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3 pág. EBRADI - Direito Penal e Processo Penal Aplicados - Módulo 04 - Tema 10 - Partes no Processo Penal

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Tema 10: Partes no Processo Penal
Aula I: Juiz
Em uma cidade do interior do Brasil, um juiz publicou repetidamente, em uma rede social, ácidas críticas ao Prefeito Municipal, chegando a dizer que ele “deveria prestar contas à Justiça, pela malversação do dinheiro público.” Terminado o mandato de prefeito, referido político foi denunciado por crime de corrupção passiva (art. 316, CP), porque teria recebido vantagem de uma empresa fornecedora de material escolar, contratada pela prefeitura. A defesa do ex-prefeito foi informada pelo réu sobre as manifestações do juiz em sua rede social. Há algo que pode ser feito, nesse caso? Tais manifestações retiram do juiz a possibilidade de julgar aquela causa?
RESPOSTA ESPERADA
A questão se refere ao caráter taxativo ou exemplificativo das causas de impedimento e de suspeição. Como visto, as causas de impedimento são taxativas, segundo entendimento predominante, e não há qualquer previsão em lei, que abrangeria tal hipótese.
Contudo, diversas são as causas de suspeição. Há controvérsia na doutrina, sobre seu caráter taxativo ou exemplificativo. Muitos autores sustentam que se trata de rol exemplificativo, de modo que poderá ser considerado suspeito o juiz, ainda que em hipótese não prevista em lei, se lhe faltar a imparcialidade, atributo imprescindível ao desempenho da jurisdição.
Em tal caso, portanto, é possível entender que o juiz é suspeito, por ter se manifestado, publicamente, de forma bastante agressiva, seu desapreço pelo ex-prefeito, agora réu em ação penal. Por esse entendimento, deveria o juiz apontar suspeição e, não o fazendo, poderá a defesa opor exceção de suspeição.
A suspeição do juiz não poderá ser declarada nem reconhecida, quando:
a parte injuriar o juiz ou de propósito der motivo para criá-la.
Aula II: Ministério Público
Em certa capital brasileira ocorreu um latrocínio que, em razão da notoriedade da vítima, teve grande repercussão midiática e social. Ocorre que foi apresentado um suspeito pela polícia civil, mas o promotor entendeu que não havia indícios suficientes de autoria, para o oferecimento da denúncia. O Governador do Estado, preocupado com a segurança e, sobretudo, com a reverberação daquele crime, ligou para o Procurador Geral de Justiça, falando sobre sua preocupação com o não oferecimento da denúncia, pois isso significaria desprestígios à polícia civil. Solicitou que o Procurador Geral entrasse em contato com o Promotor, para que este reconsiderasse seu entendimento. O Procurador Geral de Justiça poderia ligar para o Promotor, transmitindo esse “recado” do Governador?
RESPOSTA ESPERADA
A situação descrita no problema é uma clara violação à independência funcional, princípio institucional do Ministério Público, previsto no art. 127, § 1º, CF. Tal princípio tem duas dimensões, a primeira é a independência externa, que protege a instituição de ingerências de autoridades de fora do Ministério Público, o que torna indevida a ligação do Governador e desobriga o Procurador Geral a atender seu pedido. A segunda dimensão é a independência interna, que garante a autonomia a cada um dos membros do MP. Desse modo, ainda que tenha desagradado ao Governador e mesmo que também tivesse desagradado ao Procurador Geral, ainda assim, o promotor de justiça continuaria com autonomia para manifestar-se de acordo com seu entendimento sobre o caso.
É certo que, em matéria processual penal, o Ministério Público:
promoverá e fiscalizará a execução da lei.
Aula III: Defensor
Leia o seguinte texto e responda:
No dia da audiência de instrução e julgamento, o defensor do réu não compareceu. O réu tentou contato diversas vezes, mas não conseguiu falar com ele. O juiz, afirmando que o advogado não justificou a ausência, nomeou para um advogado que estava aguardando para a audiência posterior, para atuar como defensor naquele ato. Com esse advogado, houve a oitiva do ofendido, de cinco testemunhas, interrogatório, alegações orais e a sentença condenatória foi dada em audiência. Em uma situação como essa, agiu corretamente o juiz?
RESPOSTA ESPERADA
Dispõe o art. 265, § 2º, que na ausência injustificada do defensor, poderá o juiz nomear um defensor ad hoc, ou seja, apenas para aquele ato. Contudo, a doutrina sustenta que a nomeação de defensor ad hoc não poderá ocorrer em atos de relevância probatória, como uma audiência de instrução e julgamento. Em tal caso, no máximo, poderia o juiz nomear o defensor para a instrução probatória, mas deveria ter deixado a fase das alegações para momento posterior. O advogado ad hoc não conhece suficientemente os autos, para atuar nos debates. Por essa razão, houve claro prejuízo à defesa do réu.
Assinale a alternativa correta, sobre a defesa:
E caso de renúncia ao mandato, o advogado deverá notificar o constituinte, informar o juízo e, ainda representará o mandante pelo prazo de dez dias, salvo se for substituído antes desse prazo.
Aula IV: Perito e funcionários
Leia o seguinte texto e responda:
Em um caso de repercussão, sobre falsificação de obra de arte, um especialista em determinado pintor brasileiro deu uma entrevista, na qual disse que o quadro “aparentava ser falso, em razão de certos detalhes essenciais” na obra do pintor. A declaração foi publicada em jornal de circulação nacional. Posteriormente, ele foi nomeado perito, para emitir laudo sobre a autenticidade do quadro. Ele pode atuar como perito nomeado?
RESPOSTA ESPERADA
Por ter emitido opinião sobre o objeto da perícia, ele é impedido de atuar como perito, nos termos do art. 279, II, CPP, que veda a atuação “dos que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anteriormente sobre o objeto da perícia”. A primeira hipótese é de depoimento nos autos, mas a segunda é de dar opinião, que não precisa ser nos autos, abrangendo, certamente, a situação de opinião publicada em jornal. Por tal razão, deverá ele dizer que está impedido.
Assinale a alternativa correta:
· 
É extensivo aos intérpretes, no que lhes for aplicável, o disposto sobre suspeição dos juízes.

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