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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA LANTE – Laboratório de Novas Tecnologias de Ensino FORMAÇÃO DOCENTE PARA A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, COM FOCO NA FORMAÇÃO DO TUTOR ALINE MARIA SASSO JULIETE VITORINO DOS SANTOS LUCIANA APARECIDA VALÉRIO ROSÂNGELA MARCATO PINTO VANESSA TEREZINHA MARTINS SÃO PAULO/ SP E VOTOPURANGA/SP 2016 Formação docente para a Educação a distância: a importância da intervenção do tutor nos fóruns de discussão. ALINE MARIA SASSO JULIETE VITORINO DOS SANTOS LUCIANA APARECIDA VALÉRIO ROSÂNGELA MARCATO PINTO VANESSA TEREZINHA MARTINS EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA EA IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DO TUTOR Trabalho de Final de Curso apresentado à Coordenação do Curso de Pós-graduação da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista Lato Sensu em Planejamento, Implementação e Gestão da EAD. Aprovada em novembro de 2016. BANCA EXAMINADORA ________________________________________________________________________ Victor Hugo Baptista Neves - Orientador UFF _________________________________________________________________________ Prof. Nome Sigla da Instituição ________________________________________________________________________ Prof. Nome Sigla da Instituição Formação docente para a Educação a distância: a importância da intervenção do tutor nos fóruns de discussão. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus pais, meus eternos professores, pelo seu legado. Sua memória sempre será honrada. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, pela vida, por renovar minhas forças todos os dias. Sua palavra é luz para o meu caminho e lâmpada para os meus pés. À minha filha pelo apoio aos meus estudos, pela paciência, carinho e por sua juventude, meu motivo para lutar por dias melhores. Aos colegas de curso que fizeram as distâncias diminuírem a cada novo módulo, de cada disciplina do curso. Aos mestres que nos conduziram nas novas descobertas e nos encorajaram para a realização desse trabalho. RESUMO A EAD ganhou novos contornos com o advento das Novas Tecnologias da Comunicação. Surgiu um novo perfil de aluno, autônomo e responsável, capaz de administrar seu próprio tempo, solicitando também um novo perfil de professor, do qual se exige uma postura pedagógica inovadora, formação específica e pensamento crítico. Este trabalho tem como objetivo discutir vários aspectos desse novo cenário, entre eles a missão desse novo profissional, o tutor, sua formação continuada, a importância do seu trabalho e a relevância das suas intervenções nos fóruns de discussão, uma das importantes ferramentas de trabalho nos ambientes virtuais de estudos, além de considerações sobre o papel desenvolvido pelo tutor presencial. Por intermédio de uma revisão bibliográfica, o intuito é colaborar com estudos que possibilitem aprimorar a atuação dos tutores e, consequentemente, a qualidade de cursos oferecidos a distância, onde sua atuação é fator determinante. Palavras–chave: Tutor – Ensino a Distância - Formação Sumário 1. Introdução .................................................................................................................... 5 1.1 Justificativa ............................................................................................................ 9 1.2 Objetivos .............................................................................................................. 10 1.3 Organização do Trabalho ....................................................................................... 11 2. Pressupostos teóricos ................................................................................................. 11 3. Considerações finais .................................................................................................. 21 4. Referências ................................................................................................................. 23 5 1. Introdução Conhecer a história da Educação a Distância (EAD) é primordial para entender sua evolução e implicações atuais. As cartas de São Paulo aos Apóstolos por volta do século I são consideradas a primeira forma de EAD (Gouvêa & Oliveira, 2006). Segundo Barros (2003), o primeiro relato de um curso de EAD por correspondência com metodologia desenvolvida para tal, data de 1728 oferecido pelo jornal Gazeta de Boston. Após isso, a EAD começou a se institucionalizar e no século XIX já existia uma grande concentração de cursos nessa modalidade na Europa. Contudo, somente na segunda metade do século XX é que a EAD se fortaleceu e se estabeleceu como modalidade de ensino. A Inglaterra fundou em 1969 a British Open University, que trouxe inovações nos instrumentos de comunicação. Para Litwin (2001) essa instituição se tornou um modelo de ensino à distância, porque eles usavam materiais impressos, televisão e o período de recesso das universidades tradicionais. Na América Latina as universidades com modalidade EAD adotaram o modelo da Open University. No Brasil, o primeiro registro data de 1904, que era um curso para datilógrafo por correspondência oferecido pelo Jornal do Brasil. A evolução dessa modalidade está atrelada à revolução industrial, pois necessitava que os trabalhadores estivessem preparados para atender às atividades industriais. A EAD não é uma novidade no Brasil. Cursos a distância foram oferecidos por meio de correspondência, rádio, satélite, televisão e agora, com o uso das tecnologias de informação. Uma característica dessa modalidade no Brasil é estar atrelada à necessidade do mercado (Nunes, 1992). Atualmente, a EAD está ligada à formação, especialização e formação continuada de professores. Conforme o Decreto Nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005, a EAD é classificada como uma modalidade educacional que faz mediação nos processos de ensino e aprendizagem utilizando as TICs como suporte para o desenvolvimento de atividades educativas entre os estudantes e professores em lugares diversos e tempo desejados. 6 Diferentemente da modalidade presencial, na qual os discentes precisam comparecer diariamente a um local específico, a EAD proporciona aos mesmos a oportunidade de continuar se especializando sem precisar sair de suas casas, mas com a mesma qualidade de ensino. Em conformidade com Moran (2002), a EAD pode ocorrer no ensino fundamental, médio, graduação e na pós-graduação, sendo mais utilizado na educação de adultos, que já possuem experiências de aprendizagem tanto individuais quanto no ramo da pesquisa. As aulas são ministradas por profissionais formados e especializados que se unem a uma universidade credenciada utilizando diversos tipos de auxílios tecnológicos aliados às mídias interativas. Recursos como o computador, a internet, os vídeos, entre outros, revolucionaram os conceitos temporais e espaciais e possibilitaram novas formas de construção e difusão do conhecimento. Segundo Pierre Levy (1999), sobre a singularidade desse processo na atualidade, a concepção de novos modelos de espaços dos conhecimentos emergentes, abertos, contínuos, em fluxo e não lineares, deve prevalecer. Ao invés de modelos tradicionais, representados por escalas lineares, organizadas em níveis, essa nova imagem de espaços de conhecimento organiza-se segundo os objetivos ou contextos, onde a singularidade e evolução ocupam lugar significativo. Assim, as TICs trouxeram uma nova visão do processo pedagógico, possibilitando o atendimento das novas exigências da chamada sociedade do conhecimento,potencializando a interação entre as pessoas e as novas maneiras de saber, pensar, discutir, refletir, pesquisar e construir. Surge um novo perfil de aluno, autônomo, mais responsável e comprometido com os estudos, mas que necessita também de um novo modelo de professor. Segundo Behrens (2000), a atuação do professor diante do mundo globalizado exige criticidade e inovação. Os atos de ensinar e aprender passam a ser um desafio em que ambos participam de forma conjunta, dinâmica e encorajadora, tendo na sua essência o diálogo e a descoberta. 7 Essa mudança de paradigmas proporcionaria uma revolução na prática do ensino convencional, que mantinham distantes professor e aluno, conforme afirma Moran (2000). Dessa forma, é necessário e desejável que um profissional que atua na tutoria desenvolva novas habilidades e competências que dialoguem com as necessidades exigidas dentro dessa nova realidade. Agir como tutor é executar o papel de um defensor. Ele deve guardar, preservar, sustentar e socorrer, mas com o passar dos anos e em razão da evolução da sociedade e do ensino, esse profissional passa a ter um novo papel. Ele atua como uma figura educativa, mediador/facilitador do processo de ensino aprendizagem e um companheiro diante as dificuldades, apresentando competências como domínio dos conhecimentos na área do saber, fluência tecnológica e comunicativa. É necessário que ele tenha amplo conhecimento de sua função e seja conhecedor de requisitos e métodos que deem sustentação à sua atuação, de maneira que os conteúdos não se percam ou fiquem desconexos, mas tenham consistência suficiente para constituírem-se em um quadro que contemple o corpo de conhecimentos exigidos para cada curso. O tutor necessita apresentar algumas competências como: Competências Comunicativas (apresentar a dimensão cognitiva, ou seja, ter a habilidade e domínio da expressão oral, escrita, escuta e observação), Competências Afetivo-Motivacionais (capacidade de ter empatia, se colocar no lugar o outro; saber despertar na turma a emoção contagiar os alunos com entusiasmo; conseguir propiciar a cooperação dos alunos na conversa e gerar a interatividade) e Competências Motivacionais (ter disposição favorável para a comunicação e desfrutar da comunicação com todos). O profissional da tutoria deve possuir também, segundo o Manual do Tutor, (2008, p. 15-16), a qualidade de uma personalidade com flexibilidade e assertividade. A flexibilidade diz respeito a aceitar as alternativas de respostas no decorrer da comunicação; ser adaptável e conseguir reajustar suas características de personalidade devido ao fato de trabalhar com um público variado e diversificado de alunos; saber mudar sua percepção dos outros se possível, e ter a capacidade de tolerar formas de 8 pensar e concepções das mais variadas possíveis. Um maior compromisso, dedicação e profissionalismo dos tutores são características consideradas decisivas para o sucesso e permanência do aluno nos cursos. O Tutor tem um papel muito importante na EAD, mas devemos lembrar também que o aluno é o elo de ligação de todo esse processo. Precisamos saber então, quem é esse aluno, que busca e se propõe a estudar sozinho, que tem autonomia de aprendizagem? Sem a pretensão de generalizar ou marginalizar a imagem deste aluno e sim ressaltar um perfil construído pela necessidade e exigência social, Walker (1999) traz uma imagem peculiar, elaborada a partir de pesquisas com estudantes australianos, entre os quais o silêncio, a tranquilidade e a solidão são dominantes, toda a preocupação com os afazeres do dia já se foram e as obrigações foram cumpridas, quando o silêncio da noite é propício, os estudos podem se iniciar. O perfil traçado sobriamente para esta demanda é de adultos com maturidade e habilidade de estudo autônomo e também motivado a pesquisa e aprofundamento de novos conhecimentos e tudo isso num formato solitário. Este perfil de estudante é resultado das características e exigências da sociedade contemporânea que provocaram um impacto na educação e na formação do trabalhador. A busca por profissionais mais qualificados, competentes, informados e em constante atualização profissional exigiu uma modalidade de ensino que coubesse na rotina desses trabalhadores, de forma que pudessem adequar suas horas e formas de estudo com sua realidade. Assim, a carência de uma educação para atender esse novo perfil de estudante, atendendo suas especificidades de tempo e espaço tornou-se patente. O aluno da EAD é reconhecido como um aprendiz autônomo, motivado pelas práticas da autoaprendizagem, o que exige um indivíduo disciplinado e organizado. Uma de suas principais características deverá ser a organização do tempo e a motivação para este estudo mais solitário. Ele também precisará de boas competências tecnológicas para que o ensino e a aprendizagem tenham bons resultados. 9 A Educação a Distância é considerada uma modalidade de ensino recente, que está melhorando com o passar dos anos. Mas para que o ensino-aprendizagem ocorra com qualidade e eficiência é preciso que se construam características e especificidades próprias em todos os processos existentes, fazendo com que se chegue ao ideal ou o mais perto possível do desejado oferecendo assim o melhor ensino possível aos interessados. 1.1 Justificativa Conforme os Referenciais de Qualidade para Cursos a Distância, a EAD vem crescendo mundialmente, de forma rápida, incentivada pelas possibilidades decorrentes das novas Tecnologias da Informação e das Comunicações – TICs e por sua inserção em todos os processos produtivos. (MEC, 2003) O público adulto tem se voltado de uma forma crescente para esse tipo de curso, o que implica uma especial atenção para que se obtenha o sucesso esperado. Entre os requisitos exigidos do aluno para que alcance esse sucesso estão a autodisciplina, automotivação, responsabilidade e capacidade de gerenciar bem o seu próprio tempo. Ao pensarmos nesses requisitos, voltamos nossa atenção para a autonomia e as práticas pedagógicas que possam contribuir para desenvolvê-la. Segundo Malcom Tight (1991), a EAD é um conjunto organizado de formas de aprendizagem, em que há separação física entre os que aprendem e os que organizam as situações de aprendizagem. Essa separação envolve importantes relações nas quais outros fatores interferem de forma decisiva: a organização dos cursos a distância, a interação entre os atores (alunos e professores) e a autonomia do aluno, cenário onde o tutor se constitui figura imprescindível. Em conformidade com a Secretaria de Educação à Distância (SEED) o tutor é o indivíduo legalmente encarregado de criar espaços de construção coletiva e participar dos processos avaliativos de ensino-aprendizagem. Sua atuação é entendida como a de um guia. É preciso considerar a atuação do educador e diferenciá-lo nos seus diferentes espaços de atuação. 10 A organização e o desenvolvimento dos cursos a distância necessitam de um planejamento diferenciado, já que a EAD apresenta uma dinâmica completamente diferente dos cursos presenciais, exigindo do tutor a habilidade em promover e facilitar as situações de aprendizagem, articulando competências cognitivas, afetivas e sociais. Nesse contexto, ele é responsável pela mediação no progresso de apropriação dos conteúdos e na construção do conhecimento. A empatia, cordialidade, capacidade de gerenciar conflitos, entre outros, são requisitos necessários e indispensáveis a esse profissional. Embora possa parecer que a atuação do tutor seja descomplicada e possível de ser desenvolvida por qualquer profissional com ensino superior ou experiência no magistério, ao nos aprofundarmos nos estudos sobre mediação, podemos constatar que a formação exigida para a atuação em tutoria é muito mais abrangente. Portanto, em razão dasua relevância, consideramos necessário o levantamento bibliográfico e pesquisas teóricas no sentido de averiguar a sua formação e a identificação de falhas e avanços que possam contribuir para sua valorização, o que influencia diretamente na qualidade do Ensino a Distância. 1.2 Objetivos A discussão sobre a formação de pessoas que atuam como tutores em EAD e se essa formação tem sido eficiente ainda é rara. Portanto, esse trabalho tem como objetivo central trazer essa discussão à tona, abordando teorias sobre a construção do conhecimento e trabalho colaborativo, além de evidenciar a valia destes profissionais. Prado (2012) reconhece a importância do tutor, pois ele garante o atendimento personalizado e constante do aluno no sistema, viabilizando o vínculo necessário entre os atores do processo e a efetiva realização dos objetivos estabelecidos. Conforme documento publicado pelo MEC, o tutor necessita ser compreendido como um dos participantes ativos da prática pedagógica. Suas atividades desenvolvidas, sejam a distância ou presencialmente, devem contribuir para o avanço da aprendizagem e para o acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico (Brasil, 2007). 11 A formação do tutor não pode se distanciar da sua realidade. Considera-se importante o intercâmbio de ideias, de conhecimento e de convivência, contudo deve-se levar em conta a situação sócio-cultural-econômica de cada região quando pretende-se formar educadores para lidar com a realidade da educação à distância (Preti, 1996). Existe ainda um desligamento entre tutor e aluno, pois embora esses considerem a função do tutor muito importante, ainda estão insatisfeitos em como se dá a interação. Por outro lado, os tutores sentem-se insatisfeitos com a passividade dos alunos (Reis, 2008). 1.2.1. Objetivos específicos Por tratar-se de uma discussão nova, contudo necessária, consideramos importante especificar o que se objetiva com a construção desse trabalho: Discutir sobre a função do professor tutor no ensino-aprendizagem; Discutir sobre a formação continuada dos tutores; Discutir sobre a atuação do tutor nos fóruns de discussão; Discutir sobre a importância da intervenção do tutor virtual; Discutir sobre o papel do tutor presencial. 1.3 Organização do Trabalho O trabalho foi dividido em Introdução, com um breve relato sobre o problema e questões de investigação, sua relevância e contexto, além dos objetivos e resultados esperados; justificativa, abordando o motivo da escolha do tema e os assuntos que serão desenvolvidos; objetivos e objetivos específicos, definindo um panorama da pesquisa do geral para o particular; pressupostos teóricos, apresentando os trabalhos já realizados na área que apoiam a argumentação e as considerações finais, sintetizando o trabalho e apresentando as propostas de intervenção que podem contribuir com novas pesquisas no mesmo campo. 2. Pressupostos teóricos Segundo Belloni (2006), uma das questões centrais na investigação da EAD, 12 refere-se à atuação do profissional de educação nessa modalidade. A presença marcante das inovações tecnológicas, as novas demandas sociais e as exigências de autonomia do estudante que opta por um curso EAD influencia nas discussões em torno das funções do professor que atua nessa modalidade e destaca três subdivisões na função docente na EAD: criação e promoção de cursos e materiais, programação e logística de materiais e da administração acadêmica e suporte aos professores no processo de ensino- aprendizagem. Emerenciano, Souza e Freitas (2001); Martins (2003); Pedrosa (2003); Gonzales (2005) e Belloni (2006), acreditam que o trabalho do tutor, apesar de apresentar suas peculiaridades, guarda em si a essência da função do professor, o papel de orientador e de parceiro na construção do conhecimento, um papel coadjuvante na formação do estudante. Esses autores optam, inclusive, por chamar o tutor de professor-tutor. Torres (2007) sustenta que o tutor auxilia os estudantes em relação aos conteúdos didáticos, no uso da tecnologia que media as relações e ainda nas necessidades subjetivas dos estudantes. Há ainda o papel de motivador, que inclui a habilidade de incentivar os alunos na busca de respostas e de aprofundamento, de auxiliá-los com dificuldades acadêmicas, tecnológicas e, muitas vezes, pessoais, de ser uma presença (mesmo que virtual) capaz de romper a solidão e o isolamento experimentado pelos estudantes dessa modalidade de ensino. (Emerenciano, Souza e Freitas, 2001; Balbé, 2003; Nepomuceno, Salles e Pan, 2004). Entende-se então, que o grande desafio da EAD é ajudar a desenvolver no aluno, a curiosidade, o entusiasmo e o gosto por aprender. Compreendemos que o domínio da tecnologia pode propiciar a motivação e o interesse pela aprendizagem de muitos alunos e pode também contribuir de inúmeras formas para que ambos alcancem os objetivos estabelecidos. A função do professor tutor vai além da mediação, atingindo também questões emocionais e motivacionais. É de responsabilidade do professor tutor criar um ambiente acolhedor ao aluno, dando segurança, instigando a sua participação, evitando a desistência, o desalento, o desencanto pelo saber no processo de busca do 13 conhecimento, que se articulam no espaço virtual. O professor é quem encaminha os alunos, é o conselheiro da aprendizagem estimulando ora o trabalho individual, ora o trabalho coletivo. Para Castro e Mattei (2008, p. 6), o tutor “é guia de um novo modelo de aprendizagem e tem que utilizar toda sua habilidade para desenvolver o espírito de comunidade on-line”. Outra questão importante a ser considerada é a formação. Segundo Arredondo (2003), a formação dos profissionais envolvidos com a EAD deve contemplar as áreas didática, organizacional e tecnológica, considerando que o investimento nos recursos humanos é primordial para a elaboração e execução de ações adequadas em EAD. E defende ainda que todos os envolvidos na EAD devem passar por uma formação específica, além do tutor. Consoante Huberman (1999 apud Pedrosa, 2003), é necessário que docente compreenda a seriedade de manter-se atualizado profissionalmente e que entenda que sua formação está diretamente relacionada ao seu trabalho, modo de viver e dar prosseguimento na sua formação profissional. Segundo a Lei 9394/96, a EAD foi aceita em todos os níveis e possibilitou um grande avanço na área, já que uma grande quantidade de universidades federais e instituições estaduais e particulares estão investindo nessa área por todo o país. Isso fez com que, além de exigir um novo tipo de profissional - o tutor – se observasse também a relevância de formar e desenvolver esse profissional. Pelo termo de compromisso da UAB – CAPES, essas são algumas das tarefas de responsabilidade do tutor: mediar a comunicação de conteúdos entre o professor e os cursistas; acompanhar as atividades discentes, conforme o cronograma do curso; apoiar o professor da disciplina no desenvolvimento das atividades docentes; estabelecer contato permanente com os cursistas e mediar as atividades discentes; colaborar com a coordenação do curso na avaliação dos estudantes; envolver-se nas ações de capacitação e atualização promovidas pela Instituição de Ensino; elaborar relatórios mensais de orientação aos alunos e encaminhar à coordenação de tutoria; participar da avaliação da 14 disciplina sob orientação do professor responsável. Segundo Maggio, (2001), entende-se que o profissional denominado tutor é o sujeito que guia e que, portanto, vive na busca por perspectivas pedagógicas mais atuais, fundamentadas por pesquisas no campo da didática. O docente é o profissional que cria propostas de atividades para a reflexão, apoia sua resolução, sugere fonte de informação alternativa, oferece explicações, favorece a compreensão, isto é, guia, orienta, apoia,configurando, assim, o seu papel ao ensinar. O autor não observa diferença entre as tarefas de um tutor do docente, pois elas se igualam. Pensando na procura por cursos de formação em EAD várias instituições estão disponibilizando cursos na modalidade a distância. Um exemplo é a Universidade Federal da Bahia – UFBA, que criou o Programa de Formação Continuada de Gestores da Educação Básica – PROGED, que, através das modalidades de ensino à distância, presencial e semipresencial, promoveu cursos de formação de tutores em Educação à Distância, de formação continuada de gestores de sistemas municipais de educação e de unidades escolares, incentivando-os à qualificação técnica adequada às necessidades educacionais dos sistemas de ensino e unidades que estão inseridos, assim desenvolvendo programas de formação continuada para gestores de sistemas educacionais e de unidades escolares, oferecidos em âmbito nacional. As mudanças exigidas pelo novo paradigma e o entendimento da nova função desse professor exige das Instituições um repensar sobre a formação do seu quadro de docentes, considerando questões como as diferenças entre o trabalho desse profissional nos diferentes momentos de atuação e qual a competência necessária para que, não estando presente fisicamente, seu trabalho possa ser igualmente eficaz. Essas são algumas das preocupações com as quais os administradores com intenções de investir na EAD devem se ocupar. É correto afirmarmos que a função do professor-tutor é de extremamente importante para o sucesso do curso. Para além da questão da formação há, ainda, a da remuneração desse profissional que ainda deixa muito a desejar, além da regulamentação da atividade e sua valorização. O educador a distância é considerado um potencializador da aprendizagem 15 autônoma dos alunos. Nos Referencias de Qualidade para a Educação superior a distância (MEC, 2007), encontra-se a definição para tutor como sendo fundamental no processo de aprendizagem: O tutor deve ser compreendido como um dos sujeitos que participa ativamente da prática pedagógica. Suas atividades desenvolvidas a distância e/ou presencialmente devem contribuir para o desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem e para o acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico. MEC (2007 p. 21). Para Litwin (2001) apud Tavares (2013), há três dimensões de análise para a intervenção do tutor: o tempo, a oportunidade e o risco. O trabalho do tutor é diferente do trabalho de um professor, já que a presença do aluno numa próxima tutoria é incerta. Isso aumenta sua responsabilidade em aproveitar as oportunidades de contato de forma eficiente, possibilitando ao aluno, num único encontro, o desenvolvimento de atividades que proporcionem a construção do conhecimento, gradualmente, incentivando-o a pesquisar novas fontes. Caso o tutor ignore as dimensões tempo e oportunidade, há o risco de que, na impossibilidade de um novo contato, o aluno prossiga seus estudos com uma compreensão parcial do tema, ocasionando uma construção errônea, o que não pode ocorrer. Conforme afirma Pierre Lévy, “por intermédio de mundos virtuais, podemos não só trocar informações, mas verdadeiramente pensar juntos, pôr em comum nossas memórias e projetos para produzir um cérebro cooperativo” (LÉVY, 1998, p. 96). O modo como o tutor conduz o fórum faz toda a diferença no aprendizado do aluno, pois é ele que o ajudará no desenvolvimento para o alcance do conhecimento colaborativo. Para Tijiboy e colaboradores (2009), os ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs) são espaços representativos de salas de aula, onde interação, aprendizagem, troca e produção de conhecimento tornaram-se possíveis com o avanço das tecnologias da informação e comunicação. Segundo Moore 2007, o fórum de discussão representa o núcleo de um curso a distância de comunicação assíncrona, que permite a discussão de temas entre estudantes e docentes. Para Bruno (2007), o fórum é uma ferramenta para o diálogo entre seus 16 participantes, permitindo a troca de experiências e a discussão de ideias, bem como a conquista de novos saberes. Permite a conversa de todos com todos, cada qual ao seu tempo, possibilitando a constituição de um ambiente centrado na interação online. Apesar de ser uma ferramenta de comunicação assíncrona, permite ao aluno acessar o ambiente a qualquer momento, em qualquer lugar, promovendo e favorecendo a interação e a produção coletiva, fazendo do ciberespaço muito mais que um meio de comunicação. A interação, segundo teorias modernas, é de extrema importância para o desenvolvimento cognitivo. O diálogo é um processo de intercomunicação socializado que gera críticas e questionamentos, o agir e o refletir para a transformação e humanização e, segundo Freire (2005, p.91), “não pode reduzir-se a um ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de ideias a serem consumidas pelos permutantes. ” Embora se tenha o pensamento de que esses ambientes criam um distanciamento das relações humanas, Lima e Machado (2010, p.10), perceberam que: Nessa mesma perspectiva, observou-se que, apesar de o AVA tratar-se de um ambiente de cunho acadêmico, e de todas as participações serem escritas, fator que exigiria uma linguagem formal e culta, expressões que denotavam afinidade, afetividade, empatia e outros eram por muitas vezes repetidas, e que se criavam, ali, situações de proximidade, o que causou estranheza pelo fato de os participantes muitas vezes não se conhecerem pessoalmente. Apesar da autonomia ser um pressuposto da modalidade EAD e das orientações serem encontradas no material didático disponibilizado, o que se observa é que as intervenções do tutor são constantes e funcionam como um elo de ligação entre tutor- aluno e aluno-aluno, tornando-se primordial tanto para o ensino aprendizagem, como também para o êxito do curso. Segundo Santos (2008), a sociedade atual necessita de modelos de aprendizagem dinâmicos, que levem em conta os saberes do aluno, para que ele seja capaz de construir seu próprio conhecimento, formar novo conceitos de mundo, agir e reagir diante de sua realidade. Para Freire (1996, pag. 47), “às vezes, mal se imagina o que pode passar a 17 representar na vida de um aluno um simples gesto do professor”. A partir disso então discute-se a importância do tutor como um mediador do ambiente colaborativo e a necessidade de sua intervenção, não sendo demasiado invasivo nas discussões, nem ficando ausente tempo suficiente que possa dar aos alunos sensação de esquecimento. Conforme Lameza (2013), para que fique evidente para o aluno que suas postagens foram lidas e contribuíram na discussão, a participação do tutor a distância na mediação do fórum de discussão deve ser ativa, incentivando-o com comentários em suas postagens e não apenas com um simples “Parabéns” ou “Siga em frente”. Segundo Litwin, (2001), na perspectiva tradicional da EAD o tutor dirigia, orientava, apoiava a aprendizagem dos alunos, mas não ensinava. Porém, num contexto atual, temos um perfil de tutor que é um mediador, facilitador, incentivador e atua investigando o conhecimento, a própria prática e a aprendizagem individual e grupal. (Almeida, 2001). Por tratar-se de uma aprendizagem coletiva, cooperativa, que utiliza ferramentas diversas e interação virtual, focamos nos fóruns de discussão, que são muito utilizados nos cursos a distância, onde a atuação do tutor é importantíssima. Sua comunicação com os alunos, suas interações, intervenções, troca de conhecimentos, mediação das discussões, sugestões e propostas de pesquisas de aprofundamento, seu poder de motivação, sua habilidade de aproximação e sua simpatia podem determinar o sucesso dessa aprendizagem, tudo isso atendendo também a um perfil de aluno mais independente, com tempo de estudo diferenciadoe diverso. Este profissional precisa desenvolver estratégias diferenciadas que promovam a aprendizagem, motivem a confiança, a interatividade, a comunicação, oferecendo a eles oportunidades e atividades ora coletivas, ora individuais, evitando a passividade de alunos com perfil mais introspectivo. O tutor necessita estar preparado para intervenções imediatas, claras, sempre que perceber a necessidade (Gutiérrez, 1994). O êxito da atuação do tutor virtual depende de alguns critérios, importantes para a manutenção da qualidade profissional e para sua integridade física e emocional. Segundo Mill et al (2008), alguns cuidados são importantes: adequação da quantidade de alunos ao trabalho pedagógico; acordos e negociações sobre o tempo e horários disponíveis para o atendimento aos alunos; preservar a própria saúde; entre outras 18 precauções para o bem-estar do tutor. Também é necessário entrelaçar o trabalho do tutor com os demais profissionais que atuam nesse processo de aprendizagem, pois ele acaba sendo quem atua diretamente, mesmo a distância, com os alunos. Então, é necessário um trabalho cooperativo com coordenadores de curso, professores autores, design instrucionais, técnicos de TI, entre outros. Pensando também nas competências e habilidades específicas ao seu papel de tutoria, Silva e Aguiar (2001, p.63), aponta algumas competências e habilidades necessárias a atuação do tutor virtual: formação pedagógica; conhecimento da modalidade EAD; conhecimento tecnológico e midiático; pesquisa de público-alvo; conhecimentos do conteúdo. Os Referenciais de Qualidade para a Educação Superior a Distância de 2007 consideraram que as funções dos professores se expandem em programas a distância, o que requer qualificação. Neste documento fica estabelecido que: O tutor deve ser compreendido como um dos sujeitos que participa ativamente da prática pedagógica. Suas atividades desenvolvidas a distância e/ou presencialmente devem contribuir para o desenvolvimento dos processos de ensino e de aprendizagem e para o acompanhamento e avaliação do projeto pedagógico. BRASIL (2007, p. 22). Em conformidade com o que diz Mercado (1998), a atividade docente a distância consiste em saber ensinar aos alunos onde colher a informação, como tratá-la e como utilizá-la. Para Leal (2007), sobre a construção de saberes que se articulam no espaço virtual, o tutor é também aquele que instiga a participação de maneira a evitar a desistência, o desânimo, o desencanto. A separação física e temporal representa um desafio a ser vencido no avanço para a conquista de novos espaços para a democratização do ensino. Para além de tudo que foi tratado sobre o tutor virtual, não podemos deixar de falar sobre sua valorização profissional, vista hoje como insatisfatória pelos que atuam nessa modalidade. Recebem salários muito inferiores a um professor do ensino regular, ainda que lhe seja exigido a mesma formação, acrescido de domínio de recursos 19 tecnológicos e reciclagem de conhecimentos. O trabalho do tutor na EAD teve uma evolução histórica. Iniciou com a função de um guia, passou depois a ser um aconselhador e orientador de trabalhos acadêmicos e na atualidade o tutor é quem, além de humanizar o processo de aprendizagem, assegura o cumprimento das atividades propostas pela instituição aos alunos. Segundo os referencias de Qualidade para Educação Superior a Distância de 2007: Em qualquer situação, ressalta-se que o domínio do conteúdo é imprescindível, tanto para o tutor presencial quanto para o tutor a distância e permanece como condição essencial para o exercício das funções. Esta condição fundamental deve estar aliada à necessidade de dinamismo, visão crítica e global, capacidade para estimular a busca de conhecimento e habilidade com as novas tecnologias de comunicação e informação (BRASIL, 2007, p. 22). Para Mill (2007), a tutoria presencial é composta pelo grupo de educadores que acompanha os alunos, presencialmente, com encontros frequentes ou esporádicos, a fim de promover a interação com os conteúdos e com os alunos, face a face, orientando, acompanhando e provocando sua aprendizagem. O atendimento individualizado e em grupo, em espaços próprios e estruturados para os encontros, é essencial nas aulas práticas, facilitando a organização de grupos de trabalho colaborativo. O tutor presencial tem função pedagógica e/ou administrativa. As funções pedagógicas estão relacionadas às avaliações dos trabalhos com os alunos e se relacionam de forma mais intensa em relação a aprendizagem. Já as funções administrativas podem ser conferir a frequências de entrega de atividades no ambiente virtual em que é realizado o curso, elaboração das listas de chamada e arquivamento dos documentos dos cursistas (Almeida, 2015). Para Schulter e Pieri (2012, p.25) o elo entre instituição, professor e aluno, é dado pelo tutor presencial, que tem então as funções de: orientador, docente e avaliador, Ele está in loco e assume um papel fundamental no processo de ensino-aprendizagem na formação de professores. Ele orienta as atividades, organiza a formação e as ações dos grupos de estudos, aplica as atividades propostas, interage com os professores esclarecendo dúvidas e faz parte do processo de avaliação de forma ativa. (Schulter e Pieri, 2012, pg.5). 20 Em Sousa e Nogueira (2014), é possível ler relatos de que os tutores presenciais têm também a função motivacional, e essa função tem um papel primordial na diminuição da evasão, isso é um consenso entre alunos e tutores, já que essa presença diminui a sensação de solidão que a educação à distância tende a trazer. Para Loyolla (2009, p.150), é responsabilidade do tutor presencial fornecer suporte acadêmico: Ele deve ser planejado como maneira de oferecer amplos recursos aos alunos, atendendo diferentes necessidades de diferentes alunos em todas as fases de seu estudo. Nessa perspectiva, é possível oferecer um curso em que a progressão coletiva possa ser obtida a partir do suporte quase individual. Tal planejamento deve atender desde às necessidades dos alunos na abordagem e interação com o material instrucional até prover motivação não só para a continuidade dos estudos, mas também para a ultrapassagem de eventuais barreiras tecnológicas, metodológicas e emocionais devido à participação em um curso a distância. É o tutor que vai possibilitar ao aluno ser um autônomo na busca pelo conhecimento: O tutor é aquele que rompe com as amarras estabelecidas pela didática de cada disciplina e que possibilita ao acadêmico o desenvolvimento de sua própria autonomia e autoria no avanço relacionado às novas descobertas, estabelecendo relação entre o aprendizado trazido pela disciplina e a sua prática. Sabe-se que é no exercício dessa reflexão que se consegue avançar no processo de aquisição. (Schulter e Pieri, 2012, p.5). Com isso, devemos ter em vista que, em cursos a distância bem estruturados, a atuação do tutor é decisiva em vários aspectos. Além de ser o responsável por tornar o ambiente virtual mais acolhedor, orientar e incentivar a participação, promover a construção do conhecimento, desempenhar suas funções administrativas, a atuação profissional e eficiente do tutor garantirá a qualidade de um curso na modalidade EAD. Pensar na formação desses profissionais para o desafio da educação a distância vai além de prepará-lo para o uso das tecnologias. Faz-se necessário reformular as verdades estabelecidas durantes séculos, mudar referências, pensamentos e ações capazes de redesenhar o conceito da profissão. 21 3. Considerações finais O Ensino a Distância, no Brasil, passou por diversas transformações até chegar ao formato atual. Com o advento da internet e o uso das tecnologias da informação, a 22 EAD ganhou novos contornos,oferecendo novas oportunidades de acordo com as exigências da sociedade contemporânea, que necessita adequar o seu tempo tão escasso à necessidade de formação acadêmica. A EAD reduziu espaços e otimizou esse tempo, proporcionando a oportunidade de acesso à especialização com a mesma qualidade de ensino e aprendizagem. Com isso, a exigência de uma formação específica de profissionais da área se fazem necessárias, sob o risco de comprometimento da qualidade dos cursos oferecidos pelas instituições de ensino credenciadas. Essa modalidade de ensino trouxe novas propostas pedagógicas, exigindo do professor tutor novas habilidades e competências, além da preocupação constante com a sua formação. No processo de mediação da aprendizagem, além de lidar com questões pedagógicas, também é responsável por proporcionar ao aluno um ambiente acolhedor e seguro, evitando assim a desistência. Da sua atuação dependem o sucesso do curso e do aluno. Diante de tantos desafios, é importante considerar o papel das instituições de ensino na oferta de cursos de qualidade e bem estruturados, investindo na formação dos profissionais envolvidos no processo de ensino aprendizagem, como coordenadores de curso, design instrucionais, professores autores, entre outros, e nos cuidados necessários para que possam desenvolver um bom trabalho, sobretudo com sua qualidade de vida. Podemos concluir que, num país como o Brasil, onde o histórico de investimentos em educação é ínfimo, os avanços da EAD foram significativos, embora muito ainda seja necessário para chegarmos aos requisitos da excelência. Num país com dimensões continentais, as novas tecnologias conseguiram diminuir distâncias e alcançar uma grande parte da população que não teria condições de frequentar cursos presenciais, embora ainda encontre barreiras na oferta democrática de acesso à Internet. Os estudos contribuíram para apontar a importância da atuação do professor tutor na EAD e os entraves que dificultam sua atuação, como a falta de valorização do profissional de educação e de investimentos na sua formação. O papel das instituições de ensino em garantir a oferta de cursos de qualidade está diretamente ligado à 23 valorização do tutor e de todos os profissionais envolvidos no processo de ensino e aprendizagem dos cursos a distância. 4. Referências Bibliográficas 24 ALMEIDA, F. J. et al. Educação a Distância: Formação de Professores em Ambientes Virtuais e Colaborativos de Aprendizagem. São Paulo, Projeto NAVE, 2001. ALMEIDA, L. A experiência da tutoria presencial em cursos de formação continuada docentes oferecidos a distância. NEO - FACCTA REDIN, São Paulo, v. 4, n. 01, nov. 2015. ANDRADE, M. As práticas pedagógicas do tutor na educação a distância. Anais do IX Seminário Pedagogia em Debate e IV Colóquio Nacional de Formação de Professores., Curitiba, p. 7, 2009. 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