em três (03) turnos. Com 317 alunos no ensino fundamental e 50 no 
ensino médio (SOME). O quadro funcional possui vinte (20) funcionários, 
distribuídos da seguinte forma (01) diretor, (01) secretário, (01) auxiliar de secretaria, 
(17) professores, (02) vigias, (03) serventes, (03) merendeiras etécnicas em 
educação. 
A escola envolve em suas atividades pedagógicas todas as categorias que 
compõem a comunidade escolar: direção, técnicos em educação, professores, 
pessoal de apoio, alunos, pais, responsáveis e demais membros da comunidade 
local. 
A mesma é mantida pelo governo estadual, através da secretária estadual de 
educação (SEDUC), pela prefeitura municipal através da secretária municipal de 
educação (SEMEC) que fornece alguns recursos como a merenda escolar, 
destinada aos alunos. A escola conta ainda, com a ajuda do governo federal (MEC), 
que fornece recursos por meio do programa PDDE, (Programa Dinheiro Direto na 
Escola) Mais educação e Acessibilidade, que são aplicados diretamente na escola 
visando a melhoria na adequação do espaço físico e a qualidade do ensino. 
Para concretização da pesquisa de campo foram aplicados aos docentes no 
interior da escola, questionários com perguntas abertas e fechadas direcionadas a 
05 professores. Sendo dois do turno da manhã e dois tarde, e serão identificados da 
seguinte forma: professores do PA, P B, P C, P D e P E. Os técnicos pedagógicos 
serão T. 1 e T. 2. As perguntas serão claras e pertinentes onde serão consideradas 
de forma ética as informações de cada entrevistado para obtenção dos dados. 
 
 
 
 
 
40 
 
 
 
4 – ANÁLISE DOS DADOS 
 
A pesquisa em questão visa em avanços significativos no que se refere à 
alfabetização das crianças atendidas na Escola Estadual “Antônio Alves Ramos”. 
Ampliando a visão dos docentes de como ensinar através do letramento, buscando 
melhorar e garantir a qualidade do ensino nessa pequena comunidade escolar, 
analisando as diferentes concepções que se tem acerca da aquisição da leitura e 
escrita no 3º ano do ensino fundamental, investigando que dificuldades para 
compreensão da leitura os alunos encontram, compreendendo o letramento como 
um facilitador para a leitura com conhecimento no processo da aprendizagem e 
refletindo sobre o ensino e as práticas educativas no contexto escolar. 
Deste modo, para que os alunos aperfeiçoem a leitura e escrita, é importante 
que o professor desenvolva um trabalho pautado em atividades que favoreçam o 
letramento, pois, através dele é possível trabalhar tanto a escrita quanto a leitura, 
bem como possibilitará aos educandos saber utilizar a leitura e escrita nas mais 
diversas situações comunicativas dentro e fora da escola. 
Para tanto, este estudo propõe-se a investigar tais fatos através de 
questionários que vislumbram desvelar um pouco do universo do cotidiano escolar, 
sobretudo a presença ou não do letramento nas aulas do 3º ano do ensino 
fundamental. 
 
4.1 – Sobre o perfil socioeconômico dos professores e técnicos pedagógicos 
 
O principal aspecto observado foi o socioeconômico. Este aspecto contribuiu 
para surgimento vários fenômenos, mas para este estudo fizemos o recorte de três 
categorias, instrução, situação funcional e tempo de serviço dos professores 
pesquisados, buscando com essas variantes compreender o estudo do letramento 
em sala de aula. 
Deste modo, este questionário serviu de norte para observarmos aspectos 
relevantes do universo dos entrevistados, tais como: formação profissional, vínculo 
empregatício, idade e sexo. 
Antes de procedermos com esta descrição, em virtude da garantia do 
anonimato aos participantes desta pesquisa, reiteramos que atribuiremos aos 
41 
 
 
 
mesmos códigos, representando-os como: Participante A; Participante B; 
Participante C, Participante D e Participante E aos professores, e, T1 para a 
Técnica. 
 
QUADRO 1 – Socioeconômico dos Professores e Técnicos: 
Sujeito Sexo Tempo de 
atuação 
docente 
Nível Regime Procedência 
acadêmica 
PA Feminino 6 a 10 anos Ens. Fundamental - Estadual Privada 
PB Feminino 20 a30 anos Ens. Fund. e 
Médio 
- Estadual Privada 
PC Feminino 06 a 10 anos Ens. Fundamental - Estadual Privada 
PD Feminino 20 a30 anos Ens. Fundamental - Estadual Privada 
PE Masculino 01 a o5 anos Ens. Fund. e 
médio 
- Estadual Publica 
T1 Feminino 20 a 30 anos Ens. Fundamental - Estadual Publica 
Fonte: elaborado pelas autoras com base nos resultados da pesquisa de campo (2015). 
 
No quesito de instrução educacional, todos os participantes possuem 
Licenciatura Plena em Pedagogia, a única diferença é a procedência, a Participante 
A, Participante B, Participante C, e a participante D são oriundos de universidades 
privadas de ensino, apenas o Participante E, e a técnica pedagógica advém do 
sistema público de ensino. 
No que dizem respeito à situação funcional, todos os professores fazem parte 
da rede estadual de ensino, sendo que 3, encontram-se na condição de contrato 2, 
tem vínculo efetivo. E a Técnica Pedagógica é concursada. 
A média de idade dos colaboradores é de 30 a 50 anos. O tempo de serviço é 
satisfatória, cerca de 10 anos de exercício de docência, o que evidenciaria uma boa 
vivência em sala de aula, com o trato da alfabetização, o que se mostrou de suma 
importância para o desenrolar da pesquisa, do objeto deste estudo, uma vez que 
como veremos melhor posteriormente, a variante tempo de serviço, foi bastante 
relevante, pois desvelou-se que quanto mais tempo de serviço/tempo de 
graduado(a), menos foi a utilização do letramento em sala de aula, não pelo não se 
querer utilizá-lo, mas pelo muitas vezes o profissional não ter tido a oportunidade 
42 
 
 
 
teórica de conhecer e consequentemente ensinar, pois, não se pode ensinar o que 
não se sabe ou desconhece. 
 
4.2 – O olhar dos professore sobre o letramento 
 
QUADRO 2 – Eixo 1: concepções de aquisição da leitura e escrita no 3° ano do 
ensino fundamental. 
Participante Resposta 
PA 
Se você não se adapta ao ambiente em que está desenvolvendo 
suas atividades. Todo o restante se torna sem sentido, vivenciar a 
realidade da classe é o início de tudo. 
PB 
Penso que não se pode pensar em alfabetizar sem uma boa base 
teórica. Por isso trabalho segundo o pensamento de Paulo Freire. 
PC 
Trabalho sempre a leitura e escrita aproveitando as produções 
espontâneas dos alunos. Faço observações na turma, e o que 
percebo e que os alunos só decoram e repetem sílabas. Por esse 
motivo desenvolvo meu trabalho pautado nas análises de Emilia 
Ferreiro. 
PD 
Não podemos trabalhar a leitura e escrita das crianças na escola, 
sem oferecer-lhes alternativas de aprendizagem, dessa forma 
trabalho segundo o letramento. 
PE 
O homem é um ser essencialmente social e histórico e se 
constitui pela relação com outros através da linguagem. Meu 
norte nos trabalhos são as idéias de Bakntin. 
Fonte: elaborado pelas autoras com base nos resultados da pesquisa de campo (2015). 
 
Pelas respostas dadas podemos observar os seguintes aspectos: PA tem uma 
concepção construtivista da alfabetização, sobretudo a de Soares (1998, p.110), a 
qual ressalta a importância de trabalhar o texto literário na escola, precisa se 
adequar ao tempo e a organização do espaço escolar para ser um objeto de ensino. 
Portanto, no papel constitutivo da aprendizagem, situado no tempo e no espaço, que 
sugere a responsabilidade como ação propiciadora do processo dialógico em 
43 
 
 
 
circunstâncias de uso da leitura A PD. Também enfatiza a funcionalidade do 
letramento, que a leitura deve ser adequar ao contexto de uso, essa visão aproxima-
se dos que os teóricos apresentados nesse estudo defendem (Ferreiro e Teberosk). 
Ambas as autoras, imbuídas das ideias Freirianas, onde, “o conceito de 
alfabetização tem um significado mais abrangente, na medida em que vai além do 
domínio do código escrito, pois, enquanto prática discursiva, “possibilita uma leitura 
crítica da realidade” isto é, o processo de letramento, são correias de transmissão 
entre a história da sociedade e a história da linguagem escrita” (Freire, 1991, p. 68), 
reconhecem, a partir daí, o caráter da linguagem numa proposição viva, dinâmica, 
dialógica

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