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TRANSTORNOS DE ANSIEDADE

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TRANSTORNOS DE ANSIEDADE 
 (12,6%/ano). 
 
de 13,6%. Ness 
 - (1,9%) e agorafobia (0,9%). 
Ansiedade pode ser definida como uma sensação desagradável de apreensão; pode ser normal ou patológica, 
caracterizando o transtorno de ansiedade (quando a ansiedade tem repercussões importantes na vida do paciente). 
Deve-se diferenciar ansiedade de: inquietação, euforia e irritabilidade. Ainda, deve-se investigar depressão, uso de 
drogas ou de álcool. 
Diagnóstico diferencial: anemia, angina, IAM, ICC, asma, hiperventilação, hipoglicemia, DM, hipertireoidismo, 
intoxicação por drogas (anfetaminas, cocaína), abstinência de drogas e fármacos. 
Os transtornos de ansiedade podem ser classificados em: de ansiedade generalizada, de pânico, de estresse pós-
traumático, fóbico-ansiosos (ou ansiedade social) e obsessivo-compulsivo. A prevalência dos transtornos é de 9% nas 
crianças e de 15% nos adultos. 
Transtorno de Ansiedade Generalizada 
É o transtorno de ansiedade mais comum na 
atenção primária. Sintomas oscilam ao longo do 
tempo e estão presentes na maioria dos dias 
 “ ” . N q . 
Manifesta-se como uma expectativa apreensiva ou 
preocupação exagerada. Paciente pode apresentar 
cansaço, dificuldade de concentração, tensão 
muscular, hiperatividade autonômica, insônia e 
sudorese. 
Tratamento: a abordagem não farmacológica é tão 
importante quanto a farmacológica e consiste em 
psicoterapia de apoio. Com relação à terapia 
farmacológica, ISRS são primeira escolha 
(fluoxetina, sertralina e paroxetina), juntamente 
com os ISRNS (venlafaxina). Tricíclicos podem ser 
usados, mas apresentam maiores efeitos colaterais. 
→T : x ç . 
→IMA : ç ; PA h ô h . 
→IRSNA: ç x ; x icos 
hipertensivos. 
→B : ô . 
→B - T A : 
 ç ; ; , 
ocasionalmente, nervosismo. 
O transtorno depressivo maior é a comorbidade mais frequente no TAG e é encontrado em aproximadamente 54% 
dos pacientes 
Transtorno de Pânico 
Caracterizado pelo ataque de pânico → conjunto de sintomas de ansiedade de início súbito, e também sintomas físicos 
de duração limitada. 
Os primeiros ataques de pânico acontecem de forma inesperada; depois desses podem ser desencadeados por 
determinadas situações, tendendo a evoluir para um quadro de agorafobia, passando a evitar situações que na visão do 
paciente podem desencadear o ataque. 
Pacientes com doenças respiratórias têm incidência maior de transtorno de pânico. 
O ataque deve envolver 4 ou mais sintomas: 
 Palpitações 
 Sudorese 
 Tremores 
 Falta de ar 
 Sensação de desmaio 
 Náuseas ou desconforto abdominal 
 Formigamentos 
 q 
Critérios do DSM-V para Transtorno de Pânico 
A)A q . 
B)Pelo menos um dos ataques foi acompanhado de u : 
 P ç q q q 
 q ) 
 ç ç q 
 q x ) 
C) q ç 
 ç h ). 
D) q . 
Diagnóstico diferencial: h h h ô q 
 . 
 – h 
 –, fobia social, fobia e , TOC, . 
Tratamento: eliminar desencadeantes, como drogas e cafeína. Tricíclicos tem eficácia comprovada, mas grandes efeitos 
colaterais, por isso deve-se iniciar o tratamento com doses baixas. Preferir ISRS. Benzodiazepínicos devem ser usados na 
latência dos antidepressivos ou durante o ataque de pânico. 
A ç ç - 
e a partir da segunda semana atenuando-a; alertar o paciente sobre a possibilidade de agravamento da ansi 
 
 
 Dor ou desconforto no peito 
 Calafrios e sensação de calor 
 Sentimento de irrealidade 
 Despersonificação (sentir-se fora de si mesmo) 
 Medo de perder o controle ou enlouquecer 
 Medo de morrer 
Costuma se tornar crônico em até 50% dos casos 
Transtorno de Estresse Pós-Traumático 
Resposta retardada a um evento estressante ameaçador ou catastrófico. A revivencia dos momentos, como pesadelos e 
flashbacks são típicos. Ocorre embotamento emocional, retraimento social e anedonia. Os pacientes encontram-se 
hipervigilantes; podem apresentar insônia, depressão e ideações suicidas. 
Tratamento: terapia cognitivo-comportamental é efetiva na diminuição dos sintomas. ISRS são primeira escolha, 
seguidos dos tricíclicos. 
Transtornos Fóbicos-ansiosos (ansiedade social) 
Ocorrem em situações onde a pessoa é observada por outros, como comer, falar, escrever. Sintomas como tremores, 
sudorese, enrubescimento, dificuldades de concentração, palpitação, sensação de desmaio. Os sintomas terminam 
q ç “ x ç ” . 
Podem acontecer desde a infância, mas os sintomas pioram na vida adulta. Podem levar ao abuso de substâncias e a 
depressão. 
Tratamento: a psicoterapia cognitivo comportamental é melhor escolha. Podemos associar ISRS ou ISRNS. 
Benzodiazepínicos devem ter uso restrido. Propanolol pode ser usado 60 minutos antes de apresentações em público. 
Transtorno Obsessivo Compulsivo 
Obsessões são pensamentos e imagens repetitivos associados à ansiedade descontrolável. Compulsões são atos ou 
comportamentos recorrentes e repetitivos forçado a ser realizado para não desencadear a ansiedade; costumam-se 
apresentar como rituais, relacionados à limpeza, contagem, etc. 
Esse transtorno torna-se evidente no início da vida adulta. 
Tratamento: pacientes com sintomas leves podem se beneficiar com terapia de apoio e processo educativo. Casos mais 
graves devem ser encaminhados ao psiquiatra. Geralmente, o medicamento de escolha são ISRS. 
Após 6 a 18 meses do controle sintomático dos transtornos de ansiedade, deve-se iniciar redução da medicação com 
vistas a retirada 
A medicação demora em torno de 4 semanas para iniciar sua ação 
As técnicas de exposição são o tratamento de primeira linha para transtornos fóbicos 
Agonistas dos receptores beta-2-adrenérgicos, corticoides, hormônio tireoideano, anti-hipertensivos e digitálicos 
podem gerar sintomas ansiosos como efeitos colaterais 
 
 
 
 
 
 
TRANSTORNOS ALIMENTARES 
 
 
 
 
 
Os transtornos alimentares (TA) são síndromespsicossomáticas que acometem principalmente jovens adolescentes. 
Existem 3 transtornos alimentares em que há preocupação com o corpo: 
 Anorexia – redução drástica da alimentação por recusa espontânea pela necessidade de emagrecer 
 Bulimina – compulsão alimentar seguida de um método compensatório 
 Transtorno da compulsão alimentar – mais comum; compulsão alimentar sem método compensatório 
Apresentam um alto grau de morbidade/mortalidade. Dentro dos transtornos psiquiátricos, os transtornos alimentares 
são os que mais matam (principalmente anorexia nervosa). As mortes são decorrentes de complicações clínicas ou 
suicídio. 
Compulsão: ingesta de grande quantidade de alimento em curto intervalo de tempo com sensação de perda de 
controle. Às vezes o paciente pode comer alimentos frios, congelados ou crus, e em situações extremas, comida do lixo. 
Epidemiologia 
Incidência variável de 0,5 a 5% entre os adolescentes de alguns países ocidentais, dentre os quais a bulimia é mais 
frequente que a anorexia. Além disso, 90 a 95% dos acometidos são as mulheres com faixa etária entre 10 e 19 anos. 
Nos EUA a anorexia nervosa é a terceira doença crônica mais comum entre adolescentes. 
Etiologia 
Existem fatores individuais e ambientais envolvidos nos transtornos alimentares. Fatores individuais: imagem corporal, 
autoestima, internalização da beleza e conhecimento ou não de práticas de alimentação saudável. Fatores ambientais: 
família, amigos, mídia. 
Anorexia nervosa 
A AN é uma síndrome psicossomática caracterizada pelo medo mórbido e inexplicável de ganhar peso, ou de se tornar 
obeso. A referida ideia é associada a uma má percepção corporal, ou seja, uma distorção na maneira como o indivíduo 
avalia a forma, peso e tamanho do seu corpo. 
O indivíduo inicia uma busca desenfreada pela magreza e, portanto, reduz voluntária e drasticamente a ingestão de 
alimentos, o que acarreta a perda progressiva e desejada de peso, caquexia, inanição e pode ocasionar em certos casos 
o óbito do paciente. 
A paciente anoréxica é egosintonica, ou seja, a doença é reconhecida por ela como parte de si, e não como algo que a 
agride. 
Etiologia: ainda não está completamente estabelecida, mas sabe-se que ela engloba um conjunto de fatores de ordem 
biológica, psicológica, familiar e sociocultural. 
Há uma distinção entre dois tipos de anorexia: restritivo e purgativo. No primeiro caso, o paciente diminui a ingestão de 
alimentos, faz dietas e exercícios físico. No segundo caso, tem episódios de compulsão e compensa com vômitos, uso de 
laxantes. 
Manifestações clínicas: 
 Redução voluntária e drástica da ingestão de alimentos 
 Perda progressiva de peso 
 Hiperatividade 
 Bradicardia 
 Diminuição da libido no sexo masculino, bem como amenorréia em mulheres 
Complicações: 
 Comprometimento cardiovascular 
 Desidratação 
 Distúrbios na motilidade gastrointestinal 
 Vômitos 
 Hipotermia 
 Infertilidade 
 Alterações metabólicas (principalmente hipercolesterolemia) 
 Alterações endócrinas 
 Déficits funções cognitivas (atenção, memória, visoconstrução e a capacidade de aprendizagem) 
Diagnóstico: investigação minuciosa sobre a ingestão alimentar (quantidade e qualidade), prática de exercícios físicos, 
bem como no que se refere aos aspectos psicopatológicos como imagem corporal e inserção social do paciente. A 
pesquisa de outras comorbidades psiquiátricas é importante. 
Tratamento: ciproeptadina (antagonista serotoninérgico e histaminérgico) e a amitriptilina mostraram-se favoráveis no 
ganho de peso. A fluoxetina tem apresentado resultados contraditórios, entretanto, pode ser usada para prevenção de 
recaídas. 
Prognóstico: 40% recuperaram-se, 30% apresentam melhora clínica, 20% permanecem cronicamente afetados e 10% 
morrem. 
 Bom prognóstico: idade menor no início da doença, diagnóstico precoce e menor número de hospitalizações 
 Mau prognóstico: presença de sintomas bulímicos e duração prolongada da doença 
Bulimia nervosa 
Caracteriza-se pela presença frequente de compulsão alimentar com surtos de ingestão maciça e compulsiva de 
alimentos, acompanhados de uma sensação de perda de controle sobre a quantidade de alimentos ingeridos e seguidos 
por métodos compensatórios para o controle do ganho de peso. 
Os métodos compensatórios são variáveis, podendo ser vômitos auto-induzidos, uso inadequado de medicamentos 
(como diuréticos, inibidores do apetite, enemas, laxantes), dietas, jejuns e exercícios físicos abusivos. 
As complicações clínicas na BN possuem uma menor gravidade quando comparadas às da NA, tendo em vista a ausência 
de perda de peso significativa na BN. 
Etiologia: a genética parece ter grande influência na gênese da doença; chega-se a estimar que a hereditariedade seja 
responsável por uma taxa de 31 a 83% dos casos. 
Manifestações clínicas: 
 Compulsão alimentar + perda de controle sobre a quantidade ingerida + métodos compensatórios para perda de 
peso 
 Esofagite, gastrite, síndrome de Barret, hipertrofia das glândulas salivares, desgaste do esmalte dentário, 
esvaziamento gástrico anormal, síndrome do cólon irritável – decorrentes da forma como os alimentos são 
eliminados 
 Pneumotórax, pneumomediastino, fratura de costelas – devido aos vômitos vigorosos 
 Esteatorreia, pancreatite – uso de laxantes 
 Diminuição de funções cognitivas como atenção e funções executivas 
Dilatação gástrica aguda, com a possibilidade de ruptura, hipertrofia das glândulas parótidas e ruptura esofagiana são 
complicações potencialmente fatais. 
Tratamento: psicoterapias cognitivas e comportamentais são consideradas eficazes por possibilitarem a conscientização 
da gravidade do transtorno, ainda mais se associadas à farmacoterapia. Tricíclicos (desipramina e imipramina) e ISRS 
(fluoxetina) são preferenciais. 
→Fluoxetina: além de reduzir sintomas bulímicos, o efeito colateral produzido por esse medicamento inclui a redução 
do apetite e do risco de recaída 
→Amitriptilina: mostrou-se desfavorável 
→Inibidores da monoaminoxidase: podem ser considerados, mas seu uso deve ser ponderado pelas interações com 
fármacos e alimentos 
→Topiramato parece ter ótima eficácia, mas o uso deve ser evitado em mulheres em idade fértil (teratogenicidade) 
Prognóstico: parece ser mais favorável que o da anorexia; taxa de recuperação total entre 50% e 70%, contudo as taxas 
de recaída situam-se em torno de 30 a 50%. 
 Bom prognóstico: idade menor de início da doença, motivação para o atendimento e uma boa base social de 
suporte 
 Mau prognóstico: sintomatologia mais severa, alta frequência de vômitos, impulsividade, baixa auto-estima e 
conduta suicida 
Comer compulsivo 
Comedores compulsivos têm desejos de comer grandes quantidades de comida a cada vez ou pequenas ou grandes 
quantidades a todo momento. 80% das pessoas com o transtorno do comer compulsivo têm algum outro diagnóstico 
psiquiátrico associado (depressão, transtorno bipolar ou transtornos de ansiedade). 
Comedores compulsivos sentem que não podem controlar a ingestão de alimentos e sentem culpa, vergonhada ou 
tristeza depois de comer. Um episódio de compulsão pode chegar a 14.000 calorias de uma vez (o suficiente para 
manter um homem adulto alimentado por 1 semana). 
Sintomas: 
 Comer mais rápido que o normal 
 Comer além do ponto de satisfação 
 Comer quando não está fisicamente com fome 
 Comer às escondidas, sozinho ou em segredo 
 Sentir-se culpado e com vergonha depois ter comido demais 
 Compulsão ocorre ao menos uma vez por semana e durante 3 meses 
Pode causa hipotensão, dor, vômitos não provocados, diarreia (pelo fenômeno de dumping, devido ao excesso 
osmolar). 
Tratamento: engloba a terapia cognitivo comportamental, terapia para identificar o mecanismo de frustração e prevenir 
o comportamento compulsivo, antidepressivos e tratamento de doenças associadas. 
27 a 47% dos pacientes fazem cirurgia bariátrica,com resultados variáveis. 
 
A FAMÍLIA E OS TRANSTORNOS ALIMENTARES 
Famílias com filhas com AN (anorexia nervosa) e BN (bulimia nervosa) pareciam ter características de funcionamento 
semelhantes, o que motivou diversos estudos nessa área. 
Salvador Minuchin “ ” j algumas características do 
funcionamento familiar influenciam no aparecimento de determinadas patologias. Esse modelo inspirou a concepção do 
q h “ x ”. A família psicossomática tem as seguintes características: 
 Presença de alianças entre as gerações na família 
 Evitação de conflitos entre todos os seus membros 
 Repertório familiar não flexível e com pouca capacidade de resolução de problemas³. 
Mara Selvini Palazzoli defende que a anorexia nervosa seria a resposta da filha aos conflitos do processo intraconjugal 
de seus pais. 
Um dos estudos mais extensos já realizados nesse campo, Strober et al. postulou as seguintes hipóteses 
 AN e BN seriam familiares 
 Parentes de pessoas portadoras tem maiores riscos de desenvolverem o transtorno 
 BN ou BN parcial estaria mais presente entre familiares de pessoas com AN do que entre os sujeitos controle (um 
risco 11 vezes maior para AN e 3 vezes maior para BN) 
Bryant-Waugh e Lask acreditam que existem os fatores predisponentes, que seriam o contexto no qual o transtorno 
 ; q “ ç ”. D -se a desarmonia 
 ç à “ ç ” ç . 
familiares seriam predisponentes para o aparecimento da patologia e não a sua causa isolada. 
Macnamara e Loveman afirmam que as meninas com BN percebem suas famílias como mais disfuncionais. As famílias 
de bulímicas apresentam pouco afeto entre seus membros, pouca comunicação e escassa habilidade para a resolução 
de conflitos; dentro de uma atmosfera caótica e de pouca afetividade, buscam a comida como forma de obtenção de 
gratificação. 
Lane e Souza apontam que indivíduos com transtornos alimentares provêem de lares disfuncionais, com mães 
controladoras e pais ausentes, além de frequentes histórias de traumas permeando os enredos familiares. 
Polivy e Herman defendem que para a emergência do transtorno são necessários outros fatores de risco individuais, 
como déficit de auto-estima, características específicas da personalidade, experiências interpessoais, fatores 
estressantes da história de vida, aspectos cognitivos, influências biológicas, além de humor depressivo e irritabilidade, 
entre outros. 
Eisler critica a base teórica da qual derivam muitas teorias sobre a dinâmica nessas famílias; defende que não seria 
possível saber se o fato de termos uma evitação de conflitos nessas famílias pode ser resultante do aparecimento da 
 “ ç ” a utilizada pela família para lidar com essa condição difícil. 
Tratamento 
Muitos autores defendem a necessidade de que a família e a equipe sejam parceiras no tratamento dos TA em 
adolescentes. Muitos pais acham que os sintomas da filha são uma afronta direta a eles; nesse sentido, o terapeuta vai 
focar quase que exclusivamente nos comportamentos bulímicos e anoréxicos, mostrando para os pais a seriedade do 
quadro e que suas filhas não têm o controle sobre a impulsividade de seus sintomas. 
___ 
Vigorexia: intensa atividade física; paciente busca o aumento de massa muscular (hipertrofia), uso de anabolizantes 
pode estar associado. 
Ortorexia: alimentação exclusivamente saudável, natural; paciente não se importa com a quantidade dos alimentos e 
nem com seu peso corporal. 
 
AUTOMUTILAÇÃO 
#Relato de caso: aproximadamente 6 meses atrás, uma adolescente vem apresentando quadro de isolamento, 
inicialmente familiar e posteriormente social, com choros constantes, irritabilidade, agressividade quando frustrada, 
recusa em se alimentar, com evidente perda de peso, sonolência excessiva e piora importante do desempenho 
acadêmico. Trata-se de um caso de automutilação. 
Automutilação também pode ser chamada de autolesão, autoagressão, violência autodirigida e parasuicídio. Esse 
comportamento também é encontrado nos suicidas, mas nesse caso, não há intenção verdadeira de tirar a própria 
vida. 
(DSM-V) A autolesão não suicida é definida como comportamento repetido do próprio individuo de infligir lesões 
superficiais, embora dolorosas a superfície do seu corpo. Não há sensação de prazer. 
Segundo Borges, autolesão refere-se à imposição de danos e/ou de dor, de forma deliberada a tecidos corporais, sem 
intenção suicida. 
A forma mais comumente encontrada são os cortes superficiais na pele, em cerca de 70% dos casos, principalmente no 
antebraço; à medida que o antebraço fica lesionado, os cortes são direcionados a outros lugares, como parte interna do 
braço, abdome, nuca, coxas. A mudança de local pode indicar aumento da gravidade dos sentimentos de dor 
experimentados pelo paciente. 
Para que se mutilar? 
Podem funcionar como um mecanismo de auto-regulação interna face a estados emocionais negativos ou mesmo como 
forma de influenciar o comportamento dos outros. Pode representar uma tentativa desesperada de cura, de 
estabilidade social e, em alguns casos, pode ser entendida como uma forma mórbida de autojuda, já que fornece um 
alivio temporário face a sintomas psicopatológicos. 
Visa também reduzir emoções e sentimentos negativos, tais como tensão, ansiedade e autocensura e/ou resolver uma 
 . “A q ”. 
Busca paradoxal: através da dor há uma busca de se sentir vivo; a dor lembra que ele tem um corpo, que há uma 
existência concreta e real. 
Fatores de risco 
 Depressão 
 Transtorno bipolar do humor 
 Uso de álcool e drogas – de maneira abusiva 
 Transtorno de ansiedade e transtorno de personalidade borderline 
 Histórico de abuso físico ou sexual 
 Baixa autoestima 
 Pressões por rendimentos excepcionais nos estudos 
 Bullying – pode funcionar como gatilho 
 Sentimentos de abandono físico e/ou afetivo 
Adolescência patológica: traduz-se por falta de esperança e incapacidade para conseguir um sentido para lidar com as 
emoções, ou organizar um sentido de pertença, e/ou manter um sentimento sustentado de bem-estar. 
Comportamentos autolesivos estão relacionados com um triplo fracasso – vertentes individual, familiar e social. 
Inteligência emocial: identificar o que se está sentindo para depois buscar estratégias para lidar com esses sentimentos. 
 
A AUTOLESÃO 
Instantes antes do ato: os adolescentes costumam relatar que sentem medo, raiva, ambivalência entre magoar alguém 
ou magoar a si mesmos, culpa e um forte sentimento de não pertencimento ou de não ser adequado. O paciente pode 
intentar se punir por alguma atitude, raiva ou em decorrência da autoestima baixa. Evidenciam um intenso mal-estar 
que não deve ser negligenciado. 
Após o ato: pode vir a culpa; vergonha e o medo da descoberta; relaxamento. O próprio adolescente não se da conta 
que a automutilação pode tirar sua vida. 
Métodos: cortes, queimaduras (com cigarro, objetos metálicos colocados no fogo), choques, bater partes do corpo 
contra a parede, arrancar cabelo, enfiar objetos sob a unha, anorexia, comer objetos não comestíveis. 
EPIDEMIOLOGIA 
Para cada menino que se automutila, três meninas o fazem. A SBP estima que cerca de 10% dos jovens se mutilem. A 
faixa de idade onde há maior prevalência é dos 12 aos 17 anos, e nos poucos estudos já realizados, não foram 
encontradas distinções étnicas ou socioeconômicas. 
25% dos jovens na Europa têm comportamento autolesivo. 
Em um estudo realizado em uma UPA, 75% dos jovens atendidos com dores abdominais, possuíam transtornos 
ansiosos; esses transtornos aumentam a predisposição à autolesão e comportamentossuicidas. 
AUTOLESÃO E A ESCOLA 
A escola tem um papel fundamental na identificação de casos de autolesão. Cabe à instituição também, acionar os 
agentes que podem formar uma rede de apoio para esse adolescente. 
 Fatores presentes na escola que podem favorecer o transtorno: rixas entre colegas, pressão por notas boas, 
bullying 
Como identificar: mudança no comportamento; roupas inadequadas para o clima da cidade, isolamento, aumento da 
agressividade, diminuição do rendimento escolar. 
Se for identificado algum caso na escola: conversar com o jovem, pedir autorização para chamar os seus pais (não é 
obrigatório, mas visa não quebrar a confiança do jovem) e acionar os profissionais adequados (pediatra, psiquiatra, 
psicólogo). 
Prevenção: falar sobre a autolesão é importante. Falar sobre o assunto não irá estimular mais jovens a praticarem o ato, 
muito pelo contrário. É importante falar mesmo que não existam casos em determinada escola. Podem-se oferecer 
palestras, oficinas, grupos de discussão, rodas de conversa. 
RELAÇÃO COM O SUICIDIO 
Em uma população de jovens suicidas, 60% tinham comportamento autolesivos prévios. 
OMS: manual de boas práticas para estabelecer e manter sistemas de vigilância para tentativas de suicídio e autolesão. 
https://www.who.int/mental_health/suicide-prevention/attempts_surveillance_systems/en/ 
_____ 
ARTIGO AUTOMUTILAÇÃO NA ADOLESCÊNCIA 
https://www.who.int/mental_health/suicide-prevention/attempts_surveillance_systems/en/
Percebe-se o comportamento automutilador do adolescente como uma tentativa de aquisição de alívio e conforto para 
 . “A q 
uma intensa emoção ”. 
O DSM-5 aponta duas teorias psicopatológicas sobre o comportamento autolesivo não suicida: a primeira embasada na 
teoria da aprendizagem, na qual o comportamento é mantido por reforços positivo e negativo. Na segunda, esse 
comportamento, pode ser visto pelo indivíduo, como uma forma de se autopunir, como forma de compensar atos que 
causaram sofrimentos ou danos a outras pessoas. 
Os indivíduos relatam sensação de alívio, podendo estar associado à urgência e fissura, quando ocorre com frequência. 
A automutilação encontra-se presente em diagnósticos como: 
 Transtorno de personalidade borderline 
 Transtornos alimentares 
 Transtornos de estresse pós-traumático 
 Depressão 
 Pacientes psicóticos 
 Intoxicação ou abstinências de substancias 
 Transtornos neurocognitivos 
 TOC 
 
Pode ocorrer tricotilomania, transtorno de escoriação e transtorno do masoquismo sexual. 
 
Indivíduos automutiladores demandam grande parte do tempo planejando formas de se automutilarem, aumentam a 
frequência e a intensidade do ato, incorrendo ao risco de desfiguração física e descontrole do comportamento. 
Selecionam áreas do corpo de maior acesso como braços, pernas e peito e áreas frontais do corpo, e utilizam objetos 
perfuro cortantes como estiletes, facas, lâminas de barbear, compassos e agulhas. 
 
Mecanismos negativos na história de vida do sujeito como trauma infantil, abuso sexual ou emocional, falta de 
comunicação familiar e isolamento, podem constituir motivações para o ato. Sinaliza que a inabilidade em lidar com 
eventos negativos e a elevada sensibilidade às emoções, conduz o indivíduo, muitas vezes, a falta de controle sobre o 
comportamento na intenção de dissipar a dor. 
Internet 
Estudiosos acreditam que o aumento de atos de autolesão nos adolescentes se deve em parte às redes sociais, que 
espalham informações a respeito desse tipo de comportamento e que ensinam a agredir seu corpo quando se sentem 
sós e deprimidos. 
Fatores intrínsecos que predispõem à pratica da automutilação 
Pode ser motivada pela dificuldade em expressar emoções, baixa autoestima, baixa habilidade de resolução de 
problemas, menor crença na auto eficácia e culpabilização. 
As motivações da automutilação podem estar envolvidas com: tristeza, angústia, culpa, ansiedade, raiva, medo de 
frustração, alívio de tensões e alívio de dor emocional. 
Elementos externos capazes de influenciar o comportamento autolesivo 
 Cyberespaço 
 Problemas psicológicos por parte de um dos pais 
 Separação dos pais 
 Saber que alguém do seu ciclo familiar ou de amizade se automutila 
 Experiencias de bullying 
 Abuso sexual ou abuso psicológico 
_____ 
PREVENÇÃO DO COMPORTAMENTO SUICIDA EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
Conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA; BRASIL, 1990, Art. 2º), criança é a pessoa com até 12 anos de 
idade incompletos, e adolescente é aquela entre 12 e 18 anos de idade. 
VIOLÊNCIA AUTOPROVOCADA Compreende ideação suicida, autoagressões, tentativa de suicídio e 
suicídio consumado. 
IDEAÇÃO SUICIDA Quando o suicídio é visto como uma saída para uma situação de 
sofrimento. Pode abrir as portas para um plano de suicídio. 
No caso de crianças e adolescentes, isso pode acontecer quando há 
uma depressão grave com baixa auto-estima, humor deprimido, 
incapacidade de ver que sua situação pode melhorar, sentimento de 
que não há motivos para viver ou nenhuma chance de ser feliz. 
AUTOAGRESSÃO Qualquer ato intencional de automutilação (com faca, aparelho de 
barbear, caco de vidro, etc) ou outras formas de causar dano a si 
mesmo (como queimar-se com cigarro), sem intenção de morte. Por 
vezes, crianças e adolescentes relatam que se autoagridem com o 
objetivo de controlar e/ou aliviar uma dor emocional. 
TENTATIVA DE SUICÍDIO Quando o indivíduo se autoagride com a intenção de tirar a própria 
vida, utilizando um meio que acredite ser letal, sem resultar em óbito. 
SUICÍDIO Ato deliberado de tirar a própria vida, com desfecho fatal. 
 
O suicídio representa 1,4% de todas as mortes no mundo, tornando-se, em 2012, a 15ª causa de mortalidade na 
população geral. Entre os jovens de 15 a 29 anos, é a segunda principal causa de morte. O Rio Grande do Sul é o estado 
brasileiro que apresentou as maiores taxas de óbito por suicídio. 
Fatores de risco 
 História de tentativas de suicídio ou 
autoagressão (por ex., automutilação) 
 Histórico de transtorno mental 
 Bullying 
 Situação atual ou anterior de violência 
intra ou extrafamiliar 
 História de abuso sexual 
 Suicídio(s) na família 
 Baixa autoestima 
 Uso de álcool e outras drogas 
 Populações que estão mais vulneráveis a 
pressões sociais e discriminação, tais como: LGBTI+, indígenas, negros(as), situação de rua, etc. 
 
 
TRANSTORNO POR ABUSO DE SUBSTÂNCIAS 
Droga psicoativa é qualquer substância que possa alterar o funcionamento mental ou psíquico do indivíduo. O uso 
continuado pode levar a tolerância e a abstinência. 
 Tolerância: diminuição ou perda de efeito causado pelo uso continuado de uma substância 
 Abstinência: sinais e sintomas decorrentes da diminuição do uso ou suspensão da substância (quadro reverso ao 
uso da substância) 
Sinais de alerta para transtorno por abuso de substâncias 
 Tremor leve nas extremidades sem causa aparente 
 Aumento do volume do fígado 
 Labilidade da PA 
 Odor de álcool ou de outras substâncias nas roupas do indivíduo 
 Alterações comportamentais (irritabilidade, começa a faltar o trabalho) 
O transtorno é classificado em leve, moderado ou grave. São 11 critérios que determinam a gravidade do quadro 
 Leve – 2 a 3 critérios 
 Moderado – 4 a 5 critérios 
 Grave – a partir de 6 critérios 
COCAÍNA 
É uma droga estimulante extraída da planta Erythroxylon coca, nativa da América Andina. A pasta básica da coca é 
obtida através da maceração das folhas com solvente, como álcool ou benzina, ácido sulfúrico e carbonato de sódio. 
Múltiplas ações: anestésico local, vasoconstritor, estimulando do SNC (age bloqueando a recaptação de dopamina e 
bloqueia a recaptação de serotonina e noradrenalina). 
Crack 
Surgiu como resultado da mistura da pasta base de cocacom sulfato de amônio ou bicarbonato de sódio o que permitiu 
que a substancia pudesse ser fumada. Essa via disponibiliza a droga no cérebro de forma imediata e em maior 
concentração já que não realiza o metabolismo hepático. 
O efeito dura por alguns segundos e é seguido por um forte desejo de nova dose. Isso explica um padrão de uso mais 
compulsivo e intenso, conhecido como binge. 
Em SP, observou-se que os usuários de crack iniciaram o consumo na faixa dos 12 aos 24 anos. A procura por 
tratamento ocorre por volta do 6º ao 7º ano de uso, sendo mais precoce naqueles que usam crack do que naqueles em 
uso de cocaína. 
Efeitos agudos do uso de cocaína 
 Euforia, autoconfiança elevada 
 Aumento da energia e da cognição 
 Aumento da vigília e estado de alerta sensorial 
 Ansiedade 
 Sintomas paranoides e persecutórios 
 Aumento da FC e da temperatura 
 Sudorese 
 Hiperventilação 
 Midríase 
 Cefaleia 
 Espasmos musculares (principalmente língua e mandíbula) 
Drogas de alto risco para dependência (principalmente o crack). 
Efeitos crônicos 
Tolerância, paranoia durante o consumo, depressão de rebote após o uso e fissura. Sintomas de abstinência incluem 
ansiedade, irritabilidade, impulsividade, fissura, letargia e sintomas depressivos. 
Outros sintomas relatados são sensação de água na cabeça, choques elétricos e urgência miccional. 
A síndrome de abstinência da cocaína é trifásica: 
PRIMEIRA FASE 
CRASH 
Inicia 1 hora após o consumo e dura até 3 ou 4 dias 
Há piora do humor com predomínio de sintomas depressivos, hipersonia, esgotamento 
físico e arrependimento pelo uso 
Ocasionada pela diminuição brusca e intensa dos neurotransmissores 
SEGUNDA FASE 
CRAVING 
Pode durar de 2 semanas a 3-4 meses 
Ocorre uma síndrome disfórica tardia com irritabilidade, alterações do afeto 
Há intensificação do desejo de consumo associado a dificuldade de experimentar prazer e 
apatia, aumentando o risco de recaída 
TERCEIRA FASE 
EXTINÇÃO 
Dura alguns meses ou anos 
Caracteriza- h “ h ” 
como consumo de álcool, contato com pessoas que estimulem o uso, estresse, frustração 
ou eforia 
Sintomas de anedonia, dificuldades de planejamento e assertividade podem persistir a 
longo prazo 
Critérios para o quadro de dependência 
 Tolerância 
 Sintomas de abstinência 
 Uso de quantidades maiores ou por mais tempo do que pretendia 
 Continuação do uso apesar de problemas relacionados 
 Dificuldade para parar ou reduzir o uso 
 Fissura 
O uso de cocaína e ou crack é fator de risco para doenças clínicas: IAM “ k” 
DSTs. O quadro pulmonar se caracteriza por quadro agudo de dor torácica, broncoespasmo, hemoptise, febre e hipóxia. 
Além disso, as alterações pulmonares provocadas pela inalação do crack favorecem infeccções respiratórias como a 
tuberculose. 
Tratamento 
O tratamento da abstinência é sintomático. quadros com manifestação de sintomas psicóticos, ideação suicida ou 
homicida, agitação psicomotora ou agressividade devem ser encaminhados para serviço de emergência. 
Benzodiazepínicos podem ser indicados para controle dos sintomas de ansiedade. 
 
Anticonvulsivantes 
 Carbamazepina 400mg a 1200mg ao dia 
 Valproato de sódio 500mg a 750mg ao dia 
 Topiramato 200 a 400mg ao dia 
 Gabapentina 900 a 1800mg ao dia 
Não existem muitas evidencias sobre o uso de anticonvulsivantes. 
Antidepressivos 
Dentre eles fluoxetina, sertralina, paroxetina, mirtazapina, venlafaxina e bupropiona. Não apresentam relação direta 
com a diminuição do uso da droga. 
Outros 
O lítio pode ser uma opção. Antipsicóticos apresentaram mesma eficácia que placebo. O dissulfiram, usado no 
tratamento do alcoolismo, pode ser uma opção. 
TRANSTORNO ALCÓOLICO 
Cerca de 10% da população apresenta transtorno moderado ou grave por uso de álcool. 11% dos homens e 2% das 
mulheres consomem álcool todos os dias. 6,5% de todas as mortes 
estão relacionadas ao álcool. 
OMS – índice seguro: 2 drinks/dia, falhando 2 dias na semana. 
A intoxicação aguda por álcool causa depressão do sistema 
nervoso central. Outros sintomas surgem em seguida 
 Euforia 
 Incoordenação motora 
 Confusão e desorientação 
 Estupor e coma 
Com o uso crônico, sintomas de humor, distúrbios do sono e ansiedade são relatados. Além disso, ataxia cerebelar, 
neuropatia, distúrbios gastrointestinais, dislipidemias. 
O aumento das enzimas hepáticas (TGO > 2 vezes TGP) pode indicar dano hepático resultante do uso de álcool. A 
elevação de GGT sinaliza dano agudo causado pela substância. 
Síndrome de abstinência 
A síndrome de abstinência pode estar presente em 50% dos pacientes usuários de álcool. É caracterizada por 
hiperatividade do SNC e os sintomas têm inicio dentro das primeiras 24 horas da cessação do uso e pico em 2-3 dias. 
Sintomas psicológicos (insônia, irritabilidade, disforia) podem persistir por 2 semanas. 
Os sinais (hiperatividade autonômica, distúrbios gastrointestinais e alterações neuropsicológica) podem ser classificados 
em complicados ou não complicados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Screening 
Questionário CAGE (cut down, annoyed, guilty, eye-opener). Duas ou mais respostas positivas  detecta uso nocivo e 
dependência de álcool com sensibilidade entre 43-94% e especificidade entre 70-97%. 
Questionário AUDIT (Alcohol Use Disorders Identification Test), desenvolvido pela OMS, contém 10 perguntas e detecta 
padrões menos graves de consumo de álcool. 
Tratamento 
a)Intoxicação aguda: manejo sintomático e expectante. Em casos graves (estupor, hipotermia, anestesia), avaliação em 
serviço de emergência. Deitar o paciente de lado, para que ele evite aspirar o próprio vomito e manter o 
monitoramento dos sinais vitais. 
Se necessário soro glicosado, aplicar vitamina B1 (tiamina) antes, para profilaxia da Síndrome de Wernicke. 
b)Uso crônico: estratégias para modificar o comportamento do paciente, baseadas no estagio de motivação de mudança 
no qual o paciente se encontra. 
O tratamento da abstinência pode ser realizado ambulatorialmente. Se o paciente tiver baixo suporte familiar, histórico 
de abuso de outras substancias ou sintomas de abstinência graves prévios, encaminhar para serviço especializado. 
Se o tratamento da abstinência for realizado na atenção primária 
 Ambiente quieto e seguro 
 Orientar o paciente e o cuidador quanto aos possíveis sintomas de abstinência 
 Utilizar benzodiazepínicos (diazepam ou lorazempam são os fármacos de escolha). 
Benzodiazepínicos: diminuem os sintomas de abstinência, bem 
como o risco de convulsão. Devem ser usados por até 1-2 
semanas. Lorazepam é usado quando há suspeita de dano 
hepático. 
Síndrome de Wernicke 
Cursa com ataxia cerebelar, nistagmo e confusão mental. 
Para profilaxia desse quadro, suplementar tiamina para TODOS. 
Fornecer tiamina antes do SG, se ele for necessário. Para pacientes subnutridos, recomenda-se que tal dose seja 
fornecida IM ou IV. 
 Tiamina 100mg IM 3x/dia por 3-5 dias, após, 100-300mg VO/dia por 3 meses 
Quadros de abstinência que cursem com sintomas psicóticos devem ser tratados com antipsicóticos em ambiente 
hospitalar. 
Após atingir a abstinência, pode-se utilizar um medicamento para evitar recaídas, como o dissulfiram. O paciente deve 
ser orientado quanto aos efeitos do fármaco (antagonista da enzima metabolizadora do álcool). A naltraxona pode ser 
uma opção. 
Existem estratégias não farmacológicas, como grupos terapêuticos (alcoólicos anônimos), terapia-cognitivo 
comportamentais e de manejo de contingências. O paciente deve evitar locais onde cosumia a bebida. 
ABORDAGEM DE USUÁRIOS DE DROGAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA 
O estabelecimento de vínculo adequado entre o profissional de saúde e a pessoa usuária de droga pode ser considerado 
o pilar estruturante do tratamento desse tipo deproblema. 
Anamnese 
Na avaliação clínica inicial, é preciso abordar o padrão e o tipo de substâncias psicoativas utilizadas (comumente há mais 
de uma), checar se já houve tratamento anterior, pesquisar comorbidades clínicas e psiquiátricas, bem como entender o 
histórico familiar, delinear o perfil psicossocial do indivíduo e realizar o exame do estado mental. 
Exame físico 
Não há sinais patognomônicos a se verificar, apesar de alguns achados levantarem suspeita de uso de drogas 
 Aceleração ou lentificação da fala e do pensamento 
 Irritação nasal e de conjuntivas 
 Cicatrizes de punção venosa em membros superiores 
 Queimaduras em dedos das mãos, entre outros 
Exames complementares 
Dosagens de transaminases, hemograma e sorologias para infecções sexualmente transmitidas. Exames toxicológicos de 
urina são úteis quando houver dúvida relativa ao diagnóstico de intoxicação por drogas, em situações de emergência 
médica. 
Tratamento 
Pacientes sem critérios de gravidade e virgens de tratamento parecem se beneficiar de intervenções psicossociais 
breves, realizadas no próprio contexto primário de atenção à saúde. 
A intervenção breve é uma estratégia de abordagem estruturada por seis elementos reconhecidos pela sigla FRAMES, 
cujas letras representam as iniciais das seguintes palavras em inglês: 
 Feedback (resumo das avaliações feitas até o momento sobre as repercussões da droga no paciente) 
 Responsibility (ênfase na responsabilidade pessoal do paciente pela mudança) 
 Advice (recomendações claras para que o paciente modifique seus hábitos) 
 Menu of options (apresentação de um menu de opções para mudança) 
 Empathy (empatia) 
 Self-efficacy (reforço da autoeficácia) 
A estratégia é eficaz em casos de uso de drogas com gravidade leve a moderada. Pode ser aplicada com tempo limitado 
e tem como foco a mudança de comportamento da pessoa. 
O uso da intervenção breve em serviços de atenção primária, com uma consulta mensal de até 15 minutos, ao longo de 
4 a 5 encontros, pode ser efetivo na redução do padrão de consumo de álcool e outras substâncias psicoativas. 
Convém lembrar a importância de incluir a família na abordagem dos problemas em pauta, haja vista ser habitualmente 
ela o contexto problema e, também, potencial recurso terapêutico. 
Indicações de internação hospitalar para pessoas que usam drogas 
 Condições médicas ou psiquiátricas que exijam observação constante (estados psicóticos graves, ideação suicida 
ou homicida, debilitação ou abstinência grave) e complicações orgânicas devidas ao uso ou à cessação do 
consumo da droga 
 Dificuldade para cessar o uso de drogas, apesar dos esforços terapêuticos no nível primário de atenção à saúde 
 Ausência de adequado apoio psicossocial que possa facilitar o início da abstinência 
 Necessidade de interromper uma situação externa que reforce o uso da droga 
 
 
TRANSTORNOS MENTAIS NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA 
TRANSTORNOS DEPRESSIVOS 
Transtornos depressivos são caracterizados por tristeza e irritabilidade suficientemente graves ou persistentes para 
interferir na atividade normal ou provocar um distúrbio considerável. 
A etiologia da depressão em crianças e adolescentes é desconhecida, mas semelhante à etiologia em adultos; acredita-
se que seja o resultado das interações de fatores de risco determinados geneticamente e estresse ambiental 
(particularmente privações e perdas ocorridas muito cedo na vida). 
Manifestações clínicas 
As manifestações básicas dos transtornos de depressão em crianças e adolescentes são semelhantes àquelas em 
adultos, mas estão relacionadas a preocupações típicas das crianças, como tarefas escolares e brincadeiras. 
 A depressão deve ser considerada quando o desempenho próprio da idade é ruim na escola, ocorre isolamento social 
ou cometem atos de delinquência. 
Em algumas crianças com um transtorno depressivo, o estado de humor predominante é a irritabilidade em vez da 
tristeza (uma diferença importante entre as formas infantis e adultas). A irritabilidade associada à depressão infantil 
pode manifestar-se como comportamento hiperativo, agressivo e antissocial. 
a)Transtorno disruptivo da desregulação do humor 
O transtorno disruptivo da desregulação do humor envolve irritabilidade persistente e episódios frequentes de um 
comportamento que é muito fora de controle, com início entre os 6 a 10 anos de idade. 
Muitas crianças também têm outros transtornos, particularmente transtorno desafiador opositivo, transtorno de déficit 
de atenção/hiperatividade (TDAH) ou transtorno de ansiedade. O diagnóstico não é feito antes dos 6 anos ou depois dos 
18 anos de idade. 
A ç ç ≥ ≥ 3 : 
 Explosões temperamentais recorrentes graves (p. ex., raiva verbal e/ou agressão física contra pessoas ou 
 q x à ç q ≥ 3 / 
 Explosões temperamentais que são incompatíveis com o nível de desenvolvimento 
 Humor irritável e exasperado presente todos os dias na maior parte do dia e observado por outros (p. ex., pais, 
professores, colegas) 
As explosões e o humor exasperado deve ocorrer em 2 de 3 ambientes (em casa ou na escola, com colegas). 
b)Transtorno depressivo maior 
T q ≥ . 
crianças e 5% dos adolescentes. Transtorno depressivo maior pode primeiro ocorrer em qualquer idade, mas é mais 
comum depois da puberdade. 
Para o d ≥ q 
período de 2 semanas: 
 
 Sentir-se triste ou outras pessoas acharam que se está triste (p. ex., choroso) ou irritável 
 Perda de interesse ou prazer em quase todas as atividade (frequentemente expressa com ar de profundo 
aborrecimento) 
A ≥ : 
 Perda ponderal (em crianças, incapacidade de ganhar o peso esperado) ou diminuição ou aumento do apetite 
 Insônia ou hipersonia 
 Agitação ou atraso psicomotor observado por outros (não autorrelatado) 
 Fadiga ou perda de energia 
 Diminuição da capacidade de pensar, concentrar-se e fazer escolhas 
 Pensamentos recorrentes de morte (não apenas medo de morrer) e/ou planos ou ideação suicida 
 Sentimentos de inutilidade (i.e., sentir-se rejeitado e mal-amado) ou culpa excessiva ou inapropriada 
A depressão maior em adolescentes é um fator de risco para insucesso acadêmico, uso de fármacos e 
comportamento suicida. 
c)Transtorno depressivo persistente (distimia) 
A distimia é humor deprimido ou irritável persistente que dura a maior parte do dia na maioria dos dias do ano por mais 
 ≥ : 
 Baixo apetite ou comer em excesso 
 Insônia ou hipersonia 
 Baixa energia ou fadiga 
 Baixa autoestima 
 Baixa concentração 
 Sentimentos de desespero 
Diagnóstico 
Questões fechadas específicas ajudam a determinar se os pacientes têm os sintomas exigidos para o diagnóstico da 
depressão maior, com base nos critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-5). 
A história deve focar fatores causais como violência doméstica, abuso sexual, exploração e efeitos adversos de drogas. 
Também devem ser questionados os comportamentos suicidas (p. ex., ideia, gestos, tentativas). 
Uma revisão cuidadosa da história clínica e testes laboratoriais apropriados são necessários para excluir outros 
distúrbios (p. ex., mononucleose infecciosa, doenças da tireoide, uso de fármacos) que podem causar sintomas 
semelhantes. 
Devem ser considerados outros transtornos mentais que podem aumentar o risco e/ou modificar os sintomas 
depressivos (p. ex., ansiedade e transtornos bipolares). Algumas crianças que desenvolvem o distúrbio bipolar ou 
esquizofrenia apresentaminicialmente a depressão maior. 
Tratamento 
Geralmente antidepressivos mais psicoterapia para os adolescentes. Para os pré-adolescentes, psicoterapia seguida, se 
necessário, de antidepressivos. 
Para os adolescentes (como para os adultos), uma combinação de psicoterapia com antidepressivos funciona melhor do 
que tratamentos isolados. A maioria dos médicos opta por um programa de psicoterapia para crianças mais novas; 
entretanto, fármacos pode ser usados em crianças mais nova x ç ≥ . 
Quando há indicação para o uso de antidepressivos, ISRSs ( Fármacos para tratamento a longo prazo da ansiedade e 
transtornos relacionados) são os medicamentos escolhidos como de primeira linha. Efeitos colaterais como desinibição 
e estimulação comportamental podem estar associados. 
Antidepressivos que agem sobre os sistemas serotoninérgicos e adrenérgicos/dopaminérgicos podem ser especialmente 
úteis nos casos resistentes ao tratamento. Antidepressivos não serotoninérgicos como a bupropiona e desipramina 
também podem ser associados aos ISRS para aumentar a eficácia. 
As crianças e os adolescentes devem permanecer sob tratamento por pelo menos 1 ano após os sintomas terem 
desaparecido. C ç q ≥ . 
TRANSTORNOS DE ANSIEDADE 
Os distúrbios da ansiedade são estados de medo, preocupação ou pavor, desproporcionais com a situação, e que 
enfraquecem as habilidades funcionais normais da criança. A ansiedade pode resultar de problemas físicos. 
Algum grau de ansiedade é um aspecto normal do desenvolvimento 
 Crianças pequenas revelam algum medo ao se separarem das mães, especialmente em ambientes não familiares 
 Entre os 3 e 4 anos, é comum o medo do escuro, de monstros, de insetos e de aranhas 
 Nas crianças maiores, os medos mais comuns são de agressão ou de morte 
 As crianças maiores e os adolescentes frequentemente ficam ansiosos quando precisam apresentar um livro 
diante de seus colegas 
Tais dificuldades não devem ser encaradas como evidências de distúrbios. Entretanto, se essas manifestações de 
ansiedade se tornam exageradas ao ponto que prejudicam significativamente a função ou causam aflição grave e/ou 
evitação, transtorno de ansiedade dever ser considerado. 
Os transtornos de ansiedade muitas vezes surgem durante a infância e adolescência. Em algum momento durante a 
infância, cerca de 10 a 15% das crianças experimentam um transtorno de ansiedade. Crianças com transtorno de 
ansiedade têm maior risco de depressão e ansiedade mais tarde na vida. 
Transtornos de ansiedade envolvem disfunção no sistema límbico e hipocampo que regulam as emoções e a resposta ao 
medo. Estudos de hereditariedade indicam que fatores genéticos e ambientais desempenham um papel. Em mais de 
30% dos casos, é útil tratar a ansiedade dos pais em conjunto com a ansiedade da criança. 
Manifestações clínicas 
Talvez a manifestação mais comum de um transtorno de ansiedade em crianças e adolescentes seja a esquiva escolar. A 
maioria das crianças que se recusa a ir à escola provavelmente tem ansiedade por separação, transtorno de ansiedade 
social, transtorno de pânico ou uma combinação destes. 
Mal-estar gástrico, náuseas e cefaleia aparecem com frequência em crianças ansiosas. Muitas crianças com queixas 
somáticas, especialmente dor abdominal, têm um transtorno de ansiedade subjacente. 
Tratamento 
Terapia comportamental (utilizando princípios preventivos de exposição e reação), às vezes associada a medicamentos. 
Na terapia cognitivo-comportamental baseada em exposição, a criança é exposta, gradualmente, a situações 
provocadoras da ansiedade. 
Nos casos leves, apenas a terapia comportamental é suficiente, mas a terapia medicamentosa pode ser necessária nos 
casos mais graves ou quando o acesso ao terapeuta comportamental for limitada. 
ISRSs costumam ser a primeira escolha para o tratamento a longo prazo. Os benzodiazepínicos são melhores para 
ansiedade aguda, mas não são preferidos para o tratamento a longo prazo. Os benzodiazepínicos com meia-vida curta 
(lorazepam, 0,05 mg/kg até o máximo de 2 mg em dose única) são a melhor escolha. 
A maioria das crianças tolera bem os ISRSs. Ocasionalmente podem ocorrer mal-estar gástrico, diarreia, insônia ou 
perda ponderal. Algumas crianças têm efeitos comportamentais adversos (p. ex., desinibição ou agitação); esses efeitos 
costumam ser leves a moderados.

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