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Exame Físico do Abdome: Sistema Digestivo Profº Ítalo Torres Esp. em Enfermagem Obstétrica com ênfase na rede cegonha (UFMG) Esp. em Saúde Mental (UCDB) Esp. em Auditoria e Gestão em Saúde (FGB) EXAME FÍSICO: conceito Trata-se de um conjunto de técnicas para a avaliação física de um paciente. Essas técnicas são utilizadas por profissionais da saúde que visam diagnosticar algum mau funcionamento, doença, anormalidades, etc (FERNANDES, 2006). Ao exame físico são inerentes competências técnicas como anamnese (entrevista), inspeção, palpação, percussão e ausculta (SILVA E TEIXEIRA, 2011). EXAME FÍSICO Ouvir sons produzidos pelo corpo. Isso pode ser feito com o auxílio ou não de instrumental (estetoscópio). AUSCULTA PERRY E POTTER, 2013. INSPEÇÃO Visão – escrutínio atento, cuidadoso, primeiramente do indivíduo como um todo e, em seguida, de cada sistema do corpo; PALPAÇÃO Tato – avaliar a textura, a temperatura, a umidade, o local, a vibração, a pulsação, a rigidez, a elasticidade e a presença de nódulos ou massas e crepitação; PERCUSSÃO Golpear a pele do indivíduo com toques curtos e firmes para avaliar estruturas subjacentes. Os golpes geram uma vibração palpável e um som característico que mostra a localização, o tamanho e a densidade do órgão subjacente. EXAME FÍSICO Durante o exame físico, o profissional utilizará quatro dos seus cinco sentidos: PERRY E POTTER, 2013. Visão Tato Audição Olfato EXAME FÍSICO O exame físico completo inclui: peso, altura, sinais vitais e um exame cefalocaudal de todos os sistemas do corpo de um paciente. Faz parte da avaliação realizada pelo enfermeiro durante a sistematização da assistência. HINKLE E CHEEVER, 2016. EXAME FÍSICO Antes de iniciar o exame, deve-se higienizar as mãos. É um gesto sutil, porém muito apreciado de preocupação com o bem-estar do paciente. PASSOS, 2018 Preparação para a realização do exame Abordagem ao paciente; Queixas atuais, sintomatologia; Escopo do exame; Ambiente: proporcionar privacidade ao paciente; iluminação adequada; Equipamentos: organizados e prontamente disponível para utilização; ex.: formulários, estetoscópio, termômetro, balança antropométrica etc. Preparação física do cliente: o conforto físico é vital para um exame bem sucedido. BRUNNER E SUDDARTH, 2016. Posicionamento do paciente Vai depender da manobra que será realizada e das estruturas que serão analisadas; Paciente deve ficar exposto o menor tempo possível durante a realização das manobras; Não deve causar nenhum tipo de constrangimento ou desconforto; Posições utilizadas: sentada, Fowler, decúbito dorsal, litotômica, posição de Sims, decúbito ventral, decúbito lateral e genupeitoral. PERRY E POTTER, 2013 Posições do paciente PASSOS, 2018 SISTEMA DIGESTIVO EXAME FÍSICO DO ABDOME: inspeção, ausculta, percussão e palpação A sequencia deve ser respeitada, pois a palpação e a percussão podem influenciar os achados da ausculta abdominal. O abdome deve ser dividido em quatro ou nove quadrantes: PASSOS, 2018 EXAME FÍSICO DO ABDOME: inspeção, ausculta, percussão e palpação AUSCULTA PERCUSSÃO Sons abdominais Borborigmos: sons audíveis sem a utilização de estetoscópio; Ruídos hidroaéreos: movimento de ar e líquidos dentro do intestino audíveis com o estetoscópio. Podem ser normais ou ausentes e hiperativos ou hipoativos. Objetivo avaliar a distensão abdominal, ascite ou massas na região abdominal; Manobras de percussão direta e indireta, em sentido horário; Podem ser encontrados sons timpânicos, hipertimpânicos, maciços e submaciços. PERRY E POTTER, 2013. EXAME FÍSICO DO ABDOME: inspeção, ausculta, percussão e palpação PALPAÇÃO Objetivo detectar massas, formas e consistência de órgãos; superficial: para detectar áreas de sensibilidade abdominal, distensão ou massa. profunda: para delinear os órgãos abdominais e detectar perda obvia de massa. Nas manobras de compressão e descompressão brusca, o teste será positivo quando houver dor. EXAME FÍSICO DO ABDOME: inspeção, ausculta, percussão e palpação Palpação do baço Palpação do fígado Paciente: em decúbito lateral esquerdo; Padrão normal: órgão não é palpado. Só é possível na presença de esplenomegalia. Paciente: em decúbito dorsal / profissional: à esquerda; Pode ou não ser palpado: normal quando palpado macio e com superfície lisa, com seu inferior entre 2 ou 3 cm abaixo do rebordo costal. PERRY E POTTER, 2013. EXAME FÍSICO DO ABDOME: inspeção, ausculta, percussão e palpação Sinal de Rosving: palpação profunda e contínua na região do quadrante inferior esquerdo causa dor irradiada intensa no quadrante inferior direito. Quando positivo, evidencia apendicite. FIGURA: Sinal de Rosving. HINKLE E CHEEVER, 2016. EXAME FÍSICO DO ABDOME: inspeção, ausculta, percussão e palpação Sinal de Murphy: Palpação do hipocôndrio direito algia evidencia quadro de colecistite. FIGURA: Sinal de Murphy. HINKLE E CHEEVER, 2016. EXAME FÍSICO DO ABDOME: inspeção, ausculta, percussão e palpação Sinal de Blumberg: Posicionado ao lado direito do paciente, mantendo as mãos paralelas e fletidas em garra, solicita-se que o paciente expire. Enquanto isso, o profissional coloca as mãos na cicatriz umbilical, deslizando-as obliquamente em direção à região da fossa ilíaca direita. Em seguida, descomprime e busca essa região para detectar a presença ou não de dor. Quando positivo apêndice vermiforme, inflamação do peritônio. Realiza-se a mesma manobra para o sentido da fossa ilíaca esquerda, para detectar fecalomas. HINKLE E CHEEVER, 2016. EXAME FÍSICO DO ABDOME: inspeção, ausculta, percussão e palpação Sinal de Blumberg: FIGURA: Sinal de Blumberg HINKLE E CHEEVER, 2016. Questão de Fixação Homem, 32 anos, deu entrada no serviço de saúde apresentando febre de 38° C. Na inspeção, paciente em posição fetal, queixando-se de dor abdominal. Apresentou, ainda, sinal de Blumberg positivo, o qual é caracterizado por: Suspensão da inspiração devido à dor à compressão do rebordo costal direito. Dor durante a rotação interna da coxa fletida. Dor na fossa ilíaca direita após compressão profunda do quadrante inferior esquerdo. Dor à descompressão mais intensa do que à compressão na fossa ilíaca direita. REFERENCIAS HINKLE, J.L; CHEEVER, K.H. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 13. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. PASSOS, R.S. Manual de enfermagem para concursos e residências: Atenção Hospitalar. João Pessoa, PB: Editora Brasileiro & Passos, 2018. POTTER, P.A; PERRY, A.G. Fundamentos de enfermagem. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. SILVA, CMC. TEIXEIRA, ER. Exame físico e sua integralização ao processo de enfermagem na perspectiva da complexidade. Esc. Anna Nery vol.15 no.4 Rio de Janeiro Oct./Dec. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-81452011000400010. Acesso: 03 de jan de 2021.