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Emanuelly Lopes Cardoso – T9 1 Habilidades em Pediatria Crescimento da criança e seus desvios Crescimento Definição Crescimento = ↑ físico do corpo como um todo ou em suas partes + pode ser medido em termos de centímetros ou de gramas Traduz ↑ de tamanho das células (hipertrofia) ou de seu número (hiperplasia) Importância da avaliação Processo muito sensível às agressões do meio ↳ Revela condições de saúde da criança ↳ Indicador de saúde da população Fases Intrauterino Lactente Infantil Puberdade Velocidade Maior na fase intrauterina Pico na puberdade Crescimento normal Crescimento nos diferentes órgãos Agravos nessas fases repercussão na vida adulta Emanuelly Lopes Cardoso – T9 2 Habilidades em Pediatria Fatores determinantes do crescimento Pré-natal Herança genética e etnia ↳ Materna = características antropométricas + metabólicas ↳ Fetal = sexo + doenças hereditárias + malformações Gestação = duração + multiplicidade + paridade + atividade placentária + uso de substâncias Infecções adquiridas durante a gestação Ambiente físico + condições socioeconômicas Estado nutricional pré-concepcional e na gestação Atenção pré-natal e ao parto Pós-natal Características antropométricas ao nascer Herança genética Oferta nutricional Fatores ambientais + emocionais + condições socioeconômicas Atividade física Desenvolvimento neuropsicomotor Morbidade + acesso a serviços de atenção médica Herança Genética Vários genes que se expressam em momentos diferentes Em “ótimas” condições ambientais e de saúde, acredita-se que a herança genética seja responsável por 80% da altura final “A expressão da herança genética depende das inter-relações do indivíduo com o ambiente e fatores socioeconômicos + nutricionais + psicossociais, que atuam de forma associada na determinação do crescimento” Alvo genético ( ) ( ) ( ) ( ) DP = (+/- 8,5 cm) Fatores Neuroendócrinos Período intrauterino Sistema IGF Fase embrionária: IGF-2 Pouca influência do GH Fase mais adiantada da gestação: Período pós- natal IGF-1 Glicocorticoides Hormônios tireoidianos Hormônio do crescimento Hormônios sexuais Hormônio do crescimento A partir da 12ª semana de gestação Principal fator hormonal para o crescimento pós- natal Emanuelly Lopes Cardoso – T9 3 Habilidades em Pediatria Hormônios tireoidianos A partir da 10ª semana Fundamentais para o crescimento ósseo =↑ de secreção de GH + IGF-1 Ação direta, independente do GH Fatores de crescimento insulina-símile (IGFs) IGF-1 e IGF-2 = papel central na regulação do crescimento fetal Importantes para o crescimento pós-natal Insulina Hormônio do crescimento fetal Atua na captação de nutrientes e na estimulação da produção de IGF-1 Lactogênio- placentário (PL) e GH placentário (GH-V) Regulam o crescimento fetal agindo sobre o metabolismo materno ao aumentar a viabilidade de substratos ao feto Hormônios sexuais Extrema importância durante o crescimento puberal Fatores psicoativos Composição familiar Planejamento e aceitação da gravidez Presença de violência doméstica Mãe adolescente Tentativa de aborto Doenças psiquiátricas Consumo de álcool de drogas pela mãe Avaliação e monitorização do crescimento Anamnese Queixa Revisão dos sistemas Antecedentes gestacionais e neonatais Antecedentes mórbidos e medicações usadas Antecedentes familiares História alimentar pregressa e atual Condições de vida + habitação + socioeconômicas Exame Físico Peso Em balanças próprias Até 16 kg = balança para RN > 16 kg = balança para adultos Estatura Crianças < 2 anos = deitada = antropômetro horizontal Crianças > 2 anos = em pé = escala métrica ou em balança antropométrica Perímetro cefálico Fita métrica = deve passar pela glabela e pelo occipício, sem abranger as orelhas Perímetro torácico Perímetro abdominal Estadiamento puberal Sinais de doenças Padrões esperados A maioria das crianças segue um padrão esperado de crescimento (altura + ganho de peso + ↑PC) Crescimento normal = pulsátil períodos de crescimento rápido intercalados com períodos de crescimento não mensurável Entre 2-3 anos de vida = a criança atinge metade da sua altura final Primeiros 2 anos de vida = é normal a criança mudar o seu canal de crescimento na curva, mudando de percentil/z-score Entre 2-9 anos = criança segue um canal de crescimento na curva pode predizer sua altura final Velocidade média de crescimento linear por faixas etárias Padrão esperado para ganho de peso RNT perdem 10% do peso de nascimento nos primeiros dias e o recuperam até o 10-14º dia de vida Até os 3 meses = 25-30g/dia Entre 3-6 meses = 20g/dia Entre 6-12 meses = 15g/dia Dobro em 4/5 meses Triplo em 1 ano Entre 2 anos + puberdade = 2kg/ano Emanuelly Lopes Cardoso – T9 4 Habilidades em Pediatria Padrão esperado para aumento de PC Ao nascimento = 35 cm 1-3 meses = 2 cm/mês Entre 3-6 meses = 1 cm/mês Entre 6-12 meses = 0,5 cm/mês Aos 4 anos = PC de adulto Puberdade Telarca = surgimento do broto mamário em meninas Pubarca = aparecimento de pelos pubianos Menarca = primeira menstruação Meninas = 8-13 anos (telarca)Estirão = 11-13 anos 8,3 cm/ano ↳ Menarca = 2-2,5 ano após a telarca Meninos = 9-14 anos (aumento testicular) ↳ Estirão = 9,5 cm/ano Idade óssea Independente da idade cronológica Estatura final = obtida quando ocorre a fusão completa entre a epífise e a metáfise dos ossos corresponde ao estágio final da maturação óssea Crescimento linear = relaciona-se à idade óssea e não à idade cronológica Maturação dos centros epifisários do esqueleto ocorre de uma maneira ordenada + é estimulada pelo aparecimento de diferentes centros epifisários Crianças normais = velocidade de crescimento adequado conhecendo a IO é possível prever o potencial de crescimento ósseo linear e com isso a estatura final Greulich e Pyle ↳ Raio-x de mão e punho E ↳ Estudo realizado durante a década de 30, no qual os autores avaliaram 6.879 raio-x de mãos e punhos de indivíduos normais de ambos os sexos, com idade entre 3 meses e 17 anos ↳ Radiografias realizadas 3x no 1º ano de vida + 6/6 meses até os 5 anos + anualmente em crianças > 5 anos ↳ Bom método de triagem ↳ Baixa precisão = não permite a análise contínua da IO Curvas de referência Percentil e Z-score Maneiras de representar a variação da distribuição de determinado parâmetro (peso + altura + IMC) na população normal Permitem comparar um determinado indivíduo em relação à população Percentil Percentil 50 (mediana) = valor mais frequentemente observado na população Ex.: se uma criança está no percentil 10, significa que 10% das crianças da sua idade e sexo são mais baixas e 90% são mais altas do que ela Z-escore Representa a distância da medida em unidades de DP em relação à média Emanuelly Lopes Cardoso – T9 5 Habilidades em Pediatria Emanuelly Lopes Cardoso – T9 6 Habilidades em Pediatria Desvios do Crescimento Causas da aceleração do crescimento Fatores Endócrinos Tumores de pituitária secretantes de hormônio de crescimento Puberdade precoce Hipertireoidismo Fatores Não-endócrinos Alta estatura familiar (constitucional) Obesidade exógena Síndrome de Klinefelter Síndrome de XYY Síndrome de Marfan Homocistinúria Neurofibromatose Avaliação da baixa estatura Utilizar uma curva de crescimento padrão Diagnóstico= escore Z < -2 Valorizar curva harmônica num mesmo canal Perguntar a altura dos pais Anotar dados de puberdade materna e paterna Principais causas de baixa estatura Baixa estatura familiar ou origem genética Mais frequente Alvo familiar baixo Velocidade de crescimento normal IO = compatível com IC Crescimento conforme os padrões da herança genética familiar Atraso constitucional do crescimento Velocidade de crescimento normal Puberdade atrasada Meninos = 14 anos + Meninas = 13 anos Estirão puberal atrasado IO < IC Bom prognóstico Velocidade de crescimento anormal Endocrinopatias Doenças crônicas (renais + cardíacas + pulmonares) Síndromes genéticas (Sd Down + Sd Turner) Baixa estatura desproporcionada Acondroplasia Hipocondroplasia Avaliação de rotina de uma criança com baixa estatura e/ou índice de crescimento retardado História e exame físico Idade Óssea Imagem sela túrcica e estruturas hipotálamo-hipofisárias (Rx ou RNM) Hemograma Anticorpo anti-gliadina + anti-endomisio + anti-transglutaminase VHS Eletrólitos plasmáticos (Na, K, Ca, P, Mg) Creatinina Uréia Cariótipo em meninas Função tireoidiana (TSH + T4 livre) IGF-1 e IGFBP-3 Resposta ao GH à estimulação farmacológica = clonidina, insulina
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