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ANATOMIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS Prof Msc Gedean Galdino da Cruz Silva HISTÓRIA DA ANATOMIA • ANATOMIA → Ramo da biologia que trata da forma, estrutura (componentes) e arquitetura (organização dos componentes) dos organismos. • ANA: parte e TOMIA, deriva de TOMEIN: cortar ou separar. HISTÓRIA DA ANATOMIA • Pré-história: pinturas das cavernas; • Primeiros anatomistas eram considerados adivinhos (destino dos reis através da observação do fígado de carneiros); • Egito: mumificação; • Mesopotâmia: estudo dos cavalos; • Chineses: pontos de pressão e acupuntura; • Gregos: maiores avanços nessa ciência; HISTÓRIA DA ANATOMIA • ALCMEON (500-430 a.C.): Primeiro homem a dissecar animais; – Cérebro como centro da inteligência (até então era o coração). • HIPÓCRATES (460-377a.C.): – Pai da Medicina; – Fundador da escola de Medicina de Cós; – Nervos = tendões; – 4 humores: sangue, muco, bile negra e amarela. HISTÓRIA DA ANATOMIA • ARISTÓTELES (384-322 a.C.): – Pai da anatomia comparada; – Descreveu o coração como o centro do sistema circulatório, as meninges, uretes, mas ainda confundia nervo com tendões. • PTOLOMEU SOTER → Dissecação de homens vivos; – Heterófilo • Classificação dos nervos em motores e sensitivos. – Erasístrato • Relatou a diferença entre cérebro e cerebelo; • Evidenciou a cisterna do quilo e os vasos linfáticos; • Reconheceu as válvulas cardíacas. HISTÓRIA DA ANATOMIA • GALENO (131-200 d.C.) → Fundador da fisiologia experimental; – A igreja católica proibia a dissecação de cadáveres humanos, só animais eram dissecados; • Renascimento: LEONARDO DA VINCI (1452-1657); • HARVEY (1578-1657): – Descrição da pequena e grande circulação; – Postulou a existência dos vasos sanguíneos. HISTÓRIA DA ANATOMIA HISTÓRIA DA ANATOMIA INTRODUÇÃO • Metodologia do ensino de Anatomia: – SISTÊMICA; • Ossos, articulações, músculos, tegumento e sistemas respiratório, circulatórios, urinário, digestório, genital, sensorial e endócrino. – TOPOGRÁFICA; • Estudo das regiões do corpo e as relações entre os órgãos. – APLICADA; • Aplicar o conhecimento anatômico em outras disciplinas (cirurgia, semiologia, clínica, diagnóstico por imagem...). INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO • Divisões do corpo dos animais: TRONCO: - Tórax - Abdômen - Pelve MEMBROS: - Membros torácicos - Membros pélvicos INTRODUÇÃO • Posição anatômica: 1) Animal em pé. 2) Os 4 membros estendidos e firmemente apoiados no solo. 3) Pescoço curvado para cima (ângulo de 145° com o dorso). 4) Cabeça ereta no pano horizontal. 5) Narinas para frente e olhos voltados para o horizonte. INTRODUÇÃO • Planos e eixos de delimitação: - Dois planos horizontais: • Plano dorsal • Plano ventral - Quatro planos verticais: • Plano lateral esquerdo • Plano lateral direito • Plano cranial • Plano caudal INTRODUÇÃO • Planos de secção: Plano sagital mediano ANTÍMERO Plano transversal METOMERO Plano horizontal PAQUÍMERO INTRODUÇÃO • Planos de secção: LINHA ALBA ANTÍMERO ANTÍMERO Plano sagital mediano INTRODUÇÃO • Eixos: linhas imaginárias que unem o centro de planos opostos INTRODUÇÃO • Termos indicativos de posição e direção: – Lateral, medial, intermédio e mediano; – Cranial e caudal; – Dorsal, ventral e médio; – Externo e interno; – Superficial e profundo; – Proximal e distal; – Axial e abaxial; – Dorsal e palmar/plantar; – Rostral; – Superior e inferior. INTRODUÇÃO • Lateral, medial, intermédio e mediano: a) Mediana: estrutura localizada sobre o plano sagital mediano. b) Medial: estrutura localizada próxima ao plano sagital mediano. c) Intermédio: entre uma estrutura medial e outra lateral. d) Lateral: estrutura próxima ao plano lateral. INTRODUÇÃO • Cranial e caudal: a) Cranial: mais próximo ao plano cranial. b) Médio. c) Caudal: mais próximo ao plano caudal. INTRODUÇÃO • Dorsal, ventral e médio: a) Dorsal: mais próximo ao plano dorsal. b) Médio. c) Ventral: mais próximo ao plano ventral. INTRODUÇÃO • Externo e interno: Parte externa do abdômen Parte interna do abdômen INTRODUÇÃO • Superficial e profundo: INTRODUÇÃO • Proximal e distal: a) Proximal: mais próximo á raiz. b) Médio. c) Distal: mais afastado da raiz. INTRODUÇÃO • Axial e abaxial: INTRODUÇÃO • Dorsal, palmar/plantar: DORSAL DORSAL PALMAR PLANTAR INTRODUÇÃO • Rostral: INTRODUÇÃO • Superior e inferior: LABORATÓRIO DE ANATOMIA USO OBRIGATÓRIO Jaleco manga longa Luvas descartáveis Sapato fechado Máscara Óculos Cabelo preso Calça comprida LABORATÓRIO DE ANATOMIA KIT DE DISSECAÇÃO : (1) Tesoura romba romba reta 15cm; (2) Tesoura fina fina reta 15 cm; (3) Pinça anatômica 15 cm; (4) Pinça dente de rato 15 cm; (5) Cabo de bisturi N4; (6) Lâmina de bisturi N24; (7) Aparelho de tricotomia (manual); (8) Lâmina de tricotomia; (9) Estojo de inox (opcional). 1 2 3 4 5 6 7 8 9 CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Aplicação de Formaldeído: – Técnica de conservação úmida. – Primeiro registro dessa técnica aconteceu em 1899. – Principal forma de conservação de corpos e peças anatômicas. VANTAGENS DESVANTAGENS Baixo custo Peso da peça anatômica Efeito rápido Coloração escura diferente da original Fácil obtenção Irritação respiratória e ocular Ação antisséptica Efeito abortivo e teratogênico FONTE: Santos et al. (2017). CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Aplicação de Formaldeído FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=Y-vMNL1Fr7Y https://www.youtube.com/watch?v=Y-vMNL1Fr7Y https://www.youtube.com/watch?v=Y-vMNL1Fr7Y https://www.youtube.com/watch?v=Y-vMNL1Fr7Y CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Glicerinação: – Técnica de conservação úmida. – A Glicerina foi descoberta em 1762 por Karl Wilhelm Sheele. – O anatomista Carlo Giacomini foi o primeiro a utilizar a técnica. – Uma alternativa para substituir a conservação com formol. – Associação glicerina + álcool absoluto. FONTE: Santos et al. (2017). CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Glicerinação: FONTE: Santos et al. (2017). VANTAGENS DESVANTAGENS Inodora Custo elevado (10X mais cara) Coloração das peças um pouco mais próximas da real Ação antisséptica Não tem efeito abortivo e teratogênico CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Glicerinação FONTE: Carvalho et al. (2013). Técnica de glicerinação aplicada na língua de um caprino. Em exposição no NAV/USP. FONTE: https://pt.wikipedia.org/wiki/Glicerina%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Glicerina%C3%A7%C3%A3o CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Taxidermia ou empalhamento: – Do grego significa “dar forma à pele”; – Origem: Egito (2.500 a.C.); – Objetivo: manter as características físicas de uma espécies as mais próximas da realidade; – Etapas: Dissecação → Aplicação do sal de Bórax → Armação de arame → Preenchimento com algodão hidrofóbico → Costura → Fixação → APRESENTAÇÃO. CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Taxidermia: FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=dMHJnBl47kE TAXIDERMIA CIENTÍFICA TAXIDERMIA ORNAMENTAL FONTE: https://imagens.usp.br/?p=6592 https://www.youtube.com/watch?v=dMHJnBl47kE https://imagens.usp.br/?p=6592 CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Plastinação: – Criado pelo artista e cientista Gunther Von Hagens em 1977; – Extração de líquidos corporais → substituir por resina elástica; – Vantagens: • Boa conservação e manipulação do corpo; • Textura e coloração próximos ao estado real. – Desvantagens: • Peso da peça anatomia;• Custo e tempo elevados; • Princípios éticos. CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Plastinação: CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Osteotécnica: Montagem de esqueletos – Etapas: Dissecação 1 Cocção Dissecação 2 Maceração Clarificação (H2O2 – 40V) Montagem (cola instantânea + algodão) – peq animais Montagem (arame) – gran animais Aplicação de verniz incolor APRESENTAÇÃO CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Osteotécnica: FONTE: Museu de Anatomia Veterinária (FMVZ USP). CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Preenchimento com polímeros de acetato de vinila: – Objetivo: Preservação dos vasos e ductos; CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Desidratação ou criodesidratação: – Processo físico-químico que implica na perda de água; – ↓ água = eliminação de microrganismos decompositores; – Vantagens: • Aproximação das características reais do cadáver; • Conservação de peças inteiras; – Desvantagens: • Contração dos tecidos (+ água = ↑contração). CONSERVAÇÃO E MANIPULAÇÃO DE PEÇAS ANATÔMICAS • Desidratação ou criodesidratação: FONTE: Exposição no MAV/USP. Até a próxima aula MEDICINA VETERINÁRIA Disciplina: Anatomia Animal Professor Msc Gedean Galdino da Cruz Silva E-mail: gedean.silva@iesp.edu.br