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Tutorial Tecido Epitelial de Revestimento

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Módulo: Bases Morfológicas
Problema: “Descasca e coça”
· Objetivo 1: Explicar a anatomia e histologia do tecido epitelial de revestimento (características, funções, classificação e especializações de membrana e membrana basal)
Anatomia
A pele é o maior órgão do corpo humano, corresponde à cerca de 15 a 20% da massa total do corpo e apresenta as seguintes funções:
· Proteção: contra atrito mecânico e nas respostas imunológicas;
· Contenção das estruturas do corpo (tecidos e órgãos) e de substâncias vitais (principalmente líquidos extracelulares); evitando a desidratação, que pode ser grave em casos de grandes lesões cutâneas (queimaduras);
· Regulação da temperatura corporal: por meio da vasodilatação, vasoconstrição, armazenamento de gordura e ativação das glândulas sudoríparas;
· Sensibilidade (dor): através de nervos superficiais e suas terminações nervosas;
· Regulação endócrina: secreção de hormônios (citocinas e fatores de crescimento) e síntese e armazenamento de vitamina D.
A pele é composta por terminações nervosas aferentes e duas camadas: 
· Epiderme: camada protetora externa, composta por um epitélio escamoso estratificado queratinizado, isto é, possui uma camada superficial córnea, resistente, que oferece uma superfície externa protetora sobre sua camada profunda regenerativa e pigmentada ou camada basal, não possui vasos sanguíneos ou linfáticos. A epiderme avascular é nutrida pela derme vascular subjacente, que é suprida por artérias que entram em sua superfície profunda para formar um plexo cutâneo de artérias anastomosadas. A epiderme é derivada do ectoderma embrionário. 
· Derme: camada de tecido conectivo denso que confere à pele a maior parte de sua espessura e que dá suporte, sendo derivada do mesoderma embrionário.
Histologia
No epitélio de revestimento as células são organizadas em camadas que cobrem superfície externa do corpo ou revestem as cavidades do corpo. Eles podem ser classificados de acordo com o número de camadas de células e conforme as características morfológicas das células na camada superficial.
· Epitélio simples: contém só uma camada de células.
1. Epitélio simples pavimentoso: é composto por uma camada única de células poligonais, delgadas, ou de perfil baixo, fortemente aderidas. Quando observadas a partir da superfície, a camada epitelial parece muito com um assoalho, com um núcleo centralmente localizado, fazendo um abaulamento na superfície de cada célula. Entretanto, em corte transversal, apenas algumas células apresentam núcleo, porque o plano de corte frequentemente não atinge o núcleo. Reveste os alvéolos pulmonares, compõem os segmentos delgadas da anca de Henle e a camada parietal da cápsula de Bowman no rim, e formam o revestimento endotelial dos vasos sanguíneos e linfáticos, assim como o mesotélio das cavidades pleural, pericárdica e peritoneal.
2. Epitélio simples cúbico: é composto por uma camada de células com forma semelhante a sólidos hexagonais truncados. Quando observados em corte perpendicular à superfície, as células apresentam um formato quadrado com um núcleo central e arredondado. Formam os ductos de muitas glândulas do corpo, a cobertura da superfície do ovário e compõem alguns túbulos renais.
3. Epitélio simples cilíndrico: composto por uma camada de células muito parecidas com as do epitélio simples cúbico em uma visão superficial, entretanto, quando observadas em corte longitudinal, são células retangulares e altas, cujos núcleos ovóides geralmente estão localizados no mesmo nível da metade basal da célula, ou seja, no citoplasma basal. Reveste a maior parte do trato digestivo, vesícula biliar e grandes ductos de glândulas. Pode exibir uma planura estriada, que é o nome dado ao conjunto de microvilos (prolongamento citoplasmático curto) visto ao microscópio óptico, que se projetam da superfície apical das célula. O epitélio simples cilíndrico que reveste o útero, tubas uterinas, os ductos aferente e alguns bronquíolos maiores, é ciliada. Nestes órgãos, os cílios se projetam da superfície apical das células cilíndricas para o lúmen. 
De acordo com a forma de suas células, o epitélio simples pode ser pavimentoso, cúbico ou prismático (colunar ou cilíndrico). O endotélio, que reveste os vasos sanguíneos e linfáticos; e o mesotélio, que reveste cavidades do corpo, como a cavidade pleural e peritoneal, e também recobre as vísceras são exemplos de epitélio pavimentoso simples. Um exemplo de epitélio cúbico é o epitélio que reveste externamente o ovário, mesovário, e um exemplo de epitélio prismático é o revestimento do intestino delgado.
· Epitélio estratificado: contêm mais de uma camada de células.
1. Epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado: basicamente espesso, composto por várias camadas de células; apenas a camada mais profunda está em contanto com a camada basal. A maioria das células basais (mais profundas) deste epitélio possui formato cubóide, aquelas localizadas no meio do epitélio são de formato poligonal, gradativamente tendendo ao achatamento conforme vão atingindo níveis mais próximos à superfície; e as células que compõem a superfície livre do epitélio são achatadas pavimentosas. Como as células superficiais são nucleadas, este epitélio é chamado não queratinizado, pois conforme as células da camada basal proliferam, células filhas vão se diferenciando em direção à superfície e acumulando progressivamente uma pequena quantidade de filamentos de queratinas, sem que ocorra a sua morte. Geralmente este epitélio reveste superfícies úmidas e é encontrada nas mucosas de revestimento da cavidade oral, da orofaringe, do esôfago, das cordas vocais verdadeiras e da vagina. 
2. Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado: as células mais afastadas do tecido conjuntivos são mortas, perde suas organelas e seu citoplasma é ocupado por grande quantidade de filamentos intermediários de queratina, isso confere maior resistência ao atrito e proteção contra a invasão de microorganismos. Além disso, a presença de fosfolipídios exocitados no espaço intercelular é uma barreira impermeável à água e evita a dessecação. O epitélio estratificado pavimentoso queratinizado reveste a pele.
· Epitélio pseudo-estratificado: todas as células apóiam-se na lâmina basal, mas possuem diferentes tamanhos: células baixas, que são as basais, e células mais altas, colunares. Os núcleos estão, portanto, em diferentes alturas, lembrando o epitélio estratificado. Epitélio pseudoestratificado colunar com estereocílios é encontrado no trato reprodutor masculino, como, por exemplo, no epidídimo, e epitélio pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes é encontrado nas vias respiratórias, como na traqueia
· Epitélio de transição: geralmente considerado estratificado, mas cortes semifinos (0,5 a 1m de espessura) e a microscopia eletrônica demonstraram a continuidade das células com a lâmina basal. Portanto, é um epitélio pseudoestratificado. Nesse tecido, a forma das células e o número de camadas visíveis variam conforme o órgão esteja relaxado ou distendido. No estado relaxado, apresenta uma espessura de quatro a sete células, com células basais cúbicas ou colunares, células intermediárias poliédricas e células superficiais globosas ou em guarda-chuva. No estado distendido, são observados dois ou três estratos celulares, e as células superficiais tornam-se pavimentosas. Reveste o trato urinário.
 Especializações de Membrana
· Microvilos: são evaginações (projeções do citoplasma) da superfície apical da célula que aumentam a superfície de absorção. As células que exercem intensa absorção, como as do epitélio de revestimento do intestino delgado e dos túbulos proximais dos rins, possuem centenas de microvilos. Nessas células o glicocálice é mais espesso que na maioria das células e o conjunto glicocálice e microvilos é visto facilmente ao microscópio de luz, sendo chamado de borda em escova ou borda estriada. No interior dos microvilos há grupos de filamentos de actina que, por meio de várias outra proteínas, mantêm ligaçõesentre si e ligações com a membrana plasmática do microvilo.
· Estereocílios: são prolongamentos longos e imóveis de células do epidídimo e do ducto deferente que na verdade são microvilos longos e ramificado e que, portanto, não devem ser confundidos com os verdadeiros cílios. Eles aumentam a área de superfície da célula, facilitando o movimento de moléculas para dentro e para fora da célula.
· Cílios e Flagelos: Os cílios são prolongamentos longos e dotados de motilidade, presentes na superfície de algumas células epiteliais. Eles são envolvidos pela membrana plasmática e contêm dois microtúbulos periféricos. Os dois microtúbulos dos pares periféricos são unidos entre si. Estão inseridos em corpúsculos basais (estrutura análoga à dos centríolos) que são estruturas elétrons-densas situadas no ápice das células, logo abaixo da membrana.
Os cílios exibem um rápido movimento de vaivém coordenado para permitir que a corrente de fluidos ou de partículas seja impelida em uma direção ao longo da superfície do epitélio.
Os flagelos estão presente somente nos espermatozóides, semelhantes aos cílios, porém os flagelos são mais longos e limitados a uma por célula.
 Membrana Basal
É constituída por dois componentes:
1. A lâmina basal, uma camada de glicoproteínas (laminina, colágeno do tipo IV e entactina) e proteoglicanas secretadas pelas células epiteliais, que, como o nome diz, se situa na base do tecido.
2. A lâmina reticular, formada por fibras de colágeno de tipo III, que sustenta a lâmina basal e é contínua com o tecido com o tecido conjuntivo.
As lâminas basal e reticular podem ser distinguidas por microscopia eletrônica. Na microscopia de luz a combinação das lâminas recebe o nome de membrana basal, que pode ser reconhecida pela coloração de ácido periódico de Schiff (PAS). mantêm-se unidas pela fibronectina, uma glicoproteína de adesão; pelas fibrilas de ancoragem, de colágeno do tipo VII, e pelas microfibrilas, formadas pela glicoproteína fibrilina. Essas substâncias também são secretadas pelas células do conjuntivo. A membrana basal está ligada à matriz extracelular do tecido conjuntivo pelas fibrilas de ancoragem.
A lâmina basal permite a adesão entre o epitélio e o tecido conjuntivo e é uma barreira de filtração seletiva para as substâncias que se movimentam entre esses dois tecidos. Ela influencia a diferenciação e a proliferação das células epiteliais. Quando as células perdem o contato com a lâmina basal, elas morrem: sofrem apoptose. A lâmina basal serve ainda de apoio para a migração durante o desenvolvimento embrionário e a regeneração.
· Objetivo 2: Caracterizar as junções celulares (adesão, oclusão e comunicantes)
· Junção de oclusão: apresentam duas principais funções:
1. Determinam a polaridade da célula epitelial através da separação do domínio apical do domínio basolateral, impedindo a livre difusão de lipídios e proteínas entre elas.
2. Impedem a passagem livre de substâncias através da camada celular epitelial (barreira da via paracelular).
A junção de oclusão podem ser visualizadas através da criofratura, como uma rede de faixas de vedação ramificadas e anastomosadas.
· Junção de adesão (ancoragem): são encontradas abaixo das junções oclusivas, geralmente perto da superfície apical de um epitélio. Existem três classes de junção de adesão:
1. A zônula aderente ou desmossomo em cinturão: junção do tipo cinturão. Associada a microfilamento de actina, sendo tal associação medida pela interação das caderinas com as cateninas.
2. A mácula aderente ou desmossomo pontual: junção pontual associada a filamentos intermediários de queratina que se estendem de um ponto a outro nas superfícies celulares basais e laterais das células epiteliais. Fornecem força e rigidez à camada de células epiteliais
3. O hemidesmossomo
· Junção comunicante: é um canal axial que permite a passagem direta de pequenas moléculas de sinalização entre células adjacentes, exemplo células musculares cardíacas. São agrupamentos de canais intracelulares. 
 
· Objetivo 3: Conceituar Líquen Plano e listar os tipo 
O líquen plano é doença mucocutânea inflamatória crônica, mediada por células T, de causa desconhecida.Caracteriza-se, na pele, por erupção papulosa, que ocorre na maioria dos casos entre os 30 e 60 anos de idade; no entanto, ocorrência em crianças tem sido cada vez mais observada. Pode afetar as mucosas, particularmente a mucosa oral e genital e, muito raramente, também a mucosa anal, do nariz, da laringe, da conjuntiva e da uretra. Evidências atuais sugerem que a doença está relacionada a uma alteração da imunidade mediada por células, precipitada por fatores endógenos ou exógenos, resultando em uma resposta alterada a autoantígenos. A maioria das células T ativadas no infiltrado inflamatório do LPO são CD8. As células T ativadas do infiltrado inflamatório, associadas ao aumento da produção de citocinas Th1 (IL-1, IL-8, IL-10, IL-12, TNF-α aumentam a expressão de moléculas de adesão intercelulares (ICAM-1) nas células de Langerhans e macrófagos, levando à apresentação de antígenos do complexo maior de histocompatibilidade pelos queratinócitos. Esta resposta imune alterada resulta em apoptose dos queratinócitos da camada basal e pode determinar a atividade da doença.
Outros mecanismos que também podem estar envolvidos na etiopatogenia são a desgranulação dos mastócitos e a ativação de metaloproteinases da matriz. Além disso, alguns estudiosos acreditam que a cronicidade do LPO pode ser explicada, em parte, por uma deficiência nos mecanismos de imunossupressão, mediada pelo fator transformador de crescimento beta; todavia, as causas que levam ao início do processo ainda não foram totalmente esclarecidas.
O tratamento do LPO tem como objetivo aliviar os sintomas e minimizar o impacto funcional da doença. Não existe um tratamento que seja eficaz para todos os casos de LPO, uma vez que sua causa não é conhecida.
São importantes os cuidados de higiene oral, principalmente os periodontais, feitos por profissional dentista, quando há lesões gengivais, já que o tártaro e placas dentárias podem estimular a inflamação local e exacerbar a atividade da doença.1,61-63 A substituição de restaurações metálicas é indicada quando da suspeita de reações a essas substâncias; a melhora ocorre mais comumente naqueles casos onde todas as lesões localizam-se em áreas próximas às restaurações.37-39
Os fármacos mais frequentemente indicados são os corticosteróides potentes por via tópica, em bochechos, pomada ou veículo orabase, com aplicações de duas a três vezes ao dia. Lembrar que os cremes nunca são indicados para uso na mucosa oral e que o orabase presta-se exclusivamente às lesões intraorais (úmidas); lesões localizadas no vermelhão labial devem ser tratadas com pomadas Corticosteroides orais e intralesionais quase nunca são utilizados por nós nos casos de manifestação intraoral exclusiva, já que o alvo terapêutico (infiltrado inflamatório) é facilmente atingido pela via tópica, se tivermos em conta que apenas as lesões desnudas (erosivas) serão tratadas.
· Referências:
Hernández; Cruz, Pérez, M.; Líquen plano submetido ao tratamento hipnótico: Relatório de dois casos; Scielo; 2018
Hansen, John T.; Netter Anatomia Clínica; 3°ed; Elsevier; 2015
Moore, Keith, Dalley, Arthur F.; Anatomia Orientada para Clínica; 5°ed; Guanabara Koogan; 2007
Gartner, Leslie P.; Hiatt, James L.; Tratado de Histologia em Cores, 3°ed, Elsevier; 2007
Montanari, Tatiana; Histologia do Tecido Epitelial; Scielo; 2011
Simonsen, M.; Dumet, J.; Líquen Plano Oral; Pubmed, 2011

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