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Mariana Alencastro Turma XVII Morte celular ______________________________________________________ Quando lesionadas as células morrem por mecanismos diferentes: ● Distúrbios graves como perda de oxigênio e suprimento de nutrientes e as ações de toxinas que causam uma forma rápida e incontrolável de morte, chamada morte celular acidental ● Lesão menos grave ou as células precisam ser eliminadas durante os processos normais, chamada morte celular regulada. A maioria é feita por processo de apoptose e algumas com características de necrose e apoptose é chamada necroptose. No entanto, ao contrário da necrose, que é sempre indicação de um processo patológico, a apoptose também ocorre nos tecidos saudáveis. É importante ressaltar que a função celular pode ser perdida muito antes da instalação da morte celular, e que as alterações morfológicas das células lesionadas (ou mortas) instalam-se posteriormente à perda de função e viabilidade celular. Necrose A necrose é uma forma de morte celular, na qual as membranas celulares se desintegram e as enzimas celulares extravasam e, por fim, digerem a célula. A necrose provoca uma reação local do hospedeiro, chamada inflamação, que é induzida por substâncias liberadas das células mortas e que serve para eliminar os debris celulares e iniciar o processo de reparo subsequente. A necrose frequentemente é o ponto culminante da lesão celular reversível que não pode ser corrigida. Os mecanismos bioquímicos da necrose variam de acordo com diferentes estímulos prejudiciais. Esses mecanismos incluem: falha na geração de energia na forma de ATP devido à redução do fornecimento de oxigênio ou lesão mitocondrial; danos às membranas celulares, incluindo a membrana plasmática e as membranas lisossômicas, o que resulta em extravasamento de conteúdo celular incluindo enzimas; danos irreversíveis aos lipídios celulares, proteínas e ácidos nucleicos, que podem ser causados por espécies reativas de oxigênio (ROS – reactive oxygen species); e outros. A necrose também é caracterizada por alterações no citoplasma e no núcleo das células lesionadas ● Citoplasma: aumento de eosinofilia, aparência homogênea vítrea, figuras de mielina mais evidentes, quando as enzimas já digeriram o citoplasma se torna Mariana Alencastro Turma XVII vacuolado, descontinuidade da membrana plasmática e da membrana das organelas, dilatação das mitocôndrias, rompimento dos lisossomos. ● Nucleares: As alterações nucleares assumem um dos três padrões, todos resultantes da degradação da cromatina e do DNA. Picnose (retração nuclear, aumento da basofilia e DNA condensado), cariorrexe (núcleo picnótico sofre fragmentação), cariólise (basofilia desaparece por digestão do DNA) A necrose é de vários tipos morfológicos: ● Necrose de coagulação: a estrutura permanece por alguns dias após a morte celular, característica dos infartos em todos os órgãos sólidos exceto cérebro ● ● Necrose liquefativa: os microrganismos estimulam o rápido acúmulo de células inflamatórias e as enzimas dos leucócitos digerem (“liquefazem”) o tecido. Independentemente da patogenia, as células mortas são completamente digeridas, transformando o tecido em uma massa viscosa líquida que eventualmente é removida por fagócitos. ● ● Necrose gangrenosa: não é um padrão específico de morte celular mas o termo é usado na clínica. Em geral, aplica-se a um membro, normalmente a perna, que perdeu o seu suprimento sanguíneo e sofreu necrose de coagulação, envolvendo várias camadas de tecido. ● Necrose caseosa: é encontrada mais frequentemente em focos de infecção tuberculosa. O termo caseoso (semelhante a queijo) refere-se à aparência friável branco-amarelada da área de necrose no exame macroscópico, a arquitetura do tecido está completamente destruída, e os contornos celulares não podem ser distinguidos. A área de necrose caseosa frequentemente está circundada por uma coleção de macrófagos e outras células inflamatórias; essa aparência é característica de uma lesão nodular inflamatória denominada granuloma. ● Mariana Alencastro Turma XVII ● Necrose gordurosa: refere-se a áreas focais de destruição gordurosa, em geral resultante da liberação de lipases pancreáticas ativadas na substância do pâncreas e na cavidade peritoneal. ● ● Necrose fibrinóide: Geralmente ocorre em reações imunes em que complexos de antígenos e anticorpos são depositados nas paredes dos vasos sanguíneos, mas também pode ocorrer na hipertensão grave. Os imunocomplexos depositados, combinados às proteínas plasmáticas que extravasam da parede dos vasos danificados, produzem uma aparência amorfa róseo-brilhante. ● Apoptose A apoptose é uma via de morte celular na qual as células ativam enzimas que degradam o DNA nuclear das células, bem como as proteínas nucleares e citoplasmáticas. A membrana plasmática da célula apoptótica permanece intacta, mas é alterada de tal forma que os fragmentos, chamados corpos apoptóticos, se tornam altamente “comestíveis”, levando ao seu rápido consumo por fagócitos. Causas da apoptose: ● Fisiológica: células indesejadas são eliminadas sem provocar uma inflamação potencialmente nociva, durante o desenvolvimento normal do organismo. ● Em condições patológicas: Apoptose elimina as células que estão danificadas que não podem ser reparadas. Isso é observado quando há lesão grave do DNA, por exemplo, após exposição à radiação e fármacos/drogas citotóxicas. Mariana Alencastro Turma XVII Em corte de tecidos corados com H&E, os núcleos das células apoptóticas apresentam vários estágios de agregação e condensação da cromatina e, em última análise, cariorrexe; molecularmente, isso se reflete na fragmentação do DNA em pedaços de tamanho de um nucleossomo. As células se encolhem rapidamente, formam botões citoplasmáticos e fragmentam-se em corpos apoptóticos que são compostos por pedaços de citosol e organelas. Como esses fragmentos são rapidamente excluídos e fagocitados sem uma resposta inflamatória, até mesmo a apoptose substancial pode ser histologicamente indetectável.