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Rorschach O autor Hermann Rorschach e a história do teste: - Enquanto trabalhava em um hospital da Suíça, um colega publicou, em 1917, uma tese de doutorado sobre uma prova de manchas que havia inventado. Hermann renovou seu interesse na técnica já utilizada. Hermann chegou a utilizar 40 lâminas, sendo que 15 eram utilizadas com maior frequência. O autor compilou as respostas de 305 participantes à quem perguntava “o que poderia ser isto?”. A prova foi aplicada a 117 neuróticos e a 118 psicóticos. - As respostas subjetivas lhe facilitavam distinguir entre uns e outros, com base nas habilidades perceptuais, inteligência e características emocionais. Hermann considerava esta prova como um espelho onde a mancha constituiu um estímulo ótico, o qual ativa imagens que são projetadas de volta às manchas. Isto se baseia na tendência a projetar interpretações e emoções diante de estímulos ambíguos (manchas, neste caso). - Assim, os observadores são capazes de entrever de maneira mais profunda, traços de personalidade e impulsos no sujeit o que realiza a prova. Vários colegas de Hermann o motivaram a publicar estes resultados. O manuscrito que contém a versão original da prova consiste em 15 lâminas, porém, após a rejeição de seis editores, reduziu-se o número de lâminas a dez. A versão final foi impressa em 1921, sob o título “Psicodiagnóstico Rorschach”, reduzindo-se o tamanho e alterando-se as cores das lâminas O teste: - A prova é um método projetivo, onde o sujeito deve descrever o que vê nas 10 lâminas. Algumas delas são em preto e branco e outras coloridas. - A resposta de cada uma é classificada de acordo com a informação que o sujeito dá, a qual pode incluir forma, cor ou conteúdo. - A teoria diz que os símbolos que se projetam sobre a prova pertencem tanto ao código genético, como aos arquétipos, os quais são ativados por necessidades que se apresentam na vida do indivíduo. Desta maneira, os símbolos são frequentemente fatores que despertam nossa memória em um nível emocional, o qual é medido e classificado. - Por tal razão, esta prova é, hoje em dia, uma das mais utilizadas, apesar de ser antiga. O exame: - O exame pode ser feito com um enfoque qualitativo (Klopfer) ou quantitativo (Exner). - O exame inclui 4 fases e duas facultativas: 1. Administração 2. Inquérito 3. Classificação da resposta 4. Interpretação 5. Período de analogia (fase facultativa) 6. Teste de limites (fase facultativa) - OBS: No artigo só tem 4 fases (administração, inquérito, período de analogia e teste de limites, sendo as duas últimas classificadas como facultativas no artigo). No slide, em um primeiro momento ela coloca essas 4 fases, mas depois só desenvolve as duas primeiras e adiciona “classificação da resposta” e “interpretação”. ADMINISTRAÇÃO: - Objetivo: obter uma amostra do comportamento do sujeito, numa situação-estímulo relativamente padronizada, mas ambígua, não estruturada, nova para o sujeito. INQUÉRITO: - Objetivo: Averiguar aspectos perceptocognitivos subjacentes às respostas. - O que esse espera do examinador: 1. Identificar unidades de escore e área da mancha à qual se referem. 2. Identificar características do estímulo que determinam o percepto. 3. Explorar as especificações do percepto. 4. Avaliar o grau de adaptação do conceito à área da mancha. 5. Classificar as respostas, atribuindo escores principais e adicionais e avaliar o nível formal. CLASSIFICAÇÃO DA RESPOSTA: - Localização da resposta - Escore da forma e qualidade da forma - Escore de outros determinantes de conteúdo - Respostas populares INTERPRETAÇÃO: - Elaboração do quadro resumo, distribuindo os dados quantitativos e qualitativos. - A análise dos dados pode permitir chegar a uma descrição geral da personalidade, bem como a hipóteses diagnósticas. ARTIGO - Em primeiro lugar é preciso ter em mente que a situação em que o teste é realizado é escassamente estruturada, tornando-se difícil o controle de certas variáveis associadas a características individuais do psicólogo, durante a administração e o inquérito. - Em segundo lugar, sendo o instrumento bastante complexo é difícil, a adequação de sua utilização fica muito dependente do aprendizado do estudante. - Há todo um trabalho exaustivo, cuja qualidade depende, de um modo geral, da formação, da experiência com variados tipos de pacientes e do constante manejo dos manuais de texto. Contudo, tudo isso não substitui a capacidade de realizar um bom inquérito, o que pressupõe anos de supervisão segura e competente. - Em terceiro lugar, embora clinicamente potente, o Rorschach tem suas limitações, é deve-se discernir quando seu uso é indicado -O teste é sensível a variações dentro de um quadro clínico, associadas com a duração da doença, à severidade, à ação de algumas drogas terapêuticas, de modo que a lista de indicadores diagnósticos nem sempre é adequada ao caso individual. -Assim, não se pode fazer uma superestimativa do instrumento, e não é adequado usá-lo para uma análise às cegas, exceto com objetivo de pesquisa. -O conhecimento da história do sujeito é fundamental e representa uma garantia em termos de precisão diagnóstica. E, mesmo que nem sempre os dados permitam conclusões diagnósticas, eles são sempre importantes na avaliação da personalidade é na identificação de áreas que devem ser focalizadas na terapia. - Em quarto lugar, uma vez que toda a fundamentação para a classificação das respostas está na existência de um material que desencadeia operações perceptocognitivas e em relação ao qual se testam a qualidade e a especificidade das respostas do sujeito, somente uma administração adequada e um inquérito satisfatório podem garantir a qualidade científica dos resultados. O EXAME - O exame inclui 4 partes ou fases: Administração propriamente dita Inquérito Período de analogia Teste de limites Administração propriamente dita - Também pode ser denominada performance ou fase de associação livre - A administração propriamente dita abrange desde a maneira como sentem o examinador e o sujeito, a entrega das lâminas e instruções, a anotação do tempo de reação e do tempo total e o registro do comportamento verbal e não verbal Inquérito - Parece constituir a fase mais importante de toda a administração, porque deve fornecer subsídios para tornar clinicamente úteis as verbalizações registradas durante a primeira fase. - Objetivo: averiguar aspectos perceptocognitivos subjacentes às respostas. Por isso, deve partir das próprias verbalizações do sujeito, restringindo-se, tanto quanto possível, à terminologia por ele utilizada - Não obstante, seu referencial básico é o material da mancha, de modo que envolve um constante redirecionamento do sujeito para a área da lâmina selecionada. - As perguntas do examinador devem ser, na medida do possível, neutras e rotineiras, subentendendo-se a existência de um roteiro implícito. Período de analogia - Geralmente um bom inquérito torna dispensável o período de analogia. - Porém, esse se justifica quando permanecem dúvidas sobre aspectos importantes, em especial se são essenciais para um diagnóstico diferencial. - Caso contrário, não deve ser utilizado Teste dos limites - É um recurso conveniente para testar reações específicas a determinadas lâminas (como indícios de choque, manifestações ativas, etc) e para avaliar potenciais do sujeito. - Entretanto, quanto menos sugestiva puder ser essa fase, menos comprometerá o desempenho do sujeito em futuro reteste, de modo que deve se restringir à testagem de hipóteses realmente fundamentais no contexto geral da avaliação.
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