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DPP - fontes e aplicação da lei

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FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
1.1.AS MATERIAIS: se subdividem em Mediatas e Imediatas.
1.1.2. As Fontes Materiais Mediatas: são as remotas que se
manifestam através da sociedade em dado momento histórico
por meio de valores, ideais e interesses;
1.1.3. As Fontes Materiais Imediatas – referem-se ao órgão
encarregado da elaboração da norma processual penal que é o
Estado (compete privativamente à União).
Obs. É competência privativa da União legislar sobre o
Direito Processual Penal (de cunho geral). Contudo, em
matéria de procedimentos, admite-se que os Estados-
membros legislem concorrentemente a promulgar normas
específicas. Ex. Custas forenses.
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL
2.1. AS FORMAIS: estas se dividem em:
2.1.2. Direta (a lei): É a fonte formal imediata (CF, CPP, as Leis extravagantes em
matéria processual penal, as Constituições Estaduais e a legislação estadual em
matéria de procedimentos. Essas fontes formais diretas subdividem-se em: Primária
(ou comum) e Especiais (ou secundárias).
As primárias (ou comum) dizem respeito ao direito processual da jurisdição
comum (CPP, CF, e as Constituições Estaduais);
As Secundárias (ou Especiais) dizem respeito ao direito processual da jurisdição
Especial (Código de Processo Penal Militar, Código Eleitoral etc.).
Os tratados, convenções e regras de direito internacional, para alguns, figuram entre
as fontes normativas do direito, mormente os tratados e convenções celebrados pelo
Presidente da República, após o referendum do Congresso.
Importante frisar que no conflito entre a lei e o tratado, prevalece este (tratado) sobre
aquela (lei). O tratado é de natureza política.
2.1.3. Orgânicas (leis de organização judiciária dos Estados e os regimentos
internos dos Tribunais. As Leis Orgânicas – não são reputadas leis processuais em
sentido estrito, pois nem sempre regulam questões afetas ao processo.
2.1.4. Indiretas (os costumes e princípios gerais do direito).
Fontes Formais Indiretas – (costumes e os princípios gerais do
direito) – Os costumes são formados pelo conjunto de normas
de comportamento a que as pessoas obedecem de maneira
uniforme e constante pela convicção de sua
obrigatoriedade. Distingue-se de hábito, pois neste não há
obrigatoriedade jurídica. Ex. costume: usos forenses, que são
as regras de conduta constantes e iterativas daqueles que
participam da relação processual (juiz, partes, auxiliares da
justiça).
Obs. Em processo penal, só se admite a aplicação dos
costumes secundum legem e praeter legem. Portanto, a
prática forense contra legem é inadmissível, por constituir
uma forma ilegítima de derrogar a lei processual em vigor.
A propósito, somente outra lei de igual ou superior
hierarquia pode revogar a lei vigente, em face
do PRINCÍPIO DA IRREFRAGIBILIDADE DA NORMA.
Analogia – É forma de auto-integração da lei. Portanto, cabe
anotar que a analogia não é fonte formal mediata do direito, mas
forma de auto-integração da norma processual penal.
Os requisitos para se aplicar a analogia são:
1 – que o fato considerado não tenha sido regulado pela lei;
2 – A lei, no entanto, regulou situação que oferece relação de
coincidência, de identidade com o caso não regulado:
3 – o ponto comum às duas situações (a regulada e a não
prevista) constitui o ponto determinante na implantação do
princípio referente à situação considerada pelo julgador.
Obs. Em processo penal A analogia pode ser em bonam
partem (para favorecer o imputado) ou in malam partem (para
prejudicar o imputado). Já no Direito Penal Brasileiro só
admite a aplicação favorável ao imputado.
Em Direito eficácia é a aptidão para que se possa produzir
efeitos jurídicos. Assim, diz-se que uma lei tem eficácia,
quando ela está produzindo efeitos no mundo exterior – os
efeitos de determinada lei podem ainda ser limitados a um
determinado território (espaço) ou a um determinado período
de tempo. Essa limitação aplica-se, inclusive, à lei processual.
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO
TEMPO E NO ESPAÇO.
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO
TEMPO E NO ESPAÇO.
Quanto ao espaço, a lei processual penal é regulada pelo
princípio da territorialidade. De acordo com o que dispõe o
artigo 1º do Código de Processo Penal, a lei processual penal
é aplicável “em todo território nacional”. Dessa forma, a lei
processual penal tem eficácia em território nacional.
Isto significa, portanto, que o CPP regulará todos os processos
que vierem a se desenvolver em território brasileiro, por
infrações cometidas no país (em respeito ao princípio do locus
regit actum).
Contudo, também de acordo com o que dispõe o artigo 1º, dessa
vez em seu inciso I, essa aplicação poderá também ter exceções.
Uma delas é quando existirem tratados e convenções internacionais
adotadas pelo Brasil – nestes casos específicos, o código de
processo penal, a lei processual penal brasileira, não será aplicada.
O inciso II, por sua vez, exclui a aplicação do Código de Processo
Penal nos casos de jurisdição política, quando a conduta criminosa
será processada e julgada perante o Poder Legislativo. Neste caso,
é o regimento interno da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal que disciplinarão a forma de processar e julgar tais
condutas.
Outra exceção se encontra, por exemplo, quando existe uma lei
especial regulando a matéria. Como se sabe, de acordo com o
princípio da especialidade, a lei especial deve sempre ser aplicada
em detrimento da geral. Assim, nestes casos específicos, o código
de processo penal terá aplicação apenas de forma subsidiária. Isto
ocorre, por exemplo, em se tratando de crimes militares, cujas
normas estão definidas em código específico.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO
TEMPO E NO ESPAÇO.
No tempo, as leis processuais estão reguladas na Lei de
Introdução às normas do Direito Brasileiro – LINDB (Decreto-Lei
no 4.657/1942). Assim, em regra, começam a viger após o
período de vacatio legis (quarenta e cinco dias depois de
publicada). A lei processual terá validade imediata e geral
“respeitando o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito
adquirido” (LINDB Art. 6º).
Tratando especificamente do Código de Processo Penal, o
artigo 2º dispõe como regra a aplicação imediata das leis
processuais penais, sem prejuízo dos atos praticados sob a
vigência da lei anterior – princípio do tempus regit actum. Isto
significa que, entrando em vigor, a lei se aplica, desde logo, aos
processos em curso, sem prejuízo dos atos já praticados na
vigência da lei anterior. Assim, tem-se que a lei processual
penal nova não retroage.
Imunidades (aplicação da lei
processual quanto às pessoas)
A princípio, a norma processual é aplicável a todos aqueles que se
encontram em território nacional, nacionais ou não. Contudo, o
ordenamento jurídico prevê algumas imunidades processuais. Assim, aos
chefes de Estado e aos representantes de governos estrangeiros não se
aplica a jurisdição penal brasileira. Trata-se da imunidade diplomática,
decorrente da jurisdição enquanto expressão da soberania estatal.
Contudo, devemos atentar para outra espécie de imunidade, a imunidade
parlamentar. A imunidade parlamentar pode ser material ou absoluta, que
alcança os membros do Congresso Nacional (Deputados Federais e
Senadores), bem como os Deputados Estaduais e Vereadores,
garantindo-lhes a inviolabilidade por suas palavras, opiniões e votos no
exercício e limite do mandato parlamentar. A imunidade material, prevista
no caput do art. 53 da CRFB/88, é também chamada inviolabilidade ou
indenidade parlamentar. É uma imunidade irrenunciável, verdadeira
garantia à liberdade dos membros do Poder Legislativo no exercício de
suas funções.
A imunidade processual, formal ou relativa
alcança Senadores, Deputados Federais e
Deputados Estaduais, não sendo estendida a
Vereadores, e decorre do disposto nos
parágrafos do mesmo art. 53 daConstituição
Federal.
No âmbito das imunidades processuais, destaque
para a necessidade de comunicação à Casa
Legislativa correspondente, que poderá, por
maioria de seus membros, sustar o processo
criminal em curso (§ 3º do art. 53, acima
indicado).

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