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Gestão de Produção W B A 0 5 2 3 _ v1 _ 0 2/205 Gestão de Produção Autoria: Profa. Dra. Ana Beatriz Perriello Leme Como citar este documento: LEME, Ana Beatriz Perriello. Gestão de Produção. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos 05 Assista a suas aulas 21 Unidade 2: Planejamento e Controle da Produção 29 Assista a suas aulas 44 Unidade 3: Previsões de Demanda 52 Assista a suas aulas 71 Unidade 4: Planejamento Agregado e Desagregado 78 Assista a suas aulas 92 2/205 3/2053 Unidade 5: Programa Mestre de Produção 99 Assista a suas aulas 119 Unidade 6: Sistemas de Coordenação de Ordens 127 Assista a suas aulas 148 Unidade 7: Controle de Estoques 155 Assista a suas aulas 172 Unidade 8: Estratégias de Produção 180 Assista a suas aulas 198 Sumário Gestão de Produção Autoria: Profa. Dra. Ana Beatriz Perriello Leme Como citar este documento: LEME, Ana Beatriz Perriello. Gestão de Produção. Valinhos: 2017. 4/205 Apresentação da Disciplina Ao apresentar esta disciplina, o primeiro ponto que temos que mencionar é que por mais que você acredite que já saiba tudo so- bre gestão de produção, pequenos proble- mas podem aparecer desde a definição do nome da disciplina. Você conseguiria definir em poucas palavras o que é gestão? Ou, en- tão, dar exemplos de diferentes processos produtivos? Você pode ou não ter consegui- do, mas garantimos que no decorrer desta disciplina vamos entender a real importân- cia de pensarmos desde a correta definição dos termos até a sua aplicação concreta no processo em que você atuará. Assim, no atual contexto empresarial, cada vez mais competitivo, é fundamental a existência de um ou mais profissionais habilitados para que o processo seja gerido adequadamen- te, pois, se não houver a alocação correta de recursos, sejam eles, tempo, matéria-pri- ma, mão de obra, entre outros, e a projeção e planejamento corretos da empresa, essas não serão competitivas e estarão fadadas ao insucesso. Desta forma, todo material foi estruturado utilizando-se as melhores referências da área, trazendo ferramentas indispensáveis para sua atuação futura. Nosso principal objetivo é a formação de excelentes pro- fissionais. Chegue mais perto, pois vamos embarcar em um novo processo de apren- dizagem, que desenvolverá as competên- cias necessárias para que você se torne um grande gestor. 5/205 Unidade 1 Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos 1. Objetivos 1. Compreender os conceitos de pro- cesso, sistema produtivo, entradas de processo, saídas de processo e agre- gação de valor; 2. Conhecer os métodos de classificação de sistemas produtivos, bem como as características por eles avaliadas; 3. Conseguir aplicar os dois métodos de classificação apresentados. Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos6/205 2. Introdução No ambiente competitivo que as empresas sempre se encontram, executar uma boa gestão dos recursos disponíveis é essencial. Cada vez mais os recursos necessários para as transformações produtivas estão mais escassos e/ou mais caros para serem obti- dos. Dessa forma, para conseguir a perpe- tuidade de uma empresa no mercado, isto dependerá de como será feita a gestão dos recursos utilizados nos processos transfor- madores, sendo essa a etapa essencial. Gerir sistemas produtivos significa plane- jar, controlar organizar e dirigir todo e qual- quer sequenciamento de atividades que agreguem valor às entradas desse sistema produtivo, gerando saídas de maior valor, ou seja, saídas com valor agregado. Enten- de-se por entrada aquele recurso que será utilizado para agregar valor (recurso trans- formador) ou recurso no qual o valor será agregado (recurso transformado). Já a saída é o bem (produto ou componente de pro- duto) ou serviço gerado ao fim do processo transformador dentro do sistema produti- vo. Assim, gerir a produção em sistema pro- dutivo é planejar a maneira como o sequen- ciamento de atividades para agregação de valor ocorrerá em um sistema produtivo, controlar para que o que foi planejado re- almente esteja acontecendo, organizar as estruturas por trás dos sistemas produtivos e dirigir as pessoas que fazem parte desses sistemas produtivos. O planejamento da produção trabalha com a ideia de não haver surpresas no futuro. São decisões que abordam, apoiadas em Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos7/205 ferramentas gerenciais e estatísticas, quais as possibilidades do horizonte de planeja- mento de médio e longo prazo e também vislumbram os anseios das empresas para esse período. Por serem apoiadas em ferra- mentas, quanto mais informações qualita- tivas ou quantitativas estiverem disponíveis melhor serão as previsões e, consequente- mente, as previsões dentro desse horizonte de planejamento. Ao realizar o controle do sistema produti- vo deseja-se garantir que o que é realizado está conforme o planejado. São atividades com maior nível de detalhe, desagregadas e com implicações em um horizonte de pla- nejamento mais próximo, de curto prazo. Nessa etapa, define-se o que, como, quanto e quando produzir, assim, este é momen- to de se definir as regras para a produção e também como a informação fluirá pelo sis- tema produtivo, bem como as respostas das informações disponibilizadas (do inglês, fe- edback). A organização da produção define respon- sabilidades dentro do sistema produtivo, tendo uma estrutura hierárquica, seja ela qual for, com os devidos responsáveis pe- las atividades dentro do planejamento e controle da produção, além da interação/ subordinação desses profissionais dentro do sistema produtivo. Assim, as atividades definidas durante o controle da produção ganham um responsável por sua execução, que é quem irá executar a atividade. Em sistemas produtivos, para as atividades de agregação de valor as pessoas deverão Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos8/205 ser dirigidas. Dirigir é a ideia de comando para a execução de uma atividade, a exis- tência de um responsável por definições de última hora, alguém que motive, cobre, mantenha a equipe comprometida com as entregas estipuladas. Dessa forma, a ges- tão de um sistema produtivo demanda a existência de uma liderança, independente- mente de suas características pessoais. 2.1. Conceituação de sistemas produtivos Para entendermos o que é a gestão da pro- dução, teremos que compreender o que é um sistema produtivo. Assim, sistema pro- dutivo é todo e qualquer sequenciamento de atividade (processo) que transforme en- tradas em saídas, com agregação de valor durante esse processo de transformação. Ampliando esse conceito pode-se direcio- nar o conceito de agregação de valor ao ali- nhá-lo a um ou mais objetivos de desempe- nho da organização (empresa). As saídas do sistema produtivo podem diferir entre bens ou serviços, sendo chamados os sistemas produtivos com saídas em forma de bens de sistemas de manufatura e os sistemas pro- dutivos com saídas em formas de serviços de sistemas de serviços. Link No vídeo indicado podem ser vistos conceitos básicos sobre o planejamento e controle da pro- dução. Disponível em: <https://www.youtube. com/watch?v=w0_mSHdxXZc>. Acesso em: 3 out. 2017. Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos9/205 Para saber mais Objetivo de desempenho é a maneira pela qual uma empresa avalia seu posicionamento dentro de um mercado comparado aos seus concorrentes. Existem cinco macro-objetivos de desempenho: (1) Custos; (2) Qualidade; (3) Rapidez; (4)Flexibilidade e; (5) Confiabilidade. (1) A avaliação do desempenho em cus- tos consiste em ser capaz de gerar produtos com menores custos, custos menores podem proporcionar margens melhores e permitem que a empresa pratique preços mais competitivos. (2) Em qualidade diz respeito a um produto que atenda às necessidades do cliente, que pode ser recompensada com uma remuneração maior sobre o produto e também a não produção de itens não conformes, consequente- mente reduzindo os custos produtivos. (3) Em rapidez avalia-se a rápida resposta as necessidades de um cliente. (4) Em flexibilidade seria se a empresa tem condições de independente da demanda apresentada pelo cliente, conseguir concluir a entrega conforme a solicitação. (5) Em confiabilidade tem a ver com a resposta da empresa as solicitações dos clientes não variarem com o tempo, mantendo a conformida- de (qualidade). Esses cinco macro-objetivos podem ser subdivididos em outros objetivos e desdobrados dentro da empresa como objetivos táticos e operacionais. Por exemplo, ao escolher o macro objetivo qualidade a empresa desdobra esse objetivo em número máximo de peças não conforme permitidas em um período. Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos10/205 2.2. Classificação de sistemas produtivos As classificações dos sistemas produtivos têm como objetivo conseguir definir seme- lhanças entre os diferentes sistemas que existem dentro das organizações. As classi- ficações avaliam uma série de característi- cas dos sistemas produtivos desde o tama- nho da organização, nível de repetição nas atividades de agregação de valor, até ca- racterísticas dos produtos produzidos e ca- racterísticas dos processos com os quais os produtos são produzidos. Por meio dessas avaliações é possível gerar uma orientação de quais seriam os melhores métodos para gerir cada um desses sistemas produtivos. 2.2.1. Classificação segundo tipo de produto e tipo de pro- cesso A classificação segundo o tipo de produto e tipo de processo pelo qual um recurso tem valor a ele agregado, considera a análise Link No artigo de Moacir Godinho Filho e Flavio César Faria Fernandes, “Uma análise dos sistemas de pla- nejamento e controle da produção em uma grande empresa de materiais de escrita”, temos um exem- plo de classificação de sistema produtivo. Dispo- nível em: <http://www.abepro.org.br/biblio- teca/ENEGEP2002_TR14_0122.pdf>. Acesso em: 4 out. 2017. Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos11/205 de variabilidade entre produtos e o volume de produtos produzidos. Nessa análise, são distinguidos três grandes grupos: 1. Sistema contínuo: sistema cuja varia- ção entre produtos é muito baixa e a produção se dá em grande volume. Por exemplo, para produção de com- bustíveis em refinarias. 2. Sistemas intermitentes: sistemas nos quais há grande variabilidade entre volumes produzidos de cada item e, consequentemente, há variações nos itens fabricados também. Por exem- plo, a fabricação de automóveis e componentes automotivos. Nessa classificação são geradas duas sub- classificações: sistema flowshop, em que os produtos são produzidos em uma sequência, sendo produzido em uma linha; e sistema jobshop, em que o ordenamento dos maquinários de um setor não segue o roteiro de fabri- cação de um item. 3. Sistema grande projeto: sistema para produtos muito complexos e com pro- dução em baixo volume, por vezes, produções únicas. Por exemplo, para construção de navios cargueiros. Para saber mais Além da distinção teórica apresentada entre os dois tipos de sistemas intermitentes outras ca- racterísticas ajudam a avaliar se um sistema in- termitente seria um flowshop ou jobshop, confor- me apresentado no Quadro 1. Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos12/205 2.2.2. Classificação segundo tempo de resposta à demanda A classificação de sistemas produtivos, segundo tempo de resposta à demanda, considera, pela ótica do cliente, o tempo entre a solicitação de um produto e a chegada desse produto ao clien- Para saber mais Quadro 1. Comparativo entre sistemas Jobshop e flowshop JOBSHOP FLOWSHOP Operação em lotes. Operação em fluxo de materiais, componentes e peças. A produção varia conforme a variação do tamanho do lote ou da frequência de lotes. A produção varia com a alteração da taxa de produção. Custo de setup tende a ser maior. Custo de setup tende a ser menor. O material é levado para cada centro de trabalho. Filas nos centros de trabalho são maiores. Os centros de trabalho são sequenciados. Filas nos centros de trabalho são menores. Utilizam máquinas de uso geral. Utilizam máquinas especializadas. Fonte: elaborada pela autora. Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos13/205 te. O que é avaliado são os processos que ocorrem entre a solicitação e a resposta ao cliente, além de sua influência para que o tempo de resposta exista. Existem sete tipos de estratégias de respos- ta à demanda: 1. Fazer para estoque: sistema cuja pro- dução ocorre independente da solici- tação do cliente final, o planejamento da produção ocorre baseado na série histórica de vendas de produto aca- bado; 2. Rápida resposta para estoque: siste- ma cuja produção ocorre indepen- dente da solicitação do cliente final, o planejamento da produção ocorre baseado na manutenção do nível de estoque de produto acabado; 3. Embalagem conforme pedido: sis- tema cujo produto fica aguardando informação do cliente para sofrer o processo de embalagem antes de ser distribuído; 4. Montagem conforme pedido: sistema cujos componentes ficam estocados aguardando informação do clien- te para que as etapas de montagem, embalagem e distribuição sejam exe- cutadas; 5. Confecção conforme pedido: sistema cujas matérias-primas ficam estoca- das aguardando informação do clien- te para que as etapas de produção, montagem, embalagem e distribui- ção sejam executadas; Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos14/205 6. Compras conforme pedido: sistemas no qual não há estoque internaliza- do na organização, após informação do cliente será executada a etapa de compra, distribuição fornecedor-or- ganização, produção, montagem e distribuição organização-cliente; 7. Projeto conforme pedido: siste- ma no qual o cliente solicita o proje- to do produto, dessa forma, todas as etapas produtivas deverão constar no tempo de resposta ao cliente (projeto do produto, compras para constru- ção do produto, produção do produto, montagem do produto, embalagem do produto, distribuição do produto). Pode-se analisar os itens feitos para estoque como itens que são produzidos em sistemas de alto volume, com baixa variedade entre produtos, nenhum grau de customização, altos valores em estoque e baixo tempo de resposta ao cliente. Já do outro lado desse espectro, os itens projetados conforme pe- dido são itens de baixo volume de produção, alta variedade entre si, alto grau de custo- mização, baixo custo de estoque e alto tem- po para resposta ao cliente. Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos15/205 Link No artigo de Ricardo Magnani Delle Piagge, Gus- tavo Bagni e Josadak Astorino Marcola, “Propos- ta de um modelo de plano mestre de produção para uma empresa de suplementos alimentares: uma pesquisa-ação”, é apresentado um estudo de caso em que a estratégia de resposta a de- manda ajuda a definir todos os desdobramentos do planejamento e controle da produção como o Programa Mestre de Produção e Análise Gros- seira da Capacidade Produtiva. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STO_206_221_27786.pdf>. Acesso em: 4 out. 2017. Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos16/205 Glossário Processo: processo é todo e qualquer conjunto de atividades que transforme recursos (entradas) em produtos, componentes ou serviços (saídas). Um sistema produtivo é um tipo de processo. Setup: tempo necessário para adequação de uma máquina para realizar determinada tarefa, por exemplo, parametrização da máquina, troca de ferramenta, troca de dispositivo. Centro de trabalho: unidade fabril onde ocorre agregação de valor, por exemplo, uma máquina e o conjunto de itens que auxiliam o trabalho nela, como, bancada, colaborador, ferramentas, fazem parte de um centro de trabalho. Customização: grau de variação permitida a um produto por parte da organização que a produz comparado a um produto padrão. Questão reflexão ? para 17/205 A próxima vez que você for ao supermercado repare na distribuição dos produtos e a dinâmica na obtenção de alguns itens. Quais itens você precisa aguardar alguma resposta a sua solicitação, por exemplo, no açougue? Quais itens você pode ir diretamente a gôndola buscar? Para cada um desses itens há uma estratégia diferente de resposta à demanda, nesses casos, a sua demanda, pois você é o cliente. 18/205 Considerações Finais (1/2) • A Gestão da Produção se apoia em quatro processos básicos: Planejamento; Identificação: como as atividades da empresa devem estar no médio e longo prazo; Controle: conferência e distribuição das atividades no curto prazo; Organização: estruturação hierárquica das atividades; e Direção: definição das lideranças e responsáveis dentro do sistema produtivo; • Sistema produtivo é a estrutura responsável por transformar recursos em produtos e/ou serviços, agregando valor a esses itens. Essa agregação de valores pode ser alinhada à execução de um ou mais objetivos de desempe- nho; • O sistema de classificação por produto e por processo avalia o volume de produto obtido e a variabilidade dos produtos conseguidos. Dessa maneira são distinguidos três tipos de sistemas: sistemas de produção contínuo, com baixa variação entre produtos e alto volume; sistemas de grandes projetos, com baixo volume e alta variação entre produtos; e sistemas intermitentes, com volume e variabilidade de produtos ocorrendo a todo momento; 19/205 Considerações Finais (2/2) • O sistema de classificação de resposta à demanda avalia os prazos para res- posta a uma solicitação do cliente e as etapas que ocorrem antes e depois da solicitação. Podem ser classificadas sete estratégias: fazer para estoque; rápida resposta para estoque; embalagem conforme pedido; montagem conforme pedido; confecção conforme pedido; compras conforme pedido; projeto conforme pedido. Unidade 1 • Definições e Conceitos Fundamentais dos Sistemas Produtivos20/205 Referências APICS. American Production and Inventory Cotrol Society. Dictionary. Falls Church, 1987. FERNANDES, F. C. F. Concepção de um sistema de controle da produção em manufatura celu- lar. Tese (Doutorado) da Escola de Engenharia de São Carlos. São Carlos, 1991. JOHNSON, L. A.; MONTGOMERY, D. C. Operations research in production planning, scheduling and inventory control. Nova Iorque: John Wiley, 1974. SIPPER, D.; Bulfin Jr., R. L. Production planning, control and integration. Nova Iorque: MC- Graw-Hill, 1997. PUTNAM, A. O. MRP for repetitive manufacturing shops: a flexible kanban system for America. Production and Inventory Management, 3. ed., p. 60-88, 1983. 21/205 Assista a suas aulas Aula 1 - Tema: Definições e Conceitos Funda- mentais dos Sistemas Produtivos. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ ab4d5289f0af78515d3adfd3954eb85a>. Aula 1 - Tema: Definições e Conceitos Funda- mentais dos Sistemas Produtivos. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ a8327c083d898b081c01bf618ad1830b>. 22/205 1. Assinale a alternativa correta. Os principais processos para a gestão da produção são: a) Planejamento, controle, organização e direção. b) Planejamento, controle, distribuição e direção. c) Armazenamento, produção e logística. d) Transformação, qualidade, logística e armazenamento. e) Distribuição, armazenamento, qualidade e produção. Questão 1 23/205 2. As atividades de planejamento focam ações em _________________, enquanto o controle em ________________. Assinale a alternativa que completa correta e respectivamente as lacunas. a) curto prazo / longo prazo. b) produção / qualidade. c) longo e médio prazo / curto prazo. d) distribuição / qualidade. e) curto prazo / qualidade. Questão 2 24/205 3. Sob a ótica da classificação por tipo de produto e tipo de processo, as- sinale a alternativa que indica qual dos sistemas produtivos pode ser con- siderado sistemas de grandes projetos. a) Construção de uma hidrelétrica. b) Produção de refrigerante. c) Produção de chapas de aço. d) Produção de combustíveis. e) Produção de papel sulfite. Questão 3 25/205 4. Sob a ótica da classificação por resposta a demanda, assinale a alternativa que indica qual dos sistemas produtivos pode ser considerado como “Fazer para estoque”. a) Produção de turbina de avião. b) Produção de pasta de dente. c) Produção de uma refinaria de petróleo. d) Embalagem de itens para redistribuição. e) Montagem de um bolo conforme encomenda. Questão 4 26/205 5. Sob a ótica da classificação por resposta a demanda, assinale a alterna- tiva que indica qual dos sistemas produtivos pode ser considerado como “Fazer conforme pedido”. a) Produção de turbina de avião. b) Produção de pasta de dente. c) Produção de uma refinaria de petróleo. d) Embalagem de itens para redistribuição. e) Montagem de um bolo conforme encomenda. Questão 5 27/205 Gabarito 1. Resposta: A. As principais atividades da Gestão da Pro- dução são planejamento, controle, organi- zação e direção, sendo que o planejamento foca ações em médio e longo prazo, o con- trole no curto prazo, a organização define a estrutura hierárquica da organização e a direção as lideranças da organização para garantia das atividades propostas. 2. Resposta: C. As atividades do planejamento são focadas para o horizonte de planejamento de médio e longo prazo, enquanto o controle garante o desdobramento desse planejamento no curto prazo. 3. Resposta: A. A construção de uma hidrelétrica é extre- mamente complexa, com diversos itens únicos, dessa forma, pode ser considerada como um sistema de grande projeto. 4. Resposta: B. A produção de pastas de dente é feita inde- pendente da solicitação de um cliente, elas ficam disponíveis nas gôndolas de super- mercado, aguardando o cliente ir buscá-las. Os itens são produzidos para estoque e o estoque do final do item é no supermerca- do, o mesmo ocorre com os outros itens dis- poníveis da mesma forma. 28/205 Gabarito 5. Resposta: E. Para fabricação de um bolo sob encomen- da, apesar de todos os ingredientes estarem disponíveis, só será possível iniciar a confec- ção do bolo no momento que o cliente defi- nir as dimensões do bolo, recheio, camadas e outras características desse produto. 29/205 Unidade 2 Planejamento e Controle da Produção 1. Objetivos 1. Compreender as atividades e concei- tos envolvidos no planejamento da produção; 2. Verificar a aplicabilidade do planeja- mento e controle da produção; 3. Entender os principais fatores dos sis- temas produtivos que afetam o pla- nejamento e controle da produção. Unidade 2 • Planejamento e Controle da Produção30/2052. Introdução No tema anterior foram abordados os conceitos de planejamento e controle da produção, bem como suas atuações no horizonte de planejamento das organizações. Neste tema serão tratadas as atividades constituintes desses dois processos, mais as interfaces desses processos com as demais áreas de uma organização e os impactos que alterações nessas outras áreas da organi- zação geram no planejamento e controle da produção. Para saber mais O conceito de família de produtos define que todos os produtos que possuem o mesmo processo produ- tivo, características estruturais e/ou possuem a mesma finalidade podem ser considerados como itens pertencentes à mesma família de produtos. No planejamento de produção, a fim de diminuir a interferên- cia dos erros aleatórios nas projeções, os produtos são considerados por suas famílias, já itens são todos os produtos finais. Por exemplo, uma montadora produz quatro tipos de automóveis, sendo duas picapes, um veículo compacto e um sedã, pela análise das características estruturais desses produtos teríamos três famílias de produtos: a família das picapes, a família dos sedãs e a família dos compactos, mas ana- lisando a quantidade de itens teríamos quatro itens. Unidade 2 • Planejamento e Controle da Produção31/205 2.1 Planejamento da produção O planejamento da produção trabalha com a ideia de distribuir as atividades produti- vas considerando um horizonte de planeja- mento de médio prazo, algo equivalente ao período de doze meses. O planejamento da produção vem com o intuito de tomar deci- sões com base nas projeções das famílias de produtos comercializados pela organização de forma a decidir o que produzir, comprar e entregar; quanto produzir, comprar e entre- gar; quando produzir, comprar e entregar; quem e/ou onde e/ou como produzir. Essas projeções são feitas com antecedência para evitar que o tomador de decisão da organi- zação esteja desprevenido quanto aos cená- rios futuros. Exemplos de decisões tomadas na etapa de planejamento são definição de políticas de níveis de estoque, planejamen- to da mão de obra disponível (contratação/ demissão de funcionários, alocação de ho- ras-extras, subcontratação), compra/venda de equipamentos. Para conseguir realizar essas atividades o planejamento necessita prever a demanda para o período desejado. Essas previsões de demanda junto com gestão financeira Link Indicamos um vídeo sobre uma conceituação bási- ca do planejamento e o controle da produção. Dis- ponível em: <https://www.youtube.com/wat- ch?v=gROF6HNfhXQ>. Acesso em: 4 out. 2017. Unidade 2 • Planejamento e Controle da Produção32/205 de médio prazo são as principais entradas do processo de planejamento agregado da produção, que consiste em realizar as de- mandas previstas com base nos recursos disponíveis para o período. A fim de uma melhor definição das ativida- des de planejamento da produção pode-se interpretar o planejamento da produção por meio da equação (1). Equação (1). Na equação (1) o termo define a soma- tória de todos os itens de uma mesma famí- lia em um período futuro, o termo define a somatória de todos os itens em estoque dessa família no momento atual, o termo define todos os itens produzidos no mo- mento atual pertencentes à mesma família analisada, o termo define todos os itens comprados no momento atual pertencen- tes à mesma família analisada e o termo define todos os itens entregues a clientes ou outras etapas do processo produtivo no momento atual, pertencentes à mesma fa- mília analisada. Analisando a equação (1) consegue-se ob- servar como se dá a dinâmica das famílias de itens entre os períodos produtivos e con- sequentemente como o estoque dessas fa- mílias de itens se comportará em um perí- odo futuro. Sempre a disponibilidade futu- ra de itens em estoque será um reflexo das atividades de compra, entrega (ou venda) e Unidade 2 • Planejamento e Controle da Produção33/205 produção no período atual. Dessa forma, a análise de necessidades produtivas futuras sempre estará atrelada a resultados do pro- cesso produtivo atual. Atentar-se ao fato de que a análise da equação de planejamento da produção é feita por família de itens, isso ocorre, pois, se trata de uma análise de itens futuros, com horizonte de planejamento de médio prazo (aproximadamente doze me- ses). Ao analisar a previsão de demanda de itens no futuro, a presença de incertezas é constante, a análise por família de itens tende a reduzir o impacto dessas incertezas, além dos itens compartilharem os mesmos recursos da organização e análise do plane- jamento da produção deseja avaliar a ne- cessidade e utilização desses recursos. A estrutura do produto define quais são os componentes e matérias-primas necessá- rios para a confecção de um produto, é a listagem de tudo que será necessário para concluir essa etapa produtiva. Com base na Para saber mais No desenvolvimento e produção de um produto, a maneira como esse item será feito e os recur- sos utilizados para sua confecção são de extrema importância. O roteiro de fabricação define como determinado item será produzido, suas etapas de fabricação e o tempo gasto em cada uma des- sas etapas. Por meio dele é possível saber quan- do determinado processo deve ser iniciado para não impactar outro processo, o que resultaria em atrasos em toda a linha. Unidade 2 • Planejamento e Controle da Produção34/205 estrutura do produto pode-se prever a ne- cessidade de compra de matérias-primas, quando essa compra deve ocorrer para não impactar em atrasos no processo produtivo. A figura que segue mostra uma representa- ção dessa estrutura do planejamento. Figura 1- Estrutura do planejamento e in- terface com o controle da produção Fonte: adaptado de Fernandes (2010, p. 9). Unidade 2 • Planejamento e Controle da Produção35/205 2.2 Controle da produção O controle da produção são os processos gerenciais responsáveis por garantir que o que foi planejado está sendo realmente executado no horizonte de planejamento de curto prazo (dentro do mês de trabalho). O controle da produção regula o fluxo de ma- teriais em um sistema produtivo através de informações sobre os itens produzidos (o que é produzido, quanto é produzido, quan- do é produzido) e decisões de regulação para que essa produção esteja conforme o planejado. As decisões na área de controle são mais detalhadas, definidas item a item, baseadas em informações concretas das demandas. Não se trabalha com base em previsões de demanda, mas em informações sobre a car- teira de pedidos para o período, disponibili- dade de recursos (maquinário, matéria-pri- ma, mão de obra, entre outros). As principais atividades do controle de pro- dução podem ser resumidas em: (1) Progra- mar a produção em termos de itens finais (por meio do processo chamado de Progra- ma Mestre de Produção); (2) Controlar por meio de regras de controle ou programar as necessidades de recursos em termos de componentes e matérias-primas; (3) Orga- nizar a sistemática de coordenação de or- dens de produção; (4) Executar o sequen- ciamento de tarefas máquina a máquina. As três últimas atividades do controle fazem parte de que algumas organizações cha- mam Sistema Coordenação de Ordens. Unidade 2 • Planejamento e Controle da Produção36/205 A fim de uma melhor definição das ativida- des de controle da produção pode-se inter- pretar o controle da produção por meio da equação (2). Equação (2). Na equação (2) o termo define estoque de um item final em um período futuro, o termo define o estoque de um item final no momento atual, o termo define quan- to de um item final foi produzido no perío- do atual, o termo define a quantidade de um itemfinal comprado no momento atual e o termo define todos os itens finais en- tregues a clientes ou outras etapas do pro- cesso produtivo no momento atual. Analisando a equação (2), consegue-se ob- servar como se dá a dinâmica de itens finais entre os períodos produtivos e consequen- temente como o estoque de itens se com- portará em um período futuro. Sempre a disponibilidade futura de itens em estoque será um reflexo das atividades de compra, entrega (ou venda) e produção no período atual. Dessa forma, a análise de necessida- des produtivas futuras sempre estará atre- lada a resultados do processo produtivo atual. Atentar-se ao fato de que a análise da equação de controle da produção é feita por itens finais, isso ocorre, pois, se trata de uma análise desagregada, com horizonte de planejamento de curto prazo (aproximada- mente um mês) e baseada em dados con- cretos, a análise em curto prazo tende a ter Unidade 2 • Planejamento e Controle da Produção37/205 menor participação de incertezas, tendendo a ser mais assertiva em suas considerações, além dos itens utilizarem quantidades específicas de recursos da organização, sendo necessária uma definição refinada das necessidades de recursos para a produção. Para saber mais Os sistemas de coordenação de ordens podem ser também conhecidos como sistemas de coordenação de ordens de compra e serviços, os quais são as sistemáticas encontradas pela organização para passar informações das necessidades de curto prazo para o chão de fábrica. Representam a maneira pela qual será controlado o fluxo de material no chão de fábrica, podendo ser avaliadas conforme os níveis de es- toques de cada centro de trabalho, conforme o fluxo estimado de produtos em processo ou conforme o pedido colocado, em casos de produtos muito complexos e de baixa repetibilidade no sistema produtivo. A figura que segue ilustra a estrutura do controle de produção. Unidade 2 • Planejamento e Controle da Produção38/205 Figura 2- Estrutura do controle da produção Fonte: adaptado de Fernandes (2010, p. 9). Unidade 2 • Planejamento e Controle da Produção39/205 Link O artigo de Liliane Dolores Fagundes e Jaqueli- ne Pires, “Implantação do planejamento e controle da produção em uma microempresa de usinagem e ferramentaria de molde”, discute estudos de caso que apresentam exemplos bem-sucedidos da aplicação das técnicas de planejamento e con- trole da produção. Disponível em: <http://www. abepro.org.br/biblioteca/enegep2013_tn_ stp_177_008_21851.pdf>. Acesso em: 4 out. 2017. Unidade 2 • Planejamento e Controle da Produção40/205 Glossário Leadtime: tempo necessário entre a solicitação de um item e sua entrega; Carteira de pedidos: somatória de todos os itens pedidos; Feedback: também conhecida como retroalimentação. Disponibilização de informações de con- trole sobre expectativas de um sistema. Questão reflexão ? para 41/205 Voltando ao caso do mercado, ao irmos até ele, para realizar nos- sa compra do mês, há uma série de itens que temos pré-definidos, suas quantidades, marcas, tamanho de embalagens, entre outros. Essa predefinição ou a popular lista de compras, é o seu planeja- mento do processo compras que será executado por você no mer- cado. Mas, se a marca desejada não estiver disponível? E se as em- balagens não são as mesmas que foram planejadas anteriormen- te? Reflita como uma nova reprogramação de troca de marca, de análise para compra de diferentes quantidades, a fim de atender as suas necessidades mensais listadas, será realizada no seu controle do processo de compras. 42/205 Considerações Finais • Planejamento é o processo de definir como os recursos serão disponibili- zados em um horizonte de planejamento de médio prazo a fim de atender às expectativas de demandas, expressas por meio de previsões dessas de- mandas; • Controle da produção é o processo de verificar se o real está conforme o planejado no curto prazo e, havendo necessidade, reprogramar o planejado a fim de diminuir os impactos de uma programação errada ou potencializar possíveis ganhos; • Planejamento apoia suas decisões em previsões de demanda, que possuem incertezas, para redução do impacto dessas incertezas e são realizados por família que utilizem recursos em comum. Pelo fato do controle basear-se em dados concretos (carteira de pedidos, estrutura de produtos e roteiro de fabricação) as incertezas em seus valores são menores, podendo, dessa forma, serem trabalhados com base nos dados de itens finais. Unidade 2 • Planejamento e Controle da Produção43/205 Referências BURBIDGE. The principles of production control. Estover (Plymouth) MacDonald and Evans. Li- mited, 1978. BURBIDGE. Production control: a universal conceptual framework. Production Planning and Control, v. 1, n. 1, p. 3-16, 1990. FERNANDES, F. C. F. Concepção de um sistema de controle da produção em manufatura celu- lar. Tese (Doutorado) da Escola de Engenharia de São Carlos. São Carlos, 1991. FERNANDES, F. C. F.; GODINHO FILHO, M. Planejamento e controle da produção: dos funda- mentos ao essencial. São Paulo. Atlas, 2010. 44/205 Assista a suas aulas Aula 2 - Tema: Planejamento e Controle da Pro- dução. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ a4db7945bdf451566dafc16abd70e7e1>. Aula 2 - Tema: Planejamento e Controle da Pro- dução. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ e51ff844de52a2399bcf665ab6c482f5>. 45/205 1. No planejamento os dados referentes a produtos são tratados como ______________, enquanto no controle são tratados em _____________. Assinale a alternativa que preenche correta e respectivamente as lacunas. a) famílias de produtos / Itens; b) longo prazo / médio prazo; c) produzidos em transformação / produtos acabados; d) distribuição / armazenamento; e) em produção / em estoque. Questão 1 46/205 2. Assinale a alternativa que indica no que as atividades de planejamento são baseadas. Questão 2 a) Intuição. b) Previsões de demanda, estoques atuais, quantidade produzida no período atual, quantida- des compradas no período atual e quantidade entregue no período atual. c) Previsões de demanda, estoques futuros, quantidade produzida no futuro, quantidades compradas no futuro e quantidade entregue no futuro. d) Correções dos desvios entre real e planejado. e) Decisões tomadas exclusivamente pelo corpo diretivo da empresa. 47/205 3. Assinale a alternativa correta. As atividades de controle são baseadas em: Questão 3 a) Intuição. b) Previsões de demanda, estoques atuais, quantidade produzida no período atual, quantida- des compradas no período atual e quantidade entregue no período atual. c) Previsões de demanda, estoques futuros, quantidade produzida no futuro, quantidades compradas no futuro e quantidade entregue no futuro. d) Correções dos desvios entre real e planejado. e) Decisões tomadas exclusivamente pelo corpo diretivo da empresa. 48/205 4. Assinale a alternativa correta. Sistemas de coordenação de ordens: Questão 4 a) Libera informações para o chão de fábrica de o que, quanto e quando produzir. b) Definem as pessoas responsáveis pela coordenação hierárquica na organização. c) Mapeiam as etapas de agregação de valor em um sistema produtivo. d) Definem itens para redistribuição. e) Fazem parte das etapas de planejamento da produção. 49/205 5. Assinale a alternativa correta. A definição do lote de produção para um pedido emergencial faz parte das atividades de: Questão 5 a) Planejamento. b) Auxílio ao comercial. c) Faturamento. d) Emergência. e) Controle.50/205 Gabarito 1. Resposta: A. No planejamento de produção são utiliza- dos dados sobre as famílias de produtos a fim de diminuir o impacto das incertezas das previsões de demanda. Na etapa de controle são utilizados dados por itens, uma vez que a análise é baseada em dados mais concre- tos como a carteira de pedidos, estrutura de produto e roteiro de fabricação. 2. Resposta: B. Ao tentar prever como o sistema produti- vo estará no horizonte de doze meses são necessários dados de como estará essa de- manda no período futuro (previsão de de- manda), baseando essas previsões em da- dos atuais (estoques, produtos comprados, produtos produzidos e produtos entregues). 3. Resposta: D. No processo de controle se verificam as res- postas do sistema produtivo no curto prazo, os desvios e reprogramar-se. 4. Resposta: A. Os sistemas de coordenação de ordens de produção definem para o chão de fábrica o sequenciamento das atividades a serem executadas, bem como onde serão executa- das, suas quantidades e tempo disponível. 51/205 Gabarito 5. Resposta: E. A liberação de ordem de serviço para um atendimento especial (urgência) faz parte das atividades de controle, uma vez que é uma atividade em decorrência de algo que não estava planejado, mas que precisa ser realizado. 52/205 Unidade 3 Previsões de Demanda 1. Objetivos 1. Entender as definições de níveis or- ganizacionais e seus reflexos no hori- zonte de planejamento; 2. Verificar as diferentes abordagens de previsão de demanda e os métodos presentes em cada uma delas; 3. Compreender o método de Desvio Ab- soluto Médio para análise da qualida- de de uma previsão de demanda. Unidade 3 • Previsões de Demanda53/205 2. Introdução Este tema tem início no estudo das ativida- des pertencentes ao planejamento de pro- dução. Assim, serão abordados métodos qualitativos e quantitativos de análise de dados futuros que auxiliarão as decisões to- madas nas etapas de planejamento da pro- dução. Desta forma, previsão seria a arte de especificar informações significantes sobre o futuro. Essas especificações futuras auxi- liarão na tomada de decisão, assim, devem contemplar alguns requisitos para servirem como boas previsões de demanda, garan- tindo robustez do método utilizado. Para isso, devem-se observar alguns pontos du- rante a análise da demanda, são eles: • A permanência das características originais no sistema, cuja produção quer ser prevista (por exemplo, em uma indústria do agronegócio se a distribuição de chuvas no período so- freu grandes alterações); • Garantia de não existência de erros sistemáticos. Erros sistemáticos são erros trazidos por um modelo que não representa a situação real que está sendo observada. Erros aleatórios (que não são reflexo de uma modela- gem equivocada) são comuns em pro- cessos de previsão, deve ser possível distinguir o que é um erro sistemá- tico e o que é um erro aleatório. Isso será melhor analisado em métodos de controle de previsões; • Previsões agregadas são mais robus- tas que previsões individuais, por isso Unidade 3 • Previsões de Demanda54/205 trabalha com análise de família de produtos e não itens finais; • Quão mais longe do período atual o horizonte de planejamento, menor a exatidão dessa previsão; • O método de previsão de demanda deve ser facilmente compreendido e de fácil utilização; • O processo de previsão de demanda deve ser executado em interface com outras áreas da empresa como as áre- as de marketing e vendas. 2.1 Processo de previsão de de- mandas A previsão de demandas deve ser vista como um processo dentro do macroprocesso do planejamento da produção. Suas atividades são bem definidas dependendo de parâme- tros que devem ser definidos antes do início do processo de previsão. Os principais pa- râmetros a serem definidos são o horizonte Link No vídeo indicado, é possível verificar conceitos básicos de previsão de demanda e suas utiliza- ções. Disponível em: <https://www.youtube. com/watch?v=UZorwyW4c_U>. Acesso em: 4 out. 2017. Unidade 3 • Previsões de Demanda55/205 de planejamento, o objetivo da previsão, a abordagem a ser utilizada, os métodos de previsão utilizados e os métodos de con- trole escolhidos para verificar se a previsão de demanda está refletindo a realidade modelada. O horizonte de planejamento é a definição do prazo de reflexo das tomadas de decisão executadas. Se o horizonte de planejamen- to trabalhado é de longo prazo, os resul- tados serão percebidos no prazo de dois a cinco anos da tomada de decisão, seus re- flexos são em desempenhos estratégicos da empresa como, por exemplo, construção de uma nova unidade fabril, ampliação de uma linha de produção ou inserção de uma nova linha de produtos no portfólio da organi- zação. Se o planejamento é focado em um horizonte de médio prazo seus reflexos são esperados para entre seis a dezoito meses após a tomada de decisão, são reflexos no planejamento tático da empresa, com des- dobramentos realizados entre os gerentes e supervisores da organização buscando, por exemplo, melhorias em indicadores de desempenho da empresa, como taxas de refugo das linhas produtivas, utilização de horas-extras ou planos de desligamentos de colaboradores. Quando o horizonte de planejamento é de curto prazo, seus refle- xos são encontrados entre imediato a três meses após a tomada de decisão, são refle- xos no operacional da empresa, afetando diretamente o chão da fábrica como a reor- ganização de um setor após o desligamento de funcionários ou a diminuição das horas- -extras disponíveis. Unidade 3 • Previsões de Demanda56/205 Para saber mais Uma empresa pode ser dividida em três níveis organizacionais: (1) Estratégico; (2) Tático e; (3) Operacio- nal. O nível estratégico trabalha com processos buscando o posicionamento futuro na empresa e suas inter-relações com o mercado, seus resultados são percebidos em horizonte de planejamento de longo prazo e as tomadas de decisão são tidas pelo corpo diretivo da empresa. Mas para que as decisões es- tratégicas tenham efeito, são necessários desdobramentos internos. Nessa etapa tem-se os desdobra- mentos primeiramente para o nível tático e depois para o nível operacional. No nível tático, gerentes e supervisores recebem as diretrizes definidas pelo o corpo diretivo, e desdobram essas diretrizes em pa- râmetros e/ou objetivos de desempenho. Esses objetivos de desempenho devem ser desdobrados para os colaboradores que estão no chão de fábrica, no nível operacional da organização. Os objetivos de desempenho chegam em nível operacional com parâmetros de controle. Por exemplo, a direção de uma empresa enxerga que uma maneira da empresa permanecer no mercado e melhorar seus resultados se- ria o posicionamento de seus produtos com qualidade superior comparado aos seus concorrentes, para isso os gerentes da empresa estipulam um objetivo de desempenho como redução de taxa de refugo em 20% e passam para os colaboradores do chão da fábrica a quantidade máxima de peças que podem ser refugadas durante o turno de produção. Unidade 3 • Previsões de Demanda57/205 Quando se fala de objetivo de uma previsão, seria na verdade, qual decisão da organização que essa previsão irá apoiar. Dessa forma, uma série de outros parâmetros devem ser definidos para responder qual é o objetivo de uma previsão: sobre qual horizonte de planejamento a previsão incidirá, o que será previsto, qual o tamanho da família de itens que está sendo considerado, ní- vel de exatidão da previsão necessário, qual o volume de recursos necessários para gerar os itens dessa previsão e qual o grau de detalhe necessário. Para uns alguns desses parâmetros têm uma relaçãodireta com o horizonte de planejamento considerado, conforme mostra o Quadro 1. Quadro 1. Relação entre características importantes no processo de previsão de demandas Horizonte de planejamento Nível de agregação Grau de detalhe Nível de exatidão Longo prazo Alto Previsões mensais Médio Médio prazo Médio Previsões mensais ou semanais Médio / Alto Curto prazo Baixo Previsões semanais Alto Fonte: adaptado de Fernandes (2010, p. 19). A abordagem definida para a previsão de demanda pode ser definida em três modalidades, abor- dagem qualitativa, abordagem causal e abordagem quantitativa. Essas três abordagens irão de- pender dos dados disponíveis para a realização da análise de demandas. Quando não se tem dados sobre a demanda que se deseja prever, nem é possível coletar esses dados, tende-se a Unidade 3 • Previsões de Demanda58/205 trabalhar com a abordagem qualitativa, quando existe um banco de dados que pode ser analisa- do e se consegue avaliar uma relação de causa-efeito dentro desse banco de dados é utilizada a abordagem causal. Não havendo relação de causa-efeito dentro do banco de dados, a aborda- gem a ser considerada é a abordagem quantitativa. A atividade que define a abordagem para previsão pode ser considerada conforme a Figura 1. Figura 1 - Fluxograma decisório para escolha de abordagem Fonte: adaptado de Fernandes (2010, p. 19). Unidade 3 • Previsões de Demanda59/205 A definição dos métodos a serem utilizados para a previsão de demanda depende diretamente da abordagem que foi definida. O quadro a seguir apresenta uma série de sugestões de métodos para cada uma das três abordagens apresentadas, em sequência serão explicados cada um dos métodos de previsão. Quadro 2. Listagem de métodos de previsão Abordagem de previsão Método de previsão Abordagem qualitativa Consenso do comitê executivo Analogia histórica Pesquisa de mercado Pesquisa de clientes Abordagem causal Análise de regressão Sistemas simultâneos Abordagem quantitativa Média móvel Média móvel ponderada Suavização exponencial Fonte: adaptado de Fernandes (2010, p. 20). Unidade 3 • Previsões de Demanda60/205 2.1.1 Métodos de abordagem qualitativa Consenso do comitê executivo: análise reali- zada por diversas áreas da empresa (marke- ting, finanças, operações, entre outros) em que se discute entre essas diversas áreas quais as perspectivas de demandas futuras, havendo a vantagem de diminuir possíveis tendências de uma análise realizada apenas por uma área; Analogia histórica: análise que diz que ce- nários passados ocorrerão novamente no futuro. Comum de ser executado em orga- nizações que possuem baixa variação de demanda; Pesquisa de mercado: quando não se sabe a demanda futura de um produto porque ele nunca existiu, pode-se fazer uma pesquisa de mercado para prever quanto o mercado consumiria desse produto; Pesquisa de clientes: quando há uma con- centração no número de clientes de deter- minado produto que possui as mesmas ca- racterísticas de nunca ter sido comercializa- do no mercado, pode-se inferir que a venda no mercado total será proporcional à quan- tidade vendida ou a perspectiva de compra de um grupo de clientes. 2.1.2 Métodos de abordagem causal Análise de regressões: regressões são méto- dos matemáticos para modelar dispersões de pontos em equações. Por meio dessas Unidade 3 • Previsões de Demanda61/205 equações podem-se projetar valores de de- manda futura conforme o período em que se deseja avaliar. Modelos de regressão se- guem a seguinte forma geral: Equação (3). Em que td seria a demanda no período t, ( )t kx -¦ seria a função que representa o comportamento da variável independente x no período t-k, a função pode ter diversas formas podendo ser linear, polinomial, mul- tivariável (mais de uma variável indepen- dente) entre outros, e te é o ruído, ou erro aleatório, inerente a todo processo que tra- balha com probabilidade. Como método para análise se a regressão executada é condizente com a base de da- dos da qual a análise se utiliza a forma de r² ou coeficiente de determinação. Se ao re- alizar o cálculo de r² o valor encontrado for superior a 0,85 pode-se considerar que a regressão é de boa qualidade. Unidade 3 • Previsões de Demanda62/205 Sistemas simultâneos: método de análise que utiliza um conjunto de regressões si- multaneamente para o cálculo de demanda futura. 2.1.3 Métodos de abordagem quantitativa Os métodos de abordagem quantitativa ou métodos de análise de séries temporais utili- zam a base de dados acumulada nos últimos períodos para inferir qual seria a posição fu- tura. Dentre os métodos de séries temporais serão discutidos os métodos de média mó- vel, média móvel ponderada e suavização exponencial. Média Móvel: método que analisa a última série de eventos para prever eventos futuros. Bom para previsão de eventos que apresen- tam permanência e tendência. Apresenta fa- lha com itens que apresentem sazonalidade. Para saber mais Programas computacionais que executem cál- culos em planilhas conseguem facilmente cal- cular regressões e o r² dessas funções. Microsoft Excel®, por exemplo, consegue executar esses cálculos com base em dados plotados em uma planilha. Com dados lançados em planilha, deve- -se plotar um gráfico de dispersão, com o gráfico plotado, deve-se abrir as opções de análise des- se gráfico e solicitar a plotagem dos gráficos de tendência (o gráfico plotado será uma regressão linear), ao entrar nas opções dos gráficos de ten- dência você poderá alterar o tipo de gráfico de re- gressão e solicitar a exibição do r² já calculado. Unidade 3 • Previsões de Demanda63/205 Média Móvel Ponderada: método muito parecido com o anterior com a diferença de permitir que o analista decida qual período terá maior relevância para a determinação de um período futuro. Suavização Exponencial: método que considera sempre que o último valor da série temporal tem maior importância e que a importância dos demais itens da série temporal vai decaindo confor- me o período considerado está mais distante do período o que pode ser previsto. Para saber mais Quando analisado um conjunto de dados de uma série temporal, três características podem ser encon- tradas: (1) Permanência; (2) Tendência ou (3) Sazonalidade. Essas características podem ser encontradas em um conjunto de dados de maneira isolada, combinadas duas a duas, ou todas combinadas de uma vez só. (1) Permanência seria a capacidade de os pontos de uma série temporal estarem concentrados em torno de uma média. (2) Tendência é a capacidade dos pontos se organizarem de forma a projetarem um valor futuro com inclinação positiva ou negativa. (3) Sazonalidade é a capacidade de os pontos apre- sentarem concentração ao redor de médias distintas em períodos subsequentes. Esses comportamentos podem ser observados com maior facilidade ao plotar um gráfico de dispersão dos pontos da série tem- poral. Ao adicionar a linha de tendência ao gráfico é possível observar a existência de permanência e/ou tendência e a sazonalidade pelo gráfico de dispersão em si. Unidade 3 • Previsões de Demanda64/205 2.1.4 Métodos de controle de previsões Ao realizar a previsão de demanda é neces- sário verificar a aderência entre o método utilizado e a realidade do que está se pro- pondo a prever. Para isso existem métodos de controle das previsões de demanda. Toda previsão possui um erro, que pode ser tra- duzido como a diferença da demanda real e a demanda prevista. Esse erro pode ser sub- dividido em dois tipos de erro, o erro aleató- rio, que inerente a cálculos probabilísticos, e o erro sistemático, que seria o erro causado pelo método não representar a realidade do sistemaque está sendo previsto. Os méto- dos de controle de previsão têm por objetivo verificar a existência de erros sistemáticos. Um dos métodos mais utilizados e simples de realizar o controle de previsões de de- manda é o método de análise do desvio ab- soluto médio. Trata-se de analisar a soma- tória do módulo dos erros apresentados di- vidida pelo número de períodos analisados. Link No TCC de Fernando Mancuzo, “Análise e pre- visão de demanda: estudo de caso em uma em- presa distribuidora de rolamentos”, estão dispo- níveis dados sobre métodos quantitativos que podem ser aplicados nos casos de abordagem quantitativa. Disponível em: <http://www. abepro.org.br/biblioteca/enegep2013_TN_ STO_177_008_22649.pdf>. Acesso em: 4 out. 2017. Unidade 3 • Previsões de Demanda65/205 O desvio absoluto médio verifica a disper- são dos erros, quanto mais próximo de zero, melhor a previsão está se comportando. Link No artigo de Ferreira, V. E. S et al., “Utilização de um modelo quantitativo de previsão de demanda para análise da demanda por concreto em uma empresa do oeste potiguar”, pode ser analisado um caso de su- cesso de implementação de previsão de demanda utilizando métodos de análise quantitativa. Dispo- nível em: <http://www.abepro.org.br/bibliote- ca/enegep2013_TN_STO_177_008_22649. pdf>. Acesso em: 4 out. 2017. Unidade 3 • Previsões de Demanda66/205 Glossário Nível de agregação: quanto maior o nível de agregação de uma família de itens, maior a corre- lação dos processos executados para obtenção desses produtos. Nível de exatidão: quanto maior o nível de exatidão, menor poderá ser a presença do erro alea- tório (erro inerente a cálculos probabilísticos). Portfólio: conjunto de produtos ou oportunidades oferecidas por uma empresa aos seus clientes. Questão reflexão ? para 67/205 A próxima vez que você for ao mercado repare nas quantidades dos itens disponíveis nas prateleiras. Essas quantidades não es- tão ali por acaso, foi prevista uma demanda de itens que estariam disponíveis nas prateleiras nesse período. Agora imagine que as empresas que produziram esses itens analisaram a demanda de todos os mercados para quem elas vendem para projetar suas fá- bricas, o número de pessoas contratadas para trabalhar nas linhas e até o fluxo de matérias-primas que estariam passando por essas linhas. Você consegue imaginar a análise de todos esses dados e os impactos de uma análise realizada com o método errado? 68/205 Considerações Finais (1/2) • Previsão de demanda é parte participante do macroprocesso de planeja- mento de produção. Esse processo consiste em, por meio de abordagens qualitativas, causais ou quantitativas, prever quais seriam os comporta- mentos das demandas futuras; • A previsão de demanda auxilia na tomada de decisão dentro dos horizontes de planejamento. Existem três horizontes de planejamento: de curto, médio e longo prazo. O curto prazo são decisões operacionais com impacto ime- diato até três meses; no médio prazo são decisões táticas com impacto nos períodos de seis a dezoito meses; e as decisões de longo prazo são decisões estratégicas, com impacto ao longo de dois a cinco anos após a tomada de decisão; 69/205 Considerações Finais (2/2) • Existem três tipos de abordagem: qualitativa, causal e quantitativa. Abor- dagem qualitativa ocorre quando não se possui base de dados para análise; causal é quando se consegue verificar uma condição de causa-efeito entre dados pertencentes à mesma base de dados; e quantitativa são inferências realizadas por meio de análise da base de dados sem conferência de causa- -efeito. Podem ser usados métodos estatísticos para análises quantitativas; • Métodos de controle são métodos utilizados para conferência se o método de previsão de demanda condiz com as situações já verificadas na série de dados disponíveis. Unidade 3 • Previsões de Demanda70/205 Referências FERNANDES, F. C. F.; GODINHO FILHO, M. Planejamento e controle da produção: dos funda- mentos ao essencial. São Paulo. Atlas, 2010. NARASHIMHAN, S.; MCLEAVEY, D. W.; BILLINGTON, P. Production planning and inventory con- trol. New Jersey. Prentice Hall. 2. ed., 1995. SIPPER, D.; BULFIN JR., R. L. Production planning, control and integration. Nova Iorque. MC- Graw-Hill, 1997. STEVENSON, W. J. Administração das operações de produção. São Paulo. LTC, 2002. TUBINO, D. F. Planejamento e controle da produção. São Paulo. Atlas, 2007. 71/205 Assista a suas aulas Aula 3 - Tema: Previsões de Demanda. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/2c42cdadfe3cb2e0765e32b44fab4da3>. Aula 3 - Tema: Previsões de Demanda. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/3902a7d8cd2e1ed09dcfdd62a8312989>. 72/205 1. Quando se fala de decisões do ponto de vista estratégico e tático, essas decisões implicam, respectivamente: a) Famílias de produtos / Itens. b) Resultados de longo prazo / médio prazo. c) Produzidos em transformação / produtos acabados. d) Distribuição / armazenamento. e) Em produção / em estoque. Questão 1 73/205 2. Quando não existe base de dados para tomada de decisão qual aborda- gem deve ser utilizada? a) Qualitativa. b) Quantitativa. c) Causal. d) Intuitiva. e) Aleatória. Questão 2 74/205 3. Quando a base de dados existente apresenta relações de causa-efeito qual abordagem deve ser utilizada? a) Qualitativa. b) Quantitativa. c) Causal. d) Intuitiva. e) Aleatória. Questão 3 75/205 4. Quando a base de dados existente não apresenta relações de causa-efeito qual abordagem deve ser utilizada? a) Qualitativa. b) Quantitativa. c) Causal. d) Intuitiva. e) Aleatória. Questão 4 76/205 5. Dentre os métodos abaixo qual representa um método de controle de previsão de demanda? a) Suavização Exponencial. b) Consenso do comitê executivo. c) Faturamento. d) Média Ponderada Móvel. e) Desvio Absoluto Médio. Questão 5 77/205 Gabarito 1. Resposta: B. Decisões operacionais são refletidas no cur- to prazo, decisões táticas são refletidas no médio prazo, decisões estratégicas são re- fletidas no longo prazo. 2. Resposta: A. Quando não existe base de dados para to- mada de decisão a abordagem que deve ser utilizada é a qualitativa, pois consegue se basear em análises pessoais de profissio- nais da área. 3. Resposta: C. Quando a base de dados existente apresen- ta relações de causa-efeito, a abordagem que deve ser utilizada é a causal, pois dessa forma consegue-se uma previsão mais pre- cisa. 4. Resposta: B. Quando a base de dados existente não apre- senta relações de causa-efeito, a aborda- gem que deve ser utilizada é a quantitativa, pois dessa forma consegue-se aproveitar a base de dados e inferir, por meio de mé- todos estatísticos, possíveis valores de de- manda futuros. 5. Resposta: E. O desvio absoluto médio verifica a disper- são dos erros, quanto mais próximo de zero, melhor a previsão está se comportando. 78/205 Unidade 4 Planejamento Agregado e Desagregado 1. Objetivos 1. Compreender as atividades e concei- tos compreendidos no agregado; 2. Entender as semelhanças e diferenças entre planejamento agregado e desa- gregado; 3. Conseguir aplicar os conceitos dos métodos de tempo de esgotamento e tempo de esgotamento agregado. Unidade 4 • Planejamento Agregado e Desagregado79/205 2. Introdução O tema quatro inicia o estudo dos processos de comunicação entre os níveis organiza- cionais da empresa. O planejamento agre- gado tem como objetivo desdobrar condi-ções do âmbito estratégico para que geren- tes e supervisores no âmbito tático tomem suas decisões. Nesse ponto são verificadas ações para decisões de médio prazo, com objetivo de alinhar a capacidade produtiva com a demanda projetada para o período. Além disso, são verificados objetivos de de- sempenho da organização para responder aos anseios de posicionamento estratégi- co da empresa no mercado. Dessa forma, o planejamento agregado pode ser conside- rado também como processo de sales and operations planning (S&OP), que consistiria em etapas de replanejamento com base nas variações de vendas dentro do período de um mês, regulando as disponibilidades de recursos e suprimentos. Unidade 4 • Planejamento Agregado e Desagregado80/205 Enquanto o planejamento agregado realiza suas análises com base nas famílias de itens similares entre si ou que possuem mesmas formas de obtenção, o planejamento de- sagregado faz suas análises baseadas em desdobramentos dessas análises por famí- lias, por análises de itens individualizados. Faz-se a análise de que o planejamento agregado realiza a interface entre os am- bientes externos e internos da empresa ao trazer questões estratégicas como o am- biente competitivo, capacidade de subcon- tratação, disponibilidade de fornecimento, demandas e condições econômicas para uma análise conjunta com questões inter- nas da empresa como capacidade produti- va atual da empresa, força de trabalho atual Para saber mais Os objetivos estratégicos de desempenho são cinco definições sobre as quais se pode analisar o posicionamento de uma empresa comparada aos seus concorrentes. Essas definições podem ser desdobradas em subobjetivos que ficam mais fá- ceis de serem observados e medidos no cotidiano das organizações. Os 5 macro-objetivos são: (1) Custos: apresentar custos reduzidos; (2) Flexibili- dade: responder de maneira rápida e eficiente às variações das necessidades dos clientes; (3) Qua- lidade: pode ser entendida como atender às ne- cessidades do cliente; (4) Confiabilidade: que seria atender às condições específicas do fornecimen- to para o cliente; e (5) Rapidez: que seria atender com agilidade às solicitações dos clientes. Unidade 4 • Planejamento Agregado e Desagregado81/205 da empresa, atividades requeridas na pro- dução e os atuais níveis de estoque. Nas análises de planejamento agregado tor- na-se necessária a definição de uma única medida de agregação, afinal não podem ser comparados volumes de produtos distintos. Torna-se necessária uma análise do siste- ma produtivo a fim de verificar qual seria a melhor unidade de medida, podendo essa ser tempo, dinheiro ou volume de produção entre linhas diferentes. Dessa forma, após a análise individualizada para cada família de produto (é pré-disposto trabalhar com cin- co a quinze famílias em um sistema produti- vo), busca-se com o planejamento agrega- do gerar um plano de trabalho que atenda a todas as demandas previstas e ao mesmo tempo minimize os custos envolvidos nes- ses processos produtivos. Os custos pertencentes ao processo produ- tivos são: • Custos básicos de produção: custos fi- xos e variáveis necessários para a pro- dução de um produto; • Custos de manter estoque; • Custo de falta, ou não atendimento do cliente no prazo estipulado; • Custo de contratação de colaborado- res; • Custos de demissão de colaboradores; • Custos de horas extras; • Custos de subcontratação, ou tercei- rização de etapas produtivas. Unidade 4 • Planejamento Agregado e Desagregado82/205 buscam a solução ótima, apoiados em mé- todos matemáticos de otimização. Fazem parte do conjunto de decisões a se- rem tomadas no planejamento agregado a definição do volume a ser produzido no pe- ríodo (geralmente, dentro de um mês), ní- veis de estoques permitidos a cada período, número de colaboradores necessários para cada período, níveis de pedidos que poderão não ser atendidos ao fim do período, quan- tidade de horas-extras necessárias, neces- sidade de subcontratação, entre outros. O planejamento agregado possui dois con- juntos de soluções possíveis para sua apre- sentação: (1) Os métodos em planilhas: que são métodos heurísticos, derivados da ideia de tentativa e erro (apresentam soluções rápidas, porém não ótimas); e (2) Os mé- todos avançados: que seriam métodos que Para saber mais Originada na década de 50 com o objetivo de me- lhorar a disposição de recursos militares, a pes- quisa operacional tem como objetivo utilizar mé- todos matemáticos, estatísticos e até mesmo ló- gicos para modelar situações reais e gerar resul- tados ótimos. Largamente utilizada na engenha- ria com objetivo de otimizar sistemas produtivos é a base utilizada no planejamento agregado para utilização otimizada de recursos. Atualmente existem softwares disponíveis na internet como GAMS® e LINDO® para solução de modelos de otimização matemática, além de um módulo de análise de dados disponível no Microsoft Excel®. Unidade 4 • Planejamento Agregado e Desagregado83/205 2.1 Estratégias de planejamento agregado Quando se fala de estratégias para o pla- nejamento agregado existem duas grandes vertentes de trabalho: a proativa, que tra- balha com variações na demanda, e a re- ativa, que trabalha com variações na pro- dução. Nas estratégias proativas busca-se que a demanda seja modificada por carac- terísticas do processo produtivo quanto a sua resposta à demanda. São exemplos de estratégias proativas quando a organiza- ção se predispõe a produzir apenas parte da demanda de mercado e deixar outra parce- la sem produtos, buscar o nivelamento das demandas durante o ano evitando períodos de pico, produzir produtos cujos picos de demanda possuam sazonalidades inverti- das ou ter uma capacidade ociosa utilizada conforme o desejo da empresa, não como uma resposta à demanda. Paralelamente, com estratégias reativas podem ser citadas situações cuja produção trabalha acompa- nhando a demanda: exibe força de trabalho constante, mas permite faltas; exibe força de trabalho constante, mas não permite fal- tas; exibe força de trabalho constante, mas permite horas-extras; ou exibe força de tra- balho constante, mas permite subcontrata- ção. Estratégias proativas estão relaciona- das a decisões estratégicas da empresa de como utilizar seu parque fabril, enquanto as decisões reativas são focadas em decisões de nível tático/operacional. Unidade 4 • Planejamento Agregado e Desagregado84/205 2.2 Planejamento desagregado Até o momento foi discutido como um pla- nejamento agregado é produzido e aspec- tos de decisões táticas da empresa, que são apoiadas em seus resultados, como proje- ção de recursos a serem utilizados, mas sa- be-se que o planejamento agregado não é produzido, ele é apenas um indicativo ge- rado por meio de previsões de demanda de famílias agregadas para auxílio na tomada de decisão no médio prazo. Quando um sis- tema produtivo estipula sua produção ele o faz em termos de itens individuais finais, sendo essa programação, denominada Programa Mestre de Produção, porém, em alguns casos a desagregação do planeja- mento de médio prazo resulta em informa- Link Indicamos a leitura do TCC de Leonardo Roque da Silva Assi, “Planejamento agregado da produção em empresa de gestão de documentos: modelo e aplica- ção”, que mostra um estudo de caso de sucesso na implementação de planejamento agregado para o desenvolvimento de documentos geran- do otimização dos recursos utilizados. Disponí- vel em: <http://pro.poli.usp.br/wp-content/ uploads/2012/pubs/planejamento-agre- gado-da-producao-em-empresa-de-ges- tao-de-documentos-modelo-e-aplicacao. pdf>. Acesso em: 4 out. 2017.aUnidade 4 • Planejamento Agregado e Desagregado85/205 ções suficientes para uma boa tomada de decisão dos itens finais a serem produzi- dos, isso tudo irá depender de qual estra- tégia de resposta a demanda foi escolhida para reger o sistema produtivo, conforme visto no tema dois. Quando os dados de entrada para a execu- ção de um Programa Mestre da Produção são abordados, podem existir dois enfoques, dependendo das estratégias de resposta à demanda. Para itens cujas estratégias de resposta à demanda são fazer para estoque ou os componentes que aguardam monta- gem na estratégia de montagem, conforme pedido, a desagregação do plano agregado se mostra interessante, enquanto para itens feitos conforme pedido, comprados confor- me pedido, projetados conforme pedidos e a etapa de montagem do montado confor- me pedido à existência de pedidos em car- teira se mostra um melhor indicador para construção do programa mestre. Além de ser a base para alguns Programas Mestres de Produção, o planejamento desa- gregado também auxilia a controlar o supri- mento de itens com leadtime longo, uma vez que servem de parâmetros de aquisição de itens, antes mesmo de sua necessidade real ser apontada. Como método para execução de um pla- nejamento desagregado pode ser citado o método de tempo de esgotamento. O tem- po de esgotamento de um item representa o tempo que o estoque atual levará para ser zerado, considerando uma taxa de deman- Unidade 4 • Planejamento Agregado e Desagregado86/205 da existente. Matematicamente, pode ser expresso como mostrado na equação (4). Equação (4). Onde: TE indica o tempo de esgotamento do item i; E o nível de estoque do item i; e D a taxa de demanda do item i. Esses valores da equação (4) são expressos em períodos, podendo ser dias, semanas ou meses. No ordenamento da desagregação para produção devem ser produzidos pri- meiramente os itens com TE de menor valor. Vale ressaltar que o método de tempo de es- gotamento só é possível quando os tempos de setup são pequenos e a capacidade pro- dutiva suficientemente grande para aten- der a toda a demanda. Além disso, o método apresentado é simplificado não garantindo a viabilidade do Programa Mestre gerado, para maiores garantias de viabilidade deve ser usado o método completo, o método de tempo de esgotamento agregado (TEA). Enquanto o método de tempo de esgota- mento analisa apenas a posição de estoque e a demanda prevista para o período, inde- pendentemente do tamanho dos lotes que serão produzidos e da capacidade produti- va da empresa, o método TEA considera a capacidade produtiva da empresa e os tem- pos de processamento dos itens que serão produzidos, sendo calculado como apre- sentado na equação (5). Unidade 4 • Planejamento Agregado e Desagregado87/205 Equação (5) Com base no TEA calculado é possível calcular quanto de cada item da família deve ser produzido (Q), como apresentado na equação (6). Equação (6) Onde D continua sendo a demanda do item i e E o estoque do item i. Link O artigo de Ana Paula Maia Tanajura e Sandro Cabral, “Planejamento de vendas e operações (S&OP): um estudo de caso numa petroquímica”, discorre sobre um processo de planejamento agregado. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_tn_stp_135_856_18168.pdf>. Acesso em: 4 out. 2017. Unidade 4 • Planejamento Agregado e Desagregado88/205 Glossário Leadtime: tempo entre solicitação e resposta de um cliente. Métodos heurísticos: métodos de pesquisa operacional que utilizam modelagem lógica, sendo conhecidos por suas respostas rápidas, porém subótimas. Questão reflexão ? para 89/205 Ainda pensando sobre as nossas compras no mercado. Agora, che- gou o momento de você passar pelo caixa. Observe a quantidade de caixas disponíveis para atendimento, em períodos de festas de final de ano a tendência é o mercado estar com bastante movimento e a quantidade de caixas com atendentes trabalhando é maior, em períodos próximos ao final de mês o movimento no mercado é me- nor, consequentemente o número de caixas disponíveis também é menor. A disposição de atendentes nos caixas é reflexo do planeja- mento agregado que buscou prever as necessidades de atendimen- to para que você não tivesse que esperar por um tempo demasiado em filas para ser atendido, nem que sobrassem atendentes ociosos na maior parte do tempo. Agora, imagine se a quantidade caixas disponíveis fosse constante durante o ano. Se fosse nivelado pelo fim do ano o que aconteceria? E se fosse nivelado pelo movimento do final de cada mês? 90/205 Considerações Finais • Planejamento agregado tem como objetivo desdobrar condições do âmbito estratégico para que gerentes e supervisores no âmbito tático tomem suas decisões; • Além de auxiliar no desdobramento de objetivos estratégicos, o planeja- mento agregado indica como os recursos produtivos da empresa (mão de obra, maquinário, predisposições de matérias-primas) serão utilizados no médio prazo; • O planejamento desagregado auxilia a definir o que deve ser programado para a produção de itens que têm sua resposta à demanda prevista para ser resposta ao estoque ou componentes para montagem de itens finais mon- tados conforme pedido; • O método de planejamento desagregado Tempo de Esgotamento Agregado concilia a capacidade produtiva da empresa com o objetivo de produzir as necessidades, sem extrapolar as reais condições produtivas do sistema; Unidade 4 • Planejamento Agregado e Desagregado91/205 Referências CORREA, H. L.; GIANESI, I. G. N.; CAON, M. Planejamento, programação e controle de produção. 4. ed. São Paulo. Atlas, 2001. FERNANDES, F. C. F.; GODINHO FILHO, M. Planejamento e controle da produção: dos funda- mentos ao essencial. São Paulo. Atlas, 2010. FREELAND, J. R.; LANDEL, R. D. Agreggate production planning – text and cases. Virginia: Res- ton Publishing, 1984. NARASHIMHAN, S.; MCLEAVEY, D. W.; BILLINGTON, P. Production planning and inventory con- trol. New Jersey: Prentice Hall. 2.. ed., 1995. SIPPER, D.; BULFIN JR., R. L. Production planning, control and integration. Nova Iorque: MC- Graw-Hill, 1997. VOLLMANN, T.E.; Berry, W.L.; WHYBARK, D. C. Manufacturing planning and control systems. 4. ed. Nova Iorque. MCGraw-Hill, 1997. 92/205 Assista a suas aulas Aula 4 - Tema: Planejamento Agregado e Desa- gregado. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/0a089515e1faf21205a227862e651432>. Aula 4 - Tema: Planejamento Agregado e Desa- gregado. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ b58df173384e72b453bcb034abc50eaf>. 93/205 1. Assinale a alternativa correta. Decisões de planejamento agregado impli- cam o horizonte de planejamento: a) De curto prazo. b) De médio prazo. c) De longo prazo. d) De armazenamento. e) De produção. Questão 1 94/205 2. Assinale a alternativa correta. Entre as decisões que utilizam a análise do planejamento agregado podemos citar: a) Implementação de uma nova fábrica. b) Sequenciamento de atividades do chão de fábrica. c) Contratação de mão de obra. d) Redefinição dos produtos de uma linha. e) Atividades de controle. Questão 2 95/205 3. Assinale a alternativa que indica os dois tipos de abordagem para o pla- nejamento agregado. a) Quantitativa e qualitativa. b) Aleatória e causal. c) Intuitiva e causal. d) Intuitiva e proativa. e) Proativa e reativa. Questão 3 96/205 4. Assinale a alternativa correta. Para a geração do Programa Mestre de Produção em itens que será considerado o planejamento desagregado podemos utilizar: a) Análise qualitativa.
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