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LIvro_53_Geografia do Paraná (1)

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GEOGRAFIA DO PARANÁ
Eduem
Maringá
2012
EDITORA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
 
 REITOR: Prof. Dr. Mauro Luciano Baesso
 VICE-REITOR: Prof. Dr. Julio César Damasceno
 DIRETORA DA EDUEM: Profa. Dra. Terezinha Oliveira
 EDITORA-CHEFE DA EDUEM: Profa. Dra. Gisella Maria Zanin 
CONSELHO EDITORIAL
 PRESIDENTE: Profa. Dra. Terezinha Oliveira
 EDITORES CIENTÍFICOS: Profa. Dra. Ana Lúcia Rodrigues
 Profa. Dra. Angela Mara de Barros Lara
 Profa. Dra. Analete Regina Schelbauer
 Prof. Dr. Antonio Ozai da Silva
 Profa. Dra. Cecília Edna Mareze da Costa
 Prof. Dr. Eduardo Augusto Tomanik
 Profa. Dra. Elaine Rodrigues
 Profa. Dra. Larissa Michelle Lara
 Prof. Dr. Luiz Roberto Evangelista
 Profa. Dra. Luzia Marta Bellini
 Prof. Me. Marcelo Soncini Rodrigues
 Prof. Dr. Márcio Roberto do Prado
 Prof. Dr. Mário Luiz Neves de Azevedo
 Profa. Dra. Maria Cristina Gomes Machado
 Prof. Dr. Oswaldo Curty da Motta Lima
 Prof. Dr. Raymundo de Lima
 Profa. Dra. Regina Lúcia Mesti
 Prof. Dr. Reginaldo Benedito Dias
 Prof. Dr. Sezinando Luiz Menezes
 Profa. Dra. Valéria Soares de Assis
 
EQUIPE TÉCNICA
 
 FLUXO EDITORIAL Edneire Franciscon Jacob
 Marinalva Spolon Almeida
 Mônica Tanamati Hundzinski
 Vania Cristina Scomparin
 
 PROJETO GRÁFICO E DESIGN Luciano Wilian da Silva
 Marcos Kazuyoshi Sassaka
 Marcos Roberto Andreussi
 
 MARKETING Gerson Ribeiro de Andrade 
 
 COMERCIALIZAÇÃO Paulo Bento da Silva
 Solange Marly Oshima
COPYRIGHT © 2016 EDUEM
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, mesmo parcial, 
por qualquer processo mecânico, eletrônico, reprográfico etc., sem a 
autorização, por escrito, do autor. Todos os direitos reservados desta 
edição 2016 para a editora.
EDUEM - EDITORA DA 
UNIV. ESTADUAL DE MARINGÁ
Av. Colombo, 5790 - Bloco 40
Campus Universitário
87020-900 - Maringá - Paraná
Fone: (0xx44) 3011-4103
http://www.eduem.uem.br
eduem@uem.br
Eduem
Maringá
2012
FORMAÇÃO DE PROFESSORES - EAD
Geografia do Paraná
Sergio Luiz Thomaz
Américo José Marques
53
Coleção Formação de Professores - EAD
 Apoio técnico: Rosane Gomes Carpanese
 Normalização e catalogação: Ivani Baptista CRB - 9/331
 Revisão Gramatical: Annie Rose dos Santos
 Produção Editorial: Carlos Alexandre Venancio
 Eliane Arruda
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Copyright © 2012 para o autor
2a reimpressão 2016 - revisada
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo 
mecânico, eletrônico, reprográfico etc., sem a autorização, por escrito, do autor. Todos os direitos 
reservados desta edição 2012 para Eduem.
Eduem - Editora da Universidade Estadual de Maringá
Av. Colombo, 5790 - Bloco 40 - Campus Universitário
87020-900 - Maringá - Paraná
Fone: (0xx44) 3011-4103
http://www.eduem.uem.br / eduem@uem.br
Thomaz, Sergio Luiz
 Geografia do Paraná / Sergio Luiz Thomaz, Américo José Marques. -- Maringá: 
Eduem, 2012.
 68p. :il. color. fot. 21cm (Coleção formação de professores - EAD; v. 53)
 ISBN 978-85-7628-477-2
 1. Geografia – Paraná- Estudo e ensino. 2. Paraná - Geografia – Planaltos. 3. 
Paraná Geografia – Região litorânea. I. Marques, Américo José.
CDD 21. ed. 918.162
T462g
5
Sobre os autores
Apresentação da coleção
Apresentação do livro
CAPÍTULO 1
Geografi a do estado do Paraná
CAPÍTULO 2
A região litorânea
CAPÍTULO 3
A Serra do Mar
CAPÍTULO 4
O primeiro planalto paranaense
CAPÍTULO 5
O segundo planalto paranaense
CAPÍTULO 6
O terceiro planalto paranaense
> 7
> 9
> 11
> 13
> 25
> 35
> 41
> 47
> 59
umárioS
7
SERGIO LUIZ THOMAZ
Professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Graduado em Geografi a 
(UEPG). Mestre em Estratigrafi a (UFRGS). Doutor em Geociências (UEM).
AMÉRICO JOSÉ MARQUES
Professor Colaborador da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Graduado 
em Geografi a (UEM). Mestre em Ciências Cartográfi cas (FCT – Unesp, Presidente 
Prudente).
obre os autoresS
9
A coleção Formação de Professores - EAD teve sua primeira edição publicada em 
2005, com 33 títulos fi nanciados pela Secretaria de Educação a Distância (SEED) 
do Ministério da Educação (MEC) para que os livros pudessem ser utilizados como 
material didático nos cursos de licenciatura ofertados no âmbito do Programa de 
Formação de Professores (Pró-Licenciatura 1). A tiragem da primeira edição foi de 
2500 exemplares.
A partir de 2008, demos início ao processo de organização e publicação da se-
gunda edição da coleção, com o acréscimo de 12 novos títulos. A conclusão dos 
trabalhos deverá ocorrer somente no ano de 2012, tendo em vista que o fi nancia-
mento para esta edição será liberado gradativamente, de acordo com o cronogra-
ma estabelecido pela Diretoria de Educação a Distância (DED) da Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal do Ensino Superior (CAPES), que é responsável pelo 
programa denominado Universidade Aberta do Brasil (UAB).
A princípio, serão impressos 695 exemplares de cada título, uma vez que os livros 
da nova coleção serão utilizados como material didático para os alunos matriculados 
no Curso de Pedagogia, Modalidade de Educação a Distância, ofertado pela Univer-
sidade Estadual de Maringá, no âmbito do Sistema UAB.
Cada livro da coleção traz, em seu bojo, um objeto de refl exão que foi pensado 
para uma disciplina específi ca do curso, mas em nenhum deles seus organizadores 
e autores tiveram a pretensão de dar conta da totalidade das discussões teóricas e 
práticas construídas historicamente no que se referem aos conteúdos apresentados. 
O que buscamos, com cada um dos livros publicados, é abrir a possibilidade da lei-
tura, da refl exão e do aprofundamento das questões pensadas como fundamentais 
para a formação do Pedagogo na atualidade.
Por isso mesmo, esta coleção somente poderia ser construída a partir do esforço 
coletivo de professores das mais diversas áreas e departamentos da Universidade 
Estadual de Maringá (UEM) e das instituições que têm se colocado como parceiras 
nesse processo.
Neste sentido, agradecemos sinceramente aos colegas da UEM e das demais ins-
tituições que organizaram livros e ou escreveram capítulos para os diversos livros 
desta coleção.
Agradecemos, ainda, à administração central da UEM, que por meio da atua-
ção direta da Reitoria e de diversas Pró-Reitorias não mediu esforços para que os 
presentação da ColeçãoA
10
GEOGRAFIA DO PARANÁ trabalhos pudessem ser desenvolvidos da melhor maneira possível. De modo bas-
tante específi co, destacamos o esforço da Reitoria para que os recursos para o fi nan-
ciamento desta coleção pudessem ser liberados em conformidade com os trâmites 
burocráticos e com os prazos exíguos estabelecidos pelo Fundo Nacional de Desen-
volvimento da Educação (FNDE).
Internamente enfatizamos, ainda, o envolvimento direto dos professores do De-
partamento de Fundamentos da Educação (DFE), vinculado ao Centro de Ciências 
Humanas, Letras e Artes (CCH), que no decorrer dos últimos anos empreenderam 
esforços para que o curso de Pedagogia, na modalidade de educação a distância, 
pudesse ser criado ofi cialmente, o que exigiu um repensar do trabalho acadêmico e 
uma modifi cação signifi cativa da sistemática das atividades docentes.
No tocante ao Ministério da Educação, ressaltamos o esforço empreendido pela 
Diretoria da Educação a Distância (DED) da Coordenação de Aperfeiçoamento de 
Pessoal do Ensino Superior (CAPES) e pela Secretaria de Educação de Educação 
a Distância (SEED/MEC), que em parceria com as Instituições de Ensino Superior 
(IES) conseguiram romper barreiras temporais e espaciais para que os convênios 
para a liberação dos recursos fossem assinados e encaminhados aos órgãos compe-
tentes para aprovação, tendo em vista a ação direta e efi ciente de um número muito 
pequeno de pessoas que integram a Coordenação Geral de Supervisão e Fomento e 
a Coordenação Geral de Articulação. 
Esperamos que a segundaedição da Coleção Formação de Professores - EAD 
possa contribuir para a formação dos alunos matriculados no curso de Pedagogia, 
bem como de outros cursos superiores a distância de todas as instituições públicas 
de ensino superior que integram e ou possam integrar em um futuro próximo o 
Sistema UAB.
Maria Luisa Furlan Costa
Organizadora da Coleção
11
A partir do momento em que a Universidade Estadual de Maringá encampou 
a efetivação do Ensino a Distância, um novo horizonte despontou para seu corpo 
docente, particularmente para aqueles envolvidos com o ensino da Geografi a. Até 
então, não se havia tido esse tipo de experiência, e após a sua introdução foi muito 
proveitosa a participação, pois se é ensinando que se aprende, e muito se aprendeu 
com o trabalho desenvolvido nos polos centralizadores das atividades do ensino não 
presencial.
Os problemas estão por toda a parte, e suas soluções também. Basta nos deparar-
mos com os obstáculos para, imediatamente, agirmos na tentativa de ultrapassá-los. 
Algumas soluções paliativas foram desencadeadas em razão da premência do tempo 
devido à necessidade de material didático adequado à nossa região. 
Atualmente, já com o domínio das ações que devem ser estabelecidas e mercê 
da experiência adquirida na primeira edição, a produção do material didático foi 
direcionada para atender diretamente às diversas etapas componentes do processo 
educativo a distância.
A introdução do ensino da Geografi a do Estado do Paraná permitiu que se elabo-
rasse um caderno voltado exclusivamente a esse assunto. Sem dúvida, é fascinante 
quando estudamos a terra em que vivemos. Os fatos estão à nossa volta: é na dis-
posição da rede urbana que entendemos a ocupação do espaço; é nos elementos 
da natureza que observamos a variação de fenômenos que interagem modifi cando a 
superfície; é no traçado das formas do relevo que divisamos a dinâmica externa do 
planeta; enfi m, somos parte dos personagens de um conto fabuloso que se desenro-
la no cenário natural e cujos atos vêm se alternando desde que a Terra surgiu. Isso, 
há milhões e milhões de anos atrás.
Este trabalho procurou sintetizar os diferentes compartimentos que compõem 
o Estado do Paraná, mostrando, para cada uma dessas divisões, algumas de suas 
características. É óbvio que muita coisa poderá ser acrescentada e/ou modifi cada, e 
presentação do livroA
12
GEOGRAFIA DO PARANÁ à medida que o curso for desenvolvido, que a relação ensino-aprendizado for avan-
çando, todos terão condições de acrescentar algo mais para essa que pretende ser a 
Geografi a do Estado do Paraná.
Sergio Luiz Thomaz
Américo José Marques
Organizadores
13
Geografi a 
do Estado do Paraná
ONDE ESTÁ?
O Estado do Paraná, unidade federativa componente da Região Sul do Brasil, 
apresenta uma superfície de 195.575 km2. Seus pontos mais extremos são os seguintes:
• Ao Norte, o município de Jardim Olinda, 22° 30’ 58” Sul e 52° 06’ 47” Oeste;
• A Leste, o município de Guaraqueçaba, 25° 19’ 07” Sul e 48° 05’ 37” Oeste;
• Ao Sul, o município de General Carneiro, 26° 43’ 00” Sul e 51° 24’ 35” Oeste
• A Oeste, o município de Foz do Iguaçu 25° 27’ 16” Sul e 54° 37’ 08” Oeste;
• É cortado pelo Trópico de Capricórnio, que passa na latitude de 23o. 27’30”. 
Limita-se ao Norte e Nordeste com o Estado de São Paulo; a Leste com o Oceano 
Atlântico; a Sudeste e Sul com o Estado de Santa Catarina; a Sudoeste com a Argentina 
e Paraguai; a Oeste e Noroeste com Mato Grosso do Sul.
No sentido Norte/Sul, possui 468 quilômetros de comprimento, enquanto que no 
sentido Leste/Oeste tem 654 quilômetros.
Mas nem sempre foi assim!
1
14
GEOGRAFIA DO PARANÁ Em 1709, foi criada a capitania de São Paulo e Minas de Ouro, cujos territórios es-
tavam separados do Rio de Janeiro. A capitania foi dividida em duas no ano de 1720, e 
a última passou a ser chamada de Minas Gerais devido à descoberta de ouro e pedras 
preciosas. No ano de 1738, esses territórios foram desligados do território paulista 
Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em 1753, foi feita a anexação da capitania pelo 
governo português, e a capitania de São Paulofoi estabelecida em 1765. Estava forma-
da a 5a. comarca, cuja área se estendia por uma região correspondente ao atual Estado 
de São Paulo, indo até a fronteira oeste do atual Estado de Santa Catarina com o Rio 
Grande do Sul. Como a área tinha dimensões que difi cultavam o seu controle, e em 
decorrência de interesses políticos ela foi dividida em duas partes, a parte sul fi cou 
com sede em Paranaguá até 1648. Em 1812, a sede se estendeu para Curitiba, cidade 
que fora fundada em 1693, denominada Comarca de Curitiba e Paranaguá.
Comarca signifi cava o mesmo que região, território. Hoje, o termo refere-se aos 
limites de atuação de um juiz.
15
Após longo período de esforço e constância, a parte sul da área foi desmembrada 
de São Paulo, e no dia 22 de agosto de 1853, através da Lei Imperial no. 704, foi criada 
a Província do Paraná, cuja instalação ocorreu em 19 de dezembro desse mesmo ano.
Província era uma divisão regional e administrativa das terras brasileiras no 
tempo do Império.
O primeiro presidente indicado para essa nova Província foi Zacarias de Góes e 
Vasconcelos, que tomou providências para a construção de uma estrada que ligasse o 
planalto ao litoral. Foi então construída a estrada da Graciosa. Em 1854, Curitiba pas-
sou a ser a capital da Província do Paraná. Em 1865, o atual Estado de Santa Catarina 
ocupou parte das terras dessa Província, e em 1879 fez o mesmo com outra parte. Em 
1889, com a Proclamação da República, o Paraná passou a Estado. Em 1901, Santa 
Catarina queria que os limites com o Paraná fossem feitos pelos rios Negro e Saí-Gua-
çu. Em 1916, o presidente Wenceslau Brás dividiu a área em litígio em duas partes, 
cabendo 20.000 km2 para o Paraná e 28.000 km2 para Santa Catarina. Uma pendência 
com o Estado de São Paulo referente a uma pequena parte do litoral norte do Paraná 
foi resolvida em 1920. 
Na segunda metade do século XVII, como visualizamos no mapa a seguir, o 
Estado do Paraná recebeu a primeira etapa de colonização, que vinculada ao ciclo da 
mineração do ouro, trouxe contingentes populacionais provenientes de São Paulo. 
Com o declínio dessa atividade, a ocupação do território paranaense esteve ligada a 
fases econômicas representadas pelo tropeirismo, pela extração e benefi ciamento de 
madeira e pela extração e benefi ciamento da erva-mate, já na terceira década do século 
XIX.
Em meados do século XIX, inicia-se a ocupação da região norte do Estado feita 
pelos cafeicultores paulistas que adquiriram grandes glebas de terra aproveitando o 
impulso dado pela economia cafeeira.
A partir de 1940, o sudoeste paranaense é povoado por gaúchos e catarinenses, os 
quais, como frente pioneira, completam a ocupação de todo o Estado.
Geografi a do Estado do 
Paraná
16
GEOGRAFIA DO PARANÁ
FONTE: Adaptado de Serra (1992).
OS SÍMBOLOS DO ESTADO DO PARANÁ
Os símbolos representam manifestações gráfi cas, musicais ou mesmo culturais de 
grande valor histórico, criados para fortifi car e transmitir o sentimento de união de 
um determinado grupo de pessoas representativo de uma área geográfi ca qualquer 
(município, estado, nação...). 
 Os símbolos do Estado do Paraná são quatro, quais sejam: 
A bandeira, que é um quadrilátero verde atravessado por uma faixa branca. No 
meio da faixa há uma esfera azul com cinco estrelas, que representam a constelação 
do Cruzeiro do Sul e estão posicionadas conforme sua posição no céu do dia 19 de 
dezembro de 1853. Em volta da esfera, no lado direito, há um ramo de pinheiro-do-pa-
raná, e no lado esquerdo há um ramo de erva-mate.
17
O escudo ou brasão mostra uma fi gura plana na parte superior e arredondada 
na inferior. De baixo para cima, dois terços em verde com a fi gura de um semeador. 
No terço restante, em azul, representando o céu, há no lado esquerdoa fi gura do sol 
(amarelo) e no lado direito uma representação do relevo paranaense em um corte 
leste/oeste (branco). Ladeando esse conjunto há, à esquerda, um ramo de erva-mate e 
à direita um ramo de café. Pousando sobre todo o conjunto há uma Harpia harpyja, a 
maior ave do território paranaense. 
O sinete é usado para marcar documentos ofi ciais do Estado, formado por uma 
circunferência maior envolvendo uma menor. No espaço entre as duas está escrito, 
em letras maiúsculas, em negrito, ESTADO DO PARANÁ - 19.12.1853. No interior 
da circunferência de menor diâmetro inserem-se as estrelas do Cruzeiro do Sul na 
posição ressaltada na bandeira.
Geografi a do Estado do 
Paraná
18
GEOGRAFIA DO PARANÁ
O hino do Paraná, que foi composto por Domingos Nascimento (letra) e Bento 
Mossurunga (música), tem os seguintes versos: 
Entre os astros do Cruzeiro,
És o mais novo a fulgir
Paraná! Serás luzeiro!
Avante! Para o porvir!
O teu fulgor de mocidade
Terra, tem brilho de alvorada
Rumores de felicidade,
Canções e fl ores pela estrada.
Outrora apenas panorama
De campos ermos e fl orestas,
Vibras agora tua fama,
Pelos clarins das grandes festas!
A glória!... A glória!... Santuário!
Que o povo aspira e que idolatra;
E brilharás com brilho vário,
Estrela rútila da Pátria!
Pela vitória do mais forte,
Lutar! Lutar! Chegada é a hora,
Para o zênite- Eis o teu norte!
Terra! Já vem rompendo a aurora!
19
DIVISÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO ESTADO DO PARANÁ
Sua capital é Curitiba, e é composto por 399 municípios, os quais, administra-
tivamente, podem possuir distritos, povoados, vilas ou patrimônios. Alguns desses 
municípios, por sediarem unidades de administração judiciária do Estado, compõem 
as comarcas. O Paraná possui 143 comarcas. 
Município é uma instituição jurídica de direito público interno que possui auto-
nomia política, fi nanceira e administrativa amparada pela Constituição Fede-
ral, administrada por um Prefeito e uma Câmara de Vereadores.
Geografi a do Estado do 
Paraná
20
GEOGRAFIA DO PARANÁ Relação nominal dos trezentos e 
noventa e nove municípios que compõem o Estado do Paraná:
Abatiá
Adrianópolis
Agudos do Sul
Almirante Tamandaré
Altamira do Paraná
Alto Paraíso
Alto Paraná
Alto Piquiri
Altônia
Alvorada do Sul
Amaporã
Ampére
Anahy
Andirá
Ângulo
Antonina
Antônio Olinto
Apucarana
Arapongas
Arapoti
Arapuã
Araruna
Araucária
Ariranha do Ivaí
Assaí
Assis Chateaubriand
Astorga
Atalaia
Balsa Nova
Bandeirantes
Barbosa Ferraz
Barra do Jacaré
Barracão
Bela Vista da Caroba
Bela Vista do Paraíso
Bituruna
Boa Esperança
Boa Esperança do Iguaçu
Boa Ventura de São Roque
Boa Vista da Aparecida
Bocaiúva do Sul
Bom Jesus do Sul
Bom Sucesso
Bom Sucesso do Sul
Borrazópolis
Braganey
Brasilândia do Sul
Cafeara
Campo Magro
Cafezal do Sul
Califórnia
Cambará
Cambé
Cambira
Campina da Lagoa
Campina do Simão
Campina Grande do Sul
Campo Bonito
Campo do Tenente
Campo Largo
Centenário do Sul
Campo Mourão
Cândido de Abreu
Candói
Cantagalo
Capanema
Capitão Leônidas Marques
Carambeí
Carlópolis
Cascavel
Castro
Catanduvas
Corbélia
Cerro Azul
Céu Azul
Chopinzinho
Cianorte
Cidade Gaúcha
Clevelândia
Colombo
Colorado
Congonhinhas
Conselheiro Mairinck
Contenda
Cafelândia
Cornélio Procópio
Cel. Domingos Soares
Coronel Vivida
Corumbataí do Sul
Cruz Machado
Cruzeiro do Iguaçu
Cruzeiro do Oeste
Cruzeiro do Sul
Cruzmaltina
Curitiba
Curiúva
Diamante d'Oeste
Diamante do Norte
Diamante do Sul
Dois Vizinhos
Douradina
Doutor Camargo
Doutor Ulysses
Enéas Marques
EngenheiEngenheiro Beltrão Entre Rios do Oeste Esperança Nova Espigão Alto do Iguaçu
Farol
Faxinal
Fazenda Rio Grande
Fênix
Fernandes Pinheiro
Figueira
Flor da Serra do Sul
Floraí
Floresta
Florestópolis
Flórida
Formosa do Oeste
Foz do Iguaçu
Foz do Jordão
Francisco Alves
Francisco Beltrão
General Carneiro
Godoy Moreira
Goioerê
Goioxim
Ibaiti
Grandes Rios
Guaíra
Guairaçá
Guamiranga
Imbituva
Guapirama
Guaporema
Guaraci
Guaraniaçu
Irati
Guarapuava
Guaraqueçaba
Guaratuba
Honório Serpa
Itaperuçu
Ibema
Ibiporã
Icaraíma
Iguaraçu
Iguatu
Imbaú
Inácio Martins
Inajá
Indianópolis
Ipiranga
Iporã
Iracema do Oeste
Iretama
Itaguajé
Itaipulândia
Itambaracá
Itambé
Itapejara d'Oeste
Itaúna do Sul
Ivaí
Ivaiporã
Ivaté
Ivatuba
Jaboti
Jandaia do Sul
Jaguapitã
Jaguariaíva
Japurá
Jardim Alegre
Janiópolis
Japira
Jesuitas
Joaquim Távora
Jardim Olinda
Jataizinho
Jussara
Jacarezinho
Jundiaí do Sul
Juranda
Kaloré
Lapa
Laranjal
Laranjeiras do Sul
Leópolis
Lidianópolis
Lindoeste
Loanda
Lobato
Londrina
Luiziana
Lunardelli
Lupionópolis
21
Mallet
Mamborê
Mandaguaçu
Mandaguari
Mandirituba
Manfrinópolis
Mangueirinha
Manoel Ribas
Mal. Cândido Rondon
Maria Helena
Marialva
Marilândia do Sul
Marilena
Mariluz
Maringá
Mariópolis
Maripá
Marmeleiro
Marquinho
Marumbi
Matelândia
Matinhos
Mato Rico
Mauá da Serra
Medianeira
Mercedes
Mirador
Miraselva
Missal
Moreira Sales
Morretes
Munhoz de Melo
Nossa Senhora das Graças
Nova Aliança do Ivaí
Nova América da Colina
Nova Aurora
Ortigueira
Nova Cantu
Nova Esperança
Nova Esperança do 
Sudoeste
Nova Fátima
Ourizona
Nova Laranjeiras
Nova Londrina
Nova Olímpia
Nova Prata do Iguaçu
Ouro Verde do Oeste
Nova Santa Bárbara
Nova Santa Rosa
Nova Tebas
Novo Itacolomi
Paiçandu
Palmas
Palmeira
Palmital
Palotina
Paraíso do Norte
Paranacity
Paranaguá
Paranapoema
Paranavaí
Pato Bragado
Pato Branco
Paula Freitas
Paulo Frontin
Peabiru
Perobal
Pérola
Pérola d'Oeste
Piên
Pinhais
Pinhal de São Bento
Pinhalão
Pinhão
Piraí do Sul
Piraquara
Pitanga
Pitangueiras
Planaltina do Paraná
Planalto
Ponta Grossa
Pontal do Paraná
Porecatu
Porto Amazonas
Porto Barreiro
Porto Rico
Porto Vitória
Prado Ferreira
Pranchita
Pres. Castelo Branco
Primeiro de Maio
Prudentópolis
Quarto Centenário
Quatiguá
Quatro Barras
Quatro Pontes
Quedas do Iguaçu
Querência do Norte
Quinta do Sol
Quitandinha
Ramilândia
Rancho Alegre
Rancho Alegre d'Oeste
Realeza
Rebouças
Renascença
Reserva
Reserva do Iguaçu
Ribeirão Claro
Ribeirão do Pinhal
Rio Azul
Rio Bom
Rio Bonito do Iguaçu
Rio Branco do Ivaí
Rio Branco do Sul
Rio Negro
Rolândia
Roncador
Rondon
Rosário do Ivaí
Sabáudia
Salgado Filho
Salto do Itararé
Salto do Lontra
Santa Amélia
Santa Cecília do Pavão
Santa Cruz de Monte Castelo
Santa Fé
Santa Helena
Santa Inês
Santa Isabel do Ivaí
Santa Izabel do Oeste
Santa Lúcia
Santa Maria do Oeste 
Santa Mariana
Santa Mônica
Santa Tereza do Oeste
Santa Terezinha de Itaipu
Santana do Itararé
Santo Antônio da Platina
Santo Antônio do Caiuá
Santo Antônio do Paraíso
Santo Antônio do Sudoeste
Santo Inácio
São Carlos do Ivaí
São Jerônimo da Serra
São João
Sertanópolis
São João do Caiuá
São João do Ivaí
São João do Triunfo
São Jorge d'Oeste
São Jorge do Ivaí
São Jorge do Patrocínio
São José da Boa Vista
São José das Palmeiras
São José dos Pinhais
São Manoel do Paraná
São Mateus do Sul
São Miguel do Iguaçu
São Pedro do Iguaçu
Siqueira Campos
São Pedro do Ivaí
São Pedro do Paraná
São Sebastião da Amoreira
São Tomé
Sapopema
Sarandi
Saudade do Iguaçu
Sengés
Serranópolis do Iguaçu
Sertaneja
Sulina
Tamarana
Tamboara
Tapejara
Tapira
Teixeira Soares
União da Vitória
Vera Cruz do Oeste 
Telêmaco Borba
Terra Boa
Terra Rica
Terra Roxa
Tibagi 
Unifl or
Verê 
Tijucas do Sul
Toledo
Tomazina
Três Barras do Paraná
Ubiratã
Uraí
Virmond
Tunas do Paraná
Tuneiras do Oeste
Tupãssi
Turvo
Umuarama
Ventania
Vitorino
Geografi a do Estado do 
Paraná
22
GEOGRAFIA DO PARANÁ COMO CLASSIFICAR A SUPERFÍCIE DO ESTADO DO PARANÁ?
Um assunto que suscita muitas controvérsias refere-se à regionalização, já que a 
classifi cação pode ser feita com base nos mais diversos aspectos. Assim é que se regio-
naliza uma determinada área, por exemplo, levando-seem consideração a população 
ou o tipo de solo, ou a fi siografi a, ou as etnias, ou o clima etc. Antonio Teixeira Guerra, 
em seu Dicionário Geológico-Geomorfológico (1975), afi rma que a região pode ser 
defi nida com base na localização (onde?), na extensão (até onde?) e na semelhança ou 
conexão (como?). No caso da superfície do Estado do Paraná, diversas divisões foram 
propostas, as quais se direcionam tanto às pesquisas estatísticas e geográfi cas quanto 
podem ter seu objetivo no planejamento ou na gestão. De modo geral, apresentam al-
gumas características positivas, e outras controvertidas, o que faz com que cada tipo de 
regionalização do Estado tenha uma fi nalidade específi ca. Dentre as divisões propos-
tas, uma se sobressai, pois envolve regiões naturais onde aspectos morfoestruturais 
dividem a superfície paranaense em blocos defi nidos e delimitados, geológica e geo-
morfologicamente, o que facilita o estudo e a compreensão daquilo que se denomina 
geografi a estadual. Essa divisão foi apresentada por Reinhard Maack, ilustre geólogo 
alemão que veio ao Brasil, particularmente a Curitiba, para desenvolver estudos, e em 
1953 elaborou um mapa geológico-geomorfológico para o Estado do Paraná no qual 
demonstrou a existência de cinco regiões compreendendo três planaltos, uma região 
serrana e uma região litorânea: 
Fonte: Perfi l geoestrutural/litológico modifi cado de MINEROPAR (2000).
23
Geografi a do Estado do 
Paraná
Alguns fatores de ordem natural, evidenciados na superfície, demonstraram a pre-
sença de subunidades que foram assim designadas:
• No Primeiro Planalto Paranaense, podemos distinguir o Planalto de Curitiba, a 
região montanhosa de Açungui e o Planalto de Maracanã;
• No Segundo Planalto Paranaense, é visível a região ondulada constituída pelas 
rochas de idade paleozoica e as mesetas nas proximidades da escarpa para o 
Terceiro Planalto Paranaense;
• No Terceiro Planalto Paranaense observamos os blocos planálticos de 
Apucarana, o bloco do planalto de Campo Mourão, o bloco do planalto de 
Guarapuava e o declive do planalto de Palmas.
• É uma divisão simples, fácil de ser constatada em superfície. É importante 
enfatizar que cada uma dessas regiões apresenta características geográfi cas 
próprias, o que permite individualizá-las sob qualquer aspecto.
 
Anotações
24
GEOGRAFIA DO PARANÁ
Anotações
25
A região 
 litorânea
A região litorânea compreende a faixa que apresenta largura variando de 10 
a 20 km e vai do contato com o Oceano Atlântico até o início dos contrafortes da 
Serra do Mar, determinada por altitudes inferiores a 300 metros. Sua extensão é de 
aproximadamente 100 km, indo desde a vila de Ararapira ao norte, no limite com o 
Estado de São Paulo, até a barra do rio Saí-Guaçu, ao sul, na fronteira com o Estado de 
Santa Catarina, possuindo uma superfície de 9.117 km2. 
Com uma boa defi nição de recortes superfi ciais, a região litorânea foi dividida em 
três partes:
Sul - entre a divisa com o Estado de Santa Catarina e a baía de Guaratuba;
Centro - localizada entre a baía de Guaratuba e a baía de Paranaguá;
Norte - entre a baía de Paranaguá e a fronteira com o Estado de São Paulo.
O litoral paranaense é muito acidentado, apresentando inúmeras baías, donde se 
destacam a baía de Guaratuba, a baía de Paranaguá, a baía de Antonina e a baía das 
Laranjeiras.
A partir da cota acima de 300 metros de altitude começam os terrenos pertencentes 
à Serra do Mar, que se estendem até o início da descida da escarpa em direção a 
Curitiba, determinando o que foi designado Primeiro Planalto Paranaense. “Escarpa: 
rampa ou aclive de terrenos que aparecem nas bordas dos planaltos, serras etc.” 
(GUERRA, 1975).
O clima 
A região costeira ou litorânea é submetida às condições climáticas defi nidas por 
Köeppen como sendo do tipo Af, ou seja, tropical super úmido, sem estação seca 
e isento de geadas. Nos meses mais quentes, a média da temperatura é superior a 
22o C, enquanto que os meses mais frios mostram uma temperatura acima de 18o 
C. A umidade relativa, em função do alto grau de pluviosidade, supera a marca de 
85%. As massas de ar provindas do oceano encontram a vertente oriental da Serra do 
Mar, concentram-se e provocam chuvas intensas, o que leva o índice pluviométrico 
a números próximos de 4.000 mm anuais, tornando essa região a mais chuvosa do 
Estado. 
2
26
GEOGRAFIA DO PARANÁ Na classifi cação de Köeppen temos:
A: clima tropical chuvoso 
f: nenhuma estação seca, úmido o ano todo.
O clima dessa região provoca uma sensação de desconforto nas pessoas, em parte 
resultante do ar saturado de vapor d’água. 
Como é a hidrografia?
Para a planície litorânea, correm os rios pertencentes à Bacia do Atlântico. No 
Estado do Paraná, essa drenagem origina pequenas bacias isoladas, onde alguns 
pertencem à baixada litorânea e outros à Serra do Mar. Aqueles que nascem na Serra 
do Mar têm a característica de serem rios encachoeirados, com corredeiras, possuindo 
uma vazão pequena, que após uma chuva, tem seu volume aumentado, tornando-se 
extremamente violentos. 
Destacamos na região a presença de cinco sub-bacias assim nomeadas:
 Sub-bacia da Baía das Laranjeiras, com aproximadamente 1.440 km2, 
salientando-se o rio Guaraqueçaba, cuja nascente situa-se na Serra do Taquari;
 Sub-bacia da Baía de Antonina, que tem em torno de 1.000 km2. Seu principal 
curso d’água é o rio Cachoeira, que nasce na Serra do Capivari;
 Sub-bacia do Rio Nhundiaquara, que é a menor, pois possui 311 km2 e é 
determinada por esse rio que nasce na Serra dos Órgãos;
 Sub-bacia da Baía de Paranaguá com o rio Guaraguaçu, que nasce na Serra do 
Prata e possui cerca de 607 km2;
 Sub-bacia da Baía de Guaratuba, ocupando uma área de 393 km2, tendo no 
rio Cubatão, que nasce na Serra da Igreja, sua principal via fl uvial. 
As chuvas estão bem distribuídas ao longo do ano e o índice pluviométrico da região 
é bastante expressivo, atingindo aproximadamente 4.000 mm anuais. A presença de 
uma cobertura vegetal densa e o calor local imprimem no microclima características 
especiais. Disso resulta uma intensa neblina, que diariamente e ao longo do ano é 
provocada pela condensação da umidade atmosférica. Esses fatores são responsáveis 
pela perenidade dos rios que correm na vertente oriental da Serra do Mar. 
A umidade permanente do manto de intemperismo abastece o lençol freático, 
o qual, por sua vez, alimenta as fontes d’água.
O manto de detritos vegetais decompostos ou semidecompostos que recobre 
o chão da fl oresta exerce um papel preponderante no equilíbrio hídrico da 
região serrana. Em primeiro lugar, o ‘tapete’ de detritos age como um verda-
deiro “mata borrão”, absorvendo as águas da chuva (A Serra do Mar e a Porção 
Oriental do Estado do Paraná, (BIGARELLA, 1978).
27
E a vegetação, como se apresenta?
Dado o excelente conjunto de fatores favoráveis (temperatura, pluviosidade, solo), 
essa região possui uma representatividade fl orística bem defi nida, através da presença 
da Mata Pluvial Tropical e Subtropical nos contrafortes da Serra do Mar, da Floresta 
Psamófi la, representada por fl oresta de restinga e pela fl oresta higrófi la de restinga. 
Além dessas duas formações fl orísticas, encontram-se também manguezais, como o 
vermelho (Rhizophora mangle) e o manso (Laguncularia racemosa), vegetação de 
praias (gramíneas Sporobolus viginicus, Panucum racemosa, ciperáceas Remirea ma-
ritima) e dunas.
Vegetação psamófi la (psamos=areia + philo=amigo) é aquela que se desenvolve 
em terrenos constituídos por areia, como dunas e restingas. Como exemplo, temos 
a espécie Ipomoea pes-caprae, que é muito comum na região litorânea (Citação 
nossa).
Aspectos geológicos
A planície litorânea mostra-se constituída por uma sedimentação arenosa recente, 
cuja origem pode ser marinha e eólica (sedimentos das restingas) e depósitos fl uviais, 
lagunares e coluviais. Alguns núcleos rochosos maiselevados, formados por rochas 
cristalinas (granitos, gnaisses), salientam-se na planura da região, assim como algumas 
ilhas que representam esses núcleos submersos.
A divisão política e os recursos econômicos
A região litorânea conta com sete municípios, os quais desenvolvem a vocação 
turística como a sua principal fonte de recursos. Com exceção de Morretes, os demais 
fi cam na orla marítima, explorando o turismo com mais intensidade na época de vera-
neio. Aliás, Paranaguá, Antonina e Morretes são três centros urbanos que abrigam os 
polos de colonização mais antigos e importantes do litoral paranaense.
Morretes, próximo da vertente oriental da Serra do Mar, foi fundado em 1721. 
Tem na comida típica, o barreado, na produção de cachaça artesanal (de banana) e 
doces e no artesanato variado, propriamente dito, suas principais fontes de recursos. 
Registremos que Morretes é um município litorâneo bastante distanciado do mar.
A região litorânea
28
GEOGRAFIA DO PARANÁ
Vista parcial de Morretes, PR.
Paranaguá, importante porto brasileiro, movimenta milhões de toneladas de 
produtos os mais diversifi cados, que chegam ou embarcam nos navios que aí atracam 
diariamente. A história do Paraná está ligada diretamente à história dessa cidade. Aí 
encontramos vários museus, igrejas, com ênfase para a igreja de Nossa Senhora do 
Rocio, padroeira do Estado do Paraná.
Vista parcial de Paranaguá. Em primeiro plano o cais do porto.
Fonte: WIKIPEDIA.
29
Antonina, cujo nome é uma homenagem a Dom Antônio, fi lho de Dom João VI 
e Dona Carlota Joaquina, apresenta uma importante linha arquitetônica em seu setor 
histórico, como também relevante é o seu porto, que possui um sistema especial de 
atracação de navios devido a pouca profundidade de suas águas. 
Vista parcial de Antonina, PR.
Guaraqueçaba, município cujo perfi l liga-se ao ecoturismo, possui a Reserva Na-
tural do Salto Morato, parte integrante da Mata Atlântica, onde se encontra a queda 
d’água, do mesmo nome, com 80 metros de altura. Um emaranhado de ilhas, mangues 
e canais compõe a paisagem dessa localidade.
 
Fonte: site da Prefeitura Municipal de Guaraqueçaba.
A região litorânea
30
GEOGRAFIA DO PARANÁ Pontal do Paraná é o município mais novo da região. Possui 22 km de praias, 
comportando 48 balneários. Aí existe o embarcadouro que leva os turistas até a Ilha 
do Mel.
Vista parcial de Pontal do Paraná, PR.
Guaratuba, município que desenvolve a atividade de turismo em temporada de 
veraneio, possui uma bela e extensa praia. A ligação com Curitiba é feita por meio de 
ferry-boat que percorre a embocadura da baía de Guaratuba partindo de Caiobá ou 
através de Garuva, no Estado de Santa Catarina.
Guaratuba, PR.
Matinhos, a mais tradicional praia do litoral do Paraná, também tem seu perfi l 
voltado para as épocas de veraneio, quando é procurada por turistas de diversas partes 
do Brasil.
31
Matinhos, PR.
A Ilha do Mel
Dentre as diversas ilhas que existem na orla marítima paranaense, uma possui des-
taque especial: é a ilha do Mel.
Com uma área total de 2.762 hectares, está situada em frente à baía de Paranaguá, 
se constituindo no portal de entrada para quem chega pelo mar. Mais de 90% de 
sua área total é considerada área de preservação ambiental. A ilha já esteve sob a 
possibilidade de ser dividida em duas partes pela ação do mar, porém esse mesmo 
mar agiu de forma construtora e recompôs a parte afetada, depositando sedimentos 
arenosos e mantendo a ligação.
Como cartão de visita da porção de Floresta Atlântica mais preservada do país, a 
ilha do Mel possui inúmeros atrativos turísticos, como os povoados de Encantadas 
e Brasília, o morro da Galheta, a Gruta das Encantadas, o morro da Baleia etc., 
destacando-se, também, a Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, que foi construída 
no período de 1767 a 1769 com a fi nalidade de defender as terras de Portugal contra 
o ataque dos espanhóis. Na extremidade sul da ilha, entre esta e o balneário de Pontal 
do Paraná, fi ca o canal da Galheta, que permite o acesso dos navios até o porto de 
Paranaguá.
A região litorânea
32
GEOGRAFIA DO PARANÁ
 
Canal do Varadouro
Criado artifi cialmente em 1952, o canal do Varadouro fez surgir a ilha de Supera-
güi, que até então era uma porção de terra unida ao continente. A abertura do canal 
permitiu a ligação entre os Estados de Paraná e São Paulo, possibilitando o transporte 
de cargas e passageiros em águas tranquilas, evitando a perigosa navegação para a 
época em mar aberto. O canal do Varadouro, que no Estado do Paraná se integra ao 
Parque Nacional do Superagüi, foi criado em 1989, e liga Guaraqueçaba (PR) à Ilha do 
Cardoso (SP).
33
A região litorânea
Anotações
34
GEOGRAFIA DO PARANÁ
Anotações
35
A Serra do Mar
No lado oriental do Estado do Paraná destaca-se a Serra do Mar, importante 
formação montanhosa que compõe um relevo escarpado separando duas unidades 
geomorfológicas defi nidas no território paranaense: de um lado, a Planície Litorânea, 
e de outro, o Primeiro Planalto.
A Serra do Mar, no Estado do Paraná, estende-se desde a fronteira norte com o 
Estado de São Paulo até os limites com Santa Catarina, na porção sul. Trata-se de 
uma escarpa bem defi nida, abrupta no lado leste, com blocos marginais ora paralelos 
ora perpendiculares, determinando a presença de serras. Na porção oeste, possui um 
desnível suave, ligando-a ao Planalto de Curitiba ou Primeiro Planalto Paranaense. 
As informações seguintes sobre a orografi a, fl ora e fauna são baseadas em Bigarella 
(1978).
Aspectos orográficos 
 As altitudes bastante evidenciadas nesse setor podem atingir quase 2.000 metros 
com blocos isolados, caracterizando a presença de serras. De norte para o sul, as prin-
cipais serras, com denominações próprias, são as seguintes: Serra do Capivari Grande; 
da Virgem Maria; Ibitiraquira, que mostra as maiores altitudes, na qual encontra-se 
o principal pico paranaense, que é o Pico Paraná com 1.992 metros, também o Pico 
Caratuba, com 1.898 metros e o Agulha de Cotia, com 1.503 metros.
Além dessas serras, há a Serra da Graciosa, que possui interesse ecoturístico 
com as históricas estradas de ferro e de rodagem que a transpõem bem como com 
o caminho de pedras construído na época colonial para ligar o Primeiro Planalto à 
região litorânea; Serra da Farinha Seca; Serra do Marumbi, com o pico de mesmo 
nome (1.547 metros) e o Morro do Leão, com 1.564 metros. É interessante notar que 
essas serras desenvolvem-se paralelamente à linha de costa, enquanto que mais para o 
sul há o ramal da Serra da Igreja, que se projeta no sentido leste/oeste seguindo-se a 
Serra dos Castelhanos, a Serra de Araçatuba, a Serra do Iqueririm, onde se encontra o 
Morro do Fundão, com 1.450 metros de altitude.
3
36
GEOGRAFIA DO PARANÁ
Vista da Serra do Mar, PR.
A flora e a fauna 
A Serra do Mar é revestida pela mata pluvial e subtropical, com árvores de 25 a 
30 metros de altura ocupando suas encostas, e na faixa entre 1.150 metros até 1.350 
metros encontra-se uma vegetação resultante da presença quase constante da neblina 
formada por arbustos raquíticos cobertos por epífi tas, bromélias, musgos, pteridófi tas 
e orquídeas. A partir dos 1.350 metros, é substituída por campos limpos, com arbustos 
isolados de compostas.
A fauna presente é heterogênea, caracterizada por formas arborícolas e terrícolas, 
além de muitas aves. Todavia, dada a pequena extensão da Serra do Mar em território 
paranaense, não existem espécies que lhe sejam particulares. 
37
Vegetação da Serra do Mar, PR.
Epífi tas são vegetais que vivem sobre outros sem retirar nutrimento, apenas usando-os como apoio. 
Bromélias são vegetais da família das monocotiledôneas cujo representante mais importante é 
o abacaxi.
Musgos são vegetais minutos providos de caule e folhas pertencente ao grupo das briófi tas.
Pteridófi tos é a denominação de um grupo de plantas sem flores que se reproduz por meio de 
esporângios.
O clima na região 
Como um marco divisório entre a região litorânea e o Primeiro Planalto Para-
naense, a Serra do Mar funciona como uma barreira bloqueando as massas de ar 
provenientes do sul, sudeste e leste. Esse fato ocasiona um índice bastante elevado 
de precipitações anuais, cujas chuvas atingem entre 3.000 a 4.000 mm, as quais se 
concentram nos meses de janeiro a março. Como a altitude tem infl uência na tempe-
ratura, observam-se, no sopé da serra, temperaturas mais elevadas que gradativamen-
te vão descendo, à medida que se caminha para o topo. Na classifi cação de Köeppen, 
o clima é do tipo Cf.
Clima tipo C é aquele cuja média do mês mais frio fi ca abaixo de 18oC, enquanto o 
f signifi ca sem estação seca de acordo com a classifi cação de Köeppen.
A Serra do Mar
38
GEOGRAFIA DO PARANÁ
A Serra do Mar
A Serra do Mar, sem dúvida alguma, é um atrativo turístico por natureza. A impo-
nência dos picos que a compõem expressa no horizonte as linhas gerais de um quadro 
digno dos maiores pintores. A mão do homem incluiu nesse cenário duas grandiosas 
obras que se transformaram em cartões postais dessa região:
1. A Estrada da Graciosa (PR 410), importante rodovia, que com suas sinuosida-
des durante muito tempo foi a via de escoamento das riquezas destinadas ao 
porto de Paranaguá. Hoje, devido à existência de outra rodovia com traçado 
mais retilíneo, passou a ser explorada turisticamente em razão dos fatores liga-
dos ao percurso, como a existência de curvas extremamente fechadas, inúme-
ras quedas d’água às margens da rodovia, grandes precipícios, uma vegetação 
exuberante, rios encachoeirados, enfi m, diversas atrações que colocam a Estra-
da da Graciosa nos grandes roteiros de viagens.
2. A Estrada de Ferro, marco da inteligência e perseverança de dois engenheiros 
brasileiros – Antonio Rebouças e Fernandes Pinheiro – que se propuseram a 
construir uma ferrovia que os mais afamados construtores de vias férreas do 
mundo achavam impossível de ser construída. A Estrada de Ferro da Graciosa 
vai de Curitiba a Paranaguá, percorrendo cerca de 70 km de serra, onde túneis, 
pontes, viadutos se intercalam em um trajeto em que as belezas naturais se 
apresentam como personagens de um maravilhoso conto de fadas. A ferrovia 
é explorada pela empresa Serra Verde Express, concessionária autorizada que 
desenvolveu trabalhos de restauração nas estações situadas em todo o percur-
so e coloca trens turísticos para atender às pessoas que querem ver de perto 
essa portentosa ferrovia. 
39
Estrada de Ferro da Graciosa no conjunto da Serra do Mar, PR.
Fonte: MBP/DCU/PEC/UEM.
A Serra do Mar
40
GEOGRAFIA DO PARANÁ
Estrada de Ferro da Graciosa no conjunto da Serra do Mar, PR .
Fonte: MBP/DCU/PEC/UEM.
 A Serra do Mar, no contexto brasileiro, se estende desde Florianópolis (SC) até o 
Rio de Janeiro (RJ). No Estado do Paraná localiza-se bem próxima do oceano, fazendo 
com que essa região seja bastante acidentada. Esse fator prejudicou a construção da 
BR-101, determinando o afastamento dessa rodovia para o interior a partir do norte de 
Santa Catarina e o retorno à orla litorânea nas proximidades de Registro já no Estado 
de São Paulo. 
Anotações
41
O Primeiro
Planalto Paranaense
OCUPAÇÃO HUMANA
Os primeiros imigrantes que aportaram às regiões do Primeiro Planalto Paranaense 
foram os alemães, que se fi xaram em Curitiba e Castro no ano de 1829. Introduziram 
novas técnicas agrícolas, mas dedicaram-se principalmente a profi ssões urbanas no 
comércio e na indústria. Seguiram-se os franceses, os quais haviam se estabelecido 
em colônias no sul do Brasil e vieram para Curitiba trazendo numerosos costumes 
característicos de sua terra natal, como vistosas roupas, novos instrumentos musicais, 
comidas típicas, técnicas agrícolas artes etc. Mais tarde, vieram os italianos, que no 
período de 1875 a 1878 localizaram-se em Curitiba, Colombo e São José dos Pinhais, 
onde se dedicaram ao plantio de uva com a consequente fabricação de vinhos. Investi-
ram também nos transportes e na montagem de indústrias, cuja tecnologia conheciam 
desde sua terra de origem. Por essa época, ano de 1871, começam a chegar a Curitiba 
imigrantes poloneses, que vindos de Santa Catarina, originaram as colônias de Pilarzi-
nho e Abrantes e um pouco mais tarde a colônia de Araucária, onde, difundido o uso 
da carroça, dedicaram-se à agricultura e à pecuária, no campo, no comércio e na área 
urbana. Fruto de uma imigração planejada, salientamos a vinda dos holandeses, que 
a partir de 1948 começaram a desenvolver atividades na agricultura e na criação de 
gado. Duas das maiores colônias holandesas no Brasil encontram-se nos municípios 
de Castro e Carambeí, onde a atividade leiteira é preponderante. 
Fundamentos geológicos e geomorfológicos
Também conhecido por Planalto de Curitiba, ocupa uma superfície limitada a leste 
pela escarpa da Serra do Mar e a oeste pela “Serrinha”, com uma latitude variando 
entre 850 a 950 metros. Na porção sul, sua largura chega aproximadamente a 50 
quilômetros, penetrando no Estado de Santa Catarina, onde ocupa todo o município 
de Campo Alegre e uma pequena parte do município de São Bento do Sul, enquanto 
que na parte norte, na fronteira com São Paulo, possui uma largura próxima de 150 
quilômetros.
É interessante observar que o relevo do Primeiro Planalto Paranaense acha-se 
4
42
GEOGRAFIA DO PARANÁ intimamente ligado a sua formação geológica, isto é, na parte sul e leste, constituído 
por gnaisses e rochas cristalinas, o relevo é ondulado, em forma de meias laranjas. 
Ao norte, na região do Alto Ribeira do Iguape, a diversidade litológica, determinada 
pela presença de fi litos, quartzitos, dolomitos, micaxistos, calcários, talco, granitos 
etc. é identifi cada por um relevo movimentado, abrupto, com cristas orientadas no 
sentido N/E e S/O. Por aí, apesar das altitudes serem superiores a 1.100 metros, existem 
largas planícies aluviais onde correm os altos cursos de rios como o Iapó, Pitangui, 
Jaguariaiva e aqueles pertencentes a essas bacias hidrográfi cas. 
Como é a hidrografia?
Basicamente, duas bacias hidrográfi cas caracterizam esse planalto e dividem a porção 
norte da porção sul. São os rios Iguaçu e Ribeira. O primeiro envolve a mais extensa 
de todas as bacias hidrográfi cas paranaenses, nascendo na região metropolitana de 
Curitiba e desaguando no rio Paraná, enquanto que o rio Ribeira nasce em território 
paranaense, mas desemboca em terras paulistas. Outro rio de importância signifi cativa 
e que tem suas nascentes nessa área é o rio Iapó que banha a cidade de Castro e pouco 
adiante forma o canyon do Guartelá.
E o clima, como se apresenta?
Considerando a classifi cação de Köeppen, tem-se, para a região, os tipos climá-
ticos Cfa e, predominantemente, o Cfb. De um modo geral, esse planalto apresenta 
43
temperaturas médias anuais mais baixas, entre 16o C e 18o C. Curitiba situa-se como 
uma das mais frias cidades paranaenses, e por assim dizer, também da Região Sul. A 
amplitude térmica verifi cada ao longo dos anos estabelece valores mínimos em 8o C 
negativos e máximos em 36o C positivos, sendo comum a ocorrência de geadas nos 
dias mais frios.
Na área de transição para o Segundo Planalto, a escarpa da “Serrinha” funciona 
como um bloqueio orográfi co, determinando para essa área um índice pluviométrico 
muito maior do que aquele que possui o restante do primeiro planalto. As chuvas 
apresentam uma concentração maior nos meses de verão, isto é, de janeiro a março.
De acordo com Köeppen:
 C: climas temperados chuvosos e moderadamente quentes;
 f: nenhuma estação seca, úmido o ano todo;
 a: verão quente, o mês mais quente tem temperatura média maior do que 22oC;
 b: verão moderadamente quente, o mês mais quente tem temperatura média 
inferior do que 22o. C. 
Como é a vegetação?
As características pedológicas que seintegram à área do Primeiro Planalto 
Paranaense determinam a presença de três grandes grupos de solos, quais sejam: 
Argissolo Vermelho-Amarelo, Latossolo e Cambissolo. 
Com exceção da porção ligada às nascentes do rio Ribeira, portanto, norte do 
Primeiro Planalto, onde se encontram vestígios da mata nativa, as demais áreas mostram 
a interferência do homem. Assim, restaram pequenas manchas da vegetação original, 
como matas de Araucária, campos limpos e campos cerrados. Na associação das 
araucárias, além do pinheiro paranaense (Araucaria angustifolia), são encontrados 
Podocarpus sp, Ilex sp, Cedrela sp, representantes de cicadáceas, lauráceas, 
anacardeáceas, bignoniáceas e outras famílias com menor representatividade, mas 
compondo o perfi l fi toecológico da região.
O Primeiro Planalto 
Paranaense
44
GEOGRAFIA DO PARANÁ
Ocorrência de Pinheiro do Paraná na região dos Campos Gerais, PR.
A ação antrópica está bastante evidenciada na porção em que a presença de 
mineradoras de talco contribuiu para a abertura de grandes clareiras na mata nativa, 
fato mais evidenciado pelo surgimento de extensas matas artifi ciais formadas por Pinus 
sp e exploradas por grandes conglomerados madeireiros.
O Primeiro Planalto Paranaense e os recursos naturais
Os municípios de Cerro Azul e Adrianópolis foram os principais produtores de 
chumbo do Brasil. Em Adrianópolis, durante algum tempo houve a exploração desse 
minério por uma companhia multinacional. No processo de obtenção do chumbo a 
partir da galena, surgia como um componente secundário a prata. Mesmo que com 
quantidades pouco expressivas, esse fato colocava o Paraná como o único produtor 
desse mineral (prata) no país. É de se ressaltar que o abandono dessa atividade 
exploratória, a qual era feita sem os devidos cuidados para evitar a poluição de grande 
risco, motivada por resíduos plúmbeos, deixou a população local frente a graves 
problemas de contaminação. Nessa mesma área, ou seja, nos municípios de Cerro Azul 
e Adrianópolis, são encontradas jazidas de fl uorita, principal minério de fl úor usado 
como fundente na indústria do aço e do alumínio.
Na região compreendida por Abapã (distrito do município de Castro) e Itaiacoca 
(distrito do município de Ponta Grossa), diversas mineradoras exploram o talco e o 
45
calcário dolomítico, inclusive o município de Castro tem papel preponderante na 
produção de calcário, muito usado como corretivo de solos. Nos contrafortes da Serra 
São Luiz do Purunã, município de Campo Largo, existe a exploração do calcário, mas 
sua ênfase está na presença de jazidas de caulim, usado na indústria de cerâmica de 
louças, fazendo com que seu parque industrial, apoiado nesse ramo, tenha projeção 
nacional. Também é de se registrar, em Campo Largo, a exploração desde longa data 
de água mineral, inicialmente endereçada à indústria farmacêutica e mais tarde com a 
difusão, junto à população, para o uso potável em geral.
Os municípios de Almirante Tamandaré, Rio Branco do Sul, Bocaiúva do Sul e Cerro 
Azul também são produtores de areias quartzosas a partir da ocorrência de quartzito, 
as quais são usadas na industrialização de louças e porcelana.
E a economia, como é? 
Curitiba, a capital paranaense, monopoliza as atenções, pois além de centralizar o 
setor público estadual em função da demasiada concentração econômica e populacio-
nal, transformou-se no núcleo de uma região metropolitana. Outro fator signifi cativo é 
a posição geográfi ca de Curitiba, situada a poucos quilômetros do porto de Paranaguá 
e que, consequentemente, é passagem para aqueles que demandam a essa localidade.
Vista parcial de Curitiba, PR.
A área de infl uência da capital paranaense abrangia todo o Estado do Paraná – ex-
ceção feita à região norte que estava mais ligada a São Paulo – e quase todo o Estado 
de Santa Catarina. A partir da década de 1970, sobretudo dada a presença da Rodovia 
O Primeiro Planalto 
Paranaense
46
GEOGRAFIA DO PARANÁ do Café ligando o Norte ao Sul, Curitiba tem a sua área de abrangência ampliada, 
envolvendo todo o Estado do Paraná. É importante salientar o fato de que essa cidade 
é centro da ligação entre a região Sudeste e a região Sul. As cidades situadas nas suas 
imediações, em torno de vinte municípios, formam a Região Metropolitana de Curitiba 
(RMC) e têm na indústria pesada e de transformação suas principais fontes de renda. 
A indústria automotiva foi introduzida no Estado do Paraná, estabelecendo-se em cida-
des como Pinhais, Piraquara, São José dos Pinhais, Campo Largo, todas integrantes da 
RMC. Como já citamos anteriormente, Campo Largo possui longa tradição na feitura 
de peças de louça, o que a coloca em evidência no cenário paranaense. 
Devido à ocorrência de recursos minerais de utilidade para a vida humana nas 
áreas do Primeiro Planalto Paranaense, os municípios aí localizados exploram 
comercialmente esse potencial. 
A petroquímica localiza-se no município de Araucária, onde se destaca a Refi naria 
Presidente Getúlio Vargas (Repar).
A Repar, uma unidade da Petrobrás, acha-se localizada no km 16 da Rodovia do 
Xisto, em Araucária, município integrante da Região Metropolitana de Curitiba. Essa 
refi naria começou a ser construída em 1973, entrando em operação no dia 27 de maio 
de 1977. Hoje, é responsável por cerca de 12% da produção nacional de derivados de 
petróleo. Abastece os estados do Paraná, de Santa Catarina e de Mato Grosso do Sul, 
além do sul de São Paulo. 
Os aspectos turísticos
O Primeiro Planalto Paranaense possui uma vocação turística bastante grande. 
Mesmo possuindo uma pequena área, esta é riquíssima em feições voltadas a essa 
indústria sem chaminés. Seu relevo bastante movimentado expõe belíssimas paisagens 
em toda a sua plenitude. O substrato geológico calcífero condiciona em alguns pontos 
a existência de cavernas; os riachos e ribeirões, com águas transparentes próximas 
as suas nascentes, apresentam inúmeras quedas ao longo de seus cursos; enfi m, um 
enorme potencial para o turismo é característica primordial desse planalto. 
47
Segundo
Planalto Paranaense
FUNDAMENTOS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS
Na parte central do Estado do Paraná, estende-se, de norte a sul, um planalto 
com cerca de 150 quilômetros de largura. Possui uma forma côncava, com uma 
proeminência (vértice) na região de Faxinal. Esse planalto tem uma declividade suave 
orientada para oeste. Na sua borda oriental, no limite com a Serrinha – degrau para 
o Primeiro Planalto – as altitudes variam de 1.100 a 1.200 metros, enquanto que na 
extremidade oeste, base da escarpa do Terceiro Planalto Paranaense, fi ca entre 500 e 
750 metros. 
As rochas que compõem seu substrato correspondem às camadas rochosas de 
idade paleozóica pertencentes à Bacia Sedimentar do Paraná. São arenitos, folhelhos 
argilosos, siltitos, conglomerados, carvão mineral, xisto betuminoso, e outras. De leste 
para oeste, passam-se, gradativamente, das rochas mais antigas de idade devoniana 
para as mais novas, relativas ao Período Permiano. Salientamos que o mergulho 
regional dessas camadas (30o) é mais intenso do que o declive geral do terreno.
Riacho encachoeirado correndo sobre o arenito. 
O relevo, como consequência da litologia, é suave, com outeiros ondulados na 
porção leste passando para acidentado à medida que se chega ao limite com o Terceiro 
Planalto. Tudo isto em função dos inúmeros sils e diques de diabásio que cortam essas 
camadas rochosas, com uma orientação SE/NE.
5
48
GEOGRAFIA DO PARANÁ
As intrusões magmáticas que ocorrem no interior da crosta terrestre (litosfera) po-
dem se manifestar como formas concordantes (cuja deposição “concorda” com 
a rocha encaixante, isto é, se a rocha encaixante está disposta na horizontal, a in-
trusão também fi ca horizontalizada) e discordantes (caso contrário, ou seja, se a 
rocha encaixante está disposta na horizontal, a intrusão se dispõe verticalmente). 
No primeirocaso temos: sil, lacólito, lopólito e facólito. No segundo temos: dique, 
apófi se, néck e batólito(Citação nossa).
E a hidrografia, como se comporta?
Os rios que correm no Segundo Planalto Paranaense pertencem à bacia do rio 
Paraná. Alguns, como o caso do rio Itararé e do rio Iguaçu, se incluem na classe dos 
consequentes. A maioria dos rios, porém, corre na direção Leste/Oeste, particularmente 
onde o terreno é atravessado por numerosos diques paralelos, com orientação SE/NO. 
Para passarem do Primeiro para o Segundo Planalto Paranaense, rios como o Itararé, o 
Iapó e o Iguaçu penetram no paredão da escarpa através de imensos boqueirões que se 
prolongam por meio de canyons que cortam sedimentos paleozóicos. Fato semelhante 
pode ser observado com aqueles que passam também através de boqueirões do 
Segundo para o Terceiro Planalto, como é o caso do rio Ivaí, que passa de um planalto 
para outro em uma cota de 410 metros, do Iguaçu, do Tibagi e do Laranjinha.
No Segundo e Terceiro planaltos paranaenses, as camadas rochosas que compõem 
o seu substrato apresentam um mergulho para oeste. Coincidentemente, relevo 
também obdece essa orientação. Assim, o rio Ivaí, que corre das imediações da 
Serra Geral (leste) em direção ao rio Paraná (oeste), segue a direção da inclinação 
do relevo. Por isso, ele é classifi cado como um rio consequente.
Alguns rios têm características especiais, motivadas pelo substrato rochoso. Aque-
les que pertencem à bacia do rio Tibagi e estão próximos de suas nascentes formam la-
jeados em virtude da presença da Formação Furnas, que é a rocha afl orante. O próprio 
rio Tibagi determina a existência de pequenos canyons na região adjacente ao Parque 
Estadual de Vila Velha, onde nasce.
Já na área ocupada pela Formação Ponta Grossa – folhelhos argilosos, siltitos e 
argilitos –, esse rio se torna mais largo e menos profundo. Diques de diabásio são 
cortados transversalmente pelo Tibagi, originando cachoeiras ou trechos com 
corredeiras. Como exemplo, na cidade de Tibagi há um percurso utilizado para 
competições de canoagem, com aval internacional.
49
O rio Ivaí, formado após a junção do rio São João com o rio dos Patos, drena uma 
região bastante importante sob o ponto de vista econômico, inclusive existe projeto 
para aproveitar sua vocação hidroviária.
Na região de Prudentópolis existem muitas quedas d’água pouco exploradas para 
o turismo até o momento, como é o caso dos saltos:
São Francisco, com 187 metros de altura;
Barra Grande, com 150 metros de altura;
São João, com 84 metros de altura;
Barão do Rio Branco, com 64 metros de altura.
O clima 
Na classifi cação de Köeppen, predomina nesse compartimento geomorfológico o 
tipo Cf.
 C = a média do mês mais frio é inferior a 18oC
 f = sem estação seca defi nida
O índice anual de precipitação gira em torno de 1.200 mm, e os índices mais 
elevados encontram-se nas regiões das serras e escarpas, locais onde se verifi cam 
chuvas orográfi cas. A precipitação ocorre com distribuição entre 120 e 130 dias de 
chuvas no ano, com ênfase ao período de verão nos meses de dezembro e janeiro.
A média da temperatura oscila entre 16o C e 28O C, em parte devido às condições 
locais. Por outro lado, a média das máximas que ocorrem em dezembro passa para 26o 
C até 28o C, contrastando com o mês de julho, em que esses valores caem para 8o C a 
10o C. Os valores absolutos para o Segundo Planalto Paranaense podem atingir 38o C 
nos meses de verão, e em função das frentes frias que avançam dos polos, podem-se 
ter temperaturas de 4o C negativos nas áreas serranas.
E os solos, como se apresentam?
Excetuando-se as regiões serranas, de um modo geral, toda a área do Segundo 
Planalto Paranaense é agricultável, no entanto, em razão do clima que determina a 
predominância do intemperismo químico, os solos não apresentam grande fertilidade. 
Na área de ocorrência de rochas sedimentares pertencentes à Bacia Sedimentar do 
Paraná, os solos são menos férteis, ácidos e com espessuras variadas, predominando 
os Cambissolos associados com litólicos nos locais de maior declividade, e em outras 
áreas, algumas associações de argissolos e latossolos.
Segundo Planalto 
Paranaense
50
GEOGRAFIA DO PARANÁ
Cambissolos são solos constituídos por material mineral com horizonte B insi-
piente sempre embaixo de qualquer tipo de horizonte superfi cial exceto alguns 
casos particularizados (Citação nossa).
Aspecto de uma plantação de soja ocupando o solo em região 
dos campos gerais no Segundo Planalto Paranaense. 
Recursos Naturais 
Essa unidade geomorfológica é detentora das jazidas de carvão mineral que ocor-
rem no chamado “Norte Velho”, mais precisamente nos municípios de Lizímaco Cos-
ta, Sapopema, Figueira, e nesse último a Companhia de Eletricidade do Paraná (Co-
pel) possui uma usina de geração de energia elétrica movida a carvão mineral, a Usina 
Termoelétrica de Figueira (UTELFA).
Também ressaltamos a presença do xisto betuminoso nas camadas da Formação 
Irati, cujo refi no é desenvolvido em São Mateus do Sul através da Superintendência 
de Industrialização do Xisto (SIX), unidade da Petrobrás que, a partir de 1972, iniciou 
o desenvolvimento de uma tecnologia adaptada às condições da rocha existente e 
que, hoje, processa inteiramente a rocha, obtendo o produto fi nal, que é o óleo de 
xisto.
 
51
Vista parcial da jazida de xisto betuminoso em São Mateus do Sul, PR.
O que é o xisto betuminoso?
O termo “xisto betuminoso” é incorreto, porém, seu uso constante o integrou ao 
vocabulário popular. Por xisto entende-se uma rocha metamórfi ca cujos diferentes 
minerais acham-se dispostos em camadas. Betume é o composto orgânico rico 
em hidrocarbonetos e que é encontrado na natureza nos estados líquido, sólido e 
gasoso.
Como a rocha portadora é uma rocha sedimentar, o termo “xisto” é inadequado, 
e como o processo para a retirada do betume é através do aquecimento, o correto 
seria a designação folhelho argiloso pirobetuminoso (Citação nossa).
 
O Segundo Planalto Paranaense, durante a década de 1950, foi objeto de garimpa-
gem, quando, ao longo do leito do rio Tibagi, era intensifi cada a procura de diamante, 
talvez vinculada aos seixos provenientes da Formação Rio do Sul, cuja área fonte eram 
os granitos pórfi ros existentes na região de Castro relacionados com o vulcanismo, 
que foi a gênese do kimberlito, hospedeiro dos diamantes na África do Sul.
Outros recursos naturais dessa área correspondem aos depósitos de argila, areia e 
a ocorrência de água mineral, os quais são explorados em toda a sua extensão. 
O povoamento 
Os primeiros europeus a chegar aos campos gerais, por volta de 1820, foram os 
alemães, que se radicaram na região de Entre Rios, Palmeira e Ponta Grossa. Em 1847, 
alguns franceses fundaram a Colônia Teresa Cristina às margens do rio Ivaí, próximo 
a Prudentópolis. A partir de 1871, grandes levas de poloneses ocuparam as áreas de 
Segundo Planalto 
Paranaense
52
GEOGRAFIA DO PARANÁ Mallet, Irati, onde fundaram colônias e, posteriormente, se espalharam por Palmeira, 
Ponta Grossa, Reserva, Ortigueira, Pitanga, Cândido de Abreu, cidades que possuem 
traços marcantes da cultura desse povo. Também devemos fazer referência aos imi-
grantes ucranianos que contribuíram para a colonização das regiões de Prudentó-
polis, Mallet, União da Vitória e Lapa e que aqui chegaram atraídos pelas ofertas de 
trabalho na agricultura. Prudentópolis destaca-se no cenário paranaense por manter 
as tradições ucranianas mediante suas inúmeras igrejas, os pratos típicos, as danças, 
os conjuntos folclóricos e por preservar a riqueza das pêssankas.
Na tradição ucraniana, observamos uma manifestação artesanal excepcional, que 
é a confecção das pêssankas ou a arte de colorir ovo pascal. São ovos naturais 
pintados a mão, cuja origem remonta a 3.000 anos a.C., e em sua origem, tinham 
a fi nalidade de homenagear o Deus Sol, agradecendo a chegadada primavera – 
lembremos de que no hemisfério norte a primavera começa em março, coincidindo 
com nosso outono. Outros elementos da natureza também os recebiam como 
oferendas, fato que os colocavam como integrantes de ritos pagãos. Por volta de 
988 d.C., esses ovos foram adotados como símbolos cristãos. Assim, os ucranianos 
faziam as pêssankas na última semana da Quaresma para levá-las à igreja no Domingo 
de Páscoa para serem abençoadas. Hoje, os ovos são considerados talismãs e são 
oferecidos como prova de amizade, materializando as boas intenções para aqueles 
que as recebem. 
Aquelas etnias que não possuem uma área geográfi ca defi nida também estão 
representadas integrando a gente que povoou o Segundo Planalto Paranaense, como 
é o caso dos sírio-libaneses, ingleses e holandeses, que devido à proximidade com 
Carambeí, local da colônia original, estabeleceram-se no comércio em Ponta Grossa.
Arquitetura própria de países do leste europeu nessa residência de Ponta Grossa. 
53
Como é o turismo?
Muito privilegiado é o Segundo Planalto Paranaense quando o assunto é o turismo. 
Podemos iniciar pelas belezas naturais da região abrangida pelo arenito furnas com 
seus canyons (Guartelá no município de Tibagi), rios do tipo lajeado (rio das Pombas e 
rio dos Papagaios na BR-376), dolinas (furnas no Parque Estadual de Vila Velha, Buraco 
do Padre, com acesso pela PR-513), rios com sumidouro (rio Itararé, rio Quebra-Perna), 
quedas d’água (cachoeira da Mariquinha com acesso pela PR-513); nos diabásios que 
cortam os folhelhos da Formação Ponta Grossa com suas quedas (Telêmaco Borba), 
suas corredeiras (Tibagi); nas 42 quedas que ocorrem no município de Prudentópolis; 
no turismo histórico, particularmente na cidade da Lapa, em Tibagi; o Parque Estadual 
de Vila Velha, no município de Ponta Grossa; enfi m, os campos gerais proporcionam 
uma beleza indescritível em seu conjunto, que tanto entusiasmaram M. Auguste Saint-
Hilaire, famoso geógrafo francês que visitou a região em 1820, cujo relatório científi co 
contendo notáveis descrições da paisagem dos campos gerais foi publicado em 1851. 
O canyon do Guartelá
Esse canyon é formado pelo rio Iapó, que transpõe os contrafortes da “serrinha”, 
passando do Primeiro para o Segundo Planalto Paranaense. Dista 18 km da cidade de 
Tibagi e apresenta uma extensão de 32 km, com uma profundidade média de 300 me-
tros. Protegido por leis ambientalistas, faz parte do Parque Estadual do Guartelá, que 
possui inúmeras cachoeiras, corredeiras, blocos areníticos com inscrições rupestres, 
uma vegetação primitiva composta em parte por campos limpos, cerrados e matas 
galerias. Da sede do parque, junto à PR-340, até a foz do rio Iapó, desembocando no 
rio Tibagi, há aproximadamente 10 km de distância. 
Segundo a tradição local, o nome Guartelá vem da época da colonização, quando, 
na eminência de um ataque de índios, um fazendeiro enviou uma mensagem a seu 
vizinho, distante, nos seguintes termos: Guarda-te-lá que cá bem fi co! 
Segundo Planalto 
Paranaense
54
GEOGRAFIA DO PARANÁ
Vista parcial do canyon do Guartelá - Tibagi, PR.
Parque Estadual de Vila Velha
O Parque Estadual de Vila Velha resultou de uma desapropriação da área feita pelo 
Governo do Estado do Paraná através da Lei no. 63, de 4 de setembro de 1942. Mais 
recentemente, isto é, em 14 de outubro de 1977, a Lei no. 6937 autorizou a empresa 
Paranaense de Turismo (Paranatur) como responsável pela administração de uma pe-
quena parte onde estão situados os esplêndidos monumentos naturais: os arenitos de 
Vila Velha, as Furnas e a Lagoa Dourada. O acesso para visitação é pago na entrada do 
parque.
A Vila Velha
Localizada a 22 km do centro de Ponta Grossa, na BR-376, sentido para Curitiba, faz 
parte do conjunto do parque como formações rochosas areníticas com algumas fi guras 
esculpidas pela erosão como o camelo, o índio, o navio e a mais famosa de todas, a taça. 
O arenito é a litologia que consolida a Formação Campo do Tenente, de origem fl úvio-
glacial. Isto signifi ca que a área, durante a última fase do Período Carbonífero, esteve 
coberta por gelo, o qual, em virtude de degelos ocasionais, provocava a presença de cur-
sos de água que depositavam sedimentos em pequenas bacias de deposição originando, 
pela ação de seleção do material, extensos blocos arenosos. Com a consequente ação 
da erosão superfi cial, esse bloco foi recortado, originando as formas que hoje são vistas. 
 Diz a lenda que esse recanto havia sido escolhido pelos primitivos habitan-
tes para ser o local onde esconderiam um tesouro. Com a proteção de Tupã, era 
55
cuidado pelos varões especialmente escolhidos entre os homens das diversas tribos 
que tinham direito sobre o tal tesouro. Se esse tesouro fosse perdido, Tupã lançaria 
as maiores desgraças sobre o povo responsável. 
 Em certa ocasião, um guerreiro, treinado desde sua infância para essa missão, 
estava na eminência de chefi ar o grupo que se revezava na guarda do tesouro. Um 
dos requisitos era o celibato e esse indígena, no entanto, não admitia essa condição, 
era um cunharapixara – mulherengo.
Uma tribo rival, sabendo da situação que ocorria naquele momento, escolheu 
uma de suas mais lindas jovens e a incumbiu de conseguir a atenção do chefe da 
guarda do tesouro. Não foi difícil a sua missão. O indígena fi cou apaixonado por ela. 
Acontece que a índia também se apaixonou pelo índio. Ela já havia entrado no lugar 
do tesouro, e em uma tarde em que os ipês já fl orescidos deixavam cair suas folhas, 
a índia trouxe uma taça de licor de butiás para embebedá-lo, mas ela também bebeu.
Tupã fez valer sua fúria. Um terremoto abalou toda a planície, trazendo morte e 
dor. O local do tesouro transformou-se em rocha, o ouro derreteu, os dois amantes 
foram castigados, sendo petrifi cados. Ao seu lado fi cou a causa de sua desgraça: a 
taça de pedra.
Assim surgiu Itacueretaba = a cidade extinta de pedra.
 A terra se fendeu, originando as grutas e furnas que se encontram nas proxi-
midades da Vila Velha. O ouro derretido fl uiu pela superfície como um córrego e 
originou a lagoa, hoje conhecida por Lagoa Dourada. Ao entardecer, os raios do sol, 
batendo na superfície da água, refl etem o brilho aurífero. Os sobreviventes partiram 
para outras regiões, deixando, atrás de si, as marcas petrifi cadas da grande traição. 
Vista parcial de arenitos da Vila Velha - Ponta Grossa, PR.
Segundo Planalto 
Paranaense
56
GEOGRAFIA DO PARANÁ As Furnas
As Furnas são depressões semelhantes a crateras, com formato circular levemente 
ovalado, com paredes íngremes, nuas, que ocorrem no arenito Furnas, de idade 
devoniana, tendo por causa os desabamentos. No Parque Estadual de Vila Velha 
mostram a presença de água em seu interior, com profundidades variáveis. A Furna 
no. 1, com diâmetro de 80 metros, tem 107 metros de profundidade, sendo 53 metros 
constituídos por água. O acesso até a superfície da água é feito por um elevador 
panorâmico. A Furna no. 2, com um diâmetro irregular, tem 110 metros, sendo 56,4 
tomados pela água. A Furna no. 3 está coberta pela vegetação e a Furna no. 4, a mais ou 
menos 1 km de distância das anteriores, tem 43,5 metros de profundidade, dos quais 
apenas 13,9 correspondem à lâmina d’água. 
A Lagoa Dourada
Considerada uma furna em extinção, essa pequena depressão que não ultrapassa 2 
metros de profundidade com um diâmetro em torno de 320 metros recebe a água, pela 
ação subterrânea, vinda das outras furnas. Um canal com 150 metros de extensão coloca 
suas águas no rio Guabiroba. Seu fundo, lodoso, é formado por deposição de mica. 
Ao entardecer, a incidência dos raios solares provoca o surgimento de uma coloração 
dourada na superfície da água, de onde provém a sua denominação. Muitos peixes são 
facilmente visíveis, dada a transparência de suas águas, contudo a pesca é proibida.
Vista parcial da Lagoa Dourada, Parque Estadual de Vila Velha.
Estriasglaciais
Na localidade denominada Colonia Witmarsum, município de Palmeira, 
desenvolve-se o chamado turismo científi co em virtude da presença de afl oramento 
57
com marcas estriadas sobre o arenito, cuja origem está vinculada à presença de 
geleiras carboníferas nessa porção da superfície, hoje do Estado do Paraná. A Minerais 
do Paraná S.A. colocou no local um painel explicativo sobre a gênese dessa ocorrência.
Estrias glaciais ocorrentes em afl oramento de arenito na Colônia. 
Witmarsum (Palmeira, PR).
Segundo Planalto 
Paranaense
Anotações
58
GEOGRAFIA DO PARANÁ
Anotações
59
O Terceiro 
Planalto Paranaense 
CONSIDERAÇÕES SOBRE A GEOLOGIA
O Terceiro Planalto Paranaense está compartimentado na área que vai desde a Serra 
Geral até as barrancas do rio Paraná. Lembremos que a Serra Geral compreende o 
degrau de transição entre o Segundoe o Terceiro Planalto Paranaense, conforme a 
classifi cação de Maack (1953), aqui adotada.
A Serra Geral é a denominação que envolve os derrames de lava basáltica que tiveram 
início em meados do Período Jurássico, se estendendo até o meio do Período Cretáceo. 
Além dessa litologia, esse contraforte da escarpa mesozoica também compreende os 
arenitos Pirambóia, na base, e os arenitos Botucatu, intermediariamente. Observamos 
que esse arenito compreende o chamado Aquífero Guarani. Na porção noroeste do 
Estado do Paraná, os basaltos que compõem a Formação Serra Geral são recobertos 
por arenitos de origem eólica e/ou fl uvial, chamados de Formação Caiuá.
Nas imediações de Terra Rica destaca-se, na paisagem, os Três Irmãos.
6
60
GEOGRAFIA DO PARANÁ O Terceiro Planalto Paranaense possui uma inclinação leste/oeste, indo de 
aproximadamente 1.250 m na região central (Serra da Esperança) até altitudes menores 
do que 250 m, na margem com o rio Paraná.
Afl oramento de basalto da Formação Serra Geral, na 
rodovia BR-369, trecho entre Campo Mourão e Pitanga, PR.
Como é a geomorfologia desse planalto?
Há uma homogeneidade do ponto de vista geomorfológico em quase toda a 
extensão desse planalto, pois somente naqueles quatro subcompartimentos descritos 
por Maack (1968) é que verifi camos a existência de movimentação no terreno, 
caracterizada pela presença de blocos soerguidos que quebram a homogeneidade 
aparente dessa unidade.
61
Na região de Apucarana, alguns pontos se elevam em altitudes de 850 a 900 m em 
uma sucessão de altos e baixos que se estendem por uma área que acompanha, para-
lelamente, a escarpa mesozoica, originando um relevo de serras. O bloco planáltico de 
Campo Mourão, situado entre os rios Piquiri e Ivaí, determina uma área movimentada 
na borda do Terceiro Planalto Paranaense, com altitudes que podem chegar a 1.150 
metros, decrescendo em direção às margens do rio Paraná (+230 metros). 
Na parte noroeste, o relevo torna-se bastante suave, com colinas levemente ondu-
ladas funcionando como divisores de água. O bloco planáltico de Guarapuava, como 
uma faixa situada entre os rios Iguaçu e Piquiri, apresenta um relevo também ondula-
do, com colinas que separam largos vales. Ao sul do rio Iguaçu, na região de Palmas, 
temos o divisor de águas Iguaçu-Uruguai, com a altitude diminuindo de 1.150 metros 
para 300 metros no vale do rio Iguaçu. 
 
O Terceiro Planalto Paranaense e seus aspectos hidrológicos
Apesar de nascer na região de Curitiba, o rio Iguaçu é bem marcante na superfície des-
se planalto, correndo em um vale encaixado situado no basalto e se comportando como 
nível de base para uma densa bacia hidrográfi ca.
Em sua margem direita, recebe importantes afl uentes como o rio D’Areia, o rio Jordão, 
o rio Cavernoso. Na margem esquerda, seus principais afl uentes são o rio Iratim, o rio 
Chopim e o rio Capanema. Muitos saltos ocorrem ao longo do curso do rio Iguaçu, alguns 
com importância estratégica. 
O rio Piquiri nasce no Terceiro Planalto Paranaense, onde recebe um importante 
afl uente, que é o rio Cantú. Outro rio com características diferentes é o rio Ivaí, que nas-
ce no Segundo Planalto Paranaense, atravessa a escarpa mesozoica em boqueirões com 
altitudes em torno de 450 metros e já no Terceiro Planalto recebe as águas do rio Alonzo 
que, por sua vez, também tem suas nascentes localizadas no Segundo Planalto Paranaense.
Finalmente, o rio Tibagi, que nasce no Segundo Planalto, nas proximidades da 
passagem para o Primeiro Planalto Paranaense, entra na escarpa da Serra Geral, em 
vales, e desemboca no rio Paranapanema, defi nindo a fronteira entre os Estados do 
Paraná e São Paulo.
Inúmeras bacias de ordens inferiores cobrem toda a região compreendida pelo 
Terceiro Planalto Paranaense, integrando-se à bacia do rio Paraná. 
O clima e o solo 
A área desse planalto encontra-se nas faixas correspondentes aos tipos Cfb na região, 
junto à escarpa mesozoica, Cfa(h), na porção noroeste, coincidindo com a presença do 
arenito Caiuá, e na faixa central restante o clima é do tipo Cfa motivado por invasões 
O Terceiro Planalto 
Paranaense 
62
GEOGRAFIA DO PARANÁ de massas polares ou massas tropicais. Na porção a leste, ou seja, nas proximidades do 
limite do Terceiro Planalto Paranaense, ocorre uma precipitação pluvial em torno de 
2.000 mm, que decresce para 1.000 mm na parte central, havendo um aumento para 
1.500 mm nas imediações da calha do rio Paraná. As temperaturas variam de 30o C a 
32o C nos meses mais quentes e 10o C a 12o C nos meses mais frios. O valor mínimo 
já registrado foi de –2o C e 40o C foi a temperatura mais elevada alcançada na região. 
Em 1975, a região Norte do Estado do Paraná sofreu uma das maiores geadas 
de todos os tempos, a qual provocou grandes transformações regionais, arrasando 
o parque cafeeiro paranaense, fazendo com que os agricultores optassem por novas 
formas de cultivo. A introdução dessas novas lavouras modifi cou não só a paisagem, 
mas também o quadro rural, pois teve início o desenvolvimento da mecanização e de 
técnicas inovadoras no uso e manejo do solo. 
Os solos não apresentam grande variedade em virtude da litologia também não 
ser variável. Basicamente predominam os basaltos da Formação Serra Geral e os 
arenitos da Formação Caiuá como integrantes do substrato rochoso. Essas litologias, 
submetidas às condições climáticas atuantes, propiciaram a ocorrência das seguintes 
unidades pedológicas, distribuídas de norte para o sul:
a) na porção norte, centro norte, oeste e sudoeste predominam os solos do tipo 
Latossolo Vermelho Distroférrico e Eutroférrico e Nitossolo Vermelho argilosos;
b) na porção centro-sul e sul há a ocorrência de Latossolos Brunos, argilosos e 
Cambissolos; 
 c) na área noroeste, sobre o arenito Caiuá, surgem os Latossolos Vermelhos e Ar-
gissolos Vermelhos, ambos com textura arenosa.
A vegetação, como se apresenta?
O Terceiro Planalto Paranaense pode ser dividido em função de sua cobertura ve-
getal: a área norte é dominada pela presença de culturas vinculadas à industrialização. 
Tal é o caso do café, do algodão, do trigo, com destaque para a soja. Algumas pequenas 
manchas esparsas ainda preservam os representantes da mata nativa. Na região de do-
mínio do arenito, intensifi cou-se a citricultura. Na faixa central e sul do Estado, local 
onde predominam os pequenos agricultores, estes se dedicam ao cultivo de produtos 
alimentares. Poucos agricultores dedicam-se às culturas para fi ns agroindustriais (trigo 
e soja) como sua fonte de renda. 
Nada mais resta da mata que, em sua plenitude, era rica em palmeiras representa-
das pela Euterpe edulis, as históricas perobas (Aspidosperma sp), os cedros (Cedrela 
sp), as canelas (Nectandra sp), os ipês (Tabebuia sp), a cabreúva (Myrocarpus sp) e 
outras espécies que compunham a associação vegetal presente na região.
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As matas ciliares, apesar de terem sido em parte substituídas por plantações que 
demandam até a margem dos cursos de água, começam a ser refeitas, tendo em vis-
ta as campanhas de conscientização

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