Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Didática - Organização do Trabalho Ionah Beatriz Beraldo Mateus SOBRE A FACULDADE A Faculdade Cidade Verde (FCV) nasceu de um sonho, de um projeto de vida de professores universitários que compartilhavam de um mesmo desejo, o de produzir e difundir o conhecimento ao maior número de pes- soas, com o intuito de formar profi ssionais aptos a atuarem no mundo dos negócios. E assim, unidos por este propósito transformador, constituíram a FCV por meio da União Maringaense de Ensino Ltda (UME). 2005 - O Diário Ofi cial da União (DOU) ofi cializou o projeto com a publica- ção dos dois primeiros cursos: Administração e Ciências Contábeis. O sonho tomava forma, novos apoiadores vieram e os primeiros alunos, ao todo eram 35. Ainda em 2005, o grupo alçava mais um passo com a implantação dos cursos de pós-graduação latu-sensu, nas áreas de Gestão e Contabilidade. 2006 - mais uma conquista com a autorização do curso de Ciências Econômicas. A esta altura, o sonho já não cabia no pequeno espaço, e fez- se necessário melhorar a estrutura física. 2008 - Iniciou-se uma pesquisa de mercado com intuito de buscar um novo local, com facilidade de transporte e segurança. 2009 - O crescimento do novo centro de Maringá, a FCV inicia o seu processo de mudança para a Avenida Horácio Raccanello Filho, 5950. 2010 - Ocorreu a mudança para o atual endereço da instituição, ano em que houve também a autorização dos cursos tecnólogos em Análise e Desen- volvimento de Sistemas, Gestão Comercial e Gestão da Produção Industrial. 2011 - Direito passa a integrar o complexo de cursos e atividades que daria base ao desenvolvimento da FCV. 2014 - Em parceria com os Institutos Lactec, a FCV traz para Maringá o Mes- trado Profissional em Desenvolvimento de Tecnologia. 2015 - Mais dois novos cursos passam a integrar a oferta de cursos superio- res, os Tecnólogos em Gestão de Recursos Humanos e Tecnólogo em Marketing. De lá pra cá, foram muitas as lutas para garantir a qualidade de ensino e inovação. 2016 - As novas conquistas: os cursos de Psicologia e Design Gráfico. 2017 - Lançamento de oito cursos de Graduação e mais de oitenta cursos de Pós-Graduação à distância nas áreas de Educação, Gestão, Direito e Informática. Hoje, a FCV é reconhecida como um importante centro de produção e difusão de conhecimento com mais de vinte cursos de pós-graduação e onze de gradu- ação presenciais, lançando os cursos de Graduação e Pós-Graduação à distância, tendo como foco a manutenção dos mesmos padrões de qualidade apresentados nos cursos presenciais. As instalações atuais da sede estão distribuídas em mais de dez mil metros quadrados, comportando seus diversos departamentos admi- nistrativos; biblioteca (com acervo de dezoito mil livros); cinco laboratórios de informática, um de anatomia, uma brinquedoteca, trinta e quatro salas de aula, Núcleo de Práticas Jurídicas (NPJ), salas de professores e de apoio pedagógico, duas cantinas e área de laser. No tocante à qualificação dos professores, a FCV conta com mais de 90% do seu corpo docente composto por mestres e douto- res. Essa é a FCV de hoje, uma faculdade de negócios preocupada em formar ci- dadãos éticos, contribuindo para o desenvolvimento social, buscando resultados sustentáveis através do ensino presencial e a distância. AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃOAP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO A P R E S E N T A Ç Ã O Didática - Organização do Trabalho Ionah Beatriz Beraldo Mateus Caro(a) aluno(a), fi co muito satisfeita em apresentar a você algumas das minhas refl exões por meio deste livro. Sou Pedagoga pela Universidade Estadual de Maringá (2002), tenho especialização em Teoria Histórico Cultural - área de concentração: Educação e Psicologia (2006) e mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Maringá(2008). Atualmente sou professora e desenvolvo projetos na área de formação de professores. Em relação ao conteúdo do livro, espero que esta leitura seja um convite a novas discussões, a novos pontos de vista e posicionamentos diante desta disciplina tão primordial na formação docente, que é a Didática. Atualmente, a didática possui muitos objetivos e signifi cados. Você certamente já ouviu alguns comentários sobre professores que sabem muito de sua matéria, mas que não têm “didática” para ensinar. Neste caso, o que está sendo dito é que o referido professor não conhece técnicas ou práticas de ensino efi cazes para facilitar o aprendizado de seus alunos. Mas será que a didática é só isto? De acordo com os conhecimentos do senso comum sim. AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO A P R E S E N T A Ç Ã O Felizmente, alguns autores como Libâneo (2008), pensam diferente: Sendo a Didática uma disciplina que estuda os objetivos, os conteúdos, os meios e as condições do processo de ensino tendo em vista finalidades educacionais, que são sempre sociais, ela se fundamenta na Pedagogia: é, assim, uma discipli- na pedagógica. Sabedores que a pedagogia investiga a natureza das finalidades da educação como processo social, a didática coloca-se para assegurar o fazer pedagógico na escola, na sua dimensão político, social e técnica, afirmando daí o caráter essencialmente pedagógico desta disciplina. “Define-se assim a didática: como mediação escolar entre objetivos e conteúdos do ensino” (p.16). Gosto de pensar na didática com o mesmo olhar de Libâneo. Ele nos deixa claro que ela não é um conjunto de técnicas ou receitas prontas que parecem fazer parte de uma máquina de ensinar. A didática é parte das ciências humanas e como tal, está inserida em um contexto histórico permeado por necessidades, contradições políticas, sociais, econômicas, éticas, enfi m. É uma disciplina “viva”, em constantes transformações que acompanha as necessidades de nossas escolas, professores e alunos. Ela desempenha um papel primordial na educação: a didática procura estabelecer uma pontena relação entre professor, aluno e o conhecimento. Sendo assim, as mudanças ocorridas na sociedade ao longo da história afetaram e modifi caram os objetivos da educação e, consequentemente, de nossa disciplina. Por isso acredito que o professor necessita de novos instrumentos, teóricos e práticos, que lhe auxilie no trabalho docente e na criação de uma didática pessoal. Afi nal, é essa didática “particular” que oferece condições para um ensino contextualizado e capaz de responder as necessidades específi cas de uma turma, escola ou bairro. Esse livro foi organizado e escrito com esse intuito. O de oferecer a você, um material de alta qualidade e informações capazes de instrumentalizar a sua didática pessoal.Para isso, organizamos em três unidades os temas mais relevantes da Didática. Na primeira unidade entenderemos melhor o AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RESE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO AP RE SE NT AÇ ÃO A P R E S E N T A Ç Ã O conceito de Didática, o contexto atual dessa disciplina e a sua importância para a formação docente. Na segunda unidade, discutiremos um conteúdo bastante polêmico entre nós docentes: o planejamento. Discutiremos questões reais, como: para que serve um planejamento? Como organizar um planejamento capaz de ser colocado em prática? O planejamento deve ser seguido à risca sempre? Já para a última unidade, reservei um espaço especial para a avaliação. Esse tema tem sido destaque nos principais debates educacionais e obviamente você não poderia fi car fora dele, não é mesmo? Então, aproveite sua leitura, refl ita e anote suas dúvidas. Faça todos os exercícios propostos em seu material didático e se comprometa com sua formação acadêmica. Para isso, basta seguir em frente! Boa leitura e ótimos estudos para você. Atenciosamente, Prof.ª Beatriz Beraldo S U M Á R IO UNIDADE 1: A DIDÁTICA E A FORMAÇÃO DOCENTE 11 Introdução ........................................................................................................................... 13 A didática e sua atuação ................................................................................................. 14 A didática e o ensino ........................................................................................................ 20 A didática e a aprendizagem......................................................................................... 26 UNIDADE 2: PLANEJAMENTO ESCOLAR 49 Introdução ........................................................................................................................... 51 Ressigni� cando as aulas ................................................................................................. 52 A importância do planejamento ................................................................................. 64 Tipos de planejamento ................................................................................................... 72 O plano escolar ............................................................................................................................73 O plano de ensino ......................................................................................................................77 Plano de aula ................................................................................................................................84 UNIDADE 3: AVALIAÇÃO ESCOLAR 95 Introdução ........................................................................................................................... 97 De� nindo a avaliação escolar ....................................................................................... 98 Características da avaliação escolar ............................................................................ 105 CONCLUSÃO 118 REFERÊNCIAS 121 a didática e a formação docente UNIDaDE 1 ObjEtIvOs DE aprENDIzagEm • Conceituar a Pedagogia e sua implicação com a educação. • Verificar os campos de atuação da Didática. • Analisar os processos de ensino e aprendizagem. plaNO DE EstUDO Serão abordados os seguintes tópicos: • A didática e sua atuação • A didática e o ensino • A didática e a aprendizagem Ionah Beatriz Beraldo Mateus 13 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho INTRODUÇÃO A educação, ou prática educativa, é um fenômeno social e universal. Isso quer dizer que por meio dela garantimos as gerações futuras o acesso aos conhecimentos histori- camente construídos pela humanidade. Esses conhecimentos são transformados com o passar dos tempos e de acordo com as necessidades culturais, sociais, políticas e econômicas de cada nação. Nesse caso, cabe ao professor, além do ato específico de ensinar, conhecer as necessida- des históricas de seu tempo para adequar os conteúdos e temas a essa realidade. A Didática faz parte da área dos conhecimentos pedagógicos e por isso pode oferecer a professores e alunos os instrumentos necessários para a efetivação do ensino e da aprendizagem. No entanto, como veremos no decorrer dessa unidade, o ensino e a aprendizagem não são conceitos deslocados do mundo dos alunos ou dos professores. Ao contrário, eles carregam consigo posicionamentos políticos, experiências sociais, ideologias, opiniões e outras coisas. Podemos perceber com isso, que a responsabilidade da escola e dos professores é mui- to grande, pois lhes cabe escolher uma concepção de ensino que permita o domínio dos conhecimentos e a capacidade de raciocínio necessária à compreensão da realidade social e à prática profissional de seus alunos. Graças aos ramos de estudo da Pedagogia, 14 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho essa não é uma tarefa que o professor deve realizar sozinho. Ele pode servir-se do co- nhecimento de várias áreas, como a Filosofia, a Sociologia, a Psicologia, a História, os Fundamentos da Educação e também da Didática. Sendo assim, nossa primeira tarefa nessa unidade será conhecer a Didática e seus cam- pos de atuação. Isso quer dizer que analisaremos nossa disciplina como um ramo de estudo da Pedagogia que busca respostas teóricas e práticas para orientar a ação edu- cativa da escola. A partir dessas definições, podemos então compreender o objeto de estudo da Didática: os processos de ensino e aprendizagem. Para isso, é fundamental situarmos essa área do conhecimento em seu contexto, ou seja: na formação docente e na formação humana. E então, você está preparado(a)? Ótimo! Vamos começar. A DIDÁTICA E SUA ATUAÇÃO Vamos iniciar nossos estudos de Didática compreendendo o seu objeto de estudo e seus campos de atuação. Para Libâneo (2008) a didática é o ramo dos conhecimentos pedagógicos que estuda os processos de ensino e aprendizagem. 15 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho Figura 1: Didática no processo de ensino e aprendizagem Fonte: Dolgachov / 123RF. No entanto, esses processos não podem ser tratados como atividade específica da es- cola, afinal, aprende-se e muito fora do espaço escolar. O trabalho docente é uma das modalidades de ensino que ocorrem na prática educativa. Mas, existem muitas outras práticas que não podem ser ignoradas e que fazem parte dos conhecimentos de vida e de sociedade de nossos alunos. Ainda de acordo com Libâneo (2008, p. 16) “a ciência que investiga a teoria e a prá- tica da educação nos seus vínculos com a prática social e global é a Pedagogia”. A Didática, sendo parte integrante da Pedagogia, é uma disciplina que estuda os objetivos, 16 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho os conteúdos, as formas e os processos de ensino, tendo em vista as finalidades educa- cionais. Como essas finalidades educativas são sempre sociais, a Didática se fundamen- ta na Pedagogia para encontrar seu contexto de atuação.Dessa forma, quando estudamos a educação em seus aspectos políticos, sociais, eco- nômicos, psicológicos e tentamos descrever ou explicar o fenômeno educativo, a peda- gogia conta com o auxílio de outras áreas,como História, Fundamentos da Educação, Prática de Ensino e outras. Esses estudos acabam convergindo na Didática em si e assim, essa área da educação consegue reunir em seu campo de conhecimento os objetivos e ações pedagógicas. Além disso, a didática compreende que a educação propriamente dita não acontece apenas na instituição escola. Ela ocorre também em diversas instituições e atividades humanas como na família, no trabalho, nas Igrejas, nas organizações políticas, nos meios de comunicação de massa e outras. Ao englobarmos todos esses estudos e instituições é que compreendemos a extensão da área de atuação da Didática. Mas toda essa área de atuação precisa estar focada em um objetivo. Chamaremos então este objetivo de objeto de estudo. Dessa maneira, podemos compreender que o objeto de estudo dessa ciência é o ensino, em todos os seus processos e amplitudes. E sendo assim, Libâneo (2008, p.16) salienta que a ativi- dade principal do professor é sempre o ensino. “Essa tarefa consiste ainda em orientar, organizar e estimular a aprendizagem escolar dos alunos”. 17 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho O que desejo que você compreenda é que a educação é formada de múltiplos aspectos como a vida de todos nós, como as relações entre professores e alunos, o trabalho docente. Esses aspectos estão carregados de significados sociais que se constituem na dinâmica das relações humanas entre classes, grupos, entre adultos e crianças, jovens e idosos, homens e mulheres. Isso significa que são os seres humanos que mediante suas diferentes relações com o mundo, dão significado as coisas, as ideias, as ideologias e opiniões. A compreensão desse fato é fundamental para organização e encaminhamento da prática educativa. Para Líbâneo (2008), Quem lida com a educação tendo em vista a formação humana dos indivíduos vivendo em contextos sociais determinados, é imprescindível que se desenvolva a capacidade de des- cobrir as relações sociais reais implicadas em cada acontecimento, em cada situação real da sua vida e da sua profissão, em cada matéria que ensina, como também nos discursos, nos meios de comunicação, nas relações cotidianas, na família e no trabalho (p. 22). Mais uma vez, concordamos com nosso autor. E arrisco um pouco mais. Nossa capaci- dade de descobrir as relações reais implicadas nas diferentes instituições é desenvolvida sempre por meio da didática. Alias, é exatamente esse o contexto de atuação de nossa disciplina: as relações humanas. Para que você compreenda melhor esse contexto de atuação de nossa disciplina desen- volvi o gráfico abaixo: 18 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho Figura 2: Didática Fonte: Elaborado pela autora. FIQUE POR DENTRO O pesquisador Manoel Jesus analisa a importância da Didática na for- mação docente. Faça a leitura do artigo e conheça mais sobre os cam- pos de atuação de nossa disciplina. O artigo pode ser encontrado, na íntegra, no site: h t t p s : / / w w w . n u c l e o d o c o n h e c i m e n t o . c o m . b r / e d u c a c a o / didatica-formacao-docente 19 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho A IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DOCENTE Manoel Jesus Este artigo aborda assuntos relacionados a importância da didática na formação docente na área da pedagogia. Usá-la adequadamente, propiciará um trabalho efi caz e exitoso do professor que além de con- sumar, com sucesso, as perspectivas previamente propostas, ofere- cerá um trabalho qualitativo. O trabalho docente deve levar em conta que teoria e prática são caminhos indissociáveis, paralelos e conver- gentes que norteiam o ensino-aprendizagem no contexto pedagógico. Uma vez que um depende do outro, jamais haveria perfeição na tarefa docente, se não fossem consideradas as suas inter-relações. A apli- cabilidade da didática, ora fundamentada na teoria, realizará o papel íntegro do professor no âmbito educacional, com direcionamento ao seu público alvo. É um projeto saindo do papel rumo a sua efetivação. Presumimos que um dentre tantos problemas entranhados no proces- so do ensino-aprendizagem é a falta da didática, tendo em vista que muitos profi ssionais da área pedagógica, podem até planejar com ex- celência, para atender as exigências das secretarias de educação, mas não cumprem integralmente, com o que planejaram. Acesso em 07/09/2018 Agora que você conheceu mais sobre a importância da Didática, podemos partir para a compreensão de suas funções pedagógicas. 20 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho A DIDÁTICA E O ENSINO Vimos que a Pedagogia tem por objetivo organizar e orientar os processos educativos. Para cumprir com tal função, é preciso criar um conjunto de condições metodológicas e práticas que orientam as finalidades da escola. Por isso, a função primordial da didática é assegurar o ensino e a aprendizagem em suas dimensões sociais e técnicas. Figura 3: A didática e o ensino Fonte: Cienpies Design / 123RF. Dessa forma, podemos concluir que a Didática é uma disciplina pedagógica que estuda os processos de ensino em todos os seus componentes, como: conteúdos, métodos e 21 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho teorias que orientam a ação docente e formula atividades facilitadoras da aprendizagem. Por isso, segundo Candau (2009), [...] é uma matéria de estudo fundamental na formação profissional de professores e um meio de trabalho do qual os professores se servem para dirigir a atividade de ensino, cujo resultado é a aprendizagem dos conteúdos escolares pelos alunos (p. 46). Refletindo sobre as palavras da professora Vera Maria Candau, podemos notar que a didática é uma disciplina de mediação entre os objetivos e os conteúdos de ensino. Portanto, sua maior função é a de investigar as condições e as formas reais de ensino. Mas como determinar as condições reais de ensino de uma escola? Para isso, é preciso analisar os objetivos políticos e sociais do ensino. Mediante as infor- mações obtidas dessa análise (pessoal e intransferível) é possível selecionar e organizar os conteúdos necessários para a aprendizagem. Na verdade, a conexão entre os objeti- vos de ensino e os conteúdos selecionados é que regulará a ação didática. Mas, afinal, quais são os objetivos de ensino? Libâneo (2008) nos explica que o conjunto das atividades de ensino não visa outra coisa senão o desenvolvimento físico e intelectual dos alunos, com vistas a sua preparação para a vida social. Nas palavras do autor podemos entender que: 22 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho O processo didático de transmissão e assimilação de conhecimentos e habilidades tem como culminância o desenvolvimento das capacidades cognoscitivas dos alunos, de modo que assimilem ativa e independentemente os conteúdos sistematizados(LIBÂNEO, 2008, p.53). Você já deve ter percebido que construir aprendizagens não é uma tarefa fácil. Mas esse não é um caminho solitário. Ele pode ser orientado por métodos, técnicas e currículos. A seguir, analisaremos cada componente desse conjunto. Vamos iniciar novamente pelo ensino. De acordo com o Dicionário Aurélio (2009) ensino refere-se à instrução. No entanto, para instruir alguém é necessário ter o que ensinar, ou seja, é preciso existir um conteúdo. Sendo assim, podemos observar que o núcleodo ensino, ou seja, seu aspecto mais importanteé o conteúdo. Muito bem, estando isso entendido, vamos adiante. Tendo um conteúdo a ensinar, precisamos descobrira melhor forma de transmiti-lo aos nossos alunos. O planejamento pode ajudar nessa tarefa (analisaremos mais profunda- mente essa questão na nossa unidade III). Por meio do planejamento podemos organizar os temas, definir direções e avaliar as atividades pedagógicas para verificar se estamos concretizando nossa tarefa de ensinar. No entanto, o ensino é algo dinâmico e se mo- difica no decorrer das atividades do professor devido a vários fatores, como: ritmo de trabalho dos alunos, interesse específico por um determinado tema, necessidade de 23 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho aprofundamento maior de algum aspecto do conteúdo e outros. Para não nos perdermos nesse processo é que contamos com a ajuda de um currículo. O currículo, segundo Libâneo (2008), expressa os conteúdos de ensino. Nele, os as- suntos são divididos em matérias e possuem diferentes graus de aprofundamento, orga- nizados segundo o nível escolar dos alunos. Conhecendo bem o currículo, o professor é capaz de “prever” os conhecimentos e as habilidades que serão desenvolvidas no processo de instrução. Tendo em vista o que os alunos precisam aprender, o professor pode traçar então seus objetivos. Para alcançar esses objetivos, precisamos escolher um método, ou seja, uma teoria que dê conta de nos orientar enquanto percorremos os caminhos dos conteúdos. Um método é formado por um conjunto de técnicas. Essas técnicas podem se referir a uma instrução de estudo, de aplicação, de desenvolvimento ou de aprendizagem. Para se certificar de que essas teorias podem ser aplicadas e que elas funcionam na realidade é que existe a metodologia. A metodologia nada mais é que um estudo da aplicabilidade dos métodos. Para Candau (2009), a metodologia se refere aos procedimentos de ensino e estudo das disciplinas do currículo. Sendo assim, podemos concluir que as técnicas, recursos ou meios de ensino são elementos que complementam a metodologia e devem ser colocados à disposição 24 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho do professor. A partir das suas necessidades e de seu conhecimento específico, o pro- fessor pode selecionar o método adequado para enriquecer o processo de ensino. O campo da metodologia tem se expandido tanto, que na atualidade já podemos contar com a “tecnologia educacional”. Candau (2009), explica que essa expressão engloba técnicas de ensino muito diversificadas e que abrange desde os recursos da informática, dos meios de comunicação e os audiovisuais até os instrumentos de instrução progra- mada e estudo individual ou de grupo. Ao percorrermos parte dos processos de instrução, podemos notar que o ensino não é apenas mera transmissão de informações. Trata-se, na realidade, de um trabalho de me- diação entre os conhecimentos atuais do aluno e as novas matérias do ensino. Essa me- diação é realizada pelo professor que, conhecendo mais profundamente os conteúdos, é capaz de organizar a atividade de estudo dos alunos tornando o processo mais eficaz. No entanto, o ensino só é bem-sucedido quando os objetivos elencados pelo professor coincidem com os objetivos de estudo e aprendizagem dos alunos. Para isso, professo- res e alunos precisam construir entre si uma relação recíproca de confiança e autonomia. Nesse campo, também podemos contar com as contribuições da didática. Ela é capaz de construir um elo entre alunos, professores e os conhecimentos. Vejamos, agora, al- gumas ações desenvolvidas pelos professores que são capazes de construir esse elo. 25 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho Libâneo (2008) nos indica três caminhos: • Assegurar aos alunos o domínio mais seguro e duradouro possível dos conhecimen- tos científicos; • Criar as condições e os meios para que os alunos desenvolvam capacidades e habi- lidades intelectuais de modo que dominem métodos de estudo e trabalho intelectual visando a autonomia no processo de aprendizagem e independência de pensamento; • Orientar as tarefas de ensino para objetivos educativos de formação de personalidade, isto é, ajudar os alunos a escolherem um caminho na vida, a terem atitudes e convic- ções que norteiem suas opções diante dos problemas e situações da vida real (p.71). Ao analisarmos essa proposta, notamos que o sentido do ensino está na aprendi- zagem significativa. Ou seja, está no aprendizado de saberes úteis a vida do aluno. Esses conhecimentos ganham sentido quando são capazes de orientar não somente a atividade escolar, mas também, a vida cotidiana dos alunos. Este é o caráter edu- cativo do ensino. Compreendido o processo de instrução, ou processo de ensino, podemos partir para o outro lado da moeda: a aprendizagem. 26 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho A DIDÁTICA E A APRENDIZAGEM Ensino e aprendizagem são duas faces da mesma moeda. O professor precisa ter cons- ciência de que sua maior responsabilidade didática é garantir os melhores meios para que os alunos aprendam. Para isso, ele precisa planejar, orientar e controlar o processo de ensino, com o objetivo único de estimular a aprendizagem dos alunos. Figura 4: A didática e a aprendizagem Fonte: Karel Joseph Noppe Brooks / 123RF. Mas, nesse processo, não são apenas os alunos que aprendem. De acordo com o estudo de muitos teóricos como Vygotsky, Piaget e Lúria a aprendizagem é a principal 27 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho característica dos seres humanos. Isso quer dizer que qualquer pessoa aprende e não apenas na escola. Vejamos o que Vygotsky (2001) diz a esse respeito: Em essência a escola nunca começa no vazio. Toda aprendizagem com que a criança depara na escola tem sempre uma pré-história. Por exemplo, a criança começa a estudar aritmética na escola. Entretanto, muito antes de ingressar na escola ela já tem experiência no que se refere a quantidade: já teve oportunidade de realizar essa ou aquela operação, de dividir, de determinar a grandeza, de somar e diminuir... a aprendizagem escolar nunca começa no vazio, mas sempre se baseia em determinado estágio de desenvolvimento, percorrido pela criança antes de ingressar na escola (p. 476). Sendo assim, qualquer atividade social, ou seja, praticada no ambiente em que vivemos, pode levar a uma aprendizagem. Desde que nascemos estamos aprendendo e conti- nuamos aprendendo durante a vida toda. Nossa primeira fonte de aprendizagem são nossas experiências com o mundo e com as pessoas com as quais nos relacionamos. Normalmente, nossas mães e outros entes da família. São com essas pessoas que construímos aprendizagens que nos leva a andar, falar, a manipular brinquedos etc. A par- tir desses conhecimentos desenvolvemos habilidades mentais “maiores” e aprendemos a contar, a escrever, a ler, a pensar e a trabalhar junto com outras crianças. A partir dessas constatações, podemos distinguir, então, tipos diferentes de aprendi- zagens. Uma que é própria da escola, que acontece com os recursos das instituições escolares e mediadas pelos professores. E outra que acontece por meio de nossas 28 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho experiências pessoais, de nossas relações com os outros e com nossa vivência de mun- do. Chamaremos a aprendizagem escolar de aprendizagem sistematizada e a aprendiza- gem por meio de nossas vivências de aprendizagem casual. Para Libâneo (2008), a aprendizagem casual, ocorre quase sempre de maneira espontâ- nea, ou seja, sem um planejamento prévio. Surge naturalmente, pela convivência social, pela observação de objetos e acontecimentos, pelo contato com os meios de comuni- cação, leituras, conversas. As pessoas vão acumulando essas experiências e por meio delas adquirem conhecimentos, formam, conceitos,atitudes e convicções. Por não exigir estratégias, métodos e técnicas, temos a falsa noção de que essa forma de aprendiza- gem é mais simples que a escolar ou sistematizada. No entanto, não é. Na realidade, para que aconteça o desenvolvimento natural dos seres humanos, precisamos das duas. Ou seja, a aprendizagem casual, complementa e cria condições para que exista a apren- dizagem sistematizada. Veja,a seguir,um exemplo dessa situação: “Uma professora conta para sua classe de alunos da educação infantil uma história. Os alunos ouvem a história e recebem o seu conteúdo mediante a assimilação de sua mensagem ou até mesmo da memorização. Enquanto escutam a história, aparentemente a atitude dos alunos é passiva. Mas, enquanto escutam, as crianças estão mentalmen- te ativas e organizando as informações da história com suas experiências já vividas e com seu imaginário. Dessa maneira, estão trabalhando o conteúdo em sua mente e 29 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho reestruturando novas informações a partir das que já são conhecidas. Isto significa que os alunos estão aprendendo”. Compreenderemos melhor a relação entre aprendizagem casual e aprendizagem siste- matizada ao conhecermos mais profundamente a aprendizagem sistematizada. Figura 5: Aprendizagem sistematizada Fonte: Irina Schmidt / 123RF. Libâneo (2008) explica que a aprendizagem sistematizada é aquela que tem por finalidade específica aprender conteúdos científicos, habilidades e normas de convivência social. Mesmo que essa aprendizagem possa ocorrer em diversos lugares, é na escola que ela é organizada e selecionada a partir da escolha das melhores condições para a sua trans- missão e assimilação. Portanto, esta organização é sempre intencional e planejada. Isso significa que o principal trabalho do professor é tornar o conhecimento acessível ao aluno. 30 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho Para que o conhecimento seja alcançado, Gasparin (2007) nos orienta a motivar os alu- nos. Uma das formas de conquistar a motivação dos alunos é conhecendo o cotidiano da turma. Assim também temos acesso ao conhecimento prévio dos alunos, ou seja, ao que eles já conhecem (aprendizagem casual) do assunto ensinado. Isso possibilita ao professor um trabalho pedagógico mais adequado, pois ele não corre o risco de iniciar o conteúdo por algo já conhecido – o que pode tornar o aprendizado maçante. Também evita que inicie o ensino do conteúdo por um nível mais complexo e, com isso, desmotive os alunos. Conteúdos científicos podem não interessar, a princípio, para quem os aprende. Por isso, é necessário suscitar nos alunos os conhecimentos relacionados ao tema que eles já possuem por aprendizagem casual. Ao relacionar um conceito científico com seus con- ceitos empíricos (o que já aprenderam por experiência própria e pessoal) estamos, com isso, contextualizando o conhecimento e o conteúdo para os alunos. É nesse ponto que se relacionam os conhecimentos adquiridos por aprendizado casu- al e por aprendizado sistematizado. A aprendizagem casual é o ponto de partida para novos conhecimentos. No entanto, isso não significa que a aprendizagem escolar seja uma continuação dos saberes casual. A aprendizagem escolar ou sistematizada trabalha com a aquisição de conteúdos científicos, que é, de acordo com Gasparin (2007, p.51) “substancialmente divergente da aprendizagem espontânea”. 31 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho Nesse momento você pode se questionar: como os alunos aprendem conteúdos cien- tíficos? Bem,caro(a) aluno(a), o caminho é longo, mas os resultados são empolgantes! Quem nos auxiliará nessa jornada são os estudos e as pesquisas do professor João Luiz Gasparin. Nosso autor orienta que no princípio o professor deve contrastar o conhecimento coti- diano do aluno com suas explicações. Ou seja, devemos demonstrar por meio de per- guntas, comparações e outras atividades que os conhecimentos que nossos alunos já possuem podem ser aprofundados e aprimorados. É importante também que eles reco- nheçam as limitações do que já conhecem. Mas, essas limitações devem ser apontadas de forma natural e não autoritária. Afinal, o intuito é despertar o interesse dos estudantes e não desmotivá-los. Gasparin (2007) também explica que os alunos devem ser imotivados e desafiados a elaborar uma definição própria do conceito científico proposto (o conteúdo em si). Esse processo pode ser incentivado com espaços específicos da aula, na qual os alunos de- tenham a voz e a vez. Isso quer dizer que o professor pode organizar um espaço próprio de sua aula para que os alunos discutam e debatam entre si os conceitos aprendidos até o momento. É importante motivar a todos a tentar conceituar, com suas próprias palavras, o que entenderam. 32 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho Assim, aos poucos os próprios alunos perceberão seus pontos fracos e fortes em re- lação ao conhecimento ensinado. Perceberão também que para expor em palavras um conhecimento é necessária a organização de ideias e uma sequência lógica. É dessa maneira que alunos e professores conseguem constatar que o processo de formação de conceitos não é espontâneo. De acordo com Vygotsky (2001) exige uma série de funções superiores, como atenção voluntária, memória lógica, abstrações, comparações e diferenciações. Gasparin (2007) destaca: Os conceitos do professor não se transmitem de forma mecânica e direta ao aluno; não são passados, automaticamente, de uma cabeça para outra. O caminho vai desde o pri- meiro contato da criança com o novo conceito até o momento em que a palavra se torna propriedade sua, como conceito científico, é um complicado processo psíquico interno e envolve a compreensão da nova palavra, seu uso e assimilação real (p.60). Podemos então concluir, que os conceitos científicos não são aprendidos de maneira simples, uma vez que são exigidas relações mais complexas entre o ensino e o desen- volvimento desses conceitos. Para Gasparin (2007, p. 58) a construção dos conceitos científicos vai, aos poucos, formando-se “a partir da identificação das características mais específicas do conteúdo e se desenvolve com explicações mais consistentes das dimen- sões sociais desse conceito”. 33 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho Podemos notar com isso, que para atuar no ensino o professor precisa conhecer e “diagnosticar” a fase de desenvolvimento em que se encontra o aluno em relação ao que está sendo ensinado. Vygotsky (2001, p. 244) estabeleceu três níveis de desenvol- vimento de ensino. O primeiro nível é chamado pelo autor de zona de desenvolvimento real. Ele indica o que o aluno é capaz de fazer sozinho naquele momento. Para perceber essa fase o professor não deve interferir na produção do aluno, ou seja,precisa apenas observar o que ele é capaz de desenvolver por si só. Trata-se de evidenciar os conhecimentos já consolidados no aluno, reconhecer aquelas funções e capacidades que ele já domina e consegue utilizar sem o auxílio de alguém. Para determinar o segundo nível, conhecido como zona de desenvolvimento imedia- to, o professor precisa auxiliar o aluno. Diferentemente da zona de desenvolvimento real (o primeiro nível), o professor agora interfere na produção do aluno com a intenção de gui- á-lo. Essa interferência pode ser realizada mediante perguntas sugestivas, de indicações de como iniciar a tarefa, de diálogo explicativo ou trocas de experiências. Para Gasparin (2007) essas ações determinam o processo mais significativo da aprendizagem, pois en- volve atividades mais complexas que são desenvolvidas com a orientação do professor. Nesse momento valoriza-se mais atransmissão do conteúdo, ou seja, o ensino. 34 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho Vygotsky (2001) confirma a importância do ensino ressaltando que a grande maioria dos conhecimentos e habilidades do homem se forma por meio da assimilação da experi- ência de toda humanidade acumulada no processo da história social e transmissível no processo de aprendizagem. O trabalho no nível de desenvolvimento imediato encerra-se quando o aluno atinge um novo nível de desenvolvimento: o atual. Nesse nível o aluno mostra que se superou. Afinal, foi exigido dele novas operações mentais e a apropriação de novos conteúdos. Quando o aprendiz atinge o nível de desenvolvimento atual, ele realmente aprendeu e assimilou o que foi ensinado. Acompanhando os níveis de desenvolvimento da aprendizagem podemos concluir que, para que o aluno construa seu próprio conhecimento é preciso que ele se aproprie, tome para si, o conhecimento historicamente produzido pela humanidade. Esse conhecimento precisa estar socialmente à disposição, ou seja, a serviço de todos. Esse ato de “pagar” para si tais conhecimentos é que possibilita a construção de novos saberes. Isso porque ninguém aprende ou entende um assunto da mesma forma. É a riqueza de possibilidades da assi- milação que nos permite construir sempre, novos saberes a partir de outros já conhecidos. Então, toda vez que um aluno atinge consciência de um determinado tipo de conceito ou conteúdo, ele internaliza-o a sua maneira, de acordo com suas palavras. Para Gasparin 35 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho (2007) essa internalização só é possível a partir das estruturas construídas com o conhe- cimento casual, ou seja, com aquilo que o aluno já sabe. No entanto, a estrutura obtida transfere-se para outros conceitos que ainda precisam ser assimilados e com isso, re- constrói-se um novo conhecimento, com uma nova consciência e novos domínios. Tais transferências geram a elevação do nível dos conceitos espontâneos, que são transfor- mados sob a influência de um novo conceito científico adquirido. Gasparin (2007) ainda demonstra que os conceitos espontâneos (adquiridos por meio da aprendizagem casual) precisam atingir um determinado patamar, ou nível, para que seja possível a tomada de consciência desse saber. Para atingir esse nível de aprendizagem que permite a tomada de consciência, os conceitos espontâneos precisam ser contras- tados, comparados com os conceitos científicos. Em outras palavras, os conceitos cotidianos preparam o caminho para a obtenção de conceitos científicos, já que cria estruturas elementares para a reflexão, análise e assimi- lação de novos conteúdos. Por outro lado, os conceitos científicos geram comparações e generalizações que tornam o uso dos conceitos cotidianos conscientes e voluntários. Vygotsky (2001), explica que a assimilação de um conceito científico antecipa o caminho do desenvolvimento, isto é, transcorre em uma zona de habilidades que ainda não está amadurecida e com isso, desenvolve-a. Assim, podemos perceber que a aprendizagem 36 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho escolar (ou científica) desempenha um papel imenso e decisivo no desenvolvimento in- telectual do aluno. Na interação entre professor e aluno é que dá se o confronto entre os conceitos espon- tâneos e científicos. Os conceitos científicos assumem uma ligação com a realidade quando são colocados em contato com a vivência dos alunos. Notamos, com isso, que a construção de novos conhecimentos, ou seja, a aprendizagem exige uma relação de corresponsabilidade entre professores e alunos. Figura 7: Interação entre professor e aluno na aquisição de novos conhecimentos Fonte: Racorn / 123RF. Colocando-se como mediador, o professor torna-se um facilitador, incentivador ou moti- vador da aprendizagem. É a forma de apresentar e de organizar um conteúdo que ajuda 37 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho o aprendiz a coletar informações, manipulá-las e reordená-las até chegar ao ponto de ser capaz de produzir um conhecimento que seja significativo e possível de ser utilizado em seu mundo intelectual e social. Para Libâneo (2008), a escola, por meio de seu currículo, representa a dimensão científi- ca do conhecimento. As diversas matérias que compõe o currículo escolar representam um conjunto de conhecimentos socialmente produzidos e organizados com métodos e teorias que visam compreender e orientar as atividades humanas. Então, é papel do professor, tornar-se mediador e a partir desse conceito, estabelecer ligações entre os conceitos científicos e os conceitos cotidianos. No entanto, essa mediação só se torna possível quando o professor conhece estas duas realidades: a dos conceitos científicos e a dos conceitos cotidianos. Portanto, sua primei- ra tarefa é a de conhecer profunda e corretamente os conceitos científicos de sua área de atuação. Ou seja, você deve conhecer profundamente o conteúdo que irá ensinar. A segunda tarefa, e não menos importante, é a de tomar conhecimento dos conceitos e conhecimentos cotidianos dos alunos. Conhecendo o cotidiano do aluno e o conteúdo escolar, o professor pode elaborar es- quemas e ações capazes de preparar os alunos para desenvolver as habilidades e ca- pacidades necessárias para a construção do novo conhecimento. Assim, com essas 38 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho ações coletivas, entre professores e alunos, aos poucos os educandos vão aprendendo e internalizando os conceitos científicos. FIQUE POR DENTRO Conheça também outros aspectos dos processos de ensino e apren- dizagem lendo o artigo de Elenir Souza Santos sobre ensino e aprendi- zagem. Ele está disponível na íntegra no site: http://www.udemo.org.br/RevistaPP_02_05Professor.htm Acesso em: 07/09/2018 Trabalhando com Alunos: Subsídios e Sugestões O Professor como Mediador no Processo Ensino Aprendizagem O mundo está mudando e isso está ocorrendo a uma velocidade sem precedentes na evolução histórica da humanidade. A globalização, o surgimento de novas tecnologias, como o avanço das telecomunica- ções e da informática, contribuem para que ocorra mudanças, tam- bém, na Educação. A interação professor - aluno vem se tornando mui- to mais dinâmica nos últimos anos. O professor tem deixado de ser um mero transmissor de co- nhecimentos para ser mais um orientador, um estimula- dor de todos os processos que levam os alunos a construí- rem seus conceitos, valores, atitudes e habilidades que lhes permitam crescer como pessoas, como cidadãos e futuros trabalha- 39 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho dores, desempenhando uma infl uência verdadeiramente construtiva. A Educação deve não apenas formar trabalhadores para as exigências do mercado de trabalho, mas cidadãos críticos capazes de transformar um mercado de exploração em um mercado que valorize uma merca- doria cada vez mais importante: o conhecimento. Dentro deste contex- to, é imprescindível proporcionar aos educandos uma compreensão racional do mundo que o cerca, levando-os a um posicionamento de vida isento de preconceitos ou superstições e a uma postura mais ade- quada em relação a sua participação como indivíduo na sociedade em que vive e do ambiente que ocupa. O desafi o de contribuir com a educação do jovem e do cidadão, num momento de mudanças e incertezas e a necessidade de resgatar valores tão importantes condizentes com a sociedade contempo- rânea leva o professor a entender que deverá exercer um novo pa- pel, de acordo com os princípios de ensino-aprendizagem adotados, como saber lidar com os erros, estimular a aprendizagem, ajudar os alunos a se organizarem,educar através do ensino, entre outros. O aluno precisa adquirir habilidades como fazer consultas em livros, entender o que lê, tomar notas, fazer síntese, redigir conclusões, in- terpretar gráfi cos e dados, realizar experiências e discutir os resulta- dos obtidos e, ainda, usar instrumentos de medida quando necessário, bem como compreender as relações que existem entre os problemas atuais e o desenvolvimento científi co. Isso só será possível, a partir do momento que o professor assumir o seu papel de mediador do proces- so ensino-aprendizagem, favorecendo a postura refl exiva e investiga- tiva. Desta maneira ele irá colaborar para a construção da autonomia 40 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho de pensamento e de ação, ampliando a possibilidade de participação social e desenvolvimento mental, capacitando os alunos a exercerem o seu papel de cidadão do mundo. REFLITA Qual a importância do professor para a sociedade? Você considera essa profi ssão importante? Assista ao vídeo abaixo e tire suas conclusões. https://www.youtube.com/watch?v=2CxYti4l-zU Acesso em 07/09/2018 CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro(a) aluno(a), terminamos as discussões dessa nossa primeira unidade. Espero que você tenha gostado e compreendido a importância das reflexões realizadas até aqui. Caso tenha ficado alguma dúvida, vou retomar com você os principais conte- údos vistos. Iniciamos nossos estudos analisando o campo de atuação da didática e pudemos notar que ela é uma disciplina pedagógica que se preocupa principalmente com os processos de ensino e aprendizagem. 41 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho Pudemos notar também que as pessoas aprendem dentro e fora da escola. Aliás, apren- demos o tempo todo, com nossas experiências, com nossas observações e convivência com os outros. Todo esse conhecimento pode e deve ser utilizado pela escola na aqui- sição de saberes científicos. A construção de novos conhecimentos e de conceitos científicos é função própria da escola. Mas essa não é uma tarefa simples. Ela precisa ser organizada, sistematizada e competente. Para dar conta dessa função é que a instituição escolar conta com o auxílio da didática. O papel da didática é estudar, organizar os objetivos, os conteúdos e os processos de ensino e aprendizagem. Ela se ocupa ainda com o contexto educacional, verificando para que fins se educa e em que realidade se deseja educar. E, dessa forma, a didática abrange a educação em seus aspectos políticos, sociais, econômicos e psicológicos. Para dar conta da tarefa de contextualizar a educação, é preciso criar um conjunto de condições metodológicas e práticas que orientam as atividades escolares. A primeira questão a se observar diz respeito aos conteúdos e objetivos de ensino. É preciso existir uma coerência lógica e evidente entre o que se quer ensinar e o porquê se pretende en- sinar. Feito isso, temos condições de compreender as situações reais de ensino. A analise entre os objetivos e os conteúdos é orientadapor meio de um conjunto de mé- todos, técnicas e currículos. Em nosso livro, analisamos cada um desses componentes 42 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho e concluímos que tendo um conteúdo a ensinar, precisamos descobrir a melhor forma de transmiti-lo aos alunos. Mediante um planejamento é possível organizar os temas e definir quais atividades pedagógicas concretizarão nossa tarefa de ensinar. Os conteúdos de ensino são expressos por meio do currículo. Nele, encontramos as matérias e os diferentes graus de aprofundamento dos conteúdos, organizados segun- do o nível escolar dos alunos. A partir do conhecimento do currículo, o professor toma consciência das habilidades e competências que serão desenvolvidos no aluno durante o processo de instrução. Esse processo se torna mais claro se embasado em um bom método. A função de um método é nos oferecer instrumentos teóricos capazes de responder às nossas necessi- dades da prática. O conhecimento geral desses processos de ensino dão ao professor maiores possibili- dades de êxito para garantir os melhores meios para que o aluno aprenda. Mas, o ensino não pode ser confirmado apenas pela vontade de instruir do profes- sor. Ele precisa contar com a participação, também voluntária, do aluno de aprender. Compreendendo melhor os níveis de desenvolvimento propostos por Vygotsky, o profes- sor pode avaliar em que estágio o aluno se encontra e motivá-lo a progredir. 43 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho A aprendizagem se efetiva realmente quando o aluno é capaz de utilizar seus conhecimen- tos casuais para fundamentar novos conhecimentos científicos. Esse processo ocorre por meio da mediação do professor. Essa mediação pode ser feita mediante comparações e generalizações que tornam o uso dos conceitos cotidianos conscientes e voluntários. Assim, torna-se evidente que a construção de novos conhecimentos exige corresponsa- bilidade entre professores e alunos para efetivação do processo de aprendizagem. Para terminar nossas reflexões, gostaria de salientar outra competência necessária na construção de um ensino transformador: a racionalidade. Um professor que age com racionalidade em sua prática docente, toma suas decisões quanto aos conteúdos que precisam ser ensinados pensando nas possibilidades de satisfazer as necessidades intelectuais e culturais de seus alunos. Outro professor, fun- damentado nos preceitos tradicionais da escola, se preocupará apenas em cumprir o “programa” e em não “atrasar” os conteúdos. Assim, os professores ficam reduzidos a técnicos obedientes, que seguem à risca os programas curriculares. Por mais importante que seja “cumprir o programa“, fazendo de maneira mecânica e tecnicista, perdemos a oportunidade de analisar o currículo oculto do que ensinamos. Ou seja, perdemos a chance de refletir sobre quais conceitos, valores e crenças estamos transmitindo silenciosamente aos nossos estudantes. 44 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho Para tentar mudarmos essa realidade, devemos começar com o questionamento contí- nuo e crítico daquilo que é dado como conhecimento. Além disso, a escola precisa ser conhecida em sua realidade local, para que os estudantes tenham a chance de torna- rem-se cidadãos críticos e ativos. As escolas precisam ser vistas como instituições sociais marcadas pela diferença. Pelas mesmas diferenças que compõem nossa cultura, nossa convivência e nossa realidade. Isto também significa que professores, pais e outros interessados devem participar dos processos de ensino e aprendizagem. Ao final desta unidade, espero que você tenha compreendido como o ensino é um ato político, mesmo quando não tomamos partindo nenhum. Por isso, caro(a) aluno(a), é mui- to importante que você conheça profundamente sua área de atuação e saiba o quanto ela é importante para a transformação social. 45 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho ATIVIDADES 1) Como vimos em nossas leituras, a didática é uma disciplina pedagógica que se ocupa dos processos de ensino e aprendizagem. Releia as discussões feitas nessa unidade e de- monstre através de cinco exemplos como ela pode auxiliar no ensino e na aprendizagem. 2) O professor precisa acompanhar e reconhecer em que nível de desenvolvimento se encontra o aluno em seu processo de aprendizagem. Vimos nessa unidade que Vygotsky acredita que o aluno passa por três estágios de desenvolvimento. Monte uma tabela explicativa que descreva esses estágios e demonstre o papel do profes- sor em cada um deles. 3) O processo de aprendizagem exige uma relação de corresponsabilidade entre o aluno e o professor. Vimos que o professor precisa exercera função de mediador e de in- centivador do conhecimento. A partir dessa informação, cite três situações do cotidia- no escolar que demonstre como o professor pode construir essa relação com o aluno. 4) Gasparin afirma que a função primordial da escola é ensinar e construir com os alunos os conhecimentos científicos. Nessa unidade notamos que essa não é uma tarefa fácil, mas que pode ser executada com o auxílio da Didática. A partir dessa afirmação, explique como a Didática pode contribuir para construção de conceitos científicos com os alunos. 46 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho INDICAÇÃO DE LEITURA Livro: Metodologias ativas para uma educação inovadora Autor: José Manuel Moran e Lilian Bacich Editora: Penso Sinopse: Metodologias ativas valorizam a participação efetiva dos alunos na construção do conhecimento e no desenvolvimento de competências, possibilitando que aprendam em seu próprio ritmo, tempo e estilo, por meio de diferentes formas de experimentação e compartilhamento, dentro e fora da sala de aula, com mediação de docentes inspiradores e incorporação de todas as possibilidades do mundo digital. Este livro apresenta práticas pedagógicas, na educação básica e superior, que valorizam o protagonismo dos estu- dantes e que estão relacionadas com as teorias que lhes servem como suporte. Lilian Bacich e José Moran reúnem nesta obra capítulos de autores brasileiros que analisam porque e para que usar metodologias ativas na educação de forma inovadora. F o n t e : h t t p s : / / w w w . a m a z o n . c o m . b r / M e t o d o l o g i a s - A t i v a s - P a r a - E d u c a % C 3 % A 7 % C 3 % A 3 o - I n o v a d o r a / d p / 8 5 8 4 2 9 1 1 5 6 ? t a g = g o o g 0 e - f-20&smid=A1ZZFT5FULY4LN&ascsubtag=6949c198-e15d-4097-9b35-ac009aa- ced63; Acesso: 07/09/2018 47 UNIDADE I - Didática - Organização do Trabalho Livro: A educação que desejamos. Novos desafios e como chegar lá Autor: José Manuel Moran Editora: Papirus Sinopse: “A escola é pouco atraente”. Com base nessa afirmação, José Manuel Moran traça um paralelo entre a educação que temos e a que desejamos para nossos alunos, mostrando as tendências para um novo modelo de ensino. A obra analisa principalmente as mudanças que as tecnologias trazem para a educação presencial e a distância, em todos os níveis de ensino, sem esquecer o papel que professores e gestores terão que desempenhar nessa revolução. As redes digitais possibilitam organizar o ensino e a apren- dizagem de forma mais ativa, dinâmica e variada, privilegiando a pesquisa, a interação e a personalização dos estudos, em múltiplos espaços e tempos presenciais e virtuais. Assim, a organização escolar precisa ser reinventada para que todos aprendam de modo mais humano, afetivo e ético, integrando os aspectos individual e social, os diversos ritmos, mé- todos e tecnologias, para ajudarmos a formar cidadãos plenos em todas as dimensões. F o n t e : h t t p s : / / w w w . a m a z o n . c o m . b r / E d u c a % C 3 % A 7 % C 3 % A 3 o - D e s e j a m o s - N o v o s - D e s a f i o s - C h e g a r / d p / 8 5 3 0 8 0 8 3 5 5 ? t a g = g o o g 0 e - f-20&smid=A1ZZFT5FULY4LN&ascsubtag=6949c198-e15d-4097-9b35-ac009aa- ced63; Acesso em 07/09/2018 planejamento escolar UNIDaDE 2 ObjEtIvOs DE aprENDIzagEm • Reconhecer a importância do planejamento escolar. • Analisar diferentes modelos de planejamento. • Identificar e diferenciar o plano de aula, o plano de ensino e o plano da escola.. plaNO DE EstUDO Serão abordados os seguintes tópicos: • Ressignificando as aulas • A importância do planejamento • Os principais tipos de planejamento Ionah Beatriz Beraldo Mateus 51 UNIDADE II - Didática - Organização do Trabalho INTRODUÇÃO Ao conhecermos os campos de atuação da didática, adquirimos novas ferramentas para ins- trumentalizar nossa prática docente. Mas, nem sempre encontramos nas teorias, explicações sobre as ações necessárias aos professores, para aplicar determinada proposta teórica. A ausência de ações didáticas adequadas impede o professor de organizar um plano de ação, ou um plano de atividades, que procure colocar em prática os princípios teóricos aprendidos. E por isso, muitas vezes, a teoria fica apenas na teoria. Para transformar nossa prática docente é preciso iniciar pelo elemento central de nossa atividade pedagógica: nossas aulas. Elas precisam ser repensadas, analisadas e reorga- nizadas. Para isso, podemos contar com um grande e poderoso aliado: o planejamento. Nessa unidade, convido você para verificar como o planejamento pode organizar e pro- vocar mudanças profundas em suas aulas. Quero que você compreenda, que ao invés de ser um empecilho para o seu trabalho, ele ajuda na organização do dia a dia e no cotidiano da sala de aula. Em seguida, analisaremos alguns modelos de planos que nos possibilitam integrar diver- sas disciplinas e colocá-las em ação, na forma de novos conhecimentos indispensáveis para a vida de nossos alunos. 52 UNIDADE II - Didática - Organização do Trabalho] Espero que você leia essa unidade com atenção e que compare as informações aqui colocadas com sua prática docente. Afinal, suas próprias conclusões podem ser trans- formadoras. Bons estudos! RESSIGNIFICANDO AS AULAS A tarefa de planejar nem sempre é vista com bons olhos pelos professores. Digo isso me baseando em minha própria experiência docente. Ao longo dos dezessete anos de minha carreira no magistério, vi o planejamento mudar inúmeras vezes e em muitas delas vi poucas ou nenhuma diferença. Constatei também por meio de cursos para docentes de diversos níveis, como graduação e pós-graduação, que a descrença no planejamento não era apenas minha. Observei ainda que o cerne do problema se encontrava na burocratização do ensino e que nesse contexto, o planejamento não tinha significado algum além de cumprir o pro- tocolo. Visto dessa forma, a ação de planejar é completamente nula, pois não retrata os problemas reais e com isso, não pode ser colocado em prática. 53 UNIDADE II - Didática - Organização do Trabalho Figura 7: Professor planejando aula Fonte: Racorn / 123RF. Gasparin (2007, p.152), acrescenta que os empecilhos de planejar são “sempre de dupla ordem: a) dificuldade em entender a teoria e seus fundamentos práticos e b) como passar dessa teoria a um projeto de ensino e aprendizagem”. Para responder a essas e outras dificuldades é que me apego ao planejamento. Mas não ao plano burocrático que prevê apenas os conteúdos a serem ensinados. Baseio-me no planejamento crítico, que me obriga a refletir o que adoto como princípio didático. 54 UNIDADE II - Didática - Organização do Trabalho] Mas, planejar dentro dessa linha de trabalho às vezes é muito complexo. Isso porque, para muitos professores, o planejamento não é essencial para ministrar suas aulas. Além disso, muitos planejamentos são feitos sem significado, ou seja, não respondem as questões da prática escolar. Exatamente por isso, é encarado por muitos, como perda de tempo. Muitos fatores justificam a postura incrédula de alguns docentes frente ao ato de planejar. Gasparin (2007) nos mostra a dificuldade de organizar as ações pedagógicas quando a quantidade de aulas que o professor ministra para sobreviver é muito grande. Outro fator agravante é o número de colégios que o professor necessita percorrer para trabalhar e que nem sempre a postura metodológica dessas escolas é igual em relação ao plane- jamento. Mais um agravante apontado pelo autor é a quantidade de disciplinas que o docente assume para completar sua carga horária que acaba impedindo-o de executar e elaborar um plano mínimo de
Compartilhar