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0 LEITURA E ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO: LITERATURA INFANTIL IMPORTANTE RECURSO PARA INSERÇÃO DE ALUNOS NA LEITURA E ESCRITA Andreia Aparecida Pereira1 RESUMO Esta pesquisa apresenta-se como uma proposta educativa que sirva como ponto de apoio para a aprendizagem. Onde o aluno além de conhecer e construir importantes fatos, conceitos e procedimentos relacionados à aprendizagem da leitura, escrita e da comunicação oral, também terá a oportunidade de aprender a estudar e a se organizar enquanto leitor e escritor. Buscou-se considerar a capacidade dos alunos como um todo, sendo ele agente da sua própria aprendizagem. Por isso trabalhar leitura e escrita na alfabetização: literatura infantil importante recurso para inserção de alunos na leitura e escrita. Fazem-se necessário para que possam participar de situações de leituras que tenham diferentes propósitos: ler para refletir sobre o sistema da escrita, ler para obter informações, ler para apreciar uma narrativa, ler para compartilhar suas descobertas etc. Antes de qualquer coisa, definimos a pesquisa qualitativa, para construção desse projeto, a pesquisa bibliográfica, feita a partir de um levantamento de materiais já analisados e publicados em livros, artigos científicos. Selecionamos autores e obras, em forma de livros mais significativos para trabalhara leitura e a escrita no processo de alfabetização. Entender como a criança aprende tem sido alvo de muitas pesquisas ao longo do tempo, a cada mudança deve vir acompanhada de uma revisão teórica e metodológica por parte do educador, isso leva a transformação da pratica do professor. Os três teóricos abordados contribuíram para um melhor conhecimento do sujeito: no processo de desenvolvimento do individuo de (Jean Piaget), a linguagem como instrumento de interação social e aprendizagem (Lev Vygotsky) e como se da o processo de aquisição da leitura e da escrita (Emilia Ferreiro e Ana Teberosky), dentre outros. 1 Graduação em Licenciatura em Pedagogia e Especialização em Alfabetização e Letramento, pela Faculdade de Educação São Luís de Jaboticabal/SP. E-mail do autor: andreia.pereira34@hotmail.com. Orientadora: Luciane Mialich Scadelai. 1 PALAVRAS-CHAVE: Literatura. Leitura. Escrita. Alfabetização. 1. INTRODUÇÃO Desde pequenas as crianças são inseridas no mundo dos livros, ouvem historias em casa e passam ater contato com a literatura infantil, onde são convidadas a entrar no mundo da imaginação, da fantasia, da criatividade, do encantamento da descoberta, da informação e do conhecimento. Por isso neste artigo mostraremos um pouco de como á literatura infantil pode ajudar as crianças na leitura e escrita e o papel do professor para tornar os alunos bons leitores e consecutivamente melhores escritores. Alfabetização nem sempre foi entendida como um processo no qual o indivíduo constrói a gramática e suas variações. Ao contrário disso, o que se tinha em tempos não tão distantes assim era que alfabetização consistia no simples ato de aprender a ler e escrever, além disso, a educação não era direito de todos e dever do Estado e da família. Atualmente a formação do leitor deve-se ao fato de que a natureza, os homens e a sociedade se constituem em textos codificados, cumpre ao sujeito ir decifrando, isto é, lendo-os e interpretando-os, na medida em que vivem. Considerando o mundo e os escritos, existem três diferentes tipos de leitura sensorial, apoiada nos sentidos: o ver, o ouvir etc. A leitura emocional O poder que os textos têm de despertar emoções e sentimentos, incitando a fantasia e inconsciente. A leitura racional a qual desperta a capacidade de produzir e apreciar a linguagem em especial a de artistas. Por muito tempo a aprendizagem da leitura e escrita foi por meio de cartilhas, este período foi chamado de ensino tradicional, esse método centrado no domínio do código, modificou-se, a partir da produção e recepção de um grande numero de informações, passou a exigir novos patamares de leitura e escrita, denominadas pelos pesquisadores letramento. Assim compreendemos que o processo educacional modifica-se, fazendo com que o aluno adentre no nas praticas sociais de leitura e escrita, ultrapassando a mera aquisição do ler e escrever. A literatura infantil tem um papel importantíssimo na vida da criança, pois oferece as mesmas oportunidades de conviver e viver o imaginário, oferecendo uma 2 visão original à criança, pois ao ler a mesma adquire um conhecimento real e também do não real. Ao ter contato com livros literários seja com pequenas gravuras e com textos simples ou mais sofisticados, a criança pode criar seu próprio mundo vivendo seus sonhos, fantasias oportunizando o conhecimento de si mesmo e do ambiente que a cerca. Ler normalmente é fonte de prazer, estimulo a criatividade, enriquecimento de experiências motivação de aprendizagem. Para isso o professor deve cuidadosamente selecionar os livros e textos literários para trabalhar com seus alunos. Os livros precisam estar de acordo com a faixa etária de cada um, assumindo assim um papel importante na formação de seus leitores. Antes de iniciarmos a leitura com as crianças o livro deve ser apresentado a elas explorando seus aspectos formais e esternos, deve-se explorar o assunto, o nome do autor, ilustrador que desenhou a historia através dos desenhos, a editora, se é de coleção e a qual coleção pertence sem esquecer que estas informações devem ser trabalhadas de acordo com o nível de desenvolvimento de cada criança. As historias e contos podem ser apresentados de varias maneiras de acordo com a criatividade e a disponibilidade de cada professor e as condições de turma de alunos. O professor deve na medida do possível variar as formas de leitura utilizadas, como: leitura oral com gravuras, leitura simples espontânea, dramatizações com fantoches, leitura apenas com gravuras, historias apenas apresentando o inicio e o meio, deixando que as crianças imaginem e criam o final da mesma. Quando deixamos que a criança crie a sua historia esta estará desenvolvendo sua criatividade, despertando a curiosidade, expressando sentimentos e desenvolvendo raciocínio e trabalhando a memória. Quando pais leem historias ou inventam colocando as crianças como personagens, despertam nas mesmas novas ideias e conhecimentos e também, enriquecem o vocabulário das mesmas. A dramatização das historias com brincadeiras de faz de conta também leva a criança a vivenciar historias, isto é muito importante para a socialização com os outros e a historia em si. Em suma, mesma que a criança não conheça a escrita deve ter contato com livros e no decorrer da sua vida ira adquirir o habito da leitura. O professor precisa trabalhar com literatura infantil na escola fazendo o possível para que as crianças 3 não achem chato, desestimulante, obrigatório, à leitura é sim uma atividade prazerosa, interessante criativa e muito atraente. 2. JUSTIFICATIVA. Ao desenvolver este trabalho que tem por objetivo proporcionar aos educandos caminhos e instrumentos para que num determinado momento possam ampliar o que já sabem e o que ainda irão aprender nas situações que enfrentarão na vida em sociedade. O trabalho é voltado pra o que a criança já sabe e no que aprendera com o outro.com tais definições percebe-se que esta forma de ensinar conflita-se, teima, mas aprendem com outro, se diferencia dos demais, porque buscamos caminhos em que se parte da realidade do aluno, desconsiderando fragmentações do ensino. Sabendo da importância do processo de alfabetização escrita e da leitura, tanto na questão emocional, cientifica e social, procuramos desenvolver este artigo objetivando observar o aluno em sua totalidade, respeitando sua personalidade, consequentementeaprimorando os conhecimentos dos docentes. Apesar dos vários métodos do uso da língua escrita ou falada existe um número considerável de crianças que apresentam um alto grau de dificuldade para adquirir conhecimentos básicos. Dentro deste contexto vemos a necessidade de encontrar, não metodologias, mas maneiras diversificadas e procedimentos de ensino nos quais alunos-professor e aluno-aluno participem ativamente, gerando conflitos esperados, onde os professores possam tornar os espaços abertos às novas e significativas aprendizagens a todos. Quanto mais cedo histórias orais e escritas entrarem na vida da criança, maiores as chances de ela gostar de ler. Primeiramente escutam historias lidas pelos adultos, depois conhecem o livro como um objeto onde a criança toca, vê e tenta compreender as imagens que enxerga. O construtivismo é a aplicação pedagógica do filosofo, educador, psicólogo e biólogo Jean Piaget segundo suas pesquisas, o conhecimento e construído através da interação do sujeito com objeto. O desenvolvimento cognitivo se da pela assimilação do objeto de conhecimento a estruturas anteriores presentes no sujeito e pela acomodação dessas estruturas em função do que vai ser assimilado. Para Piaget, a criança se apodera de um conhecimento se “agir” sobre ele, pois aprender 4 é modificar, descobrir, inventar, dentro deste enfoque o professor deve proporcionar a criança situações onde a criança construa seu sistema de significação, o qual, uma vez organizado na mente, será estruturado no papel ou oralmente. Outro estudioso Vygotsky desenvolveu a teoria do socioconstrutivismo, onde ele trabalha com a relação aprendizagem-desenvolvimento, onde apresenta conceito de desenvolvimento proximal que é um domínio psicológico em constante transformação: aquilo que a criança é capaz de fazer hoje com ajuda de adultos ou companheiros mais capazes, conseguira fazer sozinha amanhã. O desenvolvimento real se caracteriza pelas etapas já alcançadas, resultado de processos de desenvolvimentos já contemplados. Por ultimo os estudos da psicogênese da língua escrita, desenvolvida por Ferreiro e Teberosky, possibilitam desviar o centro do trabalho do professor para o ser que aprende e sua relação com o objeto de aprendizagem. Emília Ferreiro realizou investigações cientificas que deixam transparente a ideia de que a criança reconstrói o código linguístico e reflete sobre a escrita. Ela não propõe uma “nova pedagogia” ou um “novo método”, mas suas pesquisas deixam claro que, o que leva o aprendiz a reconstrução do código linguístico não é o cumprimento de uma serie de tarefas ou conhecimentos das letras e das silabas, mas uma compreensão do funcionamento do código. Embora não proponha uma pratica pedagógica, sua contribuição é essencial para que o educador repense todo o processo de ensino e aprendizagem da língua e o funcionamento do código. Tanto as descobertas de Piaget como as de Emília Ferreiro levam a conclusão de que as crianças tem um papel ativo no aprendizado. Elas constroem o próprio conhecimento. A alfabetização é hoje muito discutida, algumas formas tradicionais acreditam que ensinar que cada letra representa um som é suficiente, resumindo acreditam que ensinar silaba e letras é alfabetizar. Mas ser alfabetizado é mais que isso é principalmente, compreender a escrita, processar o significado da ideia que o autor pretende transmitir. Dai a importância da inserção da literatura como auxilio para a alfabetização. 3. PROBLEMATIZAÇÃO 5 De que forma é possível em casa e na escola, produzir nas crianças o hábito de ler e o prazer pela literatura? O processo de aquisição da leitura e escrita modifica-se, ultrapassando a mera aquisição do ato de ler e escrever? Aqueles que convivem com a realidade do ensino, sabe que é dentro da escola que os grandes desafios emergem. Com a democratização da sociedade, a escola passou a ser reconhecida como um direito de todos. E procurou-se assegurar não só o acesso, mas também a permanência dos alunos. Por outro lado, nada mais sensato do que colocar os pés no chão e, em terra firme, enfrentar a realidade de um país com alto grau de analfabetismo e falta de escolas e de condições para que o livro faça parte efetiva da vida da criança. 4. REVISÃO DE LITERATURA O incentivo de contar história deve ter nascido no homem a partir do momento que ele sentiu a necessidade de se comunicar, de contar de suas experiências as quais poderiam servir para todos, por ter algum significado. Assim, começa uma ligação entre a literatura, à oralidade e a escrita. A literatura infantil não fez parte das vivencias e aprendizado das crianças de alguns séculos anteriores. Antigamente as crianças eram vistas como adultos em miniatura eram obrigados a trabalhar a partir do momento que aprendiam a andar e falar e o seu direito de aprender a ler, escrever e brincar eram negado. Podendo de esta maneira participar das atividades apropriadas aos adultos seja elas esportivas ou intelectuais. Entretanto, nessa época não havia leitura especifica para crianças, que diante da sociedade não possuía características próprias da infância. A educação atribuída à criança era a mesma oferecida ao adulto, à única diferença era a educação dos filhos da nobreza e os filhos da classe menos privilegiada, enquanto os pequenos nobres deliciavam-se na leitura em grandes clássicos, para os filhos dos pobres, só restavam ouvir histórias de cavalaria, lendas ou contos. Essas histórias tinham uma linguagem simples (popular), que eram contadas e recontadas oralmente pelo povo, formando assim as primeiras literaturas de cordel. Segundo Zilberman. “Com a decadência do feudalismo,desagregam-se os laços de parentesco que respaldavam este sistema, baseado na centralização de um grupo de 6 indivíduos ligados por elos de sangue, favores, dívidas ou compadrio, sob a égide de um senhor de terras de origem aristocrática.” Da dissolução desta hierarquia nasceu e difundiu-se um conceito de estrutura unifamiliar privada, desvinculada de compromissos mais estritos com o grupo social e dedicada à preservação dos filhos e do afeto interno, bem como de sua intimidade.” ( Zilberman 2003. p.17) Mas no final do século XVII e início do século XVII paradigmas foram quebrados e este quadro começou a ser revertido. De acordo com alguns estudiosos, a literatura infantil teve origem nesta época de reorganização do ensino, da fundamentação do sistema educacional burguês, uma nova concepção de criança e de família começou a ser gerado, foi escritos os primeiros livros para as crianças. Nessa época, a literatura baseava-se numa formação de cunho pedagógico, ou seja, incutia normas e valores para serem seguidos pelas pessoas para que pudessem viver de maneira correta no meio social em que estavam inseridas. Somente depois de mudar a concepção de infância foi que começou a pensar numa literatura para as crianças. Segundo Zilberman. “A criança é, assim, o reflexo do que o adulto e a sociedade querem que ela seja e temem que ela se torne, isto é, do que o adulto e a sociedade querem eles próprios ser e temem tornar-se”. Desta forma, surgiram os primeiros escritos literários feitos para as crianças, escritos por educadores tendo um forte caráter educativo, visando à manipulação do individuo. A escola é vista como um lugar excelente para desenvolver o gosto pela leitura e manter um dialogo saudável entre o livro e seu destinatário mirim. Mas, na literatura infantil essa negatividade era presente, pois as contribuições eram apenas de cunho pedagógico. A sociedade teve um grande avanço reflexivo e tomou uma grande postura critica com relação a esses fatos, fazendo com que a literatura infantil seja um dos meios pelos quais as crianças se tornem bons leitores e escritores. No Brasil a literatura infantil deu os primeirospassos com as obras de Carlos Jansen, que foi o primeiro a traduzir e adaptar textos como (“Contos seletos das mil e uma noites”), Figueiredo Pimentel (“Contos da Carochinha”), Coelho Neto, Olavo Bilac e Tales de Andrade. Porém, o mais importante escritor infantil foi Monteiro Lobato. (O sito do pica pau amarelo) lido por milhões de leitores e traduzido em diversos países, com ele que se inicia, de fato, a literatura infantil no Brasil. 7 Nos seus livros Lobato escreve um cotidiano no qual todos se identificavam, recriando no Sitio um ambiente rural com crendices populares, um lugar que se diverte e encanta, onde o sonho e fantasia se encontram com a realidade. Segundo Cadermatori: O grande desafio das personagens de lobato é o conhecimento, é através dele que se impõem. A tradicional é dissolvida, o grande valor passa a ser a inteligência. A esperteza, habilidade quase maliciosa da inteligência, é igualmente valorizada. Emília, sua notável personagem, diz em certa altura da obra: “Aprendi o grande segredo da vida dos homens: a esperteza. Ser esperto é tudo!”. E essa também a moral de muitas de suas fábulas. (CADERMATORI, 1994, p. 51/52) Surgem em 1997 grandes escritores brasileiros que não escreviam livros com visão pedagógica, mas sim, destinar às crianças a transmissão de valores com novas propostas de aprendizagem que dão prazer ao leitor, tanto adulto como criança. A literatura infantil pode ser concebida como um importante recurso para a inserção das crianças nas praticas de leitura e escrita, mas é na escola que esse contexto é ampliado tornando-se objetos de conhecimentos construídos socialmente, são imersas num contexto de construção e reconstrução permanente sobre uma historia que pode ser escrita ou contada pelos pais, vizinhos e amigos. Segundo Carlos Drummond de Andrade “A redução do homem que a literatura infantil implica dá produtos semelhantes, Há uma tristeza cômica no espetáculo desses cavalheiros amáveis e dessas senhoras não menos gentis, que, em visitas a amigos, se detêm a conversar com as crianças de colo, estas inocentes e sérias, dizendo-lhes toda sorte de frases em linguagem infantil, que vem a ser a mesma linguagem de gente grande, apenas deformada no final das palavras e edulcorada na pronúncia... Essas pessoas fazem oralmente, e sem saber, literatura infantil” (CARLOS, 1986, p, 21). Experienciais boas com a literatura infantil são aquelas em que a criança interage com os diversos textos e com a oralidade de forma que isso possibilite o entendimento do mundo em que vivem e construam, aos poucos, seu próprio conhecimento. Atualmente a literatura infantil vem sendo cotada e trabalha na maioria das instituições escolares, explorando a imaginação da criança e possibilitando a liberdade de expressão das mesmas. A alfabetização e letramento são processos diferentes, cada um com suas especificidades. Porém, são indispensáveis quando levamos em consideração a aprendizagem da leitura e escrita. O professor mediador na pratica de alfabetização, 8 não deve ser visto como um aplicador de pacotes educacionais ou alguém que constata o que o aluno faz ou deixa de fazer, deve estar entre o conhecimento e o aprendiz e estabelecer um canal de comunicação entre eles. O aluno precisa criar e recriar sistemas gráficos e quanto mais for estimulado a experimentar a escrever e ler, quanto mais puder exercitar a leitura e a escrita livremente, maior são as chances de desenvolver atitudes positivas em relação com a literatura. Ler normalmente é fonte de prazer, estimulo a criatividade, enriquecimento de experiências motivação de aprendizagem. Para isso o professor deve cuidadosamente selecionar os livros e textos literários para trabalhar com seus alunos. Os livros precisam estar de acordo com a faixa etária de cada um, assumindo assim um papel importante na formação de seus leitores. A literatura infantil para crianças bebeu em fontes variadas da tradição literária e se atualiza criativamente a cada nova geração de leitores. • Identificar essas fontes e seus agrupamentos – contos de fadas, contos maravilhosos, histórias da carochinha, parlendas, trava línguas, histórias da avozinha, contos da Mamãe Gansa, fábulas, histórias sem fim, poemas, Abc, entre outros –, recuperando contextos em que as obras foram criadas, permite compreender produções contemporâneas da literatura que hoje chegam às bibliotecas escolares e, a partir daí, contribuir melhor para processos de formação de leitores na infância. Formar cidadãos, não é função apenas da escola, mas geralmente a ela é delegada a maior parte, já que os alunos passam anos de suas vidas neste ambiente, com isso as escolas passam a ser responsáveis em repassar valores humanos indispensáveis para uma boa formação. É muito importante que o professor tenha clareza, do que quer, do que tem para que em qualquer momento de tensão entre finalidade e realidade possa tomar decisões entre a necessidade de adaptar-se ou parar. Segundo Pestalozzi (1987, p. 204) “o objetivo da educação é preparar os homens para o que devem ser na sociedade. O indivíduo entregue ao arbítrio de seus instintos naturais, não passaria de estado de animalidade” Com o intuito de formar leitores, a literatura especializada aconselha os professores e a escola a utilizar alguns procedimentos pedagógicos como: convívio contínuo com histórias, livros e leitores; valorização do momento da leitura; disponibilidade de um acervo variado; tempo para ler, sem interrupções; espaço físico agradável e estimulante; ambiente de segurança psicológica e de tolerância 9 dos educadores em relação às singularidades e às dificuldades de aprendizagem de cada criança; oportunidades para que expressem, registrem e compartilhem interpretações e emoções vividas nas experiências de leitura; acesso à orientação qualificada sobre por que ler, o que ler como ler e quando ler. Nessa perspectiva, é importante ressaltar a relevância do contato permanente das crianças com os livros, para que elas possam conviver com suas histórias desde cedo. Ler é uma forma de viajar pelo tempo e no espaço. Quantos mundos, personagens, quantas culturas nos são apresentadas através da leitura? Mas nas ultimas décadas, para uma parcela da população, a leitura como instancia de lazer e prazer foi abolida, suprimida. O sucesso da televisão e, mais recentemente, do computador, contribuiu de forma significativa para o abandono da leitura do texto escrito, do livro de literatura. 5. DESENVOLVIMENTO (METODOLOGIA) Professores, educadores e pais querem criar em seus filhos e alunos o hábito da leitura, porém, muitos adultos não têm esse hábito e usam a falta de tempo e cansaço como uma justificativa para a pouca dedicação aos livros, sem perceber que essa atitude vai tirando o interesse da criança, que no início de sua trajetória de vida via o livro como algo encantador, mágico e cheio de mistério. No primeiro capitulo em sala de aula oralmente, falar um pouco sobre a inclusão das crianças revelando que por vários séculos as crianças não sabiam ler e nem possuíam direito eram excluídas, tinham que começar a trabalhar desde muito novas assim que aprendiam a falar e caminhar, já ganhavam um oficio para realizar. Mas com o passar dos séculos essa concepção foi mudando, partindo dessa prerrogativa, fazer com que entendam que foram muitos os responsáveis para que a condição de infância muda-se. No segundo capitulo dar ênfase ao processo onde ganharam direito de aprender a ler e escrever, com isso fazer com que observem que a literatura infantil não fez parte das vivencias e aprendizado das crianças de alguns séculos anteriores. Nessa época, a literatura baseava-se numa formação de cunho pedagógico, ou seja, incutia normas e valores para serem seguidos pelas pessoas 10 para que pudessem viver de maneiracorreta no meio social em que estavam inseridas. Somente depois de mudar a concepção de infância foi que começou a pensar numa literatura para as crianças. Atualmente a literatura infantil vem sendo cotada e trabalha na maioria das instituições escolares, explorando a imaginação da criança e possibilitando a liberdade de expressão das mesmas. Por ultimo realizar uma atividade lendo dois livros, Marcelo, Marmelo, Martelo e outras historias e o Pavão e a garça explorando a oralidade e a escrita dos mesmos, em seguida reconstruir o texto usando a criatividade, fazendo uma adaptação das mesmas, A abertura de novos horizontes vem a desenvolver a sensibilidade que cada individuo possui frente à literatura, seja ela na ficção ou na realidade, as crianças possuem em relação a literatura infantil descobre-se varias virtudes cognitivas do texto, pois temos condições de interpretarmos de diversas maneiras os textos literários que nos são apresentados, essa postura é riquíssima para o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança, possibilitando assim elas se constituírem cada vez mais como seres humanos reflexivos e críticos. A reescrita do texto segundo a criatividade de cada um. Incorporar a leitura de historias na rotina diária da turma faz com que as crianças desenvolvam naturalmente um interesse em aprender determinadas historias e a reproduzi-las como se estivessem lendo. Depois de acabar a historia fazer um trabalho com os alunos, não como uma avaliação, mais sim um trabalho que faça o aluno expressar o que compreendeu da historia sua própria opinião do texto original e da adaptação realizada por alunos do terceiro e quarto ano do ensino fundamental, são elas. MARCELA, MORTADELA, MAGRELA. Era uma vez uma menina chamada Marcela. Ela era muito curiosa. A menina perguntava tudo o que de mais bobo neste mundo. Um dia, ela perguntou para sua mãe: -Porque não posso me chamar mortadela? - Minha filha, mortadela é comida e não gente. -Mãe como o sol nasce? -minha filha eu não sei de nada. Como não consegui resposta com a sua mãe foi conversar com seu pai: 11 -Papai por que nasci da barriga da mamãe? -Um dia você saberá... E isso se repetia muitas vezes, até que Marcela inventou uma língua diferente... O bom dia era “solário” boa noite era “lunária”. De manhã ela levantou e falou: -Solário! E sentou para tomar café, terminou e foi brincar como sempre fazia. Seus pais se olharam sem acreditar no que ouviam: -Será que até língua diferente tem nessa historia maluca? -Parece que sim essa menina está pirando! E assim todos os dias, era pergunta pra cá fala estranha pra lá. - Pai, por que o caderno é quadrado? A borracha não poderia se chamar apagador? Seu pai já não conseguia mais achar respostas para tantas perguntas e ouvia calado. Então Marcela, começou a estudar, obtendo assim respostas para suas perguntas. Certo dia, Marcela chegou a casa correndo e gritando. -Papai mamãe preciso, pedir-lhes algo. Os dois ficaram apavorados, logo imaginaram que lá vinha o show de perguntas. Mas ao invés disso, Marcela pediu desculpa pelos constantes constrangimentos e falou que na escola aprendeu que ser curiosa é bem legal. Mas temos que ouvir nossos pais. Então todos se abraçaram e ficaram muito felizes. A SARDINHA E O TUBARÃO Um tubarão, chamado Grandão nadava tranquilamente, ate que de repente, pescadores lançaram suas redes o prenderam. Grandão era muito forte e gordinho, mas não consegui desvencilhar-se das redes, entrou em desespero, debateu-se muitas vezes para se libertar, mas de nada adiantava. Então começou a gritar por ajuda. -Socorro! Socorro, alguém me ajude, por favor. Uma sardinha que por ali passava, viu a situação do tubarão e foi nadando o mais rápido que pode para chamar seus amigos. Chegou muito cansada e depois explicar o que havia acontecido, comentou: - Meus amigos, o Grandão esta em apuros e precisa da nossa ajuda. O peixe espada olhou e respondeu: 12 -Mas você lembra que este tubarão não gosta de ajudar peixes pequenos? Ele é muito egoísta. Mas a sardinha não desistiu e falou: -Sim, espada, só que aqui no fundo do mar todos devemos nos ajudar. -Sim, então vamos até lá ajudar o tubarão. Nadaram rápido, chegando lá o peixe espada cortou as enormes redes que prendiam o Grandão, os peixinhos puxaram as redes libertando o tubarão. Já solto o tubarão agradeceu aos peixinhos em especial ao peixe espada e a sardinha prometeu que se um dia precisasse de ajuda ele os ajudaria. A escola possui um papel fundamental na valorização da literatura, pois atribui valores positivos a inteligência e ao saber, que os alunos vão levar consigo para a vida, é um trabalho árduo já hoje em dia a muitos meios de descontração para as crianças como a internet, jogos etc. Mas fixar nas crianças o hábito da leitura significa dar a eles a oportunidade de descobrir, explorar, aprender e criar novos mundos, novas realidades, pois para aquele que lê não há limites para soltar a imaginação. A leitura por parte do professor e a reprodução por parte das crianças. Desta forma, de criação em criação, as crianças podem criar seus próprios livros mesmo que ainda não estejam alfabetizados. A leitura suscita a investigação, a pesquisa, o querer ler sobre as outras temáticas, outros autores para que o conhecimento de si do mundo se expanda, para que as relações entre sujeitos históricos sejam mais conscientes mais livres. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao decorrer do desenvolvimento deste artigo, notou-se que a ação docente deve utilizar dos conhecimentos adquiridos para que a aprendizagem se torne significativa, com o intuito de formar leitores, a literatura especializada aconselha os professores e a escola a utilizar alguns procedimentos pedagógicos como: convívio contínuo com histórias, livros e leitores; valorização do momento da leitura; disponibilidade de um acervo variado; tempo para ler, sem interrupções; espaço físico agradável e estimulante; ambiente de segurança psicológica e de tolerância 13 dos educadores em relação às singularidades e às dificuldades de aprendizagem de cada criança; oportunidades para que expressem, registrem e compartilhem interpretações e emoções vividas nas experiências de leitura; acesso à orientação qualificada sobre por que ler, o que ler como ler e quando ler. Nessa perspectiva, é importante ressaltar a relevância do contato permanente das crianças com os livros, para que elas possam conviver com suas histórias desde cedo. A leitura não é apenas o processo de várias informações: é antes de tudo, o contato com a experiência, com o conhecimento. Ler é aprender a escrever a falar. No processo ensino-aprendizagem a construção do hábito de ler é fundamental e por isso deve-se estimular o desejo e a vontade de ler por prazer. REFERÊNCIAS: ABROMOVICH, F. Literatura Infantil: Gostosuras e Bobices. São Paulo, 1997. BAMBERGER, R. Como Incentivar o Hábito de Leitura. São Paulo: Cultrix, 1977 BEISIEGEL, Celso de Rui. Paulo Freire. Recife: Editora Massangana, 2010. BIZZOTTO, Maria Inês. AROEIRA, Maria Luísa. PORTO, Amélia. Alfabetização linguística; da teoria a pratica. Belo Horizonte. Dimensão, 2010. CAPELOSA, Daniel. O pavão e a garça. São Paulo. FDT, 2007. CAVAZOTTI, Maria Auxiliadora. Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização. 2 ed. Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2009. CAVAZOTTI, Maria Auxiliadora. Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Alfabetização. 2 ed. rev Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2013. CORREA, Vanessa Loureiro. Alfabetização e letramento- 2 ed , ver. Curitiba, PR: IESDE Brasil, 2013. 14 COSTA, Marta Morais da. Literatura infantil. 2 ed . Curitiba: IESDE Brasil S.A, 2009. COSTA, Marta Morais da. Literatura infantil. Curitiba. IESDE Brasil S.A.2009. CUNHA, Maria Antonieta Antunes.Literatura infantil: Teoria & Prática. Ed. Ática. São Paulo, 1986. MUNARI, Alberto. Jean Piaget. Recife: Editora Massangana, 2010. ROCHA, Ruth. Marcelo, marmelo, martelo e outras historias. Salamanca, 1976. ROJO, Roxane. Alfabetização e letramento; perspectivas linguísticas. Campinas, SP, Mercado de letras, 1998. TEBEROSKY, Ana Colomer Teresa. Aprender a ler e a escrever: uma proposta construtiva. Porto Alegre: Artmed, 2003, p.110 – 192. VYGOTSKY, L. S. A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1989. ZILBERMAN Regina & LAJOLO Marisa. A Formação da Leitura no Brasil (Editora Ática 1985).
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