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AULA 1 BALANCED SCORECARD Prof. Joel Pereira Munhoz Junior 2 CONVERSA INICIAL Caro estudante, nesta aula faremos uma introdução ao mundo da estratégia organizacional, no qual veremos qual a importância dos stakeholders (partes interessadas) no processo de implantação da estratégia organizacional. Seguindo com uma breve visita às principais abordagens que a estratégia passou, como a clássica, evolucionista, processual e sistêmica. Finalizaremos nossa aula com a apresentação do BSC (Balanced Scorecard). CONTEXTUALIZANDO E porque é necessário aprender sobre estratégias e o BSC? Hoje, cada vez mais, o mercado procura profissionais completos e capacitados que possam trazer consigo resultados consistentes. E uma forma de trazer esses resultados é focando na administração e gestão financeira, pois ela pode demonstrar, por meio de indicadores, o desempenho real de qualquer organização. Nosso objetivo com essa disciplina é que você possa compreender e aplicar todos os conceitos do BSC, em sua totalidade, na organização que você faz ou fará parte em breve. TEMA 1 – INTRODUÇÃO À ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL Quero fazer um convite a você para começarmos um trabalho dinâmico que, ao final, espero que você possa compreender e aplicar o BSC. Para isso, ao longo da nossa disciplina, usaremos uma empresa fictícia na qual aplicaremos todos os conceitos que forem aprendidos aqui. O intuito dessa empresa é colocar na prática o que aprendemos na teoria, vamos lá? A empresa é um restaurante, com o nome “Nossa Casa Mineira”. Acredito ser uma empresa em todos nós temos ou já tivemos acesso, pelo menos em parte. Vamos detalhar a empresa ao longo da nossa disciplina. Ao se compreender as organizações empresariais como sistemas dinâmicos e integradas ao ambiente, assume-se a necessidade de haver um constante alinhamento e controle de processos e estruturas na busca da obtenção dos seus principais propósitos. Desta forma, um sistema de gestão baseado no estabelecimento e controle dos processos impulsionadores do desempenho, por meio da descrição e avaliação das relações de causalidade entre indicadores de 3 resultados não-financeiros e financeiros, torna-se uma poderosa alavanca proporcionadora de vantagens estratégicas e competitivas (Galindo, 2005). Vejam que no vídeo “Evolução não é opção, é solução!”, de Marcos Marinho (TEDxUFG) podemos concluir que evolução é um processo que nos leva a um nível acima, e a maioria das evoluções são pela interferência humana. Você deverá assistir o próximo vídeo, no qual são abordados alguns conceitos de estratégia do grupo Pão de Açúcar. (Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ajR2jdsanzc>. Acesso em: 21 jun. 2018). Neste vídeo, podemos ver a preocupação com os clientes e com as redes sociais, isso vem confirmando as visões dos autores a seguir: Segundo Campos (1998), “são as ações de longo e médio prazo necessárias para se atingir a visão. Caminho a ser seguido pela organização para garantir a sua sobrevivência em longo prazo”. Gaj (1987, p.18) “verifica um aspecto específico ou partes de uma atuação estratégica e a define como sendo: uma forma de pensar no futuro, integrada no processo decisório; um procedimento formalizado e articulador de resultado; e uma programação”. 1.1 Prática (I) Agora, é com você: no vídeo do Pão de Açúcar, identifique três estratégias utilizadas por eles que colocam o grupo à frente do mercado em que estão inseridos? Ainda Martins et al. (2010) faz uma pergunta: estratégia é o mesmo que planejamento estratégico? Os autores explicam que o planejamento é um processo racional de operacionalização da estratégia, ou seja, são os passos que devem ser seguidos para atingir um objetivo e que a estratégia é uma ação para tentar encaixar o ambiente interno com o externo. 1.2 Prática (II) Após termos visto alguns conceitos, vamos colocá-los em prática. O que a maioria dos autores falam é que a estratégia é um plano de médio e longo prazo. No restaurante, a estratégia é todo o plano que fará a Casa Mineira se manter no mercado; devemos ser fiéis a essa definição com comidas tipicamente mineira, mas é somente isso? Estratégia é se colocar à frente dos seus concorrentes, 4 descobrindo quais as necessidades do nosso cliente e procurar satisfazê-las. Para isso, precisamos ter todos os indicadores muito bem ajustados em todos os setores, como o de compras (comida e bebidas), marketing (promoções e eventos), financeiro (contas a pagar e a receber), produção (cozinha), vendas (salão e recepção). Segundo Chiavenato (2008), o cenário mundial se caracteriza hoje por fortes e impactantes mudanças que influenciam a vida dos países, das organizações, das empresas e, principalmente, das pessoas. Na verdade, vivemos em uma sociedade em constante e rápida transformação. Para isso, devemos também tomar decisões rápidas para acompanharmos o mercado, e, nesse sentido, devemos buscar novos conceitos e novas técnicas de como melhor organizar nossa empresa. TEMA 2 – STAKEHOLDERS: QUAL A SUA IMPORTÂNCIA Segundo Freeman (1984) define, stakeholder é qualquer indivíduo ou grupo (por exemplo: acionistas, empregados, clientes, fornecedores, credores e a sociedade) que possa afetar a obtenção dos objetivos organizacionais ou que é abalado pelo processo de busca desses objetivos. Ainda segundo Freeman, os stakeholders são grupos que têm direito legitimado sobre a organização. Evan e Freeman (1993) dizem que “o verdadeiro propósito da empresa é servir de veículo para coordenar os interesses dos stakeholders”. Como em qualquer relacionamento, os interesses dos envolvidos são diferentes entre si. Por exemplo: os clientes podem desejar qualidade, confiabilidade e informações corretas; já os empregados querem uma remuneração justa, oportunidades iguais, satisfação no trabalho, liderança e controle adequado; a comunidade, por outro lado, preocupa-se com o respeito ao meio ambiente, a qualidade de vida dos habitantes da localidade; o governo determina, fiscaliza e espera o cumprimento das leis, além do recolhimento correto dos impostos; finalmente, os investidores, os acionistas e os fornecedores esperam eficiência na utilização dos recursos, geração de lucro e retorno dos investimentos. Importante Temos partes interessadas: o nosso cliente é interessado em uma refeição agradável, em um lugar para fechar negócio ou levar a família no fim de semana; nosso fornecedor, que possamos ser bons pagadores e um cliente fiel; governo, 5 que possamos pagar nossos impostos e estar de acordo com a Vigilância Sanitária; funcionários, que repassemos os 10% mais o salário combinado na data correta. Temos uma gama de pessoas que dependem e se interessam no nosso desempenho e não podemos decepcioná-las, por isso, estamos aprendendo a tocar o nosso negócio. Para tornar mais claro o conceito, veja o artigo que se encontra no link: <https://projetodraft.com/verbete-draft-o-que-e-stakeholder/>. Acesso em: 21 jun. 2018. O papel desempenhado pelos administradores nas relações contratuais tem sido tratado pela teoria da agência, na qual é possível identificar quais os interesses e ganhos que o administrador tem em relação ao dono da organização. Uma relação de agência é “um contrato debaixo do qual uma ou mais pessoas (o principal) contrata outra pessoa (o agente) para a realização de algum serviço de seu interesse, o qual envolve delegar alguma autoridade para a tomada de decisão” (Jensen; Meckling, 1976, p. 318). Diante essa delegação de autoridade, o que fica nas entrelinhas são as prioridades que os administradores estabelecem diante dos vários stakeholders presentes em qualquer organização. A justificativa ética proposta por Donaldson e Preston(1995) para a administração de stakeholders é baseada no princípio que os envolvidos possuem interesses válidos para a organização em foco. Os interesses dos stakeholders têm valores internos e social, que deve ser considerado por si só e não apenas como instrumentos ou indicadores que são contabilizados para atender aos interesses de outros envolvidos, como exemplo os sócios. Outros stakeholders poderão aparecer nesse cenário trazendo legitimidade aos interesses que a empresa deve buscar, como interesses sociais, por exemplo. TEMA 3 – FRAMEWORK TEÓRICO PARA A ESTRATÉGIA – ABORDAGEM CLÁSSICA, EVOLUCIONISTA, SISTÊMICA E PROCESSUAL Para Whittington (2006), na abordagem clássica o objetivo estratégico de uma empresa é obter retorno do capital, uma vez que a maximização do lucro constitui o seu principal objetivo. Esse modelo é racional e há um distanciamento entre concepção e execução da estratégia. 6 Segundo o autor, já a abordagem evolucionista não se prende à racionalidade dos gerentes, mas, sim, à imperfeição do mercado, que garantirá a maximização dos lucros. Os evolucionistas aplicam o conceito da biologia de seleção natural para estudar como diferentes populações de organismos (espécies, para nós, organizações) se adaptam ao ambiente. O modelo biológico considera a coabitação de espécies diferentes no mesmo ambiente como um processo dinâmico de competição por recursos escassos. A teoria da seleção natural explica, em linhas gerais, como os recursos são divididos entre as espécies diferentes. As espécies mais bem adaptadas às contingências do meio sobreviverão e prosperarão; as rivais, menos adaptadas, fracassarão e desaparecerão. O principal papel da estratégia, dentro de um ambiente competitivo, está na diferenciação e na experimentação do maior número possível de pequenas iniciativas que, se não derem certo, devem ser eliminadas. Para Whittington (2006), a abordagem processual é caracterizada por uma estratégia que emerge passo a passo, geralmente de forma desordenada, como uma forma de a organização lidar com as contingências e surpresas constantes do mercado. Os adeptos dessa corrente veem o ambiente interno da organização como algo complexo e a racionalidade dos gestores é limitada. Em outras palavras, o gestor, por ser limitado cognitivamente, ou seja, por não conseguir considerar mais do que uma série limitada de fatos e informações, definirá a estratégia de uma maneira satisfatória e não de uma maneira ótima, perfeita, extremamente racional, acessando todas as informações possíveis e imagináveis. Assim, as decisões são tomadas de maneira incremental, sempre procurado melhorá-las por meio da experimentação e do aprendizado. 3.1 Prática Podemos até observar que nosso restaurante está numa “selva” onde temos de nos adaptar aos nossos clientes. Para prestarmos um melhor serviço a cada dia, devemos estar atentos para sempre prestarmos um serviço de qualidade, e, para isso, devemos estar atentos a todos os aspectos, como limpeza do salão e banheiros, organização da cozinha com os alimentos (data de vencimento e alimentos velhos), sempre ter todos os pratos e bebidas que está no menu, dentre outros cuidados necessários para manter nossos clientes sempre satisfeitos. 7 Enquanto isso, a perspectiva sistêmica tem como base o contexto sociocultural em que a organização está inserida. Para os seguidores dessa corrente, a estratégia deve ser definida com base no sistema político social. Na abordagem sistêmica, os tomadores de decisão não são indivíduos imparciais e racionais, mas, sim, membros de um sistema social, que definirão a estratégia em decorrência de condições sociopolíticas e situacionais (Whittington, 2006). TEMA 4 – ESTRATÉGIA DELIBERADA E ESTRATÉGIA EMERGENTE A Estratégia Deliberada se desenvolveu dentro de parâmetros pré- determinados, associado a planejamentos de longo prazo, com controle do ambiente organizacional, assim como à previsão dos resultados apoiados por profissionais com larga experiência no negócio e com um aparato técnico e analítico extremamente sofisticado à sua disposição (Mintzberg, 1987). Iniciam com uma meta e objetivos bem traçados, fazendo análises internas e externas, o que leva a escolhas estratégicas e a pôr fim à implementação dessas escolhas (Barney; Hersterly, 2015). A transformação do conceito de estratégia deliberada em um conceito mais amplo de planejamento estratégico é apresentada por Porter por meio da ideia de vantagem competitiva, que gera um desequilíbrio no mercado e que seria o objetivo final de toda a empresa (Porter, 1985). Importante Assista ao vídeo: Charles Leadbeater sobre inovação. Disponível em: <https://www.ted.com/talks/charles_leadbeater_on_innovation?language=pt-br>. Acesso em: 21 jun. 2018. Todo esse trabalho para prever os problemas e sucessos que a organização terá num futuro são modelos de hierarquia centralizados, em que apenas um pequeno grupo tem a capacidade e a visão necessária diante de uma empresa cada vez mais complexa, para determinar quais caminhos deveriam ser trilhados no seu dia a dia (Borges; Luce, 2000). Esse modelo acabou por ser incorporado por muitos gestores que acreditavam nessa rigidez e análise estática do ambiente organizacional. Franken e Tomsett (2013) apresentam a estratégia como um “problema perverso”. 8 4.1 Prática Em nosso restaurante temos a estratégia deliberada, como o orçamento que vamos seguir para o próximo ano, quanto iremos faturar, quanto iremos gastar com folha de pagamento (garçons, cozinheiro e administrativo) e qual será a qualidade que iremos dar ao nosso serviço, pois isso tem um custo. Temos que determinar processos em todos os setores para que possamos ter um maior controle do que comprar, do que cozinhar, do que servir ao cliente e qual ambiente iremos oferecer. Agora, vamos à estratégia emergente. Estamos falando de um modelo de estratégia não planejada, ou seja, quando há uma ação que somente é considerada estratégia quando ela vai ocorrendo ou quando concluída à revelia do que fora planejado (entendamos planejado como Estratégia Deliberada) anteriormente (Mintzberg,1978). A estratégia emergente surge do fato de que não se pode prever com exatidão qual será a forma que as partes envolvidas responderão a essa mudança. A partir desse fenômeno, a estratégia emergente irá corrigir a direção que a organização tomará, reconhecendo novas variáveis que anteriormente não haviam sido consideradas ou que surgiram durante o processo (Borges; Luce, 2000). Contudo, estratégias emergentes são oportunidades que se apresentam permitindo conquistar vantagem competitiva em uma determinada indústria, oportunidades que vão aparecendo no decorrer do tempo ou foram identificadas após implantação da estratégia deliberada (Barney; Hesterly, 2015). Já na estratégia emergente temos que lidar com os problemas na hora; surgem os problemas e as soluções têm de emergir juntas para apagar o incêndio, baseado na experiência dos nossos funcionários, por exemplo: se faltar algum ingrediente, o nosso cozinheiro deverá improvisar e colocar algo que substitua aquele ingrediente faltante, baseado na experiência dele, trazendo a inovação para mais perto da realidade. TEMA 5 – APRESENTAÇÃO DO BALANCED SCORECARD (BSC) Iniciaremos a apresentação deste tema com um artigo – Como transformar planejamento estratégico em ação, Fonte: Época Negócios, disponível em: <https://www.institutomillenium.org.br/como-transformar-planejamento- estratgico-em-ao/>. Acesso em: 12 ago. 2020. https://www.institutomillenium.org.br/como-transformar-planejamento-estratgico-em-ao/ https://www.institutomillenium.org.br/como-transformar-planejamento-estratgico-em-ao/ 9 Em sua essência, desde a década de 1990 Kaplan e Norton (1997) definem o BSC como um instrumento que mede o desempenhoorganizacional em quatro perspectivas: financeira, clientes, processos internos e aprendizagem/crescimento, permitindo que a organização acompanhe o desempenho financeiro, monitore e ajuste a estratégia. Vejamos brevemente: Perspectiva financeira – abrange o crescimento e o perfil da receita, a melhoria da produtividade e a redução de custos, além da utilização de ativos em relação à estratégia de investimento. Perspectiva do cliente – as empresas identificam os segmentos de clientes e mercado nos quais desejam competir, assim, as empresas alinham suas médias básicas de resultados relacionados aos clientes, como: satisfação, fidelidade, retenção, captação e lucratividade, com segmentos específicos de clientes e mercado. Perspectivas processos internos – os executivos procuram conhecer os processos críticos que devem ser melhorados na empresa, buscando, assim, a excelência, a fim de atender aos objetivos dos acionistas e dos clientes. Perspectiva aprendizagem e crescimento – trata das habilidades, dos conhecimentos organizacionais, das capacidades e do comportamento organizacional, os quais são indispensáveis para a organização se manter competitiva. Kaplan e Norton elaboraram o BSC devido a mudanças significativas nos ambientes organizacionais externo e interno de instituições privadas, públicas e sem fins lucrativos. Segundo os autores, a transição da Era Industrial para a Era da Informação foi responsável por essas mudanças e, consequentemente, por rupturas com o padrão competitivo clássico de estabilidade. A Figura 1 nos mostra a inter-relação entre as quatro áreas definidas pelos autores, sempre tendo como premissa a Visão e a Estratégia. 10 Figura 1 – Perspectivas do BSC Fonte: Kaplan e Norton, 1997. Como podemos observar na Figura 1, as quatro áreas que Kaplan e Norton descrevem, na Era da Informação, são alimentadas e retroalimentadas continuamente para que possa ser atingido o objetivo principal da visão e da estratégia. FINALIZANDO Nesta aula, foi possível ver que todas as empresas de sucesso só alcançaram esse almejado posto com muito planejamento e com muita estratégia, estudando seu ambiente interno, que é a empresa como um todo, e se adequando ao ambiente externo para ter uma relação cada vez melhor com os que a cercam. Foi possível ver as abordagens clássicas, evolucionistas, processual e sistêmica que, na verdade, se complementam. Finalizando com as Estratégia Deliberada, que é a estratégia formalmente imposta, e a Estratégia Emergente, que surge do dia-a-dia com as experiências dos funcionários diante das mudanças do mercado. E apresentamos o Balanced Scorecard, uma visão consagrada de Kaplan e Norton. 11 LEITURA COMPLEMENTAR Texto de abordagem teórica MARTINS, T. S.; GUINDANI, A. R.; REIS, J. A.; CRUZ, J. A. W. Incrementando a Estratégia: uma abordagem do Balanced Scorecard. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2010. PORTER, M. E. Competitive Advantage: Creatingand Sustaining Superior Performance. New York: Free Press. 1985. Texto de abordagem prática MARTINS, T. S.; GUINDANI, A. R.; REIS, J. A.; CRUZ, J. A. W. Incrementando a Estratégia: uma abordagem do Balanced Scorecard. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2010. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. MONTGOMERY, C. A. O Estrategista. Rio de Janeiro. Sextante, 2012. Saiba mais EVOLUÇÃO não é opção, é solução! Marcos Marinho TEDxUFG. TEDx Talks, 31 jul. 2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=f-AKEbA_3HQ>. Acesso em: 21 jun. 2018. Vídeo. CHARLES Leadbeater sobre inovação. Ted, jul. 2005. Disponível em: <https://www.ted.com/talks/charles_leadbeater_on_innovation?language=pt-br>. Acesso em: 21 jun. 2018. 12 REFERÊNCIAS BARNEY, J. B.; HESTERLY, W. S. Administração estratégica e vantagem competitiva. São Paulo: Pearson Prentice Hall. 2015. BORGES JUNIOR, A. A.; LUCE, F. B. Estratégias emergentes ou deliberadas: um estudo de caso com os vencedores do Prêmio “Top de Marketing” da ADVB. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, Ed. (40) 3, 2000. CAMPOS, J. A. Cenário balanceado: painel de indicadores para gestão estratégia dos negócios. São Paulo: Aquariana, 1998. CHIAVENATO, I. Os novos paradigmas: como as mudanças estão mexendo com as empresas. 5. ed. São Paulo: Manole, 2008. DONALDSON, T.; PRESTON, L. The stakeholders theory of the corporation: concepts, evidence and implications. Academy of Management Review, 1995. FRANKEN, A.; THOMSETT, H. When It Takes a Network: Creating Strategy and Agility Trough Wargaming. California Management Review, Berkeley, Ed. (55) 3, 2013. FREEMAN, E. R. Strategic Management – A Stakeholder Approach. London: Pitman Publishing. 1984. GAJ, L. Administração estratégica. São Paulo: Ática, 1987. GALINDO, A. G. Balanced Scorecard como sistema de alinhamento e controle estratégico da gestão. II SIMPÓSIO EM GESTÃO E TECNOLOGIA – SEGeT. ADEB. Anais…, Rio de Janeiro. 2005. JENSEN, M.; MECKLING, W. Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownership structure. Journal of Financial Economics, Ed. 3(4). 1976. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: balanced scorecard. 5. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. MARTINS, T. S.; GUINDANI, A. R.; REIS, J. A.; CRUZ, J. A. W. Incrementando a estratégia: uma abordagem do balanced scorecard. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2010. MINTZBERG, H. The strategy concept I: five Ps for strategy. California Management Review, Berkeley, (30) 1, 1987. 13 PORTER, M. E. Competitive Advantage: Creatingand Sustaining Superior Performance. New York: Free Press. 1985. WHITTINGTON, R. O que é estratégia. São Paulo. Thomson. 2006. AULA 2 BALANCED SCORECARD Prof. Joel Pereira Munhoz Junior 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula abordaremos conceitos relacionados com a perspectiva do cliente. De que maneira podemos formatar nossa empresa diante de um mercado cada vez mais dinâmico? Veremos a evolução do marketing no tratamento do cliente e as transformações necessárias por que as organizações tiveram que passar para a manutenção de seus clientes. Ainda será possível visualizar de que maneira podemos segmentar o mercado para que possamos oferecer um melhor produto ou serviço ao nosso cliente. Por fim, veremos de que maneira agregamos valor ao nosso produto e como o consumidor reage diante do valor agregado. CONTEXTUALIZANDO A perspectiva do cliente vem à tona na década de 1920 e até os dias de hoje é um tema amplamente discutido. Ao longo dos anos, a percepção do empresário em relação ao consumidor teve que mudar; diante dessas mudanças, o cliente se tornou o centro das atenções. Hoje, temos que estar atentos à segmentação do mercado, procurando agregar valor, sempre, a nossos produtos e serviços. A palavra de ordem é esta: agregue valor ao seu produto, que o cliente lhe dará sua fidelidade. TEMA 1 – CONCEITOS DE MARKETING Segundo Martins et al. (2012), o marketing pode ser entendido como a atividade de lidar com clientes. De maneira mais específica, são todas as práticas de atração e manutenção de clientes. Em outras palavras, todas as atividades da organização relacionadas, direta ou indiretamente, com clientes são atividades de marketing. Segundo Bartels (1988), no início do século XX o marketing era o mesmo que comercializar produtos. Na década de 1920, passou-se a considerar, superficialmente, o que levava um consumidor a comprar um bem ou serviço. Da década de 1950 até 1960, as organizações começaram a se preocupar com uma implementação mais efetiva do conceito de marketing. A partir da década de 1970, as empresas começaram a se preocupar com o ambiente externo, especialmentecom ações da organização e o comportamento do consumidor. Nos anos 1980 o conceito de marketing começou a ter um enfoque mais centrado no consumidor. Nos anos 1990 outros elementos do mercado que influenciam as decisões e ações 3 dos consumidores, como demografia, cultura, personalidade, comportamento e psicologia passaram a ser levados em consideração. Assim, uma empresa que deseja ser orientada para o mercado atenta-se então não somente para o comportamento do consumidor, mas também para o que concorrentes, atacadistas, varejistas, fornecedores e outros atores do ambiente externo à organização fazem (Malta, 2000). Na primeira década do século XXI, o conceito segue na linha de alinhamento do ambiente interno com o ambiente externo, considerando o consumidor como parte de um sistema socioambiental. Desta forma, a última definição da American Marketing Association (2008) é pertinente: marketing é a atividade, o conjunto de instituições e processos que empreendemos para criar, comunicar, entregar e trocar ofertas que têm valor para consumidores, clientes, parceiros e a sociedade, de modo geral. O marketing precisa de indicadores para avaliar suas ações, que basicamente são um reflexo da satisfação dos clientes com os produtos e serviços de uma determinada organização. Sendo o Balanced Scorecard (BSC) uma ferramenta de avaliação e gestão multidisciplinar, não poderá deixar de lado uma avaliação do ponto de vista dos clientes. Para elucidar como funciona o marketing nas empresas e qual a sua função perante os demais setores, assista ao vídeo intitulado “Entrevista de Philip Kotler” (2011). Então, vamos às perguntas: 1. Foi comentado no vídeo o tema gestores de marketing. Qual sua importância? Qual a principal função de um gestor, numa empresa? 2. Como abordado no vídeo, qual a relação do marketing com os demais setores, como o de vendas e o de operação? 3. Explique os conceitos de oceano azul e fogo, fogo, fogo, que você viu no vídeo. Vamos à leitura sobre marketing digital: COMUNICAÇÃO CORPORATIVA Marketing digital aumenta vendas das empresas, mas exige experiência A crise econômica que vem afetando a economia do país nos últimos anos traz desafios para os empresários, mas também apresenta oportunidades. Hoje em dia, o marketing digital deixou de ser opção ou plano B e está sendo considerado como o principal canal de investimentos em publicidade para empresas de todos os portes. Segundo pesquisa liderada pelo IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau), em parceria com a comScore, os investimentos em publicidade digital devem ter um aumento de 26% em 2017, comparado com 2016, e já representam mais 1/3 do total investido. 4 A grande realidade é que ninguém mais toma uma decisão de compra, sem realizar uma mínima pesquisa na Internet. É o que afirma Leonardo Sanches, consultor especialista em Vendas Online, “Se você precisa trocar de celular, você pegaria seu carro e iria até o shopping ou pesquisa na internet as melhores opções e os preços dos modelos disponíveis, antes de decidir pela compra?” Estudo aponta que 73% dos usuários da Internet brasileiros, então você pesquisa na internet antes de comprar um produto, é o que aponta estudo da Ibope Media, e, além disso 64% dos entrevistados de pesquisa dizem que acessaram a internet nos últimos 7 dias acreditavam que consultar as opiniões de outras pessoas na internet ajudava a tomar decisões sobre compras importantes. (Convergência Digital, dados de pesquisa online da Kantar Ibope Media, pesquisa TG.net no Brasil) E não se trata apenas de celular. “Substitua-o por qualquer outro produto – desde pizza até carros – e você perceberá que praticamente todas as vendas, mesmo aquelas realizadas em lojas físicas, passam primeiro pela internet. E é por isso que, atualmente, é impensável planejar o crescimento de uma empresa sem fazer um planejamento de marketing digital”, explica o consultor, Leonardo Sanches. Mídia tradicional x mídia digital Enquanto os investimentos na mídia tradicional estão em queda, os investimentos em marketing digital são cada vez maiores é o que demonstra a 18ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2017-2021, realizada pela PricewaterhouseCoopers (PwC) em 54 países. Em números do Brasil, a pesquisa prevê que, enquanto o investimento em mídias digitais deve crescer 12% ao ano até 2021, nas mídias tradicionais o ritmo será menor. A explicação para isso é simples. Os investimentos necessários para fazer uma campanha de marketing digital são muito menores que aqueles exigidos para uma campanha de marketing tradicional. Um dos motivos para isso é que o público atingido, embora seja menor, ele tende a ser específico. “Quando realizamos uma campanha de vendas online para nossos clientes o que vale é a qualidade, e não a quantidade. A campanha atinge um número menor de pessoas, mas são potenciais consumidores com muito mais chances de comprar seu produto”, afirma Leonardo Sanches. Leonardo Sanches destaca ainda que, no Marketing Digital é possível encontrar aquela pessoa ou empresa que se encaixa perfeitamente no perfil desejado, e despertar nela a necessidade pelo seu produto ou serviço. [...] (Dino, 2017) TEMA 2 – O BSC E A PERSPECTIVA DO CLIENTE Segundo Kaplan e Norton (1997), quando a empresa avalia o desempenho com base na perspectiva do cliente ela procura identificar os segmentos de mercado por cujos clientes ela quer competir. Para esses segmentos a organização procura alinhar seu desempenho ou indicadores de desempenho – satisfação, fidelidade, retenção, captação e lucratividade. Além desse alinhamento, a empresa deve definir uma proposta de valor para o segmento escolhido. Indicamos a leitura dos dois artigos a seguir, sobre o reposicionamento da Gol Linhas Aéreas e suas conquistas em consequência da nova perspectiva que os clientes têm da companhia. 5 Gol festeja chegada ao topo do top of mind na categoria Companhia Aérea A Gol decolou no último ano e, pela primeira vez figura ao lado da Tam – antigo nome da Latam – como a companhia aérea mais citada no Top of Mind. Para Maurício Martino Parise, diretor de marketing da empresa, esse reconhecimento coroa, principalmente, os três anos de trabalho de reposicionamento da marca. "É um reconhecimento, o brinde de um trabalho que vem sendo feito há muitos anos. Esse prêmio é um ícone do mercado. Coroa também os três anos de trabalho de reposicionamento da marca, e o reconhecimento externo é importante para a gente. Mais ainda, é um combustível para continuar melhorando", disse no Tom Brasil, na zona sul paulistana, palco da entrega do prêmio na noite desta segunda-feira (30). Parise ressaltou as novidades da empresa o último, que a ajudaram a dar um salto na lembrança dos brasileiros e atingir 27%. A Tam obteve 29%. "O produto vem evoluindo de maneira dramática. Fomos os primeiros a colocar wi-fi a bordo, inauguramos quatro lounges, trocamos os bancos das aeronaves por couro e fizemos a maior campanha da história da empresa", afirmou Parise. O diretor de marketing da Latam, Daniel Aguado, diz que o prêmio é como uma passagem de bastão de Tam para Latam. "É um momento especial porque viemos receber o prêmio com a marca antiga, a Tam, e passamos o bastão para Latam", disse ele. "Imaginamos que agora que a Latam começa a traçar seu caminho." [...] (Gol, 2017) O segundo artigo é a apresentação do reposicionamento da Gol: Kakinoff apresenta "nova Gol", reposicionamento da aérea A Gol se reposiciona frente ao mercado. A “Nova Gol” quer mostrar que mantém os feitos do passado, principalmente quanto ao acesso da população à aviação comercial, mas que inova constantemente, levando melhorias perceptíveis ao passageiro. Em evento para a divulgação da sua renovada revista de bordo, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, comentou o novo momento da aérea. A evolução, traduzida em modernização, foisendo evidenciada ao longo dos anos. “[O novo posicionamento] era uma pretensão nossa que começou a se concretizar e achamos que havia chegado a hora de comunicar”, conta Kakinoff. O presidente da aérea reforça que “o aspecto mais importante é que essa nova Gol não tem um centavo de mudança tarifária. Remetemos os ganhos de eficiência para o consumidor, com conforto, wi-fi e sofisticação”. “É algo inédito na aviação, uma companhia aérea doméstica com as menores tarifas, mas que é a com mais conforto, a mais pontual. Isso é resultado de muito esforço.” Não à toa a estratégia foi anunciada durante a apresentação da nova revista de bordo da Gol. “[A revista] é um modo de contar a história da Gol, falar sobre viagens, inspirar pessoas, mostrar como a Gol compreende o mundo”, afirma o diretor de marketing da aérea, Mauricio Parise. Juntamente ao lançamento da revista, a Gol promoveu uma visita a um de seus 737-800, aeronave que representa a nova fase da companhia, com assentos de couro sintético, maior espaço entre poltronas e acesso à internet gate-to-gate. (Machado, 2017) 6 TEMA 3 – SEGMENTAÇÃO DE MERCADO Segmentar o mercado significa concentrar esforços de maneira deliberada em partes específicas dele. A ideia de segmentação surge da noção de que não se consegue vender tudo para todo mundo; assim, é necessário fazer escolhas de produtos/serviços e clientes. Ao fazer essa escolha, a organização busca alinhar o interesse, o desejo do consumidor com o produto ou serviço que ela oferece. A segmentação tem como objetivo final possibilitar que a organização atenda melhor a parcelas do mercado do que a concorrência. A concentração de esforços nessas parcelas possibilita esse atendimento mais eficiente (Martins et al., 2012). Smith (1956) argumenta que segmentação é basicamente ver um mercado heterogêneo como um conjunto de mercados homogêneos menores. Primeiramente, divide-se o mercado; em seguida, escolhe-se o público-alvo com que se quer trabalhar, oferecendo produtos e serviços diferentes que atendam às necessidades e desejos desse público; e, por fim, gera-se o posicionamento do produto como forma de expressar as diferenças existentes. Assim, a segmentação pode facilitar a penetração em mercados preestabelecidos, para a empresa conquistar a preferência de determinados clientes por suas marcas e enfrentar a grande concorrência. A base de todas as estratégias de marketing da organização dependerá da sua opção de segmentação. Veja o vídeo “Meu negócio: segmentação de mercado no meio rural” (2016), sobre a segmentação das empresas em nichos de mercado. Vamos às perguntas: 1. No vídeo, é possível perceber o que o produtor deve fazer para ganhar um mercado? 2. Sem o devido planejamento, somente com a intuição, é possível se posicionar diante do mercado? Podemos perceber que, em qualquer ramo de atividade, temos de proceder a um planejamento e controle da produção. São indicadores que vão nortear o preço e o mercado para o qual iremos vender. Segundo Kotler (2000), uma empresa pode adotar um dos quatro níveis de marketing: marketing de massa, marketing de segmento, marketing de nicho e marketing individual. Vamos entender cada um deles no Quadro 1. 7 Quadro 1 – As características dos quatro níveis de marketing: marketing de massa, marketing de segmento, marketing de nicho e marketing individual Marketing de massa Tem como foco a produção, a distribuição e a promoção em massa de um produto único, sem diferenciação, para todos os compradores. Sua vantagem é criar economia de escala, custos menores e, automaticamente, margens maiores de ganho. Marketing de segmento Procura isolar alguns grupos amplos de clientes que têm necessidades e desejos semelhantes, mas não iguais. A empresa pode criar um produto ou serviço mais adequado e oferecê-lo a um preço mais apropriado ao seu público-alvo. Marketing de nicho Serve para descobrir um grupo definido mais estritamente, cujas necessidades não estão sendo totalmente satisfeitas. As empresas que praticam marketing de nicho entendem tão bem as necessidades de seus clientes que esses concordam em pagar um preço premium por um determinado produto. Marketing individual Também conhecido como marketing customizado, pode ser definido como a habilidade de se preparar produtos de massa de acordo com as exigências de cada cliente. Fonte: adaptado de Martins et al., 2012. TEMA 4 – MEDIDAS ESSENCIAIS A perspectiva do cliente pode ser avaliada por meio das seguintes medidas essenciais: participação de mercado, captação de clientes, retenção de clientes, satisfação de clientes e lucratividade com clientes. Podemos visualizar a integração dessas medidas na Figura 1: Figura 1 – Medidas essenciais para se avaliar a perspectiva do cliente Fonte: Kaplan; Norton, 1997. Na Figura 1 podemos ver que todos os conceitos são relacionados, cada um depende do outro e, quando temos todos em sintonia, geramos a lucratividade. 8 Para um melhor entendimento do assunto, vamos aos conceitos elencados no Quadro 2: Quadro 2 – Alguns conceitos sobre a perspectiva do cliente que ajudam a organização a produzir lucratividade Participação de mercado As organizações avaliam a participação de mercado porque ele é um indicador que demonstra a proporção de negócios que a empresa tem em determinado mercado, em termos de número de clientes, valores gastos ou volume de vendas por unidade. É uma medida simples de ser obtida ou calculada, desde que se saibam as quantidades totais dos segmentos escolhidos pela organização. Captação dos clientes Já no quesito captação de clientes, entre outros, o objetivo do marketing é atrair e manter clientes. O objetivo de atrair é analisado pelo indicador captação de clientes, que nada mais é que um indicador que mede a intensidade com que a empresa ou cada unidade de negócio conquista novos clientes em termos relativos ou absolutos. Satisfação dos clientes Todo cliente, quando vai comprar um produto ou um serviço, carrega consigo uma quantidade grande de expectativas. Assim, a satisfação de clientes é um indicador que demonstra a conformidade da expectativa dos clientes com relação ao desempenho dos produtos ou serviços. Clientes satisfeitos são benéficos para a empresa porque são menos sensíveis a preço, fazem propaganda boca a boca positiva e permanecem fiéis por muito tempo. Retenção de clientes Já o indicador de retenção de clientes mede o grau da continuidade do relacionamento que a empresa ou a unidade de negócios tem com seus clientes. Quando os clientes estão satisfeitos, a retenção, por parte da empresa, é uma atividade muito fácil. Uma empresa focada na retenção de clientes tem consciência do alto custo da captação e da dificuldade geral de manter os clientes. Assim, a satisfação é essencial. Fonte: adaptado de Martins et al., 2012. Nesse sentido, temos as redes de fast-food, que buscam, com indicadores como o BSC, alavancar seus negócios atendendo ao cliente como seu principal foco, como vemos no artigo de Salomão (2018). 6 empresas de fast food que apostaram no Brasil em 2017 Para os amantes de batata frita e hambúrguer, 2017 foi um ótimo ano. Empresas anunciaram grandes investimentos no país e abertura de novas lojas. Enquanto o McDonald’s anunciou investimentos de 1 bilhão de reais para o Brasil, o Burger King tem planos de ser o líder do mercado. Até o Habib’s anunciou uma iniciativa diferente: um posto de gasolina. A subcategoria de fast food é a que mais cresce no mercado de alimentação fora de casa, com alta de 11% em 2016, de acordo com levantamento da Euromonitor. Com 900 lojas, o McDonald’s é líder do mercado, com participação de 27%. O mercado de fast food deverá gerar 6,23 bilhões de reais em vendas em 2017 e 6,58 bilhões de reais em 2021, segundo estimativas do instituto. Confira abaixo 6 empresasde fast food que apostaram no Brasil em 2017. McDonald’s A Arcos Dorados, franquia do McDonald’s, anunciou que até 2019 investirá aproximadamente 1 bilhão de reais no Brasil. Os recursos serão 9 destinados à abertura de novos restaurantes e à aceleração do plano de modernização das unidades existentes. O investimento no Brasil faz parte de um plano para toda a região, de US$ 500 milhões para abrir 180 restaurantes e atualizar a rede McDonald’s em toda a região. O projeto deverá gerar cerca de 13 mil novos postos de trabalho, a maior parte no Brasil. Taco Bell Quando desembarcou no Brasil, em junho de 2016, a Taco Bell tinha um plano de chegar a 20 unidades até 2019. No entanto, esta marca será atingida ainda em 2017. A ideia, este ano, foi fortalecer a empresa e sua estrutura logística. A companhia também iniciou sua expansão por franquias. A meta da Taco Bell Brasil é atingir 100 unidades até o final de 2018, sendo 25 próprias e 75 franquias. Para conseguir crescer tão rapidamente, foi necessário um trabalho intenso de busca de fornecedores. Todos os produtos são comprados de fornecedores brasileiros, com exceção de uma especiaria específica. “Se nós fôssemos importar nossas matérias-primas, o negócio seria inviável”, afirmou Michel Chaim, gerente geral do Taco Bell no país. A empresa ainda recebeu aporte de milhões de reais para acelerar expansão neste ano da holding Milano Empreendimentos e Participações S.A., do empresário Daniel de Jesus, ex-proprietário da fabricante de cosméticos Niely. Burger King Em apenas seis anos, o Burger King foi de 100 unidades no país para 628. A ambição é se tornar a maior rede do Brasil. Um passo decisivo nessa trajetória foi dado em outubro, quando o Burger King divulgou o prospecto para uma oferta inicial de ações (IPO) no Brasil, que deve acontecer em breve. O faturamento no país dobrou entre 2014 e 2016 saindo dos 660,5 milhões de reais para 1,39 bilhão de reais. Nos nove primeiros meses de 2017 o faturamento foi de 1,26 bilhão de reais. Com esses números a empresa multiplicou por quatro a sua participação de mercado no setor de hambúrgueres, subcategoria de fast food, desde 2011, passando de 8% para 31,6%, segundo a consultoria Euromonitor. Em agosto, também anunciou a estreia do seu serviço de delivery, via iFood e SpoonRocket, que começará atendendo 21 bairros paulistanos. Habib’s Alberto Saraiva, fundador e presidente do grupo do Habib’s, anunciou em 2017 sua entrada em um mercado bem diferente: postos de gasolina. Em outubro, o grupo inaugurou seu primeiro complexo de conveniência, que une um posto de gasolina, loja de conveniência Habib’s e um restaurante Ragazzo. Com investimento de 2,5 milhões de reais e área de 2,4 mil metros quadrados, a ideia é “oferecer ainda mais conforto ao motorista”, afirmou o presidente. O plano é abrir mais 30 unidades nos próximos 3 anos. Para 2018, 5 inaugurações já estão confirmadas. Na primeira fase, os empreendimentos serão próprios e, depois disso, abertos para franquia. Wendy’s O foco da holding Infinity Services, dona da Hooters e Jamie Italian’s no Brasil, é a expansão da Wendy’s, que chegou ao Brasil em 2016 e já tem cinco lojas abertas, em São Paulo e em Alphaville. “Não tínhamos uma marca de fast food no nosso portfólio e sabemos que o brasileiro gosta muito de hambúrguer”, afirmou Marcel Gholmieh, presidente da Infinity Servites ao site EXAME, ao comentar a decisão de trazer a marca ao país. Os ingredientes são todos preparados na hora e dentro da loja, afirma Gholmieh. O preço está na média do mercado, garante ele. O combo, com batatas e refrigerante, custa em média 30 reais. Domino’s A Domino’s pegou carona na crise econômica para abrir unidades e aumentar o faturamento. Enquanto os consumidores deixavam de visitar shopping centers, a empresa crescia com delivery. O preço por pessoa 10 ao dividir uma pizza também é mais baixo que a média no fast food, outro motivo que impulsionou a rede, diz Antonio Leite, CEO do Grupo Trigo, controlador da marca no país. O Brasil está entre os mercados que mais crescem – já são 200 lojas no país. De janeiro a agosto de 2017, o faturamento bateu 211,1 milhões de reais. Nos Estados Unidos, as vendas subiram 9,5% em 2016 e, globalmente, 11,85%. (Salomão, 2018) TEMA 5 – MEDINDO VALOR PARA O CLIENTE Segundo Martins et al. (2012), é facilmente perceptível que há uma guerra constante de preços entre empresas concorrentes. Sendo assim, um gestor inevitavelmente deverá conviver com a seguinte situação: o maior concorrente baixa o preço de seus produtos. O gestor deverá baixar os preços também? Essa ideia de cobrar preços menores do que os concorrentes com a intenção de captar mais clientes é muito tentadora. No entanto, uma guerra de preços leva à rápida corrosão das margens de lucro de todos os concorrentes do setor. Por isso, muitas vezes a melhor estratégia é cobrar um preço mais alto e convencer os clientes de que o seu produto vale aquele preço. Para isso, é fundamental responder à seguinte pergunta: qual é o valor do produto para o cliente? Vejamos o que nos diz o artigo de Flávio Picchi (2018), presidente do Lean Institute Brasil e prof. dr. da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp): Gestores precisam observar mais os vendedores de praia Donos dos próprios negócios, eles estão “acumulando cargos” de produtor, comprador, distribuidor, divulgador etc As férias de verão estão terminando, e eu, como muitos, fiz o que há de melhor nessa época: passar alguns dias na praia. Mas como nunca conseguimos nos desligar totalmente, peguei-me observando, com os olhos da gestão, um vendedor de praia. No caso, era um vendedor de queijo coalho no palito, assado na brasa ali na hora, que me chamou a atenção por demonstrar, de forma muito evidente, o foco no cliente. Ele se esmerava para atender o seu comprador. Fazia de tudo que estava ao seu alcance para agradar a quem se dispunha a consumir o seu queijo. “Com orégano ou sem? Gosta queimadinho na beirada? No palito ou cortadinho? Quer que eu volte amanhã no mesmo horário?”, e assim por diante. E na hora de pagar: “aceito todos os cartões”, exibia orgulhoso sua maquininha. Ao observar a cena, comecei a pensar o porquê de tanto zelo do vendedor pelo comprador. E a resposta é óbvia. Dono do próprio negócio, “acumulando cargos” de produtor, comprador, distribuidor, divulgador etc., esse bom vendedor ambulante está cotidianamente em contato direto com o consumidor. Até na propaganda ele inova, chamando atenção com seus gritos: “queijo ‘cuáio’, pão de ‘áio’”. Assim, ele sabe, mais do que ninguém, que se não agradar o cliente, se não o encantar, ele simplesmente não compra, ou não volta a comprar. 11 Em outras palavras, o vendedor ambulante dessa minha história sabe, mesmo inconscientemente, que precisa a todo momento “agregar valor”, o máximo possível, ao seu cliente. Senão, o negócio não vai para frente. E ele só percebe isso porque está ali, no dia a dia, em contato “direto” com o consumidor, vendo-o, ouvindo-o, sentindo-o... E é disso que depende a sobrevivência do seu negócio. Na mesma praia, à noite, tive um exemplo inverso: fui a um restaurante, com ares de “sofisticação”. Na hora de pagar, a surpresa: aceitavam só cartão de débito. Como eu estava somente com meu cartão de crédito, quase pensei que ia ter de lavar pratos, mas ao final, após uma desagradável discussão com o gerente, consegui fazer uma transferência pelo celular. Os vendedores de picolé, côco, queijo coalho etc. aceitam todos os cartões na praia, mas o restaurante “sofisticado” não. Não me pergunte o porquê. Provavelmente por uma mesquinha otimização de fluxo de caixa. Zero foco no cliente. Comecei, então, a refletir sobre muitas empresas que por diversos motivos perdem essa capacidade fundamental: a de colocar o cliente sempre em primeiro lugar. Por se tornarem grandes demais, por adotarem processosque são cada vez mais burocráticos, por se tornarem arrogantes, por se acharem boas demais... enfim, por diversos motivos, muitas companhias e seus gestores acabam se distanciando dos clientes. Elas perdem o contato cotidiano com eles. Não os conhecem mais profundamente. Os clientes tornam-se “números” numa planilha. E aí, na maior parte das vezes, a agregação de valor vai perdendo a força. A empresa começa a atender mal, a acumular reclamações, e com isso, muitas vezes o negócio começa a declinar. Trata-se, essencialmente, de uma visão de gestão. Sabemos que na gestão tradicional, perder o cliente de vista é uma das coisas mais comuns de se acontecer. Simplesmente porque a gestão tradicional não tem como fundamento básico se aprofundar no que é valor para o cliente, no que ele está realmente disposto a pagar. Na gestão tradicional, a essência é “produzir” o máximo possível, ao menor custo que se consiga, visando aumentar vendas e maximizar lucros. Dessa forma, na ânsia de produzir mais e mais, os gestores muitas vezes buscam o que é mais fácil para a empresa e perdem o ponto de vista de quem mais importa, o cliente. Já na Gestão Lean, a mentalidade é o inverso. Produzir é fundamental, claro. Porém mais importante é “como” produzir. Uma das bases desse modelo de gestão é a necessidade cotidiana e constante de produzir agregando valor ao produto ou serviço, mas sempre do ponto de vista do cliente. Assim, o gestor precisa ver seu negócio pelos olhos dele. E só se consegue isso de verdade estando o mais próximo possível de quem compra, conhecendo sua experiência com o produto ou serviço. Talvez sem saber, esse vendedor ambulante de queijo coalho que observei na praia é um gestor dos mais modernos. Há muitos gestores de empresas por aí que poderiam aprender muito com ele. Para se lembrarem que a única forma de uma empresa ter sucesso é fazer tudo que for possível para entender e satisfazer seus clientes. FINALIZANDO Nesta aula foram abordados os conceitos relacionados com a perspectiva do cliente. De que maneira podemos organizar nossa empresa diante de um mercado cada vez mais dinâmico? Vimos a evolução do marketing no tratamento do cliente e as transformações por que as organizações necessitaram passar para manutenção de seus clientes. Foi possível visualizar de que maneira podemos 12 segmentar o mercado, para que possamos oferecer um melhor produto ou serviço ao nosso cliente. Por fim, vimos de que maneira agregamos valor ao nosso produto e como o consumidor reage diante desse valor agregado. LEITURA COMPLEMENTAR Texto de abordagem teórica ENTREVISTA de Philip Kotler (legendado). Briefmarketing, 11 out. 2011. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-aPoeAKspLc>. Acesso em: 28 jun. 2018. MACHADO, R. Kakinoff apresenta "nova Gol", reposicionamento da aérea. Panrotas, 1 jun. 2017. Disponível em: <https://www.panrotas.com.br/noticia- turismo/aviacao/2017/06/kakinoff-apresenta-nova-gol-reposicionamento-da- aerea_146948.html>. Acesso em: 28 jun. 2018. MARTINS, T. S. et al. Incrementando a estratégia: uma abordagem do Balanced Scorecard. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2012. MEU NEGÓCIO: segmentação de mercado no meio rural. G1, 9 jun. 2016. Disponível em: <https://g1.globo.com/economia/agronegocios/globo- rural/noticia/2020/01/05/como-serao-os-proximos-anos-do-agronegocio.ghtml>. Acesso em: 05 jun. 2020. Texto de abordagem prática Você sabia que pequenas empresas têm apostado cada vez mais no marketing digital como estratégia para aumentar as vendas? Então, acesse o link a seguir e lei o Artigo "Marketing digital: presença digital para aumentar vendas" da Serasa Experian: Disponível em: <https://empresas.serasaexperian.com.br/blog/marketing-digital- presenca-digital-para-aumentar-vendas/>. Acesso em: 28 jun. 2020. KAPLAN, R. S.; NORTON, D. P. A estratégia em ação: Balanced Scorecard. 13. ed. São Paulo: Campus, 1997. KOTLER, P. Administração de marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2000. 13 Saiba mais GOL festeja chegada ao topo do Top of Mind na categoria Companhia Aérea. Folha de S.Paulo, São Paulo, 30 out. 2017. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/topofmind/2017/10/1931622-gol-festeja-chegada- ao-topo-do-top-of-mind-na-categoria-companhia-aerea.shtml>. Acesso em: 28 jun. 2018. MONTGOMERY, C. A. O estrategista. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. PICCHI, F. Gestores precisam observar mais os vendedores de praia. Época Negócios, 31 jan. 2018. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/colunas/Enxuga-Ai/noticia/2018/01/gestores- precisam-observar-mais-os-vendedores-de-praia.html>. Acesso em: 28 jun. 2018. SALOMÃO, R. 6 empresas de fast food que apostaram no Brasil em 2017. Exame, 7 jan. 2018. Disponível em: <https://exame.com/negocios/6-empresas-de-fast- food-que-apostaram-no-brasil-em-2017/>. Acesso em: 28 jun. 2018. 14 REFERÊNCIAS BARTELS, R. The history of marketing thought. Columbus: Horizons, 1988. DINO. Marketing digital aumenta vendas das empresas, mas exige experiência. Exame, 6 out. 2017. Disponível em: <https://exame.abril.com.br/negocios/dino/marketing-digital-aumenta-vendas- das-empresas-mas-exige-experiencia/>. Acesso em: 28 jun. 2018. ENTREVISTA de Philip Kotler (legendado). Briefmarketing, 11 out. 2011. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=-aPoeAKspLc>. Acesso em: 28 jun. 2018. GOL festeja chegada ao topo do Top of Mind na categoria Companhia Aérea. Folha de S.Paulo, São Paulo, 30 out. 2017. 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MEU NEGÓCIO: segmentação de mercado no meio rural. G1, 9 jun. 2016. Disponível em: <http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/jornal-do- almoco/videos/t/edicoes/v/meu-negocio-segmentacao-de-mercado-no-meio- rural/5082669/>. Acesso em: 28 jun. 2018. 15 PICCHI, F. Gestores precisam observar mais os vendedores de praia. Época Negócios, 31 jan. 2018. Disponível em: <https://epocanegocios.globo.com/colunas/Enxuga-Ai/noticia/2018/01/gestores- precisam-observar-mais-os-vendedores-de-praia.html>. Acesso em: 28 jun. 2018. SALOMÃO, R. 6 empresas de fast food que apostaram no Brasil em 2017. Exame, 7 jan. 2018. Disponível em: <http://www.saboravida.com.br/gastronomia/2018/01/07/6-empresas-de-fast- food-que-apostaram-no-brasil-em-2017/>. Acesso em: 28 jun. 2018. SMITH, W. R. Product differentiation and marketing segmentation as alternative marketing strategies. Journal of Marketing, v. 21, p. 3-8, jul. 1956. AULA 3 BALANCED SCORECARD Prof. Joel Pereira Munhoz Junior 2 CONVERSA INICIAL Nesta aula, será possível visualizarmos mais de perto a perspectiva de aprendizagem e crescimento, que é um dos aspectos elencados por Norton e Kaplan. Inicialmente, veremos o contexto geral em que se desenvolve essa perspectiva para, após, visualizarmos o alinhamento de suas diretrizes. Na sequência,a veremos em relação a seus capitais intangíveis, a seu alinhamento, à gestão estratégica de pessoas, e por fim, quanto a seus indicadores. CONTEXTUALIZANDO O processo de aprendizagem e crescimento está muito presente em todas as empresas, pois a gestão de pessoal está ganhando cada vez mais espaço em um mercado no qual a mão de obra especializada é escassa. Diante desse cenário, as empresas têm adotado uma gestão mais participativa, que procura despertar em cada funcionário o seu melhor. Essa nova versão do Recursos Humanos tem a gestão do Capital Intangível (Pessoas) e indicadores que demonstram a evolução da organização nesse campo das pessoas. TEMA 1 – CONTEXTO GERAL DA PERSPECTIVA DE APRENDIZAGEM E CRESCIMENTO DO BSC A perspectiva de aprendizagem e crescimento estende a visão estratégica para o investimento visando ao futuro da organização, afinal, para se alcançar bons resultados financeiros no longo prazo, é necessário investir em infraestrutura (pessoal, sistema e procedimentos organizacionais), não em detrimento de outras áreas, como pesquisa e desenvolvimento e equipamentos, mas sim em consonância com todas as áreas (Kaplan; Norton, 1997). Veremos, nessa perspectiva, um maior enfoque às pessoas que compõem a organização e que são responsáveis por grande parte dos bens intangíveis dessas empresas, desde que se constitua uma força de trabalho capacitada, com motivação e conhecimento das tecnologias utilizadas. 3 Figura 1 – Perspectiva de crescimento e aprendizado Fonte: Martins et al., 2012. Saiba mais Assista ao vídeo O que é gestão de pessoas – curso de Departamento Pessoal, que se trata de uma entrevista com Mario Sergio Cortella. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=sPrpYF4UoZM>. Acesso em: 2 jul. 2018. Vamos, agora, a perguntas sobre o vídeo, pois é necessário para o aprendizado compreendermos na prática como a teoria se aplica. Faremos um check list para que possamos identificar os conceitos no vídeo: 1. ( ) Manejo de conhecimento (tácito e explícito). 2. ( ) Estoque de conhecimento é o maior ativo. 3. ( ) Commodities na visão do Prof. Cortella. 4. ( ) Gestor de Talentos. 5. ( ) Capacidade de fazer projetos. 6. ( ) Desenvolvimento humano. 7. ( ) O gestor também é alguém a ser gerido. 8. ( ) Tem que proporcionar parcerias. 9. ( ) Para liderar tem que servir e não ser servido. 10. ( ) Um por todos e todos por um. https://www.youtube.com/watch?v=sPrpYF4UoZM 4 Leitura complementar Como capital intelectual e organização aprendizagem podem promover competitividade organizacional O capital intelectual pode ser considerado o valor oculto de uma organização. A objetivo desse capital (humano, organizacional e clientes) é valorizar o ativo intangível e revelar as lacunas de conhecimento para melhorar a vantagem competitiva externa. Embora os ativos intangíveis possam representar vantagem competitiva, as organizações não entendem, ainda, a importância da sua natureza e valor. Os gerentes não conhecem o valor do seu próprio capital intelectual. Eles não sabem se têm as pessoas, os recursos ou os processos no lugar certo e na hora própria para fazer a diferença de uma nova estratégia. Eles não conhecem o know-how, o potencial de gestão ou a criatividade a que eles teriam acesso a partir da potencialização do saber dos seus funcionários. Uma vez desprovidos destas informações, eles abusam de estratégias como downsizing e reengenharia como forma de gestão desses ativos intangíveis (Collis, 1996; Davis, 2009). Este artigo, que é uma tradução do original How Intellectual Capital and Learning Organization Can Foster Organizational Competitiveness?, dos professores Reza Noruzi e Vargas-Hernández com edição e notas do tradutor, tem como objetivo rever o conceito de Capital Intelectual na esfera da gestão das organizações. Artigo na íntegra disponível em: <https://administradores.com.br/artigos/como-capital-intelectual-e-organizacao- aprendizagem-podem-promover-competitividade-organizacional>. Acesso em: 12 ago. 2020. TEMA 2 – ALINHAMENTO DAS DIRETRIZES ESTRATÉGICAS COM A PERSPECTIVA DE APRENDIZAGEM E CRESCIMENTO As organizações evoluíram através dos séculos, levadas por uma necessidade de acompanhar os movimentos da sociedade e de se adaptar à dinamicidade imposta por mudanças nem sempre favoráveis. Essa evolução nos trouxe à chamada Era da Informação ou Pós-Industrial. Segundo Kaplan e Norton (1997), “uma das mudanças mais radicais no pensamento gerencial dos últimos anos foi a transformação do papel dos funcionários. https://administradores.com.br/artigos/como-capital-intelectual-e-organizacao-aprendizagem-podem-promover-competitividade-organizacional https://administradores.com.br/artigos/como-capital-intelectual-e-organizacao-aprendizagem-podem-promover-competitividade-organizacional 5 Atualmente, temos um mercado cada vez mais competitivo e globalizado, pois vários paradigmas foram quebrados em um curto espaço de tempo. Fronteiras geográficas já não delimitam seu ambiente de negócio, tecnologias exclusivas e muito caras já não tem uma durabilidade muito grande, qualidade é quase que uma obrigação, e não mais um diferencial competitivo. Ainda, empresas de médio e pequeno porte tornaram-se tão competitivas quanto grandes empresas e houve declínio acentuado dos modelos taylorista e fordista de produção e gestão (Martins et al., 2012). Nesse contexto, podemos afirmar que a perspectiva de aprendizagem e crescimento do BSC é formada por categorias que, quando desenvolvidas, são a base para o bom funcionamento da estratégia como um todo. Figura 2 – Categorias da perspectiva de aprendizagem e crescimento do BSC Fonte: Martins et al., 2012. Segundo Angeloni e Mussi (2008, p. 231), “a perspectiva de aprendizagem e crescimento define as habilidades e competências essenciais, as tecnologias e a cultura organizacional necessárias para suportar a estratégia de negócios”. Leitura complementar Você deve ter esta característica se quiser emprego na AB InBev* À frente da maior fabricante de cervejas do mundo, o brasileiro Carlos Brito busca candidatos que tenham a mesma mentalidade que guiou sua trajetória [...] O sonho grande da AB InBev, segundo Brito, é mirar em um grande objetivo a ser conquistado no longo prazo. Para o empresário, este objetivo é torná-la a maior empresa de bebidas do mundo. Como pessoas são fundamentais para fazer um negócio crescer com qualidade, ele afirma que é importante que tenham como objetivo fazer carreira 6 dentro da empresa, como ele mesmo fez, e evitar o perfil de executivos profissionais que pulam de negócio em negócio a cada dois ou três anos. Para descobrir esses talentos, Brito acompanha de perto seu quadro de funcionários – e não só quando se trata de altos executivos. Segundo Jorge Paulo Lemann, ele é “extremamente ligado, sabe de cor a lista dos high potential [grandes potenciais] da empresa, tem uma ideia de quem são os trainees bons, onde estão e como estão evoluindo.” A trajetória de Carlos Brito Um dos pontos de virada na carreira do empresário foi ser aceito em um MBA da Stanford University, nos EUA. Na época trabalhando na Shell e sem dinheiro para pagar as altas taxas do curso, pediu ajuda para Jorge Paulo Lemann, então banqueiro à frente do Banco Garantia. Ele aceitou pagar a pós-graduação com uma condição: que Brito fizesse o mesmo por outro estudante no futuro. Assim surgiu a Fundação Estudar, organização fundada pelo Lemann, Sicupira e Telles e que hoje oferece bolsas de estudos para os brasileiros mais talentosos do país, conhecidos como Líderes Estudar. [...] Por Redação do Na Prática * Este artigo foi originalmente publicado pelo Na Prática, portal da Fundação Estudar. O artigo na íntegra está disponível em: <https://exame.com/carreira/voce- deve-ter-esta-caracteristica-se-quiser-emprego-na-ab-inbev/>.Acesso em: 2 jul. 2018. TEMA 3 – A PERSPECTIVA DA APRENDIZAGEM E CRESCIMENTO E SEUS CAPITAIS INTANGÍVEIS Segundo Martins et al. (2012), a gestão de pessoas tem passado por um processo de transformação bastante acentuado, deixando de ser visto apenas como um departamento de recursos humanos, que se restringia a desenvolver atividades tradicionais de avaliação, recrutamento e seleção, contratação, manutenção e desligamento, para buscar o desenvolvimento das pessoas que compõem a organização, valorizando assim seu “capital intelectual”, com a 7 finalidade de agregar valor econômico e também social à relação indivíduo- organização. Segundo os autores, essa “nova” visão da gestão de pessoas prioriza o desenvolvimento organizacional, bem como das competências individuais e da equipe, com a finalidade de agregar valor ao seu ativo intangível. Pela figura, na sequência, é possível observar que há uma integração entre o indivíduo e a organização. O funcionário adquire conhecimento por intermédio de treinamentos proporcionados pela empresa, reforçando seu lado social, e em contrapartida, o funcionário entrega maior valor agregado ao serviço que presta à empresa, gerando maior valor econômico ao produto ou serviço oferecido pela organização. Figura 3 – Integração entre o indivíduo e a organização Fonte: Elaborado com base em Fleury; Fleury, 2000. Leitura complementar A perda do capital intelectual no Brasil Capital intelectual é o conjunto de conhecimentos e informações, ou seja, a soma do capital humano e o capital estrutural. Pode ser definido como sendo a inteligência, a habilidade e os conhecimentos humanos. Esses conhecimentos podem ser tácitos – advindos das experiências ao longo da vida –, ou explícitos – são estruturados, criptografados e armazenados, sendo possível sua transmissão a outras pessoas. 8 Observamos que, nas últimas décadas, ocorreram grandes mudanças com o rápido processo de globalização que por um lado, fez com que as economias por todo o mundo passassem a manter independência, mas por outro lado, aumentou ainda mais o nível de concorrência mundial; a informatização, a conscientização do real valor do saber humano e o aumento da valorização dos ativos intangíveis por parte das organizações. Um dos pesquisadores sobre o assunto afirma que uma nova ordem social e econômica, o capitalismo intelectual, emergiu à medida que duas principais correntes de eventos convergiram. São elas: 1. A transição para uma sociedade baseada principalmente em conhecimento científico e tecnológico, ou sociedade da informação; 2. O fortalecimento de fato, de macro sistemas econômicos capitalistas. Isto significa, implicitamente, preocupações com a gestão da inovação tecnológica baseada em conhecimento intelectual e de informação. É evidente que as pessoas que querem se desenvolverem, passam uma crescente parcela de suas vidas, em processos de estudos, formação acadêmica, especialização e treinamento técnico-científico. As empresas têm se tornado dependentes de competências de diversos tipos e sempre baseadas em conhecimento. É a consequência histórica do processo de ensino-aprendizado cumulativo de gerações de indivíduos e da disposição dos pesquisadores, cientistas e estudiosos, que trabalharam com a finalidade de atenderem às demandas do mercado, de forma a permitir que as organizações sejam conduzidas em sua busca de produtividade, qualidade e lucratividade. Naturalmente, muitos fatores influenciaram este movimento coletivo e contínuo de aprendizado, mas irreversível enquanto resultado. A constatação de avanços em ciência e tecnologia e o aparecimento de tecnologias de gerenciamento de dados e conhecimento, produção de informações e comunicação em particular são componentes especialmente importantes para o processo de aprendizado por trás desta transição. De certa forma, o que está implícito neste processo é um dispositivo de que se não forem absorvidos pelo sistema, correm grande risco de termos indivíduos que não conseguirão disseminar os conhecimentos e literalmente irão jogá-los pelo ralo. Outra pesquisa realizada, afirma que é cada vez mais amplo o consenso 9 sobre o que o conhecimento realmente significa, e muitos aceitam que o conhecimento aplicado é um fator competitivo fundamental e indispensável. A acumulação, transformação e avaliação estão situados no universo da gestão do capital intelectual, compondo ferramentas importantes no campo da gestão dos negócios. O capital intelectual, em contraste com o capital físico e financeiro, inclui recursos de conhecimento que podem ser utilizados pelas organizações, pois são passíveis de combinar, transformar, explorar, mensurar, avaliar e receber um valor para fins de capitalização em função do seu potencial de uso futuro. A maior parte do valor do capital intelectual das empresas públicas ou privadas está atada aos saberes individuais e às formas de relacionamento interpessoais, e isso pode se mostrar dispendioso, especialmente se um empregado é dispensado ou se aposenta sem ter explicitado e disseminado seu conhecimento a outros dentro das organizações. [...] Adilson Peloggia Taubaté, 4 jan. 2018. Atualizado em 4 jan. 2018. O artigo na íntegra está disponível em: <http://www.meon.com.br/opiniao/ opiniao/colunas/a-perda-do-capital-intelectual-no-brasil>. Acesso em: 2 jul. 2018. TEMA 4 – ALINHAMENTO ENTRE A GESTÃO ESTRATÉGICA DE PESSOAS E A PERSPECTIVA DE APRENDIZAGEM E CRESCIMENTO Como as organizações devem agir para superar todos os desafios a elas impostos e à sua gestão de pessoas? A resposta para tal pergunta é bastante complexa e depende das particularidades de cada organização. Cada uma terá seus próprios desafios, bem como seu tempo de amadurecimento e de compreensão do processo de transformação como um todo, porém, é certo que essa caminhada rumo ao desenvolvimento, que pode ser mais longa para algumas e mais curta para outras, começa com a percepção de que a gestão de pessoas precisa ser pensada estrategicamente. Esse pensar estratégico visa ao alinhamento entre o planejamento e a estratégia organizacional com o que se planeja em relação às pessoas que http://www.meon.com.br/opiniao/ opiniao/colunas/a-perda-do-capital-intelectual-no-brasil 10 compõem a organização. Afinal, de nada vale a melhor estratégia se não tivermos quem faça com que ela saia do papel e passe a ser uma realidade da empresa. A gestão estratégica de pessoas deve ser considerada uma parceria entre o departamento de RH e as demais áreas da organização na busca dos objetivos organizacionais. Ainda, deve atuar com a finalidade de construir uma organização competitiva, com foco que vai além de seus processos, de sua estrutura e de suas operações. Para isso, deve atuar no ajuste das estratégias, visando explorar de forma ativa as oportunidades e desenvolver as questões relacionadas às suas fraquezas mediante diagnóstico de seu ambiente. Leitura complementar HRTechs prometem desburocratizar processos de gestão de pessoas Depois das fintechs, surgem as startups que pretendem, também, agilizar os processos do RH Profissionais cada vez mais insatisfeitos, alta rotatividade, absentismo, reforma trabalhista, e-social. A lista de desafios da área de recursos humanos das companhias é extensa. Para tentar tapar cada um desses buracos, pequenas empresas fortemente baseadas em tecnologia têm surgido no Brasil. Depois das fintechs, das agrotechs, das insurtechs e das edutechs, chegou a vez das HRtechs. A grande novidade dessas startups é a aplicação de análise de dados e inteligência artificial em todas as práticas de gestão de pessoas, desde a operação da folha de pagamentos e a administração de benefícios até o recrutamento e seleção e as avaliações de desempenho. Contratação a jato Assim como a prioridadedo RH é atrair e manter os melhores talentos, boa parte das HRtechs atua em recrutamento e seleção. Elas buscam desenvolver ferramentas para tornar o processo mais escalável, tirando o peso da análise de milhares de currículos pelos profissionais de recursos humanos. A promessa das startups é localizar o perfil de candidatos que a empresa precisa e, ao mesmo tempo, o perfil de empresa que o candidato procura. A fabricante de bebidas Ambev fez um piloto para contratar pessoas para as áreas operacionais e de vendas usando os serviços da Rankdone, um marketplace de testes para conhecimentos técnicos que ajuda na seleção dos candidatos. Segundo Gisele Takekawa, gerente de gestão e pessoas da Ambev, 11 os candidatos que usaram o sistema reportaram uma satisfação de 96% — e o tempo de triagem dos candidatos caiu 70%. A plataforma agora será ampliada para todos os processos seletivos. Outro aplicativo que trouxe agilidade no recrutamento foi o Indique um Amigo, desenvolvido pela Luxfacta e instalado em 2016. Ele automatizou o tradicional costume de os funcionários levarem currículos de conhecidos que desejam trabalhar na Ambev. “A rotatividade dos empregados contratados por esse sistema é metade da de outras fontes”, diz a executiva. Com 4.200 funcionários, a KPMG testou os serviços de mais de dez HRtechs no último ano. Uma delas foi a plataforma da Matchbox para a contratação de trainees. A startup usa inteligência artificial, realidade virtual e games para oferecer uma experiência melhor nos processos seletivos. A novidade começa na candidatura às vagas, que substitui os tradicionais formulários por um software que simula uma conversa com o jovem (solução conhecida como chatbot) para coletar suas informações. Na etapa de seleção, em vez de testes psicológicos, games para avaliar a habilidade de o profissional resolver problemas. O programa diminuiu em 20% o tempo de preenchimento das vagas, segundo Marcelo De Lucca. A inteligência artificial usada pelas HRtechs ajuda o RH ao reunir informações que os próprios departamentos pessoais têm, mas que geralmente estão espalhadas e fragmentadas em diversos sistemas. “Com os dados reunidos, associados ao people analytics, é possível saber, por exemplo, quais são os profissionais dentro da companhia que têm melhor desempenho, quais suas características, e contratar pessoas com o mesmo perfil”, diz Marcel Lotufo, CEO da Kenoby, startup de recrutamento e seleção. Com sistemas mais eficientes, as corporações conseguem reduzir os custos dos processos de recrutamento e da vacância de cargos. A fabricante de cosméticos Natura passou seis meses tentando encontrar um desenvolvedor mobile. “A posição era complexa, com alta exigência de perfil e oferta pequena no mercado”, diz Flavio Pesiguelo, diretor de pessoas e cultura na Natura, que emprega 6.400 pessoas. Ele contratou a plataforma Revelo e, uma vez criado o perfil da vaga, em menos de um minuto o sistema gerou uma lista de quatro candidatos para ser entrevistados. Em sete dias, o profissional foi empregado. Por Thais Folego 12 O artigo na íntegra está disponível em: <https://vocesa.abril.com.br/voce- rh/hrtechs-prometem-desburocratizar-processos-de-gestao-de-pessoas/>. Acesso em: 2 jul. 2018. TEMA 5 – TIPOS DE INDICADORES DA PERSPECTIVA DE APRENDIZAGEM E CRESCIMENTO Quando falamos de indicadores, devemos saber que eles são utilizados para mensurar o sucesso ou o fracasso de algo que planejamos e implementamos. Afinal, o que não é medido não é gerenciado (Kaplan, Norton, 1997). Segundo Angeloni e Mussi (2008), existem dois tipos de indicadores quando tratamos de medir a implementação de uma estratégia. • Indicadores de ocorrência: mostram o que já aconteceu e são os resultados financeiros da empresa; quando positivos, podem indicar o sucesso de uma estratégia. Por exemplo: lucro, relação com os clientes, capacidade dos colaboradores. • Indicadores de tendências: mostram o progresso de áreas-chave para implementação da estratégia, tratando as variações que afetarão os resultados no futuro; são os chamados direcionadores. Por exemplo: programas de desenvolvimento de funcionários planejados e executados, aumento de produtividade. Ainda, segundo Angeloni e Mussi (2008): Habitualmente, são utilizados de 15 a 25 indicadores no nível corporativo e sugere-se de três a cinco indicadores no máximo por perspectiva. A maioria dos scorecards utiliza de 20 a 25 medidas; no entanto, a chave para determinar o número de medidas é assegurar uma descrição adequada da estratégia nas quatro perspectivas do BSC. Leitura complementar Quais são os indicadores econômicos mais relevantes para a indústria? Sistema Fiep apresenta no dia 11 de dezembro a Sondagem Industrial. Pesquisa aponta tendências e expectativas do setor para 2018 Competitividade acirrada, novos hábitos de consumo, tecnologia chegando a processos produtivos. Como acompanhar tudo isso? Qual é o momento certo 13 de avançar no mercado? Será que as indústrias estão preparadas para a adaptação constante em um cenário que muda o tempo todo? Para ajudar empresas a responderem questões estratégicas para os negócios, o caminho mais curto é a informação. Coletar dados, cruzar referências e transformar tudo isso em conteúdo prático e relevante para os negócios é uma das atividades que o Sistema Fiep realiza constantemente. São sondagens, pesquisas feitas por especialistas e análises de mercado que facilitam a tomada de decisão dentro do setor. A Sondagem de 2018 será lançada no dia 11 de dezembro, em Curitiba. Roberto Zürcher, economista do Sistema Fiep, conta que fornecer informação de mercado é uma atividade realizada pela instituição há muito tempo. “Desenvolvemos levantamentos deste tipo há 30 anos. Todos os meses apresentamos o Relatório de Desempenho, que retrata a situação econômica das indústrias paranaenses. O relatório passa por dados tradicionais de desempenho de vendas e também inclui uma análise detalhada de gastos com pessoal, insumos e agregação de valor aos produtos”, detalha Zürcher. Informações que fazem a diferença para o cenário industrial Indicadores. Uma palavra que determina os próximos passos que a indústria deve dar. No dia a dia, a preocupação com administração, gestão de pessoas e processos produtivos dificulta o “parar para pensar”. Ainda assim, as indústrias paranaenses estão no caminho certo. A última Sondagem Industrial 2016-2017 feita pelo Sistema Fiep aponta que 83% dos industriais paranaenses utilizam a informação como estratégia competitiva, sendo que 64% deles as sistematizam e as analisam dentro da empresa e outros 36% a adquirem de fontes externas. “Isto mostra a importância que se dá a indicadores e a informações econômicas”, destaca Zürcher. O economista conta que os indicadores vêm de várias fontes: consultores independentes (43%), instituições privadas (28%) e instituições públicas (22%). Índice de inflação, taxa de câmbio e custo do dinheiro são os mais utilizados pelas indústrias. Mas há outros igualmente importantes: “situação financeira, nível de atividade, impacto das medidas econômicas, nível de demanda e de novos empreendimentos”, aponta. Por que utilizar estes dados no dia a dia dos negócios? Roberto Zürcher explica que é preciso olhar para o cenário macro – que envolve o mercado nacional e internacional – sem deixar de observar aspectos 14 particulares da região onde a empresa está inserida. A Sondagem Industrial fornece informações sobre produtividade, qualidade, infraestrutura e meio ambiente, entre outras. É todo o ecossistema que envolve os negócios e que leva a resultados cada vez mais precisos. “Ao levarmos estas análises para perto dos empresários, ajudamos os gestores a entenderem melhor as práticas utilizadas na atualidade. A tomada de decisão pode ser mais rápida
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