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__________________________________ 
 
 
 
UnIA 
Universidade Independente de Angola 
 
 
 
 
 
Universidade Independente de Angola – Faculdade de Direito Rua da Missão, 
Morro Bento II, Corimba – Luanda, Angola | 
 
 
Turma: A1/B1 e C1 
Sala: 
Lição nº 
Sumário: O princípio da tipicidade e a sua abolição 
 
 
 
O Direito romano clássico não consagrava tão amplamente a autonomia da vontade como 
o Direito moderno. A autonomia dos sujeitos tinha aí menor importância, pois que nem 
todos os actos de significação social e com fim prático útil, actos de auto-regulamentação 
de interesses, eram levantados ao nível de negócios jurídicos, muitos ficavam sem 
protecção do Direito. 
O contrato não existia como figura geral, de limitada extensão. Só eram possíveis certas 
categorias de contratos, taxativamente determinados pelo Direito objectivo: este 
estabelecia modelos fixos, e a tais modelos tinham de cingir os interessados. 
Muitas vezes o sujeito lançava mão de negócios jurídicos abstractos, fórmulas 
susceptíveis de variados conteúdos económicos, quer dizer, actos por cujo intermédio se 
podia alcançar mais de um fim prático, como a stipulatio); mas os negócios desta espécie 
eram em número limitado. E quando não fosse possível vazar na forma de um negócio 
jurídico abstracto, o acto social em vista, ou existia para este no quadro das normas 
jurídicas um modelo que se ajustasse (por exemplo, a partir de certa altura, a compra e 
venda, a locação, etc.) ou o acto permanecia abandonado a si mesmo, sem a tutela do 
Direito e, portanto, sem eficácia jurídica. Numa palavra, só eram negócios jurídicos os 
actos que revestissem o formalismo dos negócios abstractos e os que, pelo seu conteúdo 
 
 
 
 
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Morro Bento II, Corimba – Luanda, Angola | 
 
e causa, estivessem em harmonia com algum dos tipos de negócios causais também 
taxativamente fixados. 
Sabe-se que existiam quatro classes de contratos, os verbais, os literais, os reais e os 
consensuais. Os verbais e os literais eram abstratos, exigia-se para eles certa forma, mas 
podiam realizar funções económicas diversas, os outros tinha natureza causal, a cada um 
correspondia uma função específica. 
Os contratos verbais eram aqueles cuja celebração se fazia oralmente. Os literais os 
que se faziam por escrito. 
Os contratos reais eram aqueles em cuja celebração se requeria, como meio de o 
realizar, a entrega de uma coisa (datio rei). 
Consensuais, finalmente, diziam-se os contratos para que se não exigia certa forma como 
meio válido de exteriorização da vontade, nem tão pouco a entrega de uma coisa; por 
este último traço diferiam dos contratos reais, por aquele tanto dos verbais como dos 
literais. O consentimento, a harmónica vontade dos contraentes bastava, desde que clara 
e livremente expressa, sem necessidade de forma especial nem datio rei. Também se 
admitiam apenas quatro contratos consensuais: a venda, a locação, a sociedade e o 
mandato. 
Ora bem, todo o acordo que não se enquadrasse neste sistema não era contrato, não 
produzia efeitos jurídicos. Então como ultrapassar o problema? 
Criou-se uma doutrina engenhosa, o pactum geminatum (pacto geminado). O nudum 
pactum (simples pacto), não era fonte de obrigações propriamente ditas, obrigações civis, 
mas dava origem a obrigações naturais, e estas, como se sabe, caracterizam-se por 
duplo traço: o devedor não pode ser forçado a cumprir, mas se voluntariamente cumpre, 
não tem direito de repetição, significa isto que não pode pedir restituição do que pagou. 
Ora, se celebrado o primeiro acordo, as partes fizessem outro em sua confirmação 
(pactum geminatum), a obrigação natural derivada do primeiro tornar-se-ia civil, o credor 
 
 
 
 
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ficava com a possibilidade de judicialmente exigir o seu cumprimento. Por este caminho 
indirecto conseguia-se o resultado em vista, dar plena eficácia jurídica ao simples acordo 
inominado de vontades. 
O Direito natural foi mais ousado e deu o passo decisivo. Com o seu respeito pela 
vontade humana (para ele, valor supremo) entendeu que a vontade não precisava destes 
artifícios e podia, límpida e directamente, gerar efeitos jurídicos. Estava consumada a 
evolução. Estava formado o princípio moderno de que todo o acordo plurilateral de 
vontades, desde que tenham um fim social lícito, conquanto esse fim não seja 
típico, é um contrato. É o que decorre do artigo 405.º do CC. 
Novas categorais de contratos 
O contrato, de fonte de obrigações, alargou-se a outros domínios, tornou-se uma figura 
geral sem limitações impostas pelo princípio romano da tipicidade absoluta, e além disso, 
por força de modificadas condições económicas, sociais, políticas, enriqueceu-se com 
novas formas, dantes insuspeitadas, que extraordinariamente se têm desenvolvido 
(contratos de adesão, contrato-tipo, contratos colectivos, contratos a favor de terceiro). 
Para doutrina tradicional, cada contrato era sempre ou presumia-se o resultado de livre 
discussão entre as partes, supunha o equilíbrio económico e social dos contraentes, que 
em pé de igualdade manifestavam vontades igualmente fortes e depois de luta chegavam 
a acordo. Mas a sociedade moderna fornece-nos variados exemplos de contratos cuja 
formação é muito diversa, porque uma das partes, a mais poderosa pela sua organização, 
necessitando de imprimir uniformidade a todos os contratos do mesmo tipo em que 
intervém, estabelece um modelo que impõe, e os outros limitam-se a dizer “sim” ou “não”, 
ou aceitam sem modificações, celebrando o contrato por simples adesão à vontade que 
ele exprime, ou o rejeitam em bloco, e então o contrato não se forma. São chamados 
contratos de adesão, como os de transporte por caminho-de-ferro, por mar ou por via 
aérea, de seguro, etc. 
 
 
 
 
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Também, por vezes, certos interessados ou categorias de interessados regulam 
contratualmente o conteúdo de futuros contratos. Para haver maior uniformidade e 
certeza, e evitar futuros arbítrios, estabelecem por acordo as directrizes a que deverão 
obedecer os contratos que venham celebrar. Esse acordo é um contrato-tipo, modelo com 
que terão de se formar todas as futuras convenções. 
Os contratos a favor de terceiros criam obrigações de que o sujeito activo é a terceira 
pessoa, assim um seguro de vida, um contrato de albergaria.

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