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Princípios do Direito Cambiário Entre os sub-ramos do direito comercial, o cambiário é o único, desde sempre, marcadamente principiológico. Destinados a conferirem maior segurança e celeridade à circulação do crédito, elemento essencial para a dinamização dos negócios comerciais, os princípios do direito cambiário foram enunciados há muito tempo e têm sido objeto de extensos estudos pelos comercialistas. São três os princípios do direito cambiário: cartularidade, literalidade e autonomia das obrigações cambiais. Pelo princípio da cartularidade, a posse do título de crédito é condição para o exercício do direito nele incorporado. O objetivo desta regra principiológica é impedir que alguém se apresente como credor do título, depois de ter negociado o crédito com terceiro, cedendo-o. Pelo princípio da literalidade, só produzem efeitos os atos que constam do teor do título de crédito. Com isto, facilita-se a circulação, porque potenciais adquirentes não precisam fazer investigações sobre eventuais outros negócios jurídicos que pudessem restringir ou suprimir o crédito; mesmo que existam, como não estão documentados na própria cártula, não produzirão efeitos que impeçam a oportuna cobrança do título. Pelo princípio da autonomia das obrigações cambiais, vícios que possam eventualmente comprometer qualquer das relações obrigacionais documentadas no título não se estendem às demais. Também facilita a circulação, porque os potenciais interessados em adquirir o crédito não precisam investigar se todas as relações obrigacionais documentadas no título são válidas e eficazes; mesmo que alguma delas não seja, isto nunca prejudicará o direito de cobrar o título. Os princípios do direito cambiário são legais, especiais e, em geral, implícitos. Apenas a inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé é explícito. Referência: Coelho, Fábio Ulhoa Curso de direito comercial, volume 1 : direito de empresa / Fábio Ulhoa Coelho. — 16. ed. — São Paulo: Saraiva, 2012
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