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Anatomia e Materiais em Endodontia

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Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
ANATOMIA INTERNA DO SISTEMA DE CANAIS 
RADICULARES 
❖ Cavidade Pulpar 
• Dividida em: câmara pulpar (porção coronária) 
e canal radicular (porção radicular). 
• O canal radicular é dividido em: 
• 1/3 cervical: embocadura do canal, região de 
maior risco após desgaste na presença de furca; 
• 1/3 médio: porção mais retilínea, com maior 
número de túbulos dentinários e ramificações 
do canal principal; 
• 1/3 apical: saída foraminal e o delta apical. Final 
do canal dentinário e início do canal 
cementário. 
Canal Lateral X Canal Secundário 
Desemboca no perio- Desemboca no perio- 
donto no 1/3 médio. donto no 1/3 apical. 
 
❖ Limite CDC (canal-dentina-cemento): ponto de 
maior constrição do canal radicular e deve ser o 
limite de atuação do endodontista. 
❖ Ombro lingual ou palatino: presente em incisivos e 
caninos, é uma projeção de dentina que impede o 
acesso direto ao SCR. Deflete a lima 
vestibularmente resultando em trepanações e 
perfurações. 
ACESSO AO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES 
❖ Objetivos: 
• Alcançar direta e corretamente o acesso ao 
forame apical; 
• Localizar todos os orifícios do canal radicular; 
• Conservar uma boa estrutura dentária. 
 
❖ Princípios Fundamentais: 
• Oferecer acesso direto ao canal radicular; 
• Incluir todos os cornos pulpares, saliências e 
retenções do teto da câmara pulpar; 
• Não alterar a anatomia da parede cervical ou 
assoalho da câmara pulpar, para auxiliar a 
localização da entrada do canal. 
 
❖ Etapas Operatórias: 
• Ponto ou Área de eleição (desgaste superficial 
do esmalte até atingir dentina. Lingual/palatina 
de dentes anteriores e oclusal de posteriores); 
• Direção de trepanação (atinge o interior da 
câmara pulpar. Em anteriores, é o longo eixo do 
dente e, nos posteriores, é o canal de maior 
volume); 
• Forma de contorno (exterioriza a anatomia da 
câmara pulpar); 
• Forma de conveniência (oferece melhor visão e 
permite fácil acesso ao SCR através do 
alisamento das paredes do canal radicular). 
MATERIAIS ENDODÔNTICOS 
❖ Protocolo de tratamento: 
• Isolamento absoluto (com arco de Otsby); 
• Acesso coronário (broca esférica, endo Z, sonda 
reta, sonda exploradora, colher de dentina HL); 
• Instrumentação (régua milimetrada, tamborel, 
brocas Gates-Glidden, limas, irrigação e 
aspiração); 
• Medicação intra-canal; 
• Obturação (guta-percha, cimentos à base de 
OZE, espaçadores digitais, calcadores); 
• Restauração provisória. 
 
❖ Função dos materiais: 
• Brocas esféricas diamantadas: acesso inicial, 
forma de contorno. Até a sensação de “cair no 
vazio” (trepanação). 
✓ 1012/1013: incisivos inferiores; 
✓ 1014: incisivos superiores e pré-molares; 
✓ 1015/1016: molares. 
• Broca 3038: remoção do teto da câmara pulpar. 
Sem corte na ponta, evita desvios ou 
perfurações. 
• Broca Endo Z: dá a forma de conveniência, 
remove nódulos calcificados, prepara a 
embocadura do canal, faz o desgaste 
compensatório. Sem corte na ponta. 
• Sonda endodôntica reta (de Rhein): localização 
da embocadura dos canais. 
• Sonda exploradora: remoção de remanescentes 
de teto (divertículos); 
• Brocas Gates-Glidden: preparo dos 1/3 cervical 
e médio. Desgaste reto, em baixa rotação. 
Utilizar em ordem decrescente (4, 3, 2). Entrar e 
sair do canal girando. 
• Limas K: haste triangular, movimento 
oscilatório. Pouco flexível, deforma facilmente. 
Apresentadas em 21, 25 e 31 cm; 1ª, 2ª e 3ª 
séries + série especial. 
 1ª série 2ª série 3ª série 
BRANCO 15 45 90 
AMARELO 20 50 100 
VERMELHO 25 55 110 
AZUL 30 60 120 
VERDE 35 70 130 
PRETO 40 80 140 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
Especiais 
ROSA 0,6 
CINZA 0,8 
ROXO 10 
 D16 0,02 D8 0,02 D0 
 
 
 Haste Intermediário Lâmina Ativa 
 (Varia de acordo (SEMPRE 16cm, inde- 
 com o tamanho da pendente do inter- 
 lima – 21, 25 ou 31). mediário). 
Conicidade em toda a lâmina ativa = 0,02. 
D0 = 0,35. 
D16 = (0,02 x 16) + 0,35 ; D16 = 0,67. 
D8 = (0,02 x 8) + 0,35 ; D8 = 0,51. 
D4 = (0,02 x 4) + 0,35 ; D4 = 0,43. 
E assim sucessivamente para encontrar o diâmetro de 
qualquer parte ativa da lima. 
• Limas Hedstroem: ponta em forma de lança. 
Remoção de material fraturado dentro do canal 
(instrumento fraturado, guta-percha, etc). 
• Limas Protaper: menor tempo de 
instrumentação, menos fraturas (maior 
resistência), menor tensão na entrada do 
instrumento. 
LARANJA SX 1/3 cervical e médio 
ROXO / ROSA S1 1/3 cervical e médio 
BRANCA S2 1/3 médio 
AMARELA F1 1/3 apical 
VERMELA F2 1/3 apical 
AZUL F3 1/3 apical 
 
❖ Preparo Químico-Mecânico (PQM): irrigação com 
hipoclorito de sódio + aspiração com cânula de 
maior calibre + instrumentação manual. 
 
❖ Terminologias Aplicadas: 
• Diâmetro anatômico: diâmetro do 1º 
instrumento que se ajusta ao canal antes da 
instrumentação. Obtido através da medição na 
radiografia inicial. 
• Comprimento de patência: comprimento desde 
o ponto de referência coronária até o forame 
apical. 
• Comprimento de trabalho: obtido reduzindo 1 a 
2 mm do ápice radiográfico ou do CAD. 
• Lima de memória: corresponde a primeira lima 
após o pré-alargamento que atingir o ápice do 
canal. 
• Desgaste compensatório: facilita a visualização 
da embocadura do canal, facilita a irrigação, 
possibilita a entrada do instrumento de maneira 
passiva, evitando desvio do canal. 
 
SOLUÇÕES IRRIGADORAS E MEDICAÇÃO 
INTRACANAL 
 
❖ Finalidades da Irrigação/Aspiração: 
• Desinfecção e limpeza de áreas inacessíveis aos 
instrumentos; 
• Eliminação de restos necróticos, detritos e 
smear layer; 
• Redução de microrganismos; 
• Lubrificação das paredes dentinárias; 
• Dissolução de restos orgânicos; 
• Prevenção do escurecimento dentário. 
 
❖ Soluções de Hipoclorito de Sódio (NaOCl): 
• Solução de Labarraque (água sanitária): 2,5% 
• É o único que dissolve matéria orgânica; 
• Não tem ação quelante; 
• Atividade antibacteriana; 
• Desodorizante; 
• Clareadora; 
• Lubrificante; 
• Baixa tensão superficial; 
• Ação detergente; 
• Citotóxico. 
 
❖ Solução de Clorexidina: 
• Concentração aquosa 2%; 
• Antibacteriano amplo espectro; 
• Boa substantividade; 
• Indicado para ápices mais abertos; 
• Ação quelante (remove smear layer e Ca da 
dentina). 
 
❖ Quelantes: 
• Promovem remoção de íons de cálcio da 
dentina, facilitando a instrumentação, remoção 
da smear layer e aumento da permeabilidade 
dentinária. 
 
A atuação de substâncias químicas, bem como a 
dinâmica da irrigação-aspiração, auxilia na 
remoção de restos orgânicos e inorgânicos, além 
de promover a dissolução de tecidos necróticos e 
a remoção da smear layer, objetivando a limpeza 
e descontaminação do SCR. 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
• Indicações: 
✓ Remoção da smear layer; 
✓ Durante o PQM associado ao NaOCl; 
✓ Auxiliar para alargamento de canais 
calcificados e atrésicos; 
✓ “Toillete” final (irrigação com NaOCl + EDTA 
17% 3 a 5 min + NaOCl). 
 
MEDICAÇÃO INTRACANAL 
❖ Objetivos: 
• Eliminar microrganismos que sobreviveram ao 
PQM; 
• Impedir proliferação de microrganismos;• Atuar como barreira físico-química contra 
infecção ou reinfecção por microrganismos da 
saliva; 
• Reduzir inflamação perirradicular; 
• Solubilizar matéria orgânica; 
• Neutralizar produtos tóxicos; 
• Controlar exsudação persistente; 
• Controlar reabsorção dentária inflamatória; 
• Estimular reparo por tecido mineralizado; 
• Biocompatibilidade. 
 
❖ Tipos: 
• Paramonoclorofenol Canforado: 
o Características: 
✓ Antisséptico, antibacteriano, pouco 
citotóxico ( cânfora reduz ação irritante do 
PMCF), baixa tensão superficial, age a 
distancia no interior do canal, liberação 
lenta de cloro, baixo custo. 
o Indicado para necropulpectomia e 
biopulpectomia. 
o Desvantagens: 
✓ Irritante se não associado à cânfora, não 
neutraliza produtos tóxicos, coagula 
proteínas, possui odor e sabor ruins. 
• Tricresol Formalina: 
o Características: 
✓ Antisséptico, antibacteriano, age por 
contato ou a distância, neutraliza 
parcialmente produtos tóxicos, efeito 
citotóxico (irritante). 
o Indicado para adultos (necropulpectomia) e 
crianças (pulpotomia em decíduos). 
• Hidróxido de Cálcio: 
o Características: 
✓ Antimicrobiano, indução de reparo por 
tecido mineralizado, anti-inflamatório, 
anti-hemorrágico, alcaliniza o meio, ação 
anti-exsudativa. 
✓ Necessita de associação a um veículo 
(substancia que permita sua penetração no 
canal). Soro fisiológico, glicerina (para 
polpa viva), soluções anestésicas, PMCC 
(polpa necrosada), TCF. 
o Preenche a maioria dos objetivos desejáveis e 
é a medicação preferencial. 
 
❖ Quando utilizar? 
• Polpa viva (biopulpectomia): tratamento em 
SESSÃO ÚNICA. A cárie não atingiu a polpa, 
logo, não há infecção. Dessa forma, não é 
preciso utilizar medicação intra-canal. 
➢ Caso não seja possível realizar todo o 
tratamento em uma única consulta (tempo, 
habilidade, condições anatômicas e material 
disponível) e a instrumentação for 
incompleta, coloca-se uma bolinha de 
algodão embebida em Otosprin ou 
hipoclorito de sódio. Selar com cotosol e 
proceder a obturação na próxima consulta. 
➢ Caso a instrumentação seja completa, mas 
por algum motivo não for possível obturar 
na mesma consulta, deve-se colocar 
medicação intra-canal (hidróxido de cálcio + 
glicerina). 
• Polpa necrosada (necropulpectomia): 
recomendado MULTIPLAS SESSÕES. A polpa 
foi infectada e é recomendado utilização de 
medicação intra-canal entre sessões. 
Associar PMCC + Ca(OH)2 + glicerina = PASTA 
CALLEN. 
OBTURAÇÃO DO SISTEMA DE CANAIS RADICULARES 
❖ Objetivos: 
• Selamento tridimensional do SCR; 
• Prevenir infiltração coronária e contaminação 
bacteriana; 
• Selar o ápice aos fluidos dos tecidos 
periapicais; 
• Confinar os irritantes remanescentes no canal. 
Quanto menor a tensão superficial, maior a 
umectação/penetração. 
Quanto menor viscosidade, maior efetividade no 
interior do canal. 
Sucesso no tratamento: 
✓ Preparo químico-mecânico eficiente; 
✓ Controle da infecção; 
✓ Boa obturação; 
✓ Selamento final. 
 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
❖ Pré-requisitos para obturação: 
• PQM completo; 
• Ausência de exsudação persistente; 
• Ausência de sintomatologia dolorosa; 
• Ausência de odor fétido. 
 
❖ Propriedades do material obturador: 
• Fácil manipulação, inserção e permitir longo 
tempo de trabalho; 
• Estabilidade dimensional; 
• Selante; 
• Não irritante; 
• Impermeável; 
• Inibir crescimento bacteriano; 
• Radiopacidade; 
• Não alterar cor do dente; 
• Estéril; 
• Fácil de ser removido. 
 
❖ Cones de Guta-Percha: 
• Cones principais (padronizados) tem cores 
correspondentes às limas K utilizadas. 
• Cones acessórios (não padronizados) tem 
diferentes diâmetros (F, FM, M, etc). 
• Há cones protaper específicos para a técnica 
ProTaper. 
• Devem ser mantidos submersos no hipoclorito 
de sódio por 1 min para descontaminação. 
Cones principais para 
limas tipo K. 
 
 
 Cones acessórios. 
 
 
 
Cones principais para 
limas Protaper. 
 
 
❖ Vantagens da Guta-percha: 
• Adaptam-se às irregularidades; 
• Bem toleradas pelos tecidos perirradiculares; 
• São radiopacas; 
• Podem ser plastificadas; 
• Possuem estabilidade dimensional; 
• Não alteram a cor do dente; 
• Podem ser facilmente removidas. 
 
❖ Desvantagens da Guta-percha: 
• Pouca resistência mecânica; 
• Baixa adesividade; 
• Pode ser deslocado via forame. 
 
❖ Cimento à base de Óxido de Zinco e Eugenol 
(Endofill): 
• Tempo de trabalho: 3h. Tempo de presa: 20h. 
• Baixa adesão e baixo escoamento. 
• Manipulação adequada em “ponto de fio”. 
 
❖ Cimento à base de Hidróxido de Calcio: 
• Biocompatível (efeitos biológicos benéficos); 
• Não radiopaco; 
• Pouco escoamento. 
 
❖ MTA (Agregado trióxido mineral): 
• Bom selamento apical; 
• Baixa biocompatibilidade; 
• Boa Radiopacidade. 
 
❖ Técnica de Condensação/Compactação Lateral: 
1. Seleção do espaçador de maior diâmetro que 
penetre livremente no canal, 1 a 2 mm aquém 
do CT; 
2. Seleção do cone de guta-percha principal; 
3. Manipulação do cimento endodôntico; 
4. Condensação lateral: secar o canal com pontas 
de papel absorvente; inserir o cone principal 
embebido em cimento; introduzir o espaçador 
digital lateralmente ao cone principal; remover 
o espaçador e inserir imediatamente um cone 
acessório com cimento no espaço criado. 
Repete-se o processo até que o espaçador não 
ultrapasse o 1/3 cervical. 
5. Compactação vertical: cortam-se os cones guta-
percha comum instrumento aquecido na 
embocadura do canal e, imediatamente após o 
corte, é realizada uma compactação no sentido 
apical, usando-se um compactador sem 
aquecimento. 
 
❖ Proservação: 
• O sucesso da terapia endodôntica deve ser 
avaliado semestralmente por critérios clínicos e 
radiográficos: 
✓ Ausência de lesão perirradicular; 
✓ Ausência de dor e tumefação; 
✓ Ausência de sensibilidade à palpação e 
percussão; 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
Correspondência de Limas K e brocas Gates-Glidden: 
GG 1 = 50 K GG 3 = 90 K 
GG 2 = 70 K GG 4 = 110 K 
✓ Ausência de fistula; 
✓ Mobilidade dentaria normal; 
✓ Função dentaria normal. 
INSTRUMENTAÇÃO MANUAL AÇO INOXIDAVEL 
(Lima tipo K) 
1. Rx inicial (odontometria: CAD - 1 ou 2 mm); 
2. Isolamento absoluto; 
3. Acesso; 
4. Irrigação com NaOCl; 
5. Limpeza/Instrumentação passiva (utilizar 3 ou 4 
limas K em movimento oscilatório nos 1/3 cervical 
e médio. Ex.: da lima 15 até a 40, em ordem 
crescente. Após, pode-se iniciar o pré-alargamento 
com GG); 
6. Pré-alargamento cervical com brocas Gates-
Glidden (4>3>2, em ordem decrescente); 
7. CT (CAD – 1 ou 2 mm) com lima K de pouco calibre 
(10, 15 ou 20); 
8. Rx do CT; 
9. Realizar avanços progressivos com limas de 
calibres maiores para os menores em direção ao 
ápice de acordo com a ultima broca GG utilizada 
(Ex.: Se utilizou GG 4, correspondente a k 110, 
utilizaremos a 55, que é metade da lima k 
correspondente a GG 4). 
10. Diâmetro anatômico: manter o cursor das limas no 
CT e a primeira que atingir a incisal indicará o 
diâmetro anatômico; 
11. Avanços progressivos até aumentar 3 ou 4 limas no 
CT para determinar a Lima de Memória; 
12. Rx com lima de memória. 
 
 
 
 
INSTRUMENTAÇÃO PROTAPER MANUAL 
1. Rx inicial; 
2. Isolamento absoluto; 
3. Acesso; 
4. Irrigação com NaOCl; 
5. Limpezapassiva nos 1/3 cervical e médio com 
limas S1 e Sx; 
6. GG4, S1 e Sx; 
7. GG3, S1 e Sx; 
8. GG2, S1 e Sx; 
9. Realizar CT com lima K 10, comprovando com Rx; 
10. GG3, S1 e Sx (no CT); 
11. GG2, S1 e S2 (no CT); 
12. Preparo apical com F1, F2 e F3. 
INSTRUMENTAÇÃO PROTAPER NEXT 
1. Rx inicial; 
2. Isolamento absoluto; 
3. Acesso; 
4. Irrigação com NaOCl; 
5. Determinar o CAD na radiografia inicial e reduzir 
2mm; 
6. Debridamento inicial com limas K 06, 08 e 10; 
7. Limpeza passiva nos 1/3 cervical e médio com 
limas X1 e Sx; 
8. Realização de CT e comprovar com Rx; 
9. Utilizar lima proglider no CT com 300 rotações e 2N 
de torque; 
10. Verificar patência com lima K 10; 
11. Instrumentar com limas X1, X2 e X3 no CT com 300 
rotações e 2N de torque. 
ALTERAÇÕES PULPARES 
❖ Origem da Agressão: 
• Física: calor do preparo, trauma, 
sobreinstrumentação, sobreobrutação; 
• Química: selador temporário, ácido em dentina; 
• Biológica: bactéria (fator etiológico). 
 
❖ Tipos de Inflamação: 
• Duração: 
✓ Inflamação AGUDA é de curta duração, em média 
2 ou 3 dias. 
✓ inflamação CRÔNICA dura semanas ou até meses; 
• Natureza: 
✓ Inflamação AGUDA é de natureza exsudativa, 
caracterizada pelo aumento da permeabilidade 
vascular, que permite a saída de líquidos e ptns 
plasmáticas para os tecidos. 
✓ Inflamação CRÔNICA é de natureza proliferativa, 
em razão da presença de fibroblastos, vasos 
sanguíneos neoformados e, às vezes, fibras 
nervosas em proliferação. 
• Células Envolvidas: 
✓ Inflamação AGUDA tem predomínio de 
neutrófilos PMN e macrófagos em menor 
quantidade. 
✓ Inflamação CRÔNICA predominam células 
imunocompetentes e elementos de reparação. 
Inflamação Aguda Inflamação Crônica 
Curta duração (2 ou 3 dias) Longa duração (semanas ou 
meses) 
Neutrófilos (pH ácido) Mononucleares (pH básico) 
Exsudativa Proliferativa 
Dor geralmente presente Dor geralmente ausente 
 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
❖ Pulpite Reversível 
• Alteração inflamatória transitória da polpa em fase 
inicial, em que o reparo tecidual ocorre uma vez 
removido o agente agressor. 
• Geralmente desencadeada por cárie. 
• SEM exposição pulpar. 
• Características Histopatológicas: 
✓ Vasodilatação (edema); 
✓ Tecido pulpar organizado. 
• Sinais e sintomas: 
✓ ASSINTOMÁTICA, desde que não seja estimulada. 
Paciente pode acusar dor aguda, rápida, 
localizada e fugaz em resposta a estímulos que 
normalmente não causariam dor. 
• Inspeção: 
✓ Restauração ou lesão de cárie extensa. 
✓ SEM exposição pulpar (porém a dentina 
normalmente está exposta). 
• Testes pulpares: 
✓ Térmico: 
➢ Calor: dor tardia à estimulação; 
➢ Frio: dor aguda, rápida, localizada que cessa 
logo após a remoção do estimulo. É a queixa 
mais comum. “Paciente chega bebendo água 
gelada”. 
✓ Elétrico: sensação de queimação ou 
formigamento igual ou levemente superior à de 
um dente normal. 
✓ Cavidade: estimulação dentinária causa dor, 
indicando vitalidade pulpar. 
• Testes perirradiculares: 
✓ Percussão e palpação: negativos. 
• Achados radiográficos: 
✓ Lesões cariosas ou restaurações extensas 
próximas a câmara pulpar. 
• Tratamento: 
✓ Remoção do tecido cariado ou da restauração 
defeituosa e aplicação de curativo a base de OZE 
ou CaOH. O paciente retornará em 7 dias para 
reavaliação a possivelmente será feita a 
restauração definitiva. Pode ser prescrito 
analgésico. 
 
❖ Pulpite Irreversível 
• Ocorre contato direto da polpa com 
microrganismos. 
• Há exposição pulpar. 
• Mesmo após remoção do agente agressor não 
ocorre reversão do quadro. 
• Caracterísitcas histopatológicas: 
✓ A polpa sofre alterações irreversíveis com 
inflamação severa. 
✓ Vasodilatação extrema. 
✓ Excitabilidade de fibras tipo C; 
✓ Dor pulsátil, lancinante, contínua e 
espontânea. 
• Sinais e Sintomas: 
✓ Normalmente o paciente não reclama de dor 
pois ao haver a exposição pulpar, ocorre a 
drenagem do exsudato inflamatório e/ou 
liberação de substancias analgésicas na região 
inflamada. 
Quando há dor... 
✓ Estágio intermediário: provocada, aguda, 
localizada e persiste por um longo período 
após a remoção do estimulo. 
✓ Estágios avançados: dor pulsátil, excruciante, 
lancinante, continua e espontânea. 
✓ Não cessa com uso de analgésicos. 
• Inspeção: 
✓ Cáries ou restaurações extensas que, quando 
removidas, causam exposição pulpar. 
✓ Se a causa da exposição é microbiana, 
considera-se a polpa infectada 
irreversivelmente. 
✓ Se a causa da exposição for trauma recente 
(menos de 48h) ou iatrogênicos assépticos, 
pode-se considerar a inflamação pulpar com 
caráter de reversibilidade. 
• Testes pulpares: 
✓ Térmicos: 
➢ Calor: positivo, aumenta a dor. 
➢ Frio: pode aliviar a dor devido a seu efeito 
analgésico e vasoconstritor. 
✓ Elétrico: responde apenas a altas correntes. 
✓ Cavidade: geralmente positiva. 
• Testes perirradiculares: 
✓ Percussão: usualmente negativo. 
✓ Palpação: negativo. 
• Achados radiográficos: 
✓ Lesões de caries ou restaurações extensas, 
sugerindo exposição pulpar. 
✓ Espaço do ligamento periodontal normal ou 
levemente espessado. 
• Tratamento: 
✓ Remoção total do tecido pulpar (tratamento 
endodôntico convencional) ou remoção 
parcial (tratamento endo conservador). 
 
❖ Pulpite Irreversível Crônica Hiperplásica 
• Extensa área de exposição pulpar, decorrente 
geralmente de cáries extensas. 
• Já não há mais toda a dentina do teto da 
câmara pulpar. 
• Ocorre geralmente em crianças. 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
• Características fisiopatológicas: 
✓ Vasodilatação (inflamação crônica que produz 
tecido granulomatoso hiperplásico). 
✓ Polpa organizada. 
✓ Sem dor. 
• Tratamento: 
✓ Extração (dependendo do estado do 
remanescente dentário) ou pulpectomia seguida 
de tratamento endodôntico. 
 
❖ Necrose Pulpar 
• Necrose de Liquefação: infecção bacteriana. Resto 
tecidual com aspecto de lama pastosa. 
• Necrose de Coagulação: causada por trauma, com 
interrupção do suprimento sanguíneo pulpar. O 
dente geralmente está íntegro, mas escurecido 
devido a degradação de ferro. 
• Necrose Gangrenosa: o tecido necrosado é 
invadido por bactérias, que promovem a 
liquefação. 
• Sinais e Sintomas: 
✓ Assintomática (paciente relata episódio de dor 
prévia). 
✓ Se a necrose for recente, pode haver dor ainda 
pois o nervo é a ultima estrutura a ser 
degradada. 
• Testes Pulpares: 
✓ Térmicos: 
➢ Calor: negativo, exceto em caso de ainda 
haver algum feixe nervoso não necrosado. 
➢ Frio: sempre negativo. 
✓ Elétrico: negativo. 
✓ Cavidade: negativo. 
• Testes Perirradiculares: 
✓ Percussão e palpação: depende do 
comprometimento pulpar de cada caso. 
• Tratamento: 
✓ Remoção do tecido necrosado, medicação 
intra-canal e tratamento endodôntico radical. 
ALTERAÇÕES PERIAPICAIS 
Continuação de uma necrose, ultrapassa o periápice. 
❖ Periodontite Apical Aguda 
• Estágio inicial de infecção periapical. 
• Aumento da permeabilidade vascular, com edema. 
• Dor presente. 
• Predominância de neutrófilos. 
• Sem alterações radiográficas. 
• Sinais e Sintomas: 
✓ Dor intensa, espontânea e localizada; 
✓ Sensibilidade ao toque = sensação de dente 
crescido! 
✓ Exsudato seroso (após a limagem, o liquido que 
sai e transparente = diagnostico diferencial de 
abcesso periapical). 
• Testes Perirradiculares:✓ Percussão e palpação: positivo dependendo do 
envolvimento. 
✓ Testes pulpares negativos. 
• Achados radiográficos: 
✓ Espaço do LP espessado (extrusão para 
acomodar o edema). 
• Tratamento: 
✓ Eliminação do agente agressor, medicação 
intra-canal, reajuste de oclusão, obturação em 
outra sessão. 
✓ Analgésico e anti-inflamatório (opcional). 
 
❖ Abcesso Periapical Agudo 
• Exacerbação da resposta inflamatória, 
caracterizada por infecção purulenta. 
• Características histopatológicas 
✓ Presença de pus, drenagem espontânea. 
✓ Exsudato purulento (diagnostico diferencial da 
periodontite apical aguda). 
• Fase inicial: Drenagem espontânea via canal. 
Fechar somente quando parar. Sem tumefação. 
Acesso – drenagem – curativo com TCF – 
selamento coronário. 
• Fase em evolução: Pior fase. O paciente ainda 
fica de 48 a 72h depois com dor. Prescrição de 
analgésico, anti-inflamatório, antibiótico e 
bochecho. 
Acesso – drenagem – limpeza e modelagem – 
curativo TCF- selamento coronário – prescrição 
de tríade. 
• Fase Final: coleção purulenta no espaço 
submucoso, sem tanta dor, bochecha inchada. 
Presença de fístula. 
Anestesia a distância – acesso na área de 
flutuação – drenagem subcutânea – limpeza e 
modelagem – medicação intra-canal TCF – 
selamento – prescrição tríade. 
• Sinais e Sintomas: 
✓ Dor intensa, espontânea, pulsátil, localizada; 
✓ Sensação de dente crescido e com mobilidade; 
✓ Na fase final pode haver envolvimento 
sistêmico. 
• Inspeção: 
✓ Cárie ou restaurações extensas; 
✓ Tumefação intra e/ou extra-canal (exceto no 
estagio inicial). 
• Testes Pulpares: 
✓ Negativos. 
• Testes Perirradiculares: 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
✓ Percussão e palpação: positivo, com coleção 
purulenta. 
• Achados radiográficos: 
✓ LP espessado; 
✓ Extensa área de destruição óssea. 
• Tratamento: 
✓ Drenagem e eliminação do agente agressor; 
✓ Limpeza e modelagem do SCR; 
✓ Medicação intra-canal TCF; 
✓ Analgésico e anti-inflamatório; 
✓ Obturação do SCR; 
✓ Antibiótico em fase de evolução. 
 
❖ Periodontite Apical Crônica 
• Resposta inflamatória à Periodontite Apical Aguda 
foi eficaz e a agressão cronifica. 
• Características Histopatológicas: 
✓ Infiltrado inflamatório crônico no LP 
✓ Não há reabsorção óssea. Porém, se tiver, se 
tornará um granuloma. 
✓ LP espessado, sem ruptura da lâmina dura. 
• Sinais e Sintomas: 
✓ Ausentes (Todo caso de necrose que paciente 
não relata dor deve ser tratado como 
periodontite apical crônica). 
• Inspeção: 
✓ Cárie ou restaurações extensas; 
✓ Associada ou não a carie recidivante. 
• Testes Pulpares: 
✓ Negativos. 
• Achados radiográficos: 
✓ LP espessado. 
• Tratamento: 
✓ Eliminação do agente agressor; 
✓ Limpeza, modelagem e obturação do SCR. 
 
❖ Granuloma Periapical / Cisto Periapical 
• Infiltrado inflamatório crônico associado a 
elementos de reparação, revestido ou não por 
epitélio pavimentoso estratificado. 
• Assintomático. 
• Inspeção: 
✓ Cáries ou restaurações extensas; 
✓ Dente escurecido, oriundo de necrose. 
• Testes pulpares: 
✓ Negativos. 
• Testes perirradiculares: 
✓ Negativos. 
• Achados radiográficos: 
✓ Área radiolúcida associada ao ápice radicular ou 
lateralmente a raiz. 
• Tratamento: 
✓ Limpeza, modelagem e obturação (com MTA) 
do SCR; 
✓ Em suspeita de cisto, deve-se fazer a 
curetagem. 
 
❖ Abcesso Periapical Crônico 
• Formação de exsudato purulento no interior de 
um granuloma ou cronificação de um abcesso 
periapical agudo. 
• Características histopatológicas: 
✓ Zonas de necrose de liquefação contendo 
neutrófilo PMN desintegrados circundados por 
macrófagos; 
✓ Presença de fístula. 
• Sinais e Sintomas: 
✓ Assintomático; 
✓ Presença de fístula. 
• Inspeção: 
✓ Cáries ou restaurações extensas; 
✓ Presença de fistula. 
• Testes pulpares: 
✓ Negativos. 
• Testes perirradiculares: 
✓ Negativos. 
• Achados radiográficos: 
✓ Área de destruição óssea periapical; 
✓ Limites não bem definidos; 
• Tratamento: 
✓ Limpeza, modelagem e obturação do SCR; 
✓ Proservação. 
DIAGNÓSTICO EM ENDODONTIA 
❖ Palpação Extra-oral: 
• Aumento de volume, alteração na consistência, 
limites marginais da tumefação, grau de fixação 
ou mobilidade e sensibilidade. 
• Edema ou vermelhidão indicam sinais de doenças 
agudas – sintomáticas - do periápice (abcesso 
perirradicular agudo). 
• Fístulas indicam doenças crônicas do periápice – 
assintomáticas (abcesso perirradicular crônico). 
 
❖ Intra-Oral: 
• Exame dos tecidos moles (edema, fístula, testes 
pulpares, perirradiculares e de mobilidade). 
 
❖ Inspeção dos Dentes: 
• Coroas escurecidas indicam necrose pulpar. Se 
sintomático, periodontite apical aguda. Se 
assintomático, periodontite apical crônica. 
• Coroas rosadas indicam trauma e necrose pulpar. 
Com dor ou não, sintomática ou assintomático, 
indicam periodontite apical aguda ou crônica. 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
• Lesões cariosas, profundidade, exposição pulpar, 
características da dor para determinar 
diagnóstico e tratamento adequado. 
• Condição periodontal (presença ou ausência de 
bolsa). 
 
❖ Verificação da oclusão: 
• Desvios de oclusão, contatos prematuros e 
ausência de contato interdental. 
 
❖ Exames complementares: 
• Transluminação (para suspeitas de trincas ou 
rachaduras, fraturas incompletas); 
• Traçado de fístula (Geralmente à distal do dente 
afetado); 
• Radiografia panorâmica (extensão da lesão). 
SELEÇÃO DE CASOS EM ENDODONTIA 
❖ Fatores relacionados ao estado geral de saúde do 
paciente: 
• Idade (jovem/idoso); 
• Estado de saúde do paciente: 
✓ Cardiopatias, febre reumática (profilaxia 
antibiótica 1h antes), hipertensão arterial, 
doenças infecciosas, diabetes, gravidez (evitar 
primeiro e último trimestre), neoplasias 
malignas. 
• Condição do dente. 
 
❖ Recomendação para pacientes cardiopatas: 
• Profilaxia antibiótica; evitar apreensão, medo e 
procedimentos demorados; anestésico 
apropriado (Articaína); cadeia asséptica rigorosa 
(endocardite bacteriana). 
 
❖ Recomendações para pacientes diabéticos: 
• Paciente compensado (medicação deve ser 
tomada sempre); não utilizar adrenalina; não 
interferir com horário de alimentação e insulina; 
sessões curtas; preferência para primeiro horário 
da manhã; não há necessidade de profilaxia 
antibiótica. 
 
❖ Recomendações para pacientes gravidas: 
• Mínimo de Rx; ideal 2º trimestre; tto de urgência 
em qualquer época; anestésico Lidocaína; 
consultar medicações sistêmicas. 
RADIOLOGIA EM ENDODONTIA 
❖ Sequência radiográfica: 
1. RX inicial (mede CAD); 
2. RX do CT (após limpeza passiva dos 1/3 médio e 
cervical); 
3. RX da lima de memória (após instrumentação. 1ª 
lima no CT); 
4. RX da seleção de cone principal (cone de guta-
percha correspondente à LM); 
5. RX de confirmação da qualidade de obturação; 
6. RX final. 
 
❖ Variação da angulação na técnica da Bissetriz: 
• Imagem encurtada = filme paralelo ao dente; 
• Imagem alongada = filme paralelo do cone. 
 
❖ Técnica de Clark: 
• O objeto que estiver vestibularizado irá se mover 
contrário ao movimento do cone; 
• O objeto que estiver lingualizado irá se mover 
junto ao movimento do cone ou realizar mínimo 
movimento contrário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
❖ Técnica Le Master: 
• Quando o arco zigomáticoestá em cima do ápice 
do dente. 
• Coloca-se um rolete de algodão no meio da 
película, fazendo com que o filme fique mais 
perpendicular possível ao feixe. 
 
❖ Técnica de rastreamento de Bramante (Triangular): 
• Indicações: 
✓ Angulação radicular; degraus; perfuração; 
localização de corpo estranho; reabsorção; e 
localização de pinos. 
 Mesiorradial Ortorradial Distorradial 
Canal Central Centro Centro Centro 
Canal Vestibular Longe Centro Longe 
Canal Lingual/P. Perto Centro Perto 
Mésio-Lingual Mesial Mesial Central 
Disto-Vestibular Distal Distal Central 
Disto-Lingual Central Distal Distal 
 
 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
EMERGÊNCIA EM ENDODONTIA 
❖ Uma emergência evolui de uma urgência, que não 
requer intervenção imediata. 
❖ A emergência desestrutura a rotina do paciente e o 
mesmo tem suas atividades comprometidas. 
 
❖ Objetivos do atendimento: 
• Impedir o agravamento da situação. 
 
❖ Exame de Emergência: 
• Rápido e preciso para levar ao diagnóstico 
correto. 
• Exige máxima destreza, habilidade e pratica do 
cirurgião dentista. 
 
❖ Testes Clínicos: 
• Testes perirradiculares : palpação, percussão, 
teste de mordida, mobilidade, sondagem 
periodontal; 
• Testes pulpares: térmicos, elétricos, de anestesia. 
 
❖ Diagnóstico Diferencial: 
• Abcesso periodontal, pericoronarite, sialolitíase, 
queimaduras, DTM, trigêmeo, etc. 
 
❖ Dores de origem pulpar 
• Pulpite Reversível: 
➢ TTO: remoção da causa. 
• Pulpite Irreversível: 
➢ Assintomática não requer tratamento de 
emergência; 
➢ Sintomática: requer manobra para aliviar a 
pressão. 
➢ TTO: pulpectomia (total) ou pulpotomia 
(parcial) 
• Periodontite Apical Aguda: 
➢ TTO: instrumentação + pasta Callen + AINE 
(nimesulida 100mg 12/12h 3 dias) 
• Abcesso Apical Agudo: 
➢ TTO: acesso e estabelecer saída do pus; 
prescrição de analgésico e antibiótico. 
• Abcesso Apical Crônico: 
➢ Não constitui emergência. 
RETRATAMENTO ENDODÔNTICO 
❖ Insucesso: 
• Desinfecção insuficiente; 
• Obturação inadequada; 
• Lesão persistente; 
• Acidentes operatórios. 
 
❖ Fatores relacionados: 
• Complexidade anatômica; 
• Acesso inadequado; 
• Obturação deficiente; 
• Canais não localizados; 
• Infiltração coronária; 
• Aparecimento de lesão/área patológica; 
• Não regressão de lesão pré-existente; 
• Presença de sintomatologia. 
 
❖ Conceito: 
1. Remoção do material obturador; 
2. Nova instrumentação e desinfecção; 
3. Nova obturação dos condutos 
Objetivo: superar as deficiências da terapia 
anterior. 
 
❖ Etapas: 
• Acesso coronário ( remoção da restauração); 
• Acesso radicular (remoção do material obturador); 
• Re-instrumentação; 
• Re-obturação. 
 
❖ Para remoção de cones: 
• 1/3 cervical: brocas GG 4/3/2, largo ou 
instrumento aquecido; 
• 1/3 médio e apical: instrumento manual e 
substancias químicas (solventes); 
• Movimento: pressão; ¼ volta e remove. Repete ate 
chegar ao CAD. 
 
❖ Solventes de Guta-percha: 
• Eucaliptol, óleo essencial de laranja, xilol, 
clorofórmio. 
• Nunca usar solventes antes de usar GG, pois fica 
mole e empurra contra as paredes (suja muito). 
TRATAMENTO CONSERVADOR DA POLPA 
A rizogênese só é complete de 3 a 4 anos após a 
erupção do dente. 
❖ Características dos dentes com rizogênese 
incompleta: 
• Canal principal muito ampla; 
• Cornos pulpares amplos; 
• Paredes radiculares finas e frágeis; 
• Dentina apical sem revestimento cementário; 
• Abertura apical se formação foraminal. 
 
❖ Diagnóstico: 
• Exame clinico: IMPORTANTE saber que o dente com 
rizogênese incompleta pode não ter a estrutura 
nervosa completa e não responder bem aos testes 
de sensibilidade pulpar. 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
• Exame radiográfico: IMPORTANTE saber que o dente 
com rizogênese incompleta apresenta um saco 
dental que pode ser confundido com lesão 
periapical 
 
❖ Objetivo do tratamento endodôntico: 
• Estimular o fechamento apical para que se 
desenvolvam as paredes do canal. 
 
❖ Tipos de tratamento conservador: 
• Apicigênese: POLPA VITAL, consiste no tratamento 
feito com ápice aberto com objetivo concluir a 
formação fisiológica radicular. 
o Indicações: 
✓ Dentes com vitalidade pulpar contendo uma 
porção pulpar que possa promover a 
complementação apical através de deposição 
de dentina e cemento; 
✓ Dentes com fratura coronária, 
comprometimento pulpar e raízes incompletas 
associadas a polpa vital; 
✓ Dentes com caries extensas e exposição pulpar 
e raízes incompletamente formadas. 
o Fatores que influenciam as terapias 
conservadoras: 
✓ Estado da polpa (se possui capacidade de 
reparo – se possui microrganismos e está 
infectada); 
✓ Remoção da causa da inflamação; 
✓ Material utilizado; 
✓ Selamento coronário (impossibilita a infiltração 
de microrganismos). 
o Modalidades: 
✓ Capeamento Pulpar (exposição por trauma de 
até 24h): 
▪ Anestesia / Isolamento / Abertura 
coronária e remoção de tecido cariado, se 
necessário / Limpeza de cavidade – 
irrigação e hemostasia / Aplicação de CaOH 
ou MTA / CIV / Restauração ou colagem do 
fragmento. 
▪ O sucesso está ligado a uma restauração 
final bem feita para que não haja 
infiltração. 
✓ Pulpotomia Parcial (exposição pulpar por 
trauma de 24 a 72h): 
▪ Anestesia / isolamento / abertura 
coronária e remoção de tecido cariado, se 
necessário / REMOÇÃO DA POLPA CORONÁRIA 
SUPERFICIAL COM CURETA AFIADA – 1 A 2 MM / 
limpeza da cavidade – irrigação e 
hemostasia / Aplicação de CaOH ou MTA / 
CIV / Restauração ou colagem do 
fragmento. 
▪ Ao remover 1 a 2 mm da polpa ocorre 
remoção dos microrganismos superficiais 
que poderiam estar associados ao 
insucesso do capeamento direto. 
✓ Pulpotomia Total (exposição por trauma acima 
de 72h ou exposição por cárie): 
▪ Anestesia / Isolamento / Abertura 
coronária e remoção de tecido cariado, se 
necessário / REMOÇÃO TOTAL DA POLPA 
CORONÁRIA COM CURETA AFIADA EM CORTE ÚNICO 
ATE A ETRADA DA EMBOCADURA DO CANAL / 
Limpeza de cavidade – irrigação e 
hemostasia / Associação de 
corticosteroide-antibiótico = otosporin 
(Técnica imediata: coloca a medicação e 
deixa de 10 a 15in / Técnica Mediata: 
coloca-se uma bolinha de algodão e deixa 
de 2 a 7 dias com restauração provisória) / 
Aplicação de CaOH ou MTA / CIV / 
Restauração ou colagem do fragmento. 
▪ O índice de sucesso é maior na técnica 
mediata do que na imediata. 
▪ Em todos os casos a Proservação é de 6 
meses a 2 anos. 
• Apicificação: POLPA NECROSADA, cria condições para 
que apenas ocorra o fechamento apical através da 
deposição de tecido duro mineralizado para que o 
material obturador fique contido dentro do canal. 
Porém, não ocorre o aumento do comprimento 
radicular. 
o Hidróxido de Cálcio: 
✓ Possui ação anti-inflamatória, antimicrobiana e 
anti-hemorrágica; 
✓ Indução de reparo por deposição de tecido 
mineralizado; 
✓ Solvente de matéria orgânica; 
✓ Inibe reabsorção radicular. 
✓ Leva a formação de uma barreira na região 
apical. 
✓ Colocada no interior do canal e acompanhada 
radiograficamente (5 a 20 meses) para avaliar a 
permanência do material dentro do canal. 
✓ Protocolo: 
▪ Anestesia / Isolamento / Abertura 
coronária / PQM / Aplicação do EDTA para 
remover smear layer / Curativo de demora 
com pasta callen / Proservação do 
fechamento do ápice/ A OBTURAÇÃO DO 
CANALSÓ VAI ACONTECER QUANDO OBSERVARMOS 
A FORMAÇÃO DA BARREIRA. 
✓ PROBLEMA: o CaOH não promove o 
espessamento das paredes dentinárias, apenas 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
O QUE É SCAFFOLD? 
É O ARCABOUÇO QUE VAI SERVIR COMO LOCAL DE LIGAÇÃO, 
PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO DE CÉLULAS TRONCO, 
PERMITINDO IDEALMENTE A VASCULARIZAÇÃO E INERVAÇÃO 
DO TECIDO PULPAR. É REALIZADO ATRAVÉS DA ESTIMULAÇÃO 
DO COAGULO. 
uma barreia e, essa barreira, é porosa e não 
contínua, levando ao enfraquecimento 
dentário. 
o MTA (Agregado de Trióxido Mineral): 
✓ Indicado para vedamento de perfuração, 
selamento de reabsorções, retro obturações, 
tratamento conservador, etc. 
✓ Seu objetivo é formar um tecido mineralizado na 
região apical – Plug de MTA. 
✓ Vantagem: mais rápido, necessita de apenas 
duas consultas. Na primeira é colocado o MTA 
no interior do canal e na segunda é feita a 
obturação pois após tomar presa o MTA serve 
como barreira. 
REVASCULARIZAÇÃO PULPAR 
❖ Objetiva aumentar a espessura das paredes 
dentinárias e permitir o fechamento do ápice 
mesmo em dentes necrosados. 
 
❖ Diferença de termos: 
• Regeneração: formação de um novo tecido com 
características e funções semelhantes à do tecido 
pulpar perdido; 
• Revascularização: restabelecimento de um 
suprimento vascular em dentes permanentemente 
imaturos; 
• Revitalização: invaginação de um tecido vital que 
não se assemelha ao tecido original perdido, ou 
seja, forma um tecido novo, mas não exatamente 
igual ao perdido. 
 
❖ Indicação: 
• Dentes com necrose que tenha diâmetro foraminal 
MD maior que 1mm na radiografia. 
• Sabemos, assim, que a área VL será muito maior. 
 
❖ Pré-requisitos: 
• Rizogênese incompleta; 
• Abertura foraminal maior que 1 mm 
radiograficamente; 
• Livre de bactérias. 
 
❖ Vantagens: 
• Procedimento simples; 
• Menor tempo clinico; 
• Fortalece o dente (termina a formação radicular e 
aumenta a espessura das paredes dentinárias). 
 
❖ Desvantagens: 
• Acompanhamento a longo prazo; 
• Ausência de descontaminação total do canal. 
 
❖ Protocolo: 
• Primeira consulta: 
✓ Isolamento; 
✓ Abertura coronária; 
✓ Irrigação criteriosa (NaOCl + clorexidina); 
✓ Medicação intra-canal (pasta poliantibiótica – 
ciprofloxacina + metronidazol + minociclina) 
✓ Selamento coronário provisório com cotosol ou 
CIV. 
• Segunda consulta: 
✓ Observar (assintomático, ausência de fistula e 
exsudação); 
✓ Irrigação criteriosa; 
✓ Irrigação final (EDTA + secagem com cone de 
papel); 
✓ Medicação (pasta poliantibiótica ou CaOH 
associado a clorexidina) 
✓ Instrumentação: 
➢ Estimular o sangramento levando lima manual 
2 mm além do ápice; 
 
 
 
 
➢ Após o estimulo do sangramento, coloca-se 
uma barreira colágena e leva-la cerca de 2 a 3 
mm além da coroa; 
➢ Fazer um tampão com MTA 2 mm para deixar 
o material longe da coroa e tentar evitar o 
escurecimento. 
✓ Selamento coronário: formação do ápice ocorre 
em 24 meses. 
 
REABSORÇÃO DENTÁRIA 
❖ Conceitos: 
Absorção: Reabsorção: Aposição: 
Ganho de 
fluidos externos 
ao corpo pelos 
tecidos 
Perda de 
produtos ou 
tecidos do 
próprio corpo 
Ganho de 
produtos ou 
tecidos do 
próprio corpo 
 
Reabsorção dentária X Reabsorção óssea 
Envolvem perda de tecido mineralizado, porém 
diferentes. Respectivamente perdem 
dentina/cemento e osso. 
❖ Principais fatores etiológicos (no Brasil): cárie e 
doença periodontal. 
❖ O sucesso no tratamento depende do diagnóstico 
correto e identificação da causa. 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
 
❖ Transplante dentário ainda não é uma realidade na 
odontologia. A principal causa de insucesso é a 
reabsorção dentária. 
 
❖ Na movimentação ortodôntica, há perda e ganho de 
tecido continuamente (remodelação óssea). Quando 
ocorre esse processo em dente permanente, trata-
se de um processo patológico (reabsorção dentária). 
 
❖ Em dentes decíduos a reabsorção dentária é um 
processo fisiológico durante a esfoliação. 
 
❖ Definição: 
• Evento, fisio ou patológico, decorrente da ação de 
clastos ativados, que resulta na perda progressiva 
ou transitória de cemento ou cemento e dentina, 
com possível comprometimento do dente. 
 
❖ Dentina, cemento e osso são passíveis de serem 
reabsorvidos por terem em comum em sua 
composição hidroxiapatita e colágeno. Contudo, o 
osso é constantemente remodelado enquanto a 
dentina e o cemento não. Isto deve-se ao fato de o 
ligamento periodontal circundar e proteger o dente 
das células clásticas. Se o cemento perder sua 
integridade e, consequentemente, as fibras do LP, as 
células clásticas serão capazes de atuar na superfície 
dentinária. 
 
❖ Fatores desencadeantes: 
• Pressão (movimentação ortodôntica – no mínimo, 
é comum ter arredondamento de ápice. Deve 
haver controle radiográfico pré e pós tratamento); 
• Microrganismos (inflamação > mediadores 
químicos IL1, IL6 favorecem a reabsorção); 
• Trauma dentário (avulsão e luxação intrusiva). 
 
❖ A célula clástica possui pseudópodos que 
possibilitam a aderência ao tecido mineralizado que 
perdeu integridade de cemento. Ocorre a liberação 
de ácidos e enzimas que degradam o tecido 
mineralizado até uma certa profundidade e, então, 
ela migra para outro sitio e inicia novamente a 
reabsorção. Uma outra célula clástica irá aderir onde 
outra esteve previamente dando continuidade a 
absorção sucessivamente. 
 
❖ Reabsorções dentárias e o tratamento ortodôntico: 
• Concentração de forças em menor área 
periodontal; 
• Movimentos de inclinação (dentes mesializados, 
lingualizados, etc); 
• Mecânica intrusiva; 
• Extensão do movimento (quanto maior, maior a 
chance de reabsorção); 
• Fundamental conhecimento anatômico e Rx inicial. 
 
❖ Pseudo-Sobreobturação: reabsorção dentária pós 
tratamento endodôntico. 
Parece que houve sobre- 
obturação, mas na 
verdade foi o dente que 
reabsorveu após o tto e 
tem material obturador 
após o ápice. 
 
❖ Avaliação (Exames): 
• Radiografia Periapical; 
• Tomografia Computadorizada Cone Beam (padrão 
ouro). 
 
❖ Mecanismos de Ocorrência: 
• Inflamatórios (radiolucidez): 
✓ Agentes biológicos: 
➢ Lesões perirradiculares (SEMPRE terá 
reabsorção dentária, além da óssea facilmente 
identificada na radiografia); 
➢ Dentes não irrompidos; 
➢ Cistos e neoplasias. 
✓ Agentes físicos: 
➢ Calor excessivo (sempre irrigar); 
➢ Traumatismos (incluindo trauma oclusal); 
➢ Transplantes dentários; 
➢ Cirurgias envolvendo estrutura radicular 
(cuidado para não tocar em raízes próximas); 
➢ Movimentação dentária induzida. 
✓ Agentes químicos: 
➢ Agentes clareadores (atualmente não ocorre 
mais – é feito um tampão cervical em 
clareamento endógeno com um selante – CIV, 
cotosol, fosfato de zinco – a guta-percha não 
promove selamento); 
➢ Outros materiais dentários (extravasamento de 
hipoclorito de sódio, cimento endodôntico, 
paramono, etc). 
• Não-inflamatórios (sem radiolucidez): 
✓ Por substituição (anquilose) 
➢ Clinicamente: 
▪ Ausência do LP; não possui nenhuma 
mobilidade; 
▪ Infra-oclusão; 
▪ Percussão: som metálico característico. 
➢ Não tem tratamento curativo. Cemento e 
dentina substituídos por osso alveolar, que é 
continuamente remodelado. Pode levar de 3 a 
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10 anos para o osso substituircompletamente o 
dente. 
➢ Os restos epiteliais de Malassez são descritos 
como protetores da superfície radicular 
externa, junto aos cementoblastos. 
➢ Etiologia: 
▪ Reimplante dentário (após avulsão. Manter o 
dente no leite > saliva > soro > água. O leite é 
capaz de preservar os restos epiteliais de 
Malassez e prevenir a anquilose); 
▪ Transplantes; 
▪ Luxação; 
▪ Ortodontia. 
➢ Após o diagnóstico da anquilose, deve-se 
aguardar a total reabsorção radicular do dente, 
remover a coroa e realizar um implante. Dessa 
forma, evitaremos o estresse de extrair um 
dente anquilosado, de necessitar realizar 
osteotomia e, no final, teremos boa quantidade 
de osso alveolar para receber o implante. Se 
houver necessidade, pode-se fazer o 
tratamento endodôntico e acompanhar até 
conseguir remover a coroa e fazer o implante. 
 
❖ Classificação das Reabsorções: 
• Quanto à natureza: 
✓ Fisiológicas (decíduos); 
✓ Patológicas (permanentes). 
• Quanto ao grau de extensão: 
✓ Simples – 1 dente; 
✓ Múltiplas - mais de 1 dente. 
• Quanto à fase de evolução: 
✓ Ativa; 
✓ Paralisada; 
✓ Reparada. 
➢ Determinada apenas com acompanhamento 
radiográfico = Proservação. 
• Quanto à região afetada: 
✓ Coronária; 
➢ Internamente e desencadeada no tecido pulpar 
(polpa reabsorve a dentina) 
OU 
➢ Evolução de uma reabsorção radicular externa. 
▪ Coroa rósea (tecido mineralizado substituído 
pelo pulpar ou gengival – assintomático); 
▪ Comum em dentes que apresentam o GAP, 
fenda microscópica na junção cemento-
esmalte. 
✓ Radicular (mais comum no 1/3 apical – 80%). 
• Quanto à superfície dentária afetada: 
✓ Interna; 
➢ Etiologia: 
▪ Cárie, trauma de baixa intensidade, pulpite, 
restauração profunda. 
➢ Tecido pulpar vital (da polpa para a dentina. Se 
houver necrose, o processo de reabsorção é 
paralisado – fase evolutiva); 
➢ Rx: limite pulpar com aspecto balonizante – 
sem contorno pulpar; 
 
 
 
 
 
➢ Tratamento: tratamento endodôntico! PQM , 
pré-curvar a lima K (desorganização das céls 
osteorremodeladoras), medicação intra-canal 
(pasta callen – para rastrear a limpeza), 
obturação somente quando ao Rx a medicação 
preencher todo o canal com técnica 
termoplastificada. 
➢ Sinal clínico: pontos róseos na coroa (perda de 
estrutura dentinária e coloração da polpa 
sobressai); 
➢ Fragilização da estrutura dentaria; 
➢ Assintomática (dor ou desconforto somente em 
estágios avançados); 
➢ Evolução lenta. 
✓ Externa; 
➢ Inicia-se em qualquer ponto 
da raiz; 
➢ Rx: mantêm-se o contorno 
pulpar; 
➢ Tratamento: combate à infec- 
ção endodôntica (necrose). 
 PQM, medicação intra-canal 
(pasta callen), limite de instrumentação 
(batente) aquém da margem reabsorvida para 
não ter risco de sobreinstrumentação; 
➢ Geralmente assintomática; 
➢ Dificuldade de estabelecer limite apical (CAD – 
2mm), dificuldade de travar cone de 
gutapercha; 
✓ Interna/Externa (Comunicante): 
➢ Comunicação do meio interno 
e externo – pior prognóstico; 
➢ Perfuração da superfície radicular; 
➢ Evolui para necrose; 
➢ Grande chance de extravasamento de material 
obturador. 
❖ Diagnóstico Diferencial: 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
R. Interna R. Externa 
✓ Lâmina dura íntegra ✓ Lâmina dura 
✓ Vitalidade pulpar ✓ Necrose ou vitalidade 
pulpar 
✓ Trauma de menor 
intensidade 
✓ Trauma grave 
 
❖ Para realizar um correto diagnóstico: 
✓ Anamnese cuidadosa (alterações hormonais 
aumentam chance de reabsorção); 
✓ Avaliar mobilidade; 
✓ Teste de percussão; 
✓ Evidencias radiográficas 
✓ Tratamento: acompanhamento clinico e 
radiográfico; eliminar a causa, quando possível; 
tratamento endodôntico preventivo (evitar 
necrose) ou curativo (quando já tem necrose); 
medicação intra-canal sempre. 
 
INTERRELAÇÃO ENDODONTIA E PERIODONTIA 
❖ Lesões que afetam tanto o endodonto quanto o 
periodonto. 
 
❖ Fatores para o desenvolvimento e progressão: 
• Contribuintes (favorecem): 
✓ Traumas (envolvendo polpa e/ou LP); 
✓ Reabsorções (favorece comunicação do 
endodonto e periodonto pela perda de tec. 
mineralizado); 
✓ Perfurações (comunicação do SCR com tec. 
perirradiculares, acidentes operatórios ou 
extensas lesões de cárie); 
✓ Má formação dentária; 
✓ Tratamento endodôntico deficiente; 
✓ Restauração deficiente (infiltração coronária, 
fratura de restauração ou do dente, não formam 
uma barreira de proteção contra contaminação e 
infiltração). 
• Etiológico (desenvolvem): 
✓ Patógenos vivos - Microrganismos (fungos, vírus 
ou bactérias); 
✓ Patógenos não vivos – extrínsecos (cone de papel 
absorvente, fiapo de bolinha de algodão que 
ficam no canal) e intrínsecos (cristal de 
colesterol, corpúsculo de Russel, e outras 
estruturas presentes no tecido). 
 
❖ Comunicação entre Cavidade Pulpar e Periodonto: 
• Forame apical (principal); 
• Túbulos dentinários expostos; 
• Outros portais de saída; 
• Reabsorções radiculares; 
• Perfurações radiculares; 
• Fraturas radiculares. 
 
❖ Influência do tratamento endodôntico sobre o 
periodonto: 
• Irritação mecânica e/ou química 
(sobreinstrumentação, extravasamento de 
materiais químicos – hipoclorito, guta, cimento); 
• Perfuração radicular; 
• Fratura radicular; 
• Tratamento endodôntico deficiente. 
 
❖ Influência da doença periodontal sobre a polpa: 
➢ Mais difícil. O mais comum é uma inflamação 
pulpar atingir o periodonto. Ocorre se o forame 
apical for atingido decorrente de uma grande 
perda periodontal e leva a necrose. 
• Raspagem e alisamento radicular: 
✓ Remoção do cemento; 
✓ Hipersensibilidade dentinária; 
✓ Retração gengival. 
 
❖ Classificação das lesões: 
• Lesão endodôntica primaria; 
• Lesão periodontal primaria; 
• Lesão endodôntica primaria com envolvimento 
periodontal secundário; 
• Lesão periodontal primária com envolvimento 
endodôntico secundário; 
• Lesão endo-perio verdadeira/combinada. 
 
❖ Avaliação de sinais e sintomas clínicos: 
• Dor (intensa - endo, moderada - perio, 
estimulada); 
• Edema; 
• Fístula (via LP - perio, gengiva inserida - perio, 
fundo de vestíbulo - endo); 
• Testes de sensibilidade pulpar (térmicos, elétrico, 
de cavidade); 
• Mobilidade dentária; 
• Palpação e percussão (vertical – endo, horizontal – 
perio); 
• Sondagem; 
• Rx periapical. 
 
❖ Diagnóstico Diferencial: 
• Doença endodôntica primária com envolvimento 
periodontal secundário: 
✓ Doença endodôntica pode levar a uma lesão 
periodontal marginal em função da extensão da 
lesão; 
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✓ Placa e cálculo mudam o prognóstico > 
acometimento periodontal; 
✓ Tratamento: endodôntico e periodontal; 
✓ Pode, também, ser devido a uma perfuração que 
gerou necrose e inflamação periodontal. 
• Doença periodontal primária com envolvimento 
endodôntico secundário: 
✓ Progressão apical da bolsa periodontal 
acometendo tecidos perirradiculares; 
✓ Necrose pulpar através dos canais laterais ou 
forame apical por microrganismos provenientes 
da DP; 
✓ Prognóstico: em unirradiculares é desfavorável e 
em molares é melhor; 
✓ Tratamento periodontal (raspagem e alisamento 
radicular) pode levar ao envolvimento 
endodôntico secundário; 
✓ Tratamento: endodôntico (utilizando EDTA – 
remoção da smear layer de canais não principais) 
e periodontal. 
• Doença Endo-Perio verdadeira ou combinada: 
✓ Menos frequente;✓ Grande perda de inserção devido à DP e lesão 
perirradicular; 
✓ Prognóstico sombrio, principalmente em dente 
unirradicular; 
✓ Em molares é possível fazer hemissecção ou 
rizectomia, isto é, corta-se a raiz com lesão ou 
contaminação e mantem a outra. Difícil de 
higienizar. Não é mais tão utilizado devido aos 
implantes. 
 
❖ Prognóstico: 
• Depende do diagnóstico; 
• Doença endodôntica ou periodontal primária 
geralmente não apresentam dificuldade de 
diagnóstico; 
• Principais fatores a serem considerados: 
✓ Vitalidade pulpar; 
✓ Extensão da lesão periodontal (se já atingiu 
periápice). 
 Periodontal Endodôntico 
Sensibilidade 
pulpar 
Positivo Negativo 
Bolsa periodontal Presente Não precisa estar presente 
Dor Moderada Intensa 
Elemento dental Hígido Geralmente com cavidade 
ou restauração extensa 
Percussão Lateral 
positiva 
Vertical positiva 
Imagem 
radiográfica 
radiolúcida 
Lateralmente 
à raiz 
Geralmente no ápice 
 
Causa Condição pulpar Tratamento 
Endodôntica Não vital Endodôntico 
Endo 1ª Perio 2º Não vital Endodôntico 
Perio 1ª Endo 2ª Não vital 1º endo, 2º perio 
Periodontal Vital Periodontal 
Endo-Perio verdadeira Não vital 1º endo, 2º perio 
 
 
TRAUMATISMO DENTÁRIO 
▪ Não ocorre com frequência e, por isso, gera dúvidas; 
▪ Situação de urgência, requer atendimento rápido e 
minucioso; 
▪ Maior incidência – 8 a 12 anos, meninos mais 
acometidos; 
▪ Acidentes de bicicletas, skates, patins ou esportivos 
(indicar utilização de placa esportiva); 
▪ Dentes mais vulneráveis ICsup, ILsup, ICinf e ILinf; 
▪ Acompanhamento é fundamental; 
✓ Fatores anatômicos: 
✓ Oclusão classe II com overjet maios que 4mm - 
maior chance de traumatismo do que um paciente 
classe I; 
✓ Mordida aberta; 
✓ Respirador bucal; 
✓ Lábio superior curto; 
▪ Associações: 
✓ Fraturas ósseas, lesões nos tecidos moles, de 
sustentação, lesões em face ou outras partes do 
corpo; 
▪ Influenciam função e estética do paciente. 
 
❖ Exame Clínico do Paciente Traumatizado 
• Controle da situação de estresse; 
• Após controlado, anamnese da história médica; 
• 1º passo: higienizar a face; 
• Durante a degermação: impressão inicial da 
extensão do traumatismo; 
• Histórico do acidente: Como? Quando? Onde? 
✓ Houve perídio de inconsciência? Concussão 
cerebral; 
✓ Está se comunicando de forma coerente? Lesão 
neurológica; 
✓ Paciente pode virar a cabeça de uma lado para o 
outro? Trauma na coluna cervical; 
✓ Dificuldade de respirar? Aspiração de corpo 
estranho. 
• Queixa do paciente: 
✓ Distúrbio na mordida: luxação dental, fratura 
alveolar, fratura maxilar, ou luxação ou fratura da 
ATM; 
✓ Dor e sangramento: local? Intensidade? 
✓ Dor ao “gelado” ou “vento”: exposição pulpar; 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
Desordem de condução das terminações nervosas 
pode inibir o impulso e o dente traumatizado fica 
vulnerável a falso-negativos. 
O restabelecimento do fluxo sanguíneo pulpar 
após o trauma pode levar até 9 meses. Logo, o 
resultado positivo após um negativo pode ser 
sinal de polpa saudável. Deve-se avaliar a 
extensão do dano para realizar o tratamento. 
Se a linha de fratura estiver paralela ao feixe 
principal, ela pode não ser visível. Por isso, há 
necessidade de realização de 3 radiografias 
periapicais em angulações diferentes para que a 
fratura seja visível e bem localizada. 
✓ Dentes não se encaixam: deslocamentos 
dentários ou fratura óssea. 
 
❖ Exame Físico do Paciente Traumatizado 
• Exame Extraoral: 
✓ Sinais externos: lacerações na cabeça e pescoço, 
edema ou equimose na face, bochecha, pescoço 
e lábios; 
✓ Palpação da ATM na abertura e fechamento; 
✓ Exame mandibular: com os polegares sob a 
mandíbula, movendo-a de um lado a outro; 
✓ Dor na oclusão: fratura coronária, radicular ou 
óssea. 
• Exame dos Tecidos Moles: 
✓ Lesões e lacerações em lábios, mucosa jugal, 
palato, assoalho bucal e língua. 
Nas lacerações em lábio e língua devem ser feitas 
radiografias para buscar possíveis fragmentos 
dentários ou corpos estranhos; 
✓ Palpação da gengiva e mucosa oral. 
• Exame Dentário Intraoral: 
✓ Vários dentes desalinhados: fratura óssea; 
✓ Movimentação dos dentes com a ponta dos 
dedos: luxação ou fratura alveolar; 
✓ Fratura coronária: coroa móvel e dente 
permanece em posição; 
✓ Fraturas radiculares: dedo indicador e polegar 
sobre mucosas vestibular e lingual movimentam 
todo o dente; 
✓ Sangramento no sulco gengival: segmento de 
dente descolado (diagnóstico diferencial de 
concussão e subluxação, onde na subluxação não 
há sangramento do sulco e na concussão tem 
sangramento); 
✓ Alteração na coloração do dente; 
✓ Exposição pulpar; 
✓ Exames radiográficos (ortorradial com 
posicionador e outras angulações). 
• Testes: 
✓ Térmico: ao frio com bolinha de algodão. 
Comparar resposta; 
✓ Elétrico: limitado em dentes jovens, útil em 
idosos ou dentes traumatizados; 
✓ Função nervosa do dente fica alterada e pode 
não responder corretamente aos testes. A 
condução das terminações nervosas fica 
descoordenada); 
✓ Não indicam necrose e sim polpa traumatizada; 
✓ Comparação: no dia, após 3 semanas e após 3, 6 
e 12 meses e anualmente, até 5 anos; 
 
 
✓ Respostas positivas iniciais: não podem ser 
consideradas saudáveis, pois podem não mais 
responder; 
✓ Ausência de resposta inicial: não podem ser 
consideradas como necróticas, pois podem voltar 
a responder nas consultas de controle. 
 
 
 
 
• Exame Radiográfico Periapical: 
✓ Fraturas radiculares, coronárias e subgengivais; 
✓ Fraturas ósseas; 
✓ Deslocamentos dentários; 
✓ Reabsorções radiculares e ósseas; 
✓ Corpos estranhos; 
✓ Controle de lesões perirradiculares; 
✓ Dimensão do SCR e fechamento apical da raiz; 
✓ Proximidade das fratures com a polpa; 
✓ Relação das fraturas radiculares com a crista 
alveolar. 
 
 
 
 
• Tomografia Cone Beam: 
✓ Fraturas ósseas faciais; 
✓ Obtenção de imagens tridimensionais; 
✓ Realização de análises das regiões por cortes; 
✓ Delinear as diferenças dos tecidos moles; 
✓ Maior custo. 
 
❖ Classificação das Injúrias 
• Fraturas coronárias: trinca de esmalte, fratura de 
esmalte, fratura de esmalte e dentina ou fratura de 
esmalte, dentina e polpa; 
• Fraturas corono-radiculares: fratura não 
complicada da coroa e raiz e fratura complicada da 
coroa e raiz; 
• Fraturas radiculares: fraturas horizontais e 
obliquas, terço cervical, terço médio, apical e 
fraturas verticais. 
A fratura no terço apical é mais favorável do que 
nos terços médio ou cervical, pois tem maior altura 
de raiz para manter o dente e receber carga 
mastigatória. No terço médio ou cervical, 
geralmente, o tratamento é exodontia. 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
• Injúrias por luxação: concussão, subluxação, 
luxação lateral; luxação intrusiva e intrusão; 
• Avulsão: deslocamento total do dente; 
• Fratura do processo alveolar. 
 
❖ Fraturas Coronárias 
• Muito frequente na dentição permanente; 
• Mais comum em dentes anteriores e sem cárie; 
• Manutenção da vitalidade pulpar provável em 
trincas, fraturas de esmalte e fraturas de esmalte e 
dentina com tratamento e acompanhamento 
corretos; 
• Podem ser completas (fragmento solto) ou 
incompletas (fragmento permanece no local); 
• Podem ser: 
✓ Trincas; 
✓ Fratura de esmalte; 
✓ Esmalte e dentina; 
✓ Esmalte, dentina e polpa.A. Trinca: 
• Fratura incompleta; 
• Vertical ou horizontal; 
• Não há perda de estrutura dentária; 
• Detecção por meio de iluminação indireta 
(transiluminadores ou fotopolimerizadores); 
• Não requer tratamento – Proservação por 12 
meses. 
 
B. Fratura de Esmalte: 
• Pequena, em margem incisal, geralmente; 
• Pode ou não exigir restauração; 
• Checar oclusão para que a resina seja durável. 
 
C. Fratura de Esmalte e Dentina: 
• SEMPRE exige restauração para selar os túbulos 
dentinários e reparar a estética; 
• Dentina exposta gera sensibilidade ou dor à 
mastigação e temperatura, além de ser capaz de 
levar microrganismos até a polpa; 
• Tratamento: avaliar a quantidade de dentina 
remanescente – trabalho restaurador ou 
protético; 
• Realizar capeamento indireto: proteção pulpar 
com CaOH pasta -pasta + resina composta ou 
colagem de fragmento ou trabalho protético. 
 
D. Fratura de Esmalte e Dentina com Exposição 
Pulpar: 
• Tratamento complexo: depende do tempo de 
exposição pulpar ao meio externo e maturidade 
do dente (rizogênese completa ou não); 
• Se não tratada adequadamente, resultará em 
necrose pulpar; 
• Necrose pulpar em dente imaturo: paredes 
radiculares muito finas e delgadas, suscetíveis à 
fraturas. Tenta-se manter a vitalidade até que o 
ápice e raiz cervical tenham se desenvolvido; 
• Até 48h após o acidente – tratamento 
conservador (capeamento pulpar direto e 
pulpotomia); 
• Após 48h – grande chance de contaminação. 
Tratamento endodôntico. 
 
➢ CAPEAMENTO PULPAR: indicado para 
pequenos sangramentos e exposição em até 
48h. 
✓ Anestesia e isolamento absoluto; 
✓ Antissepsia com clorexidina 2%; 
✓ Ca(OH)2 PA sem exercer pressão; 
✓ Dycal sobre o PA – promove resistência ao 
capeamento; 
✓ Selamento periférico ou restauração final; 
✓ Avaliação em 60 dias. 
 
➢ PULPOTOMIA: 
✓ Remoção da polpa coronária; 
✓ Pequenas exposições traumáticas até 72h; 
✓ Corte ao nível da embocadura dos canais; 
✓ Desvantagem: impossibilidade do teste de 
sensibilidade, uma vez que a polpa coronária 
foi amputada. Não há como ter certeza da 
profundidade da inflamação pulpar. 
Acompanhamento radiográfico é 
fundamental; 
✓ Indicado apenas para dentes imaturos – 
rizogênese incompleta. 
✓ Anestesia e isolamento absoluto; 
✓ Antissepsia com clorexidina 2%; 
✓ Amputação da polpa coronária até orifícios 
dos canais radiculares; 
✓ Remoção do excesso de sangue e secagem 
com bolinha de algodão estéril; 
✓ Camada de CaOh PA sobre a polpa + dycal + 
restauração; 
✓ Avaliação 60 dias. 
 
➢ PULPECTOMIA: 
✓ Remoção da polpa até o forame apical; 
✓ Indicada para fraturas de esmalte, dentina e 
polpa; 
✓ Após 72h ou quando se observa sinais de 
necrose; 
✓ Não difere do tratamento de um dente não-
vital não traumatizado 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
✓ Apicificação em dentes imaturos (rizogênese 
incompleta) – formação de barreira apical 
indutora de formação de tecido 
mineralizado que promove pequeno reforço 
ao dente. As paredes continuavam delgadas, 
o canal muito largo e o tratamento é 
demorado, de 3 a 18 meses. Por isso, não é 
mais a primeira opção. Sempre deve-se 
tentar a revascularização. 
 
❖ Fraturas Corono-Radiculares 
• Tratamento periodontal quando possível para 
expor a margem do dente para receber o 
tratamento restaurador ou protético; 
• Se puder ser mantido periodontalmente, realizar 
tratamento endodôntico; 
• Possibilidade de tracionamento ortodôntico da 
porção radicular, se o remanescente for suficiente 
para suportar uma restauração protética. 
 
❖ Fraturas Radiculares 
• Avaliar o nível que ocorreu a fratura: 
✓ Terço apical: possível manter o dente através de 
acompanhamento. A remoção do fragmento do 
1/3 apical implica em osteotomia. Ao primeiro 
sinal de reação inflamatória, é indicada a 
remoção do fragmento; 
• O segmento coronário sofre necrose em 25% dos 
casos devido ao rompimento do feixe vásculo-
nervoso; 
• A mobilidade varia de nenhuma a grave 
dependendo do nível da fratura; 
• Reparo das fraturas: 
✓ Reparo por tecido calcificado; 
✓ Reparação com tecido conjuntivo interproximal; 
✓ Reparação com osso e tecido conjuntivo; 
✓ Tecido conjuntivo interproximal sem reparação 
(pior tipo, provável associação a processo 
inflamatório). 
 
❖ Injúrias por Luxação 
• Mais comuns dentre os tipos de traumatismos; 
• Trauma no LP de suporte e na camada de 
cemento; 
• Gravidade de acordo com o tipo de injúria 
(concussão menos grave, luxação mais grave); 
• Avaliação clínica com ênfase na dor à percussão e 
mobilidade; 
• Avaliação radiográfica minuciosa para detectar a 
extensão do deslocamento e fratura radicular; 
• Classificadas como: 
✓ Concussão: ausência de deslocamento, 
mobilidade normal, e sensibilidade a percussão; 
✓ Subluxação: sensibilidade à percussão, 
mobilidade aumentada, porém sem 
deslocamento; 
✓ Luxação Lateral: deslocamento vestibular, lingual, 
distal ou incisal; 
✓ Luxação Extrusiva: deslocamento na direção 
coronária; 
✓ Luxação Intrusiva: deslocamento na direção 
apical dentro do alvéolo. 
 
A. Concussão: 
▪ Trauma de menor intensidade; 
▪ Pequena hemorragia e edema no interior do 
LP; 
▪ Sem deslocamento, mobilidade normal, e 
dor à percussão; 
▪ Rx periapical em 3 angulações para excluir 
fratura radicular; 
▪ Checar oclusão e ajustar, se necessário; 
▪ Teste de sensibilidade pulpar pode ser falso-
negativo inicialmente; 
▪ Coroa pode apresentar alteração de cor; 
▪ Tratamento: se houve necrose, tratamento 
endodôntico. Se não, acompanhar. Se o 
teste falso-negativo se repetir por 3 meses, é 
indicado realizar a pulpectomia. Indicar dieta 
macia por 15 dias em todos os traumas; 
▪ Prescrição de analgésico e anti-inflamatório 
por 2 – 3 dias. 
 
B. Subluxação: 
▪ Impacto um pouco mais intenso com 
rompimento de algumas fibras do LP; 
▪ Mobilidade aumentada, sem deslocamento 
da posição do dente; 
▪ Sangramento no sulco gengival 
característico; 
▪ Tratamento igual à concussão: dieta pastosa 
+ analgésico + AINES. 
 
C. Luxação Lateral: 
▪ Trauma horizontal mais intenso – coroa 
forçada para o sentido palatino/lingual e o 
ápice no sentido vestibular; 
▪ Contusão ou fratura das paredes da 
cavidade alveolar; 
▪ Dente deslocado horizontalmente e 
firmemente travado na nova posição; 
▪ O dente fica envolvido por tecido 
mineralizado duro e, com isso, ao realizar a 
percussão, o som será alto e metálico, 
característico da anquilose; 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
Todos o casos de trauma que forem tratados 
endodonticamente, não poderão ser tratados 
em sessão única. É necessário utilizar medicação 
a base de Hidróxido de Cálcio (pasta Callen ou 
HPG). 
▪ Rx periapical em 3 incidências: na 
ortorradial, o dente e o osso estão 
sobrepostos e não é visível o deslocamento 
e na incidência lateral o feixe passa entre a 
raiz do dente e o alvéolo vazio, mostrando o 
deslocamento; 
▪ Tratamento: anestesia a distância e 
reposicionamento do dente. Destravar com 
os dedos, um na região da coroa e outro na 
região do ápice. Às vezes, é preciso usar 
fórceps. Exige contenção semi-rígida de 7 – 
10 dias. Dieta pastosa + analgésico + AINES; 
▪ Testes de sensibilidade podem dar falso-
negativo; 
▪ O deslocamento do dente compromete o 
suprimento do feixe-vásculo nervoso e 
existe a possibilidade de ocorrernecrose; 
▪ Proservação: 
✓ Dentes maduros (rizogênese completa): 
endodontia se os testes pulpares 
permanecerem negativos após 3 meses, e 
acompanhamento de prevenção de 
reabsorção; 
✓ Dentes imaturos (rizogênese incompleta): 
grande chance de vitalidade pulpar ou 
revascularização. Se ocorreu nescrose, 
tratamento endodôntico, pois estes dentes 
são mais suscetíveis à reabsorção radicular 
externa. 
 
D. Luxação Extrusiva: 
▪ Impacto agudo – força o dente para fora do 
alvéolo; 
▪ Fibras palatinas do LP impedem a avulsão; 
▪ Mobilidade extremamente aumentada; 
▪ Rx periapical ortorradial já é suficiente, 
porem nuca faremos apenas ela pois podem 
ter fraturas associadas que só serão vistas 
em outras angulações; 
▪ Aumento do espaço do LP; 
▪ Tratamento: anestesia a distância, 
reposicionamento do dente (pode ter 
resistência devido ao coágulo formado). 
Exige contenção semi-rígida de 7 a 10 dias. 
Dieta pastosa + analgésico + AINES. 
 
E. Luxação Intrusiva: 
▪ Injúria mais grave que o dente pode sofrer; 
▪ Movimento apical traumático no alvéolo: 
dano ao suporte do dente e rompimento do 
feixe vásculo-nervoso; 
▪ Compromete a cicatrização e pode causar 
anquilose ou reabsorção radicular externa 
(RRE) inflamatória, devido a necrose pulpar 
se a endodontia não for realizada a tempo; 
▪ Dente fica firmemente preso ao osso; 
▪ Teste de percussão com som metálico; 
▪ Avaliação radiográfica é muito importante 
para checar a extensão e posição do dente 
intruído; 
▪ Aguardar a re-erupção (de 1 a 6 meses), em 
caso de dente decíduo ou imaturo. Se não 
re-erupcionar, pensar na possibilidade de 
extrusão ortodôntica; 
▪ Em dente maduro, deve-se reposicionar o 
dente. Coloca-se contenção semi-rígida e faz 
o tratamento endodôntico. 
 
 
 
 
 
 
 
▪ O esmagamento do feixe vásculo-nervoso 
indica o tratamento endodôntico. Deverá ser 
realizado na sessão em que for removida a 
contenção. Realizar o tratamento no dia do 
trauma prolonga a consulta e estressa o 
paciente; 
▪ Tratamento: igual aos anteriores. 
 
❖ Avulsão 
• Incisivo Central Superior mais acometido; 
• Ruptura do LP, necrose pulpar e lesão no cemento; 
• A ruptura do LP deixa sobre a raiz células viáveis 
que permitem a reinserção do dente no alvéolo; 
• Se as células não ressecarem irão reparar o LP após 
o reimplante e poderá ocorrer reposição de 
cemento; 
• Se as células ressecarem excessivamente antes do 
reimplante, irá haver inflamação na região do 
cemento e torna-se mais suscetível à reabsorção 
inflamatória; 
• Pode também haver um ressecamento mais 
brando, em tempo intermediário, e o dente 
reimplantado poderá sofrer a reabsorção por 
substituição; 
• O prognóstico é em função do tempo em que o 
dente será reimplantado; 
• O tempo ideal para o reimplante é de 15 a 20 min; 
• O limite de sobrevivência das células do LP é de 60 
min; 
• Tratamento: AINES, analgésico, antibioticoterapia, 
necessidade de antitetânica estar em dia, 
medicação intra-canal, obturação e restauração; 
Isabela S. Susini Ribeiro – Apostila de Endodontia I, II e III – UVA – 2018.2 
A água é o meio de armazenamento menos desejado 
porque promove um ambiente hipotônico que causa 
rápida lise celular e aumenta a inflamação após o 
reimplante. 
• Ápice fechado: 
✓ Reimplante ou colocação do dente em meio 
adequado; 
✓ Dente e alvéolo irrigados com solução fisiológica 
+ reimplante + contenção semi-rígida por 7 – 10 
dias; 
✓ Retorno em 7 ou 10 dias; 
✓ Medicação a base de hidróxido de cálcio a longo 
prazo (trocas a cada 3 meses); 
✓ Obturação quando houver restabelecimento do 
LP; 
✓ Restauração definitiva o tão logo quanto 
possível; 
• É preferível que o dente seja reimplantado no local 
do acidente devido ao tempo; 
• Se houverem dúvidas ou dificuldade, orientar os 
meios preferíveis de armazenamento: 
Leite > Saliva > Solução fisiológica > Água. 
Solução salina balanceada de Hank (HBSS) é o meio 
mais efetivo; 
• O leite preserva os restos epiteliais de Malassez, 
que garantem a manutenção do cemento; 
 
 
 
 
 
• Fatores importantes: 
✓ Tempo: 
• Até 60min: células do LP íntegras. Se o ápice 
estiver fechado (dente maduro), irrigar com 
soro, reposicionar o dente e realizar 
contenção semi-rígida. Retorno de 7 a 10 
dias e realizar tto endodôntico. Colocar 
medicação intra-canal e obturar em sessão 
seguinte ou até 2 anos depois com 
sucessivas trocas da medicação. 
Se o ápice estiver aberto (dente imaturo), 
reimplantar, colocar contenção e tentar 
revascularização pulpar. 
• Após 60min: células do LP não sobrevivem. A 
raiz deve ser preparada para resistir à 
reabsorção colocando o dente embebido em 
ácido fosfórico 37% durante 5 min, 
objetivando a remoção do LP. Lavar o dente 
e reimplantar. Colocar contenção. Retorno 
de 7 a 10 dias e realizar tto endodôntico. 
Colocar medicação intra-canal e obturar em 
sessão seguinte ou até 2 anos depois com 
sucessivas trocas de medicação. 
✓ Grau de maturidade dentária. 
• Preparo de dente avulsionado após 60min: 
✓ Embebido em ác. Fosfórico 37% por 5min para 
remover LP; 
✓ Lavagem abundante com água destilada; 
✓ Endodontia 7-10 dias após a primeira consulta; 
✓ PQM + medicação a base de hidróxido de 
cálcio; 
✓ Reimplante + contenção semi-rígida (7-10 dias) 
+ dieta pastosa; 
✓ AINES + analgésicos + ATB + vacina antitetânica; 
✓ Trocas de medicação de 6-24 meses; 
✓ Obturação quando houver sinal de 
restabelecimento do LP; 
✓ Restauração logo que possível. 
 
❖ Fratura do Processo Alveolar 
• Forte impacto na região anterior; 
• Região de incisivos inferiores mais afetada por ter 
estrutura óssea mais delicada; 
• Geralmente envolve mais de 1 dente; 
• Difícil de diferenciar da fratura radicular – 
necessidade de diversas radiografias com 
diferentes angulações; 
• TC Cone Beam fundamental; 
• Exame clínico minucioso para revelar natureza e 
extensão do traumatismo; 
• Testar a mobilidade de um dente e observar se 
outros movem junto; 
• Presença de hematoma na gengiva inserida ou 
mucosa adjacente; 
• Conduta clínica: 
✓ Semelhante as fraturas ósseas no geral; 
✓ Redução da fratura + contenção rígida por 3-4 
semanas; 
✓ Reposicionamento pode ser difícil devido ao 
travamento dos ápices radiculares na porção 
vestibular da tábua óssea; 
✓ Contenção removida após 3-4 semanas; 
✓ Acompanhamento rigoroso; 
✓ Prognóstico reservado, de acordo com reposição 
precoce do fragmento; 
✓ Raramente ocorre reabsorção radicular.

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