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RAPS crianças e adolescentes - psiquiatria

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Rede de atenção psicossocial
RAPS: prevê a criação, a ampliação e a articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com determinadas necessidades.
Objetivos gerais do RAPS:
· Ampliar o acesso à atenção psicossocial da população em geral
· Promover a vinculação das pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e de suas famílias aos pontos de atenção 
· Garantir a articulação e a integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências 
Objetivos específicos:
· Promover cuidados em saúde especialmente a grupos mais vulneráveis – crianças, adolescentes, jovens, pessoas em situação de rua e populações indígenas
· Prevenir o consumo e a dependência de álcool e outras drogas e reduzir os danos provocados pelo consumo
· Promover a reabilitação e a reinserção das pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas química por meio do acesso ao trabalho 
· Produzir e ofertar informações sobre os direitos das pessoas, as medidas de prevenção e cuidado e os serviços disponíveis na rede
· Regular e organizar as demandas e os fluxos assistenciais da rede de atenção psicossocial 
· Monitorar a avaliar a qualidade dos serviços mediante indicadores de efetividade e resolutividade da atenção 
1. Atenção básica
1.1 Estratégia Saúde da Família (ESF) e Unidades básicas de Saúde (UBS)
Ações de promoção de saúde mental, prevenção e cuidado dos transtornos mentais, redução de danos e cuidado para pessoas com necessidades decorrentes de necessidades (decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas) podem ser realizadas nestes pontos de atenção. 
Fator positivo para a formação de vínculos: proximidade da AB com famílias, escolas e outros espaços de convivência de crianças e adolescentes. 
As ações devem ser realizadas em ambientes socioeducativos e fora deles. Além de prevenir agravos e promover a saúde, o trabalho articulado entre equipes de saúde e unidades socioeducativas auxilia na construção de novos projetos de vida para esses jovens. 
1.2 Equipes de atenção básica para populações em situações específicas
· Equipe de consultório de rua: formada por profissionais que atuam de forma itinerante, ofertando ações e cuidados de saúde para a população em situação de rua. Responsabilidades:
· Ofertar cuidados em saúde mental para: pessoas em situação de rua no geral, pessoas com transtornos mentais e usuários de álcool e outras drogas 
Essa modalidade favorece a criação de vínculos e o acesso desses usuários aos serviços e ações do SUS. 
Abordagem de crianças e adolescentes: tende a agir de forma estratégica para permitir a visibilidade dessas pessoas no SUS e em outras políticas intersetoriais. Os consultórios de rua têm lugar privilegiado na observância do principio de proteção integral preconizado pelo ECA. 
1.3 Núcleo de apoio à saúde da família (NASF) 
Profissionais de diferentes áreas que atuam de forma integrada, apoiando equipes de saúde da família e equipes de atenção básica para populações específicas, ofertando apoio especializado (matricial) discussão de casos e cuidado compartilhado dos pacientes.
O trabalho com a população infanto-juvenil pode fazer uso de ações tais como as realizadas por grupos terapêuticos, intervenções familiares, apoio e suporte nas proposições de projetos terapêuticos instituídos para crianças, adolescentes e suas famílias. 
1.4 Centros de convivência e cultura
Serviços abertos a toda a população e que atuam na promoção da saúde e nos processos de reabilitação psicossocial, a partir do resgate e da criação de espaços de convívio solidário, fomento à sociabilidade, produção e intervenção na cultura e na cidade.
Podem ofertar a crianças e adolescentes espaços e cronogramas de atividades específicas – atividades lúdicas, de formação, produção cultural entre outros. É importante a disponibilidade de horários alternativos para abranger um maior número de pessoas
· Podem promover atividades para adolescentes privados de liberdade
· Característica: diversidade de pessoas em circulação – pessoas que tem ou não tem demanda por cuidados em saúde mental
2. Atenção psicossocial
2.1 Centro de atenção psicossocial (CAPS)
· Constituído por equipe interdisciplinar 
· Realizado prioritariamente em espaços coletivos se articulando com outros pontos de atenção da rede de saúde e das demais redes 
· Realiza atendimento prioritário às pessoas com sofrimento ou transtornos mentais graves e persistentes 
· Atuam de forma territorial 
· São serviços estratégicos para agenciar e ampliar as ações de saúde mental e contra os efeitos do uso de álcool e outras drogas 
· Cuidados médicos, psicológicos, de assistência social
· Há diversas modalidades e todas elas podem atender à população infanto-juvenil 
3. Atenção residencial de caráter transitório
3.1 Unidade de acolhimento (UA)
· Oferecimento de cuidados contínuos de saúde: funcionamento durante 24h 
· Em ambiente residencial 
· Para pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, de ambos os sexos, que apresentam vulnerabilidade social e/ou familiar e demandem acompanhamento terapêutico e protetivo de caráter transitório
· Tempo de permanência na unidade de acolhimento para crianças e adolescentes é de até 6 meses 
· O acolhimento é definido exclusivamente pela equipe do CAPS de referência – elaboração de projeto terapêutico singular do usuário 
· Modalidades
· Unidade de acolhimento adulto: > 18 anos
· Unidade de acolhimento infanto-juvenil:12-18 anos completos 
A UA pode ser um recurso importante para reinserir o adolescente socialmente e auxilia-lo a construir novos projetos de vida que visem sua autonomia e emancipação. 
· Importantes dispositivos no sentido de evitar internações desnecessárias e favorecer o fortalecimento de ações de cuidado 
4. Atenção de urgência e emergência
· Pontos de atenção da rede de atenção às urgências 
· São responsáveis pelo acolhimento, pela classificação de risco e pelo cuidado nas situações de urgência e emergência as pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas
· Casos de crianças e adolescentes com quadros de abstinência, intoxicação por droga ou alguma situação de crise: CAPS pode ser acionado se disponível na região para uma primeira avaliação e caso necessário, pode-se recomendar o encaminhamento para outro ponto de atenção de urgência ou hospitalar 
Os momentos de crise são os de maior fragilidade do usuário e é necessário que ele tenha sempre alguém de referência em seu acompanhamento. 
Em todos os casos é essencial o seguimento do tratamento no CAPS ou equipe de atenção básica mais próxima. 
5. Atenção hospitalar
5.1 Serviço hospitalar de referência para atenção às pessoas com sofrimento ou transtornos mentais, incluindo as que possuem necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas
· Serviço constituído de leitos em enfermarias da clínica médica, pediatria ou obstetrícia habilitados para oferecer suporte hospitalar em saúde mental 
· Atendimento pontual e de curta permanência 
· Em nível local ou regional, compõem a rede de atenção psicossocial 
5.2 Enfermaria especializada em hospital geral
· Enfermaria de saúde mental em hospital geral composta por equipe interdisciplinar, de forma a oferecer suporte às situações de agravamento nas quais haja necessidade de acesso à tecnologia hospitalar
· Cuidado pontual 
· Internação de curta/curtíssima duração 
· Acesso aos leitos: regulado a partir de critérios clínicos, devendo ser respeitados os arranjos locais de gestão 
· Crianças e adolescentes: em caso de necessidade, devem ser acolhidos nos leitos disponíveis mesmo que não existam no território leitos específicos para crianças e adolescentes 
6. Temas relevantes
6.1 Papel estratégico da educação
Quando falamos em criançase adolescentes, é necessário e fundamental conferir devida importância aos processos educativos e às instituições que delas se ocupam formalmente. 
· Escolas: são ambientes privilegiados para o desenvolvimento das crianças e suas famílias, tanto na promoção de fatores protetivos quanto na detecção de riscos e na redução de danos de agravos psicossociais. Agregam diversidades e singularidades, potencialidades e recursos significativos para a produção de saúde, garantia de proteção integral, entre outros. 
· Não são atribuições da comunidade escolar a identificação e diagnóstico de patologias ou transtornos mentais
· Promoção de ambientes, ações e situações que visem ao desenvolvimento saudável de crianças e adolescentes 
6.2 Uso e dependência de drogas
Deve-se ter um olhar cuidadoso para a criança e o adolescente usuários de drogas, entre outros motivos, em função da fase peculiar de desenvolvimento em que eles se encontram 
· É importante ofertar possibilidades de acolhimento, escuta e vinculação para a elaboração de projetos terapêuticos mais adequados às suas situações de vida 
· O uso de drogas entre adolescentes é recorrente, sobretudo se considerado esse ciclo de vida como um período de muitas experimentações pessoais e socioculturais 
· Uso de drogas pode ser justificado como uma forma de lidar com situações adversas – falta de moradia e acesso à escola por exemplo, frustrações pessoais, entre outros 
· Para abordar a questão das drogas de forma mais sistêmica e complexa, pensa-se em estratégias amplas que incluam políticas intersetoriais para além da saúde (cultura, educação, esporte, lazer) e que deem conta de responder às carências e às demandas identificadas 
· É fundamental criar novas formas de sociabilidade para crianças, adolescentes e suas famílias 
· Lembrar sempre que nem todo uso de drogas é sinal da existência de patologias: abertura para medicalização e internação indiscriminadas 
6.3 Proteção social integral, atenção em saúde e medidas socioeducativas 
a) Proteção social integral
A organização desse serviço deverá garantir a privacidade e o respeitos aos costumes, tradições e à diversidade de ciclos de vida, arranjos familiares, etnia, religião, entre outros. 
· Serviços de acolhimento: pautam-se no pressuposto do ECA e no Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes À convivência Familiar e Comunitária (CONANDA)
· Medida protetiva de acolhimento institucional: o ECA preconiza em casos excepcionais – situações de grave risco à integridade física ou psíquica 
· Observar os princípios
· Da excepcionalidade
· Da provisoriedade
· Da preservação e do fortalecimento de vínculos familiares e comunitários
· Da garantia de acesso e do respeito à diversidade e à não discriminação 
· Da oferta e do atendimento personalizado e individualizado 
· Da garantia de liberdade de crença e religião; do respeito à autonomia da criança, do adolescente e do jovem
· Abrigo institucional, casa-lar, serviço de acolhimento em família acolhedora, república: cada um possui suas próprias indicações 
b) Atenção em saúde
Ações voltadas aos casos de maior gravidade ou necessidade de intensificação de cuidados. 
· Acolhimento integral extra-hospitalar
· Para situações de conflito ou necessidades clínicas que envolvam acompanhamento: nesses casos, estão previstos acolhimentos diurno e/ou noturno nos centros de atenção psicossocial
· Nos casos de problemas relacionados ao uso de drogas associadas a situações de fragilidade familiar: atenção residencial em caráter transitório nas unidades de acolhimento infanto-juvenis.
· Internação
· É o último recurso a ser acionado: quando todas as possibilidades de cuidado nos serviços comunitários estiverem esgotadas
· A internação em saúde mental deve ter como parâmetro a necessidade clínica do usuário e com o menor tempo possível de permanência 
· Modalidades de internação: 
I: voluntária – aquela que se dá com o consentimento do usuário
II: involuntária – aquela que se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro
III: compulsória: determinada pela justiça – excepcional e em situações extremas 
c) Medidas socioeducativas
Qualquer abordagem voltada à proteção integral de crianças e adolescentes deve trabalhar com várias dimensões de sua vida, de modo a construir novas formas de lidar com o sofrimento e, consequentemente, com o uso de drogas, transgressão à lei, entre outros. 
· Fundamental a singularização de cada caso para entender os contextos em que ocorrem os atos infracionais e pensar no sentido deles na vida do indivíduo
· Em razão da despenalização do uso de substancias psicoativas lida-se com uma sensação de maior risco de continuidade no consumo, pois o indivíduo não tem seu cotidiano abalado significativamente 
· É necessário adotar uma estratégia no qual, ainda que o uso perdure, não seja nocivo aos afazeres do dia a dia e nem ao desenvolvimento psíquico do adolescente 
Então, no que tange o sistema socioeducativo, é interessante reconhecer que tanto o ECA quanto o Sinase determinam a implementação de programas sociais e sociofamiliares destinados aos egressos do sistema educativo. 
6.4 Atenção às crianças, aos adolescentes e às suas famílias em situação de violência 
· Política de saúde: também tem responsabilidades no enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes
· Deve ser assegurado que “nenhuma criança e adolescente seja objeto de qualquer forma de negligencia, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”
· Causas externas (acidentes e violências): 1a causa de morte de crianças a partir de um ano de idade 
· Promoção de atenção integral à saúde de crianças e adolescentes com direitos violados: Linha de Cuidado para a Atenção Integral à Saúde de Crianças, Adolescentes e Suas Famílias em Situação de Violência – orienta ações e serviços de respostas imediatas nas dimensões de acolhimento, atendimento e notificação 
· Linha de Cuidado: instrumento pedagógico que oferece diretrizes aos profissionais de saúde para, em seu dia a dia, reconhecerem/identificarem sinais de alerta e sintomas de violência 
· Essa ação exige a continuidade do cuidado na rede de proteção social a todas as crianças e adolescentes que já tiveram seu direito violado
A rede atenção psicossocial integra a linha de cuidado para a atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e suas famílias em situação de violência em vários pontos de atenção à medida que recebem os casos e dão continuidade ao atendimento e/ou seguimento na rede, conforme suas demandas. A saúde mental pode ser vista, então, como condição decorrente da provisão de cuidados e da atenção de qualidade, providas sob os princípios da humanização e proteção integral.

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