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Prática Jurídica IV @piluladc Conciliação e Juízo Arbitral Conciliador - atua facilitando, mas não influindo diretamente e oferecendo so- luções, normalmente quando as partes nem se conheciam, não discute o mé- rito. O mediador tem uma postura mais ativa, oferecendo soluções novas, tenta reaver uma conversa e refazer uma ponte em uma relação que se desgas- tou, quando já existia uma relação ali. A partir de 2015, é uma parte obrigatória nas varas comuns. No JEC já era obri- gatório desde de 1995. Seção VIII Da Conciliação e do Juízo Arbitral “Art. 21. Aberta a sessão, o Juiz togado ou leigo esclarecerá as partes presentes sobre as vantagens da con- ciliação, mostrando-lhes os riscos e as conseqüências do litígio, especial- mente quanto ao disposto no § 3º do art. 3º desta Lei.” Está falando sobre a renúncia do exce- dente a 40 salários mínimos. Acordo que seja interessante para to- dos, e não corre o risco de ir pra um julgamento que pode ser extremamente desinteressante para pelo menos uma das partes. “Art. 22. A conciliação será con- duzida pelo Juiz togado ou leigo ou por conciliador sob sua orientação. (...)” O mais comum é ser um conciliador. “(...) § 1º Obtida a conciliação, esta será reduzida a escrito e homolo- gada pelo Juiz togado mediante sen- tença com eficácia de título executivo. (...)” Caso o acordo não seja cumprido, pode mandar executar esse acordo, como por exemplo com penhora. Se não for o juiz togado fazendo a au- diência conciliatória, tem que encami- nhar o acordo pro juiz togado homolo- gar. Posso estabelecer uma multa (por cláusula penal acessória) pra reforçar o cumprimento do acordo? Pode. Desde que respeitados os limites impostos pela legislação, principalmente do CC. Se houver litisconsórcio, e só um deles aceita o acordo, vale? Se for o simples, em que pode haver a segmentação dos direitos em discussão, o aceite de um não prejudica o direito de outro. Se for unitário, o direito envolve todos os litis- consortes ao mesmo tempo, é neces- sário que todos eles aceitem o acordo, senão, ele não é válido. “(...) § 2º É cabível a conciliação não presencial conduzida pelo Juizado mediante o emprego dos recursos tec- nológicos disponíveis de transmissão de sons e imagens em tempo real, Prática Jurídica IV @piluladc devendo o resultado da tentativa de conciliação ser reduzido a escrito com os anexos pertinentes.” O 2o é novo, permite a conciliação on- line, as partes não precisam se deslo- car até lá pra realizar o acordo. Se tiver acordo, escreve ele; se não tiver, o processo segue normal. “Art. 23. Se o demandado não comparecer ou recusar-se a participar da tentativa de conciliação não presen- cial, o Juiz togado proferirá sentença.” Incluiu a parte de não presencial. Se o autor não aparece, extingue a ação. Se o réu não aparece, ele é considerado revel. “Art. 24. Não obtida a concilia- ção, as partes poderão optar, de co- mum acordo, pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei. § 1º O juízo arbitral considerar- se-á instaurado, independentemente de termo de compromisso, com a es- colha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o Juiz convocá- lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência de instrução. § 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.” Precisa ser de comum acordo, é uma opção só. Se disponível naquela co- marca/tribunal, nem todos aderiram ainda, não tem a figura do juiz leigo. Aí só tem a audiência de instrução e jul- gamento mesmo. As regras do arbitral estão descritas no art 24, 25 e 26, bem singelo. Se aplica também a lei 9307 (da arbitragem), onde a do JEC for si- lente (omissão). Não precisa da formalidade do com- promisso arbitral, mas deve já ser es- colhido o árbitro naquele momento. “Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir por eqüidade.” “Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o ár- bitro apresentará o laudo ao Juiz togado para homologação por sentença irre- corrível.” As partes não podem discordar se o juiz togado homologar. Se ele não homolo- gar, ele pode ou proferir outra sentença substituindo o laudo, ou mandar realizar diligências, atos probatórios que con- sidere indispensáveis pra decidir sobre o caso. Diferente da lei da arbitragem, onde a decisão não precisa de homo- logação, só precisa ir pro juiz togado se for execução. Alguns autores consideram que isso é inconstitucional, mas isso nunca foi um problema, só um debate teórico mesmo.
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