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SÍFILIS Ana Clara Pólvora Referências Bibliográficas http://www.aids.gov.br/pt-br/pub/2016/boletim-epidemiologico-de-sifilis-2016 ; http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/sifilis_estrategia_diagnostico_brasil.pdf ; http://www.scielo.br/pdf/abd/v81n2/v81n02a02.pdf ; http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_sifilis_bolso.pdf ; Tratado de Infectologia e Doenças Parasitárias Veronesi _5ª Ed;pdf Introdução Doença: Infectocontagiosa; Sistêmica; Evolução crônica; Manifestações cutâneas temporárias. AGENTE ETIOLÓGICO Treponema pallidum Epidemiologia Entre os anos de 2014 e 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7%, a sífilis em gestantes 20,9% e congênita, de 19%; Em 2015, o número total de casos notificados de sífilis adquirida, no Brasil, foi de 65.878; Com relação à sífilis congênita, em bebês, em 2015, foram notificados 19.228 casos da doença, uma taxa de incidência de 6,5 por 1.000 nascidos vivos. Epidemiologia #NOTÍCIASQUENTES!!! Secretaria de Vigilância em Saúde − Ministério da Saúde- Boletim Epidemiológico 2016 Transmissão Sexual Adquirida Transplacentária Congênita Transmissão Na sífilis recente, a infecção ocorre pelo contato e na sífilis latente por meio de fluido corporal (principalmente pelo sangue). O contágio pode ser direto, quase sempre genital, e, mais raramente, cutâneo e bucal. Classificação Adquirida Recente Primária Secundária Tardia Latente tardia Latente recente Terciária Classificação Congênita Recente Tardia Sífilis Primária Cancro duro ou protofissiloma; Até 21 dias após o contato sexual através da pele lesada ou mucosa; Exame Físico: lesão de coloração rósea, ulcerada, geralmente única e indolor, medindo 1 a 2 cm, bordas delimitadas, endurecidas e elevadas, fundo limpo, liso e brilhante, secreção serosa escassa, acompanhada de adenopatia regional (unilateral, múltipla, não supurativa, móvel, indolor e sem sinais flogísticos); Sífilis Secundária Manifestação após 4-8 semanas do desaparecimento da lesão primária; Lesões cutaneomucosas não ulceradas simétricas, localizadas ou difusas; Linfadenopatia generalizada (85%), demora meses para desaparecer; Sintomas gerais ( artralgia, febrícula, cefaleia e adinamia); As lesões regridem espontaneamente, e desaparecem 2-6 semanas, raramente deixando cicatrizes. 13 Sífilis Latente Caracteriza-se pela ausência de sinais e sintomas; Pode durar de 3 a 20 anos; Diagnóstico só é feito por meio do teste sorológico. RECENTE TARDIA < 1 ANO > 1 ANO Sífilis Terciária Os sintomas parecem cerca de 3 – 20 anos depois da infecção, por conta de complexos imunológicos; Formação de granulomas destrutivos (gomas) e ausência quase total de treponemas; Pode acometer: pele, sistemas cardiovascular, nervoso, ossos, músculos e fígado. 15 Neurossífilis Pode ocorrer em qualquer fase da doença; Precoce: afeta o líquor, vasos cerebrais e meninges e medulas. Tardia: acomete meninges, cérebro ou medula. Suas manifestações incluem paresia geral, demência progressiva com quadro psicótico e tabes dorsalis. Degeneração lenta dos neurônios sensitivos, ou seja, ocorre perda da sensação de propriocepção, controle de esfíncteres e dores lancinantes. MARCHA TABÉTICA Relembrando... CONTÁGIO 3 sem 10 sem 1ª Cancro 2ª Lesões cutâneos mucosas e linfadenopatia 12 meses Latente recente Latente tardia Terciária Alterações neurológicas, cardiovasculares e cutaneomucosas Recente Tardia 3 a 20 anos Sífilis e HIV As interações entre a sífilis e o vírus HIV iniciam se pelo fato de que ambas as doenças são transmitidas principalmente pela via sexual e aumentam sua importância porque lesões genitais ulceradas aumentam o risco de contrair e transmitir o vírus HIV; A sífilis nos pacientes infectados pelo HIV, não apresenta comportamento oportunista, mas possui características clínicas menos usuais e acometimento do sistema nervoso mais frequente e precoce; Na sífilis primária a presença de múltiplos cancros é mais comum, bem como a permanência da lesão de inoculação que pode ser encontrada em conjunto com as lesões da sífilis secundária.3 Sífilis Congênita O resultado da disseminação hematogênica do Treponema pallidum, da gestante infectada não-tratada ou inadequadamente tratada para o seu concepto, por via transplacentária. A taxa de infecção da transmissão vertical do T. pallidum em mulheres não tratadas é de 70 a 100%, nas fases primária e secundária da doença, reduzindo- se para aproximadamente 30% nas fases tardias da infecção materna (latente tardia e terciária). Transmissão direta por meio do canal de parto Se lesões genitais maternas Transmissão direta por aleitamento Se lesão mamária por sífilis Sífilis Congênita Precoce ≤ 2 anos Baixo peso; Icterícia; Anemia severa; Lesões cutaneomucosas; Lesões palmo plantares; Condilomas planos ano genitais; Lesões ósseas – periostite e osteocondrite (pseudoparalisia de Parrot); Convulsões e meningite. Tardia > 2 anos Tíbia em “lâmina de sabre”; Fronte olímpica; Surdez neurológica; Nariz em sela; Mandíbula curta e arco palatino elevado; Tríade de Hutchinson – dentes de Hutchinson(dentes incisivos mediais superiores apresentam as bordas laterais convexas, e a borda livre em meia lua + ceratite intersticial + lesão do VIII par craniano) e hidrocefalia. Diagnóstico geral Pesquisa direta: identificação do agente etiológico a partir do material colhido pela raspagem da lesão; Sorologia não treponêmica: é utilizado no rastreio da sífilis, no entanto são relativamente inespecíficos e não absolutos para sífilis. Teste treponêmico: são os primeiros a positivar, tornando-se reativos a partir de 7 a 15 dias da infecção. Em geral, devem ser reservados para a confirmação de um teste não treponêmico positivo. São qualitativos e muito específicos Sensibilidade Especificidade Diagnóstico geral FTA-Abs + FTA-Abs - VDRL + Sífilis recente/ em atividade Falso positivo VDRL - Doença latente Sífilis antiga Não tem sífilis INTERPRETAÇÃO DE RESULTADOS Diagnóstico Sobre a sífilis congênita... O significado de testes positivos, treponêmicos ou não, no soro dos recém-nascidos, é limitado em razão da transferência passiva de anticorpos IgG maternos que, no entanto, tendem progressivamente a declinar até a sua negativação, ao fim de alguns meses. Na ocorrência de sífilis congênita, ao contrário, os títulos se mantêm ou ascendem, caracterizando uma infecção ativa. Tratamento Estágio da doença Tratamento recomendado Alternativa Controle de cura (sorologia) PRIMÁRIA Penicilina G Benzatina (2,4 milhões UI, IM) Dose única 1,2 milhões UI, IM, em cada glúteo Doxiciclina, 100 mg, 12/12 (VO), 15 dias, ou Tetraciclina, 500 mg, 6/6h (VO), ou Eritromicina, 500mg, 6/6h (VO) Exame sorológico não treponêmico trimestral RECENTE Secundária Latente recente (<1 ano de evolução) Penicilina G Benzatina, 2 séries Dose total: 4,8 milhões, UI, IM Intervalo de 1 semana entre as doses Doxiciclina, 100 mg, 12/12h (VO), 15 dias ou Tetraciclina, 500 mg, 6/6h (VO), ou eritromicina, 500 mg, 6/6h (VO) Exame sorológico não treponêmico trimestral. Tratamento Estágio da doença Tratamento recomendado Alternativa Controle de cura (sorológico) TARDIA Latente tardia Terciária Penicilina G Benzatina , 3 séries Dose total: 7,2 milhões, UI, IM Intervalo de 1 semana entre as doses Doxiciclina, 100 mg, 12/12h (VO), 30 dias, ou Tetraciclina, 500mg, 6/6h (VO), ou eritromicina, 500 mg,6/6h (VO) Exame sorológico não treponêmico trimestral. NEUROSSÍFILIS Penicilina G Cristalina, aquosa 18 a 24 milhões de UI por dia. 10 a 14 dias Ceftriaxone, 2g IV ou IM por 10 a 14 dias Exame de líquor de 6/6 meses, até normalização. Tratamento em gestante Tratamento Tratamento Alternativo Penicilina G Benzatina Em dose apropriada para cada estágio da doença: Penicilina G Benzatina : - 2,4 milhões - 4,8 milhões - 7,2 milhõesNão há alternativas comprovadas. É indicado dessensibilização, na impossibilidade deve-se utilizar estearato de eritromicina , 500 mg, 6/6h por 15 dias (sífilis recente) ou 30 dias (sífilis tardia) * *O feto não deve ser considerado tratado, pois a droga não é capaz de atravessar a barreira placentária. A tetraciclina e o estolato de eritromicina são contraindicados, pois alteram o esmalte dentário e litíase intra hepática . QUESTÕES Residência Médica (2014)- Hospital Israelita Albertin Einstein- SP O tratamento de escolha para a sífilis primária (Ministério da Saúde, Doenças infecciosas e parasitárias, 2010), assinale a correta: A. Azitromicina 500mg,VO, 1 cp/dia, por 7 dias B. Eritromicina 500mg,VO, 1 cp 6/6h, por 10 dias C. Penicilina G benzatina 2.400.000 UI, 1 vez por semana, 3 semanas D. Penicilina G benzatina, 2.400.000 UI ,IM, dose única E. Penicilina G benzatina 1.200.000 UI, IM, 7/7 dias por 6 semanas. Residência médica 2015- Hospital Universitário de Jundiaí-SP Paciente, 18 anos, com genitália externa apresentando ulceração indolor, base dura, fundo liso, linfonodos duros e indolores, condilomas planos. O diagnóstico provável é : Lesão por HPV Carcinoma de vulva Cancro mole Herpes genital Sífilis primária Obrigado ! Já está no Drive
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