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BOAS PRÁTICAS NA ADMINISTRAÇÃO DA TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL/PARENTERAL Enfª EMTN/HC/UFPE: Ana Maria de Carvalho SEGURANÇA DO PACIENTE NA TERAPIA NUTRICIONAL Danos Desnecessários- (Eventos Adversos): São danos não intencionais decorrentes da assistência prestada ao paciente, não relacionados à evolução natural da doença e sim na indicação de falhas na segurança do paciente, refletindo o distanciamento entre o cuidado real e o cuidado ideal. Obrigatoriamente acarretam lesões mensuráveis nos pacientes afetados, óbito, infecções ou prolongamento do tempo de internação. SEGURANÇA DO PACIENTE EM TERAPIA NUTRICIONAL Segurança do Paciente se refere à redução dos riscos, danos desnecessários, associados assistência em saúde até um mínimo aceitável. SEGURANÇA DO PACIENTE EM TERAPIA NUTRICIONAL Danos Desnecessários-(Eventos Adversos): São danos não intencionais decorrentes da assistência prestada ao paciente, não relacionados à evolução natural da doença e sim na indicação de falhas na segurança do paciente, refletindo o distanciamento entre o cuidado real e o cuidado ideal. Obrigatoriamente acarretam lesões mensuráveis nos pacientes afetados, óbito, infecções ou prolongamento do tempo de internação. SEGURANÇA DO PACIENTE EM TERAPIA NUTRICIONAL Mínimo Aceitável: Refere- se àquilo que é viável diante do conhecimento atual, dos recursos disponíveis e do contexto em que a assistência foi realizada frente ao risco de não tratamento ou outro tratamento. SEGURANÇA DO PACIENTE EM TERAPIA NUTRICIONAL A Segurança do Paciente não é nada mais que a redução de atos inseguros nos processos assistenciais e o uso das melhores práticas descritas de forma a alcançar os melhores resultados possíveis para o paciente. TERAPIA NUTRICIONAL TERAPIA NUTRICIONAL Entende-se por terapia nutricional um conjunto de procedimentos terapêuticos empregados para manutenção ou recuperação do estado nutricional por meio da nutrição enteral ou parenteral. Ela pode ser capaz de reduzir o tempo de hospitalização, aumentar a rotatividade dos leitos, melhorar os resultados clínicos e reduzir os custos. Waitzberg,2002 INTRODUÇÃO O suporte nutricional é parte vital da terapia da maioria dos pacientes hospitalizados. Está bem definido que este é um instrumento fundamental na redução da morbimortalidade de pacientes críticos e na diminuição da taxa de permanência hospitalar; além disso, há uma queda na taxa de infecção e uma melhora nos processos de cicatrização. EMTN (EQUIPE MULTIDISCIPLINAR EM TERAPIA NUTRICIONAL Para a execução, supervisão e avaliação permanentes, em todas as etapas da Terapia Nutricional, é condição formal e obrigatória a constituição de uma equipe multiprofissional, que deve ser constituída de pelo menos um profissional de cada categoria, com treinamento específico para esta atividade, a saber: Médico, Nutricionista, Enfermeiro,Farmacêutico, podendo ainda incluir profissionais de outras categorias, habilitados e com treinamento específico para a prática da Terapia Nutricional” OBS: É recomendável que os membros da EMTN possuam título de especialista em área relacionada com a TN. (RDC n°63/ 2000) QUAIS AS COMPETÊNCIAS DESTES PROFISSIONAIS? Médico: Indicar, prescrever e acompanhar os pacientes submetidos à TN; Farmacêutico: Realizar todas as operações inerentes à preparação da NPT; Nutricionista: Avaliar o estado nutricional do paciente e a prescrição dietética Enfermeiro: Administrar e monitorizar a NPT e a Nutrição Enteral (NE). Competências da Equipe de enfermagem em Terapia Nutricional A resolução do COFEN Nº 453/2014 aprova a norma técnica que dispõe sobre a atuação da equipe de enfermagem na terapia nutricional. Com o objetivo de estabelecer diretrizes para atuação da equipe de enfermagem em Terapia Nutricional, a fim de assegurar uma assistência de Enfermagem competente e resolutiva. A equipe de enfermagem envolvida na administração da TN é formada por Enfermeiros e Técnicos de Enfermagem, executando estes profissionais suas atribuições em conformidade com o dispostoem legislação específica – a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e o Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que regulamentam o exercício da Enfermagem no no país. Os Técnicos de Enfermagem, em conformidade com o disposto na Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, e no Decreto nº 94.406, de 08 de junho de 1987, que regulamentam o exercício profissional no país, participam da atenção de enfermagem em TN, naquilo que lhes couber, ou por delegação, sob a supervisão e orientação do Enfermeiro . Competências da Equipe de enfermagem em Terapia Nutricional De modo geral, compete ao Enfermeiro; cuidados de Enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas: - Desenvolver e atualizar os protocolos relativos à atenção de enfermagem ao paciente em TN, pautados nesta norma, adequadas às particularidades do serviço; - Desenvolver ações de treinamento operacional e de educação permanente, de modo a garantir a capacitação e atualização da equipede enfermagem que atua em TN; - Responsabilizar-se pelas boas práticas na administração da NP e da NE; - Responsabilizar-se pela prescrição, execução e avaliação da atenção de enfermagem ao paciente em TN, seja no âmbito hospitalar, ambulatorial ou domiciliar; - Fazer parte, como membro efetivo, da EMTN; - Participar, como membro da EMTN, do processo de seleção, padronização, parecer técnico para licitação e aquisição de equipamentos e materiais utilizados na administração e controle da TN. NORMAS GERAIS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM EM TERAPIA NUTRICIONAL - Implementar ações visando preparar e orientar o paciente e familiares quanto a Terapia Nutricional, seus riscos e benefícios, tanto emnível hospitalar como ambulatorial e residencial; - Proceder a correta armazenagem do frasco de nutrição visando sua conservação e integridade; - Estabelecer os cuidados específicos com a via de administração; - Cuidados com a administração da nutrição, conferindo: prontuário, rótulo do frasco, nome do paciente, via de administração, volume e horário; - Monitorar o paciente durante o procedimento; - Comunicar à equipe Multiprofissional, as intercorrências relacionadas à Terapia Nutricional; - Proceder as anotações em prontuário do paciente. TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL NUTRIÇÃO ENTERAL Nutrição Enteral (NE): É a ingestão controlada de nutrientes, na forma isolada ou combinada, de composição definida ou estimada, especialmente formulada e elaborada para uso por sondas ou via oral, industrializada ou não, utilizada exclusiva ou parcialmente para substituir ou completar a alimentação oral em pacientes desnutridos ou não, conforme suas necessidades nutricionais, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando à síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. (RCD nº 63/ 2000) INDICAÇÕES GERAIS PARA TERAPIA ENTERAL Condição absoluta: TGI funcionante (permeabilidade e motilidade conservados, absorção eficiente); - Incapacidade ou impossibilidade de alimentar-se efetivamente pela via oral (< 2/3 da ingestão diária preconizada); - TNE precoce no pós-operatório; (Lameu, 2005; Waitzberg, 2010) TIPOS DE DIETAS Dietas artesanais : leite desnatado, leite de soja, carnes, aves, legumes, verduras, ovo, óleo de soja, dentre outros, liquidificados e peneirados; (Não usada no HC) Dietas industrializadas: Pó (usada no HC) Líquida em sistema aberto (usada no HC) Líquida em sistema fechado (usada no HC) FÓRMULAS ENTERAIS PADRÃO 1 (Normocalórica e Normoproteica) - FRESUBIN SOYA FIBRE- FRESENIUS 100Kcal. PTN--> 3,8 g (14%) c/ fibras sol/insol 20g/l. - PADRÃO 2 (Normocalórica e Hiperproteica) - NUTRISON ADVANCED TCM 100Kcal (1 envelope p/400ML). PTN--> 5,2 g (21%). - PADRÃO 3 (Hipercalórica e Hiperproteica) - ISOSOURCE 1,5- NESTLE c/ fibras sol/insol 8g/l 146 kcal. PTN--> 6,3 g (16%). - PADRÃO 4 (P/ Hepatopatias)- NUTRI LIVER/ NUTRIMED 161,0 kcal. PTN--> 4,4 g (11%). - PADRÃO 5 (Semi elementar) - PEPTISORB/SUPPORT 100 kcal. PTN--> 4,0 g (17%). FÓRMULAS ENTERAIS - PADRÃO 6 (p/ DIABÉTICOS) - NOVASOURCE GC 112 kcalc/fibras sol /insol 15g PTN--> 4,9 g ptn (14%). - PADRÃO 7 (nefro conservador) - NESTLE NOVASOURCE RENAL 50% + 1 MEDIDA DE NUTRI DEXTRIN P/100ml 132,0 kcal PTN--> 3,5g (7,5%). - PADRÃO 8 (NEFRO EM DIÁLISE) / NESTLE NOVASOURCE RENAL 200,0 kcal PTN-->7,4 g(15%). - PADRÃO 9 (Imunomodulador) IMPACT/NESTLÉ100,0 kcal PTN--> 6,5 g ptn (24%) TIPOS DE DIETA SISTEMA FECHADO SISTEMA ABERTO VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Via oral Sondas ( nasoenteral nível gástrico ou pós pilórica) Gastrostomia Jejunostomia CONSIDERAÇÕES - A via de escolha de acesso, deve ser baseada na condição clínca do paciente, na previsão do tempo de uso da terapia e na avaliação dos riscos de complicações. - As sondas oro e naso enterais são recomendadas por curto período de tempo, com duração prevista até 3 a 4 semanas. - As gastrostomias são indicadas quando a terapia nutricional está prevista para exceder de 3 a 4 semanas e quando não há risco de aspiração. - As jejunostomias são indicadas quando a terapia nutricional está prevista para exceder de 3 a 4 semanas e há risco de aspiração. VIAS DE ACESSO A TERAPIA NUTRICIONAL Nutrição Oral Especializada – NOE: A Via oral é o método mais natural e desejável, deve ser de eleição em pacientes dotados de bom nível de consciência e que tenham algum grau de permeabilidade do tubo digestivo. A escolha para a ingesta de alimentos que servem para complementar a alimentação do paciente ou quando a dieta requer complementação é destinada a prevenir ou corrigir deficiências nutricionais COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO a) Avaliar as condições de deglutição do paciente conjunto com a EMTN; b) Identificar, registrar e informar a EMTN fatores que aumentem o catabolismo do paciente, tais como: Úlcera por pressão, febre, diarreia, perdas hídricas, sinais de infecção, imobilidade prolongada; c) Avaliar a tolerância gastrointestinal ao suplemento nutricional,em consonância com a EMTN. d) Manter rigorosamente a oferta do suplemento nutricional nos horários estipulados na prescrição dietética. e) Prescrever cuidados de enfermagem. f) Estabelecer plano educacional ao paciente e familiares, no momento da alta COMPETÊNCIAS DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM - Comunicar ao Enfermeiro ocorrências quanto a aceitação da dieta e/ou suplemento. - Estimular a ingesta da dieta e/ou suplemento ofertado. - Estimular e/ou efetuar a higiene oral após a ingesta. - Proceder o registro das ações efetuadas, no prontuário do paciente, de forma clara, precisa e pontual. VIAS DE ACESSO A TERAPIA NUTRICIONAL SNE: Geralmente através de sondas de alimentação de poliuretano, disponíveis em vários diâmetros (8,10,12,14 e 16 french), colocadas em posição gástrica, duodenal ou jejunal, havendo ainda a sonda gastrojejunal, que reúne duas vias separadas de calibres diferentes permitindo ao mesmo tempo a drenagem do estômago e a alimentação no jejuno. Gastrostomia: Geralmente através de sonda de alimentação de silicone ou poliuretano ,com diâmetro que variam de 14 a 26 french, com âncora ou balão de fixação interna e discos de fixação externa, que são colocadas por diversas técnicas, gastrostomias percutânea endoscópica (GEP), gastrostomias radiológica percutânea, gastrostomias cirúrgicas, aberta (Stamm, Witzel, Janeway), gastrostomias laparoscópica. VIAS DE ACESSO A TERAPIA NUTRICIONAL Jejunostomias: Geralmente através de sondas de alimentação de poliuretano com diâmetro de 8 a 10 french, que podem ser colocadas pela técnica endoscópica percutânea (JEP), ou através de uma sonda de gastrostomia, ou por técnica cirúrgica aberta (Wtzel). Há ainda a possibilidade de aceso jejunal por cateter através de agulha, utilizando cateter de polivínil de 16 Ga ou de Jejunostomias em Y de Roux, usando cateter de silicone com balão. COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO - Participar da escolha da via de administração da NE em consonância com o médico responsável pelo atendimento ao paciente e a EMTN; - Estabelecer o acesso enteral por via oro- naso/gástrica ou transpilórica para a administração da NE, conforme procedimentos pré-estabelecido; - Solicitar e encaminhar o paciente para exame radiológico visando a confirmação da localização da sonda; - Participar da instalação do acesso por ostomia, realizada pelo médico, utilizando-se de técnica asséptica, de preferência no Centro Cirúrgico, obedecendo-se a procedimento escrito estabelecido em consonância com a CCIH; - Garantir que a via de acesso da NE seja mantida; - Garantir que a administração da NE seja realizada no prazo estabelecido, recomendando-se a utilização Bomba de infusão; - Garantir que a troca da NE, sondas e equipo seja realizada em consonância com o pré- estabelecido pela EMTN, em conjunto com a CCIH; - Prescrever os cuidados de enfermagem. - Registrar em prontuário todas as ocorrências e dados referentes ao paciente e à TNE. COMPETÊNCIAS DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM - Participar de treinamento, conforme programas estabelecidos, garantindo a capacitação e atualizaçãoreferente às boas praticas da Terapia Nutricional; - Promover cuidados gerais ao paciente de acordo com a prescrição de enfermagem ou protocolo pré-estabelecido; - Comunicar ao Enfermeiro qualquer intercorrência advinda da TNP; - Proceder o registro das ações efetuadas, no prontuário do paciente, de forma clara, precisa e pontual. TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO BOLOS: - Administração da dieta com seringa a cada 3 à 6 hs. - Forma muito utilizada em home-care (pacientes estáveis); - Tempo de administração: Tempo mínimo padrão de 30 minutos, podendo variar de acordo com o volume prescrito. OBS: Ao término da administração da dieta a sonda deverá ser irrigada com seringa com 20 ml de água potável TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO INTERMITENTE: - Administração por gotejamento, através da força da gravidade; - Forma mais utilizada na maioria dos hospitais da rede pública; - Administração: 3/3hs,preferencialmente em bomba de infusão; - Tempo de infusão de dieta: Minimo (1h) Máximo ( 2h 30min) OBS: Ao término da administração da dieta a sonda deverá ser irrigada com seringa com 20 ml de água potável CONTÍNUA: - Administração obrigatória através de bomba de infusão de dieta; - Tempo de administração: Contínua nas 24hs do dia (sem pausa) Contínua cíclica (6-18h do dia, com pausa noturna) OBS: A cada 4-6 hs a sonda deverá ser irrigada com seringa com 20 ml de água potável ADMINISTRAÇÃO DA NUTRIÇÃO ENTERAL (DITEN, 2011; Lameu, 2005) Adaptado TIPOS DE SONDAS TIPOS DE SONDAS TIPOS DE SONDAS CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA NUTRIÇÃO ENTERAL - Orientar o paciente , a família ou o responsável legal quanto à utilização da TNE. - Receber a NE e assegurar a sua conservação até a completa administração. O profissional responsável pelo recebimento deve conferir no rótulo da dieta o nome do paciente, a data, hora e condições da dieta. Na presença de qualquer anormalidade ou erro no rótulo comunicar o enfermeiro e/ou nutricionista; - A dieta enteral poderá ficar até 3 horas em temperatura ambiente a partir do horário que foi instalada no paciente, após esse tempo deverá ser desprezada. - Lavar as mãos sempre que manipular a sonda: a adoção de melhores práticas de higiene pode reduzir a incidência de contaminação da sonda enteral; CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA NUTRIÇÃO ENTERAL - Assegurar a manutenção da via de administração, garantindo seu adequado posicionamento: notificar a presença de tosse e dispneia, vômito persistente, agitação, retirada da sonda pelo paciente,drenagem de secreção com aspecto ou odor não característico; - Monitorar a pele próxima a inserção da sonda ou nos locais de fixação quanto à ocorrência de vermelhidão, edema, drenagem, sangramento ou ulceração; - Garantir a troca docurativo e ou fixação da sonda enteral; - Manter o paciente em decúbito elevado (fowler 30º a 45°) durante a administração da dieta e 30 à 60 minutos após : evita o refluxo gastroesofágico; - Lavar a sonda com 20ml de água filtrada após a administração de medicamentos e após a infusão da dieta, antes de iniciar a próxima: previne obstrução da sonda; - Colocar a água potável no frasco diet logo após o término da dieta conforme prescrição da nutrição, não reutilizar o frasco diet de outro horário; CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA NUTRIÇÃO ENTERAL - Antes de suspender a dieta dos pacientes que apresentam diarreia, verificar o tempo e acondiconamento da dieta antes da sua infusão, posicionamentoda sonda, velocidade de infusão e comunicar ao médico e/ou nutricionista. - A ocorrência de diarreia em pacientes submetidos à nutrição enteral pode estar relacionada a outras causas como por exemplo, ao uso de antibioticoterapia; - Em caso de obstipação: avisar médico e/ou nutricionista; - Avaliar as condições de hidratação do paciente: turgor da pele, condições da mucosa, débito urinário; - Realizar balanço hídrico; - Monitorar nível glicêmico; CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA NUTRIÇÃO ENTERAL - A dieta enteral é administrada em infusão intermitente/ contínua, por bomba de infusão de 03/03h nos seguintes horários:(6h,9h,12h,15h,18h,21h,24h). Seguir criteriosamente os horários de administração da dieta prescrita e checar no prontuário os horários da administração. - Em casos de exames, jejum para procedimentos cirúrgicos e sonda aberta, informar ao sondário para suspensão da mesma. Em caso de retorno da dieta solicitar para o próximo horário; - Realizar limpeza da bomba de infusão com álcool 70% diariamente; - Detectar, registrar e comunicar ao Enfermeiro, a EMTN e ou o médico responsável pelo paciente, as intercorrências de qualquer ordem técnica e ou administrativa. - Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração e à evolução do paciente quanto ao: peso, sinais vitais, tolerância digestiva e outros que se fizerem necessários. CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA NUTRIÇÃO ENTERAL - Quando for necessária a conservação na unidade de enfermagem da NE manipulada, esta deve ser mantida sob refrigeração, em geladeira exclusiva para medicamentos, mantendo-se a temperatura de 2 ºC a 8 ºC, quando a dieta não for sistema fechado. - A geladeira utilizada para conservação da NE deve ser limpa, obedecendo-se procedimento estabelecido pela CCIH. - O equipo da dieta enteral em sistema aberto deverá ser trocado a cada 24h; - Dieta enteral em sistema fechado poderá ficar até 24h em temperatura ambiente a partir do horário que foi instalada no paciente, após esse tempo deverá ser desprezada; Deve-se colocar o horário da instalação da NE no rótulo. - A água de hidratação dos pacientes que estarão em uso de dieta enteral em sistema fechado será enviada em frascos diet diariamente, conforme cálculo de ingestão hídrica individualizada para cada paciente feito pelo nutricionista. Esta água será enviada de 2 a 3x/dia nos horários de 6,12e18hs, em volumes variados e terá administração simultânea a dieta enteral por gotejamen- to gravitacional. - O equipo da dieta enteral em sistema fechado deverá ser trocado a cada 24h ou se o paciente receber mais de um pack de dieta por dia, deverá ser trocado o equipo a cada nova administração da mesma. CUIDADOS NA ADMINISTRAÇÃO DE DIETA ENTERAL EM PACIENTES COM ESTOMAS Cuidados com a sonda de gastrostomia ou jejunostomia ou ileostomia - Limpar diariamente a pele no local com clorexidina; - Manter a pele peri ostomia sempre seca. - Observar diariamente a pele na região ao redor da sonda; - Verificar possíveis sinais de vazamento de dieta com suco gástrico; - Verificar sinais de processo infeccioso: hiperemia, edema, presença de exsudato TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL Solução ou emulsão composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada a admi- nistração por via parenteral (venosa), central ou periférica, realizada quando o trato gastrointestinal está indisponível ou quando a necessidade nutricional não pode ser atendida de forma completa pelo trato gastrointestinal (via oral/enteral). Portaria nº 272/MS/SNVS/1998 VIAS DE ACESSO QUANTO À VIA DE ADMINISTRAÇÃO: - NPT periférica: Este tipo caracteriza-se pela baixa osmolaridade (menos do que 900 mOsm/L) das soluções, o que possibilita a infusão por veia periférica. Esta NPT é normalmente empregada na fase inicial da TNP, até que se estabeleça um acesso central, ou em pacientes de curto tempo de terapia (<2 semanas). - NPT central: Este tipo caracteriza-se pela elevada osmolaridade (maior do que 900 mOsm/L). Sua administração em veia periférica pode provocar flebite, devendo ser infundida em veia central de grosso calibre (normalmente veia cava superior). VIAS DE ACESSO - Cateter Central de Inserção Periférica (PICC) - Cateter Central de Curta Permanência, de dupla via ou de uma via (VSC > VJI > VF). - Catéter Central de Longa Permanência. OBS: O uso de cateter central está associado à riscos de complicações, por isso, a equipe multiprofissional deve avaliar diariamente a necessidade da permanência desse dispositivo no paciente crítico, juntamente com a equipe médica aasistente. VIAS DE ACESSO COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO - Proceder a punção venosa periféricade cateter intravenoso de teflon ou poliuretano, ou cateter periférico central (PICC), desde que habilitado e/ou capacitado para o procedimento de acordo com a Resolução COFEN Nº 260/2001. - Participar com a equipe médica do procedimento de inserção de cateter venoso central. - Assegurar a manutenção e permeabilidade da via de administração da Nutrição Parenteral. - Receber a solução parenteral da farmácia e assegurar a sua conservação até a completa administração. - Proceder à inspeção visual da solução parenteral antes de sua infusão. COMPETÊNCIAS DO ENFERMEIRO - Avaliar e assegurar a instalação da solução parenteral observando as informações contidas no rótulo, confrontando-as com a prescrição. - Assegurar que qualquer outra droga, solução ou nutrientes prescritos, NÃO sejam infundidos na mesma via de administração da solução parenteral. - Prescrever os cuidados de enfermagem inerentes a Terapia de Nutrição Enteral, em nível hospitalar, ambulatorial e domiciliar. - Detectar, registrar e comunicar a EMTN ou ao médico responsável pelo paciente as intercorrências de qualquer ordem técnica e/ou administrativa. - Garantir o registro claro e preciso de informações relacionadas à administração e a evolução do paciente, quanto aos dados antropométricos, peso, sinais vitais, balanço hídrico, glicemia, tolerância digestiva entre outros. COMPETÊNCIAS DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM - Participar de treinamento, conforme programas estabelecidos, garantindo a capacitação e atualizaçãoreferente às boas praticas da Terapia Nutricional; - Promover cuidados gerais ao paciente de acordo com a prescrição de enfermagem ou protocolo pré-estabelecido; - Comunicar ao Enfermeiro qualquer intercorrência advinda da TNP; - Proceder o registro das ações efetuadas, no prontuário do paciente, de forma clara, precisa e pontual. INFUSÃO DA NPT - Contínua : Infundida de forma forma ininterrupta em 24 hs em BIC ; - Cíclica : Administrada de forma intermitente, no geral administrada em 18h (6-24 h) . CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA NUTRIÇÃO PARENTERAL - Realizar o preparo da bolsa da nutrição parenteral com técnica asséptica, (uso de avental, gorro máscara e luva estéril) - Conferir no rótulo o nome do paciente e seu registro hospitalar, o número do leito, prazo de validade, volume total, volume por tempo de infusão; - Verificar a integridade da embalagem, alterações de cor ou precipitação da solução. Se for notada qualquer alteração na solução, não administrá–lae comunicar ao enfermeiro para providências junto à farmácia e a EMTN. - Separar todo o material definido para a administração da nutrição parenteral e levá-lo para a mesa de cabeceira do paciente; - Apresentar-se ao paciente e/ou acompanhante e explicar o procedimento a ser realizado; - Instalar o sistema de infusão na bomba e programar a mesma conforme orientação do fabricante; CUIDADOS DE ENFERMAGEM NA NUTRIÇÃO PARENTERAL - Higienizar novamente as mãos; - Calçar luva estéril; - Certificar que o cateter está dentro do vaso através do retorno de sangue e confirmar se o mesmo está pérvio; - Certificar que a via do cateter é de USO EXCLUSIVO para a administração da nutrição parenteral. - Fazer a antissepsia no ponto de conexão do cateter com o equipo com álcool à 70%. - Registrar o horário de INÍCIO de administração no paciente e a partir daí contabilizar as 24h máximas para infusão; - Realizar registro no prontuário do paciente. CONSIDERAÇÕES - Segundo a portaria SVA/MS Nº 272/98, a NP é inviolável até o término da sua administração. - Bolsas de NPT manipuladas (não industrializadas) precisam SIM de película fotoprotetora e de armazenamento sob refrigeração se não administrada no paciente assim que recebida; - A validade total da bolsa de NPT manipulada é de 24h sob refrigeração e mais 24h em temperatura ambiente na administração; - - O equipo deve ser trocado ao término de cada bolsa infundida, ou seja, a cada 24hs. - PS: Caso o paciente receba mais de uma bolsa por dia, deverá ser trocado o equipo a cada troca de bolsa de NPT; DESMAME DA NPT - NUNCA deve ser abrupto hipoglicemia de rebote; - Usar soro glicosado a 10% por 8-12hs com o mesmo gotejamento da NP após o término da última infusão; - OBS: Paciente com dieta vo ou enteral sincronizar o desmame da NPT conforme progressão das outras vias de alimentação, sem necessidade aqui de instalação de soro glicosado como citado acima. (Waitzberg, 2010; Calixto-Lima, 2010) As bolsas tricompartimentadas contêm a solução de nutrição parenteral total pronta para uso. A bolsa é constituída de três compartimentos distintos, cada um preenchido com solução de aminoácidos, glicose ou emulsão lipídica a 10% ou 20% . A administração dessa emulsão é feita após a mistura entre os três compartimentos por rompimento do sistema de selagem que os separa. A ativação da solução corresponde a um sistema 3:1 de nutrição parenteral total. TIPOS DE BOLSAS DE NPT TIPOS DE BOLSAS DE NPT As bolsas bicompartimentadas contêm a solução de nutrição parenteral total pronta para uso. A bolsa é constituída de dois compartimentos distintos, cada um preenchido com solução de aminoácidos, glicose . A administração dessa emulsão é feita após a mistura entre os dois compartimentos, por rompimento do sistema de selagem que os separa. A ativação da solução corresponde a um sistema 2:1 de nutrição parenteral total. co BOLSAS DISPONÍVEIS NO MERCADO BAXTER BBRAUN FRESENIUS RECONSTITUIÇÃO DAS BOLSAS DE PRONTO USO 1º PASSO Abra a embalagem protetora. 2º PASSO Enrole a bolsa nela mesma. 3º PASSO Misture o conteúdo, inverta-a pelo menos três vezes. 2º TIPO DE BOLSA DISPONÍVEL NA INSTITUIÇÃO RECONSTITUIÇÃO - 2º TIPO DE BOLSA Conector para equipo A disposição das soluções na bolsa, permite a infusão com ou sem lipídeos. EXISTE POSSIBILIDADE DE OCORRER COMPLICAÇÕES E RISCOS NA TERAPIA NUTRICIONAL? GASTRINTESTINAIS - Náuseas - Vômitos - Estase gástrica - RGE (Refluxo gastro esofágico) - Distensão abdominal, cólicas empachamento, flatulência; - Diarreia: três ou mais evacuações líquidas ou amolecidas em um período de 24 horas; ou fezes líquidas ou amolecidas ao dia por dois dias. - Obstipação: Ausência de vacuação em período maior ou igual a três dias - Choque térmico POSSÍVEIS CAUSAS - Elevados volumes de dieta: reduzir o volume da dieta pela e controlar a administração de água nos intervalos; - Formulação da dieta: modificar a fórmula da dieta - Administração rápida da dieta: rever gotejamento, ajustar ao fluxo lento e regular em bomba de infusão; -Temperatura da dieta: a administração da dieta deverá ser feita à temperatura ambiente; - Deslocamento da sonda: checar posicionamento e reposicionar a sonda; - Posicionamento inadequado do paciente: a cabeceira deverá estar elevada a um ângulo de 30° à 45°. MECÂNICAS - Sangramento e perfuração da traquéia, do parênquima e do trato gastrointestinal - Erosão nasal e necrose - Abscesso septonasal - Sinusite aguda, rouquidão, otite - Faringite - Esofagite, ulceração esofágica, estenose - Fístula traqueoesofágica - Ruptura de varizes esofágicas - Obstrução da sonda/ cateter - Saída ou migração acidental da sonda/cateter Obs: Em ostomias: vazamentos, irritação cutânea, infecção e tamanho incorreto do estoma POSSÍVEIS CAUSAS - Uso prolongado de sondas de grosso calibre - Respiração pela boca devido à sonda - Lavagem incorreta da sonda/ cateter após dieta ou medicamentos - Interação droga x nutriente - Vazamento de secreção gástrica ou intestinal próxima da ostomia - Tosse - Vômito - Tração da sonda/cateter COMPLICAÇÕES METABÓLICAS - Hiperidratação/Desidratação - Hiperglicemia/Hipoglicemia - Anormalidades de eletrólitos - Alterações da função hepática POSSÍVEIS CAUSAS - Retenção gástrica - Cirurgia gástrica -Medicações (opióides, analgésicos entre outros podem diminuir a motilidade gástrica.) - Desidratação - Obstrução do TGI - Ingestão inadequada de fibras - Infusão Rápida da NPT INFECCIOSAS - Gastroenterites - Pneumonia aspirativa - Infecção do sítio de inserção do catéter POSSÍVEIS CAUSAS - Higiene inadequada de mãos, utensílios e materiais durante o preparo/ manuseio do cateter - Deslocamento da sonda. Migração para o esôfago - Obstrução esofágica por sonda de grande calibre - Refluxo gastroesofágico, diminuição do reflexo de vômito - Regurgitação do conteúdo gástrico RESPIRATÓRIAS - Aspiração pulmonar - Pneumonia infecciosa POSSÍVEIS CAUSAS - Deslocamento da sonda. Migração para o esôfago PSICOLÓGICAS - Ansiedade - Depressão - Falta de estímulo ao paladar - Monotonia alimentar - Inatividade CONSIDERAÇÕES FINAIS A EMTN tem atuação permanente no planejamento da terapia nutricional parenteral, incluindo as fases: preparatória, instalação, manutenção, término do tratamento. Seu desempenho tem vital importância, pois possibilitará o sucesso desta terapêutica através dos cuidados especializados, a observação criteriosa e frequente de toda a equipe multiprofissional. OBRIGADA
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