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Homeostasia: capacidade do organismo de manter equilíbrio do meio interno, mesmo funcionando em detrimento de variações do meio externo (ex.: temperatura corporal independente de qual sejam as condições climáticas no meio externo, o corpo possui e desenvolve mecanismos para manter constante a temperatura interna) Hemostasia: série de eventos biológicos no nosso organismo que acontecem para manter a fluidez do sangue. Esses eventos são iniciados toda vez que acontece uma disfunção endotelial ou uma lesão nos vasos sanguíneos, a fim de evitar o sangramento e/ou a hemorragia. É importante para manutenção do sangue dentro dos vasos e para evitar a obstrução do fluxo sanguíneo por esse trombo que foi formado como um “curativo” nesse vaso. Quais elementos estão envolvidos no processo de hemostasia? Vasos sanguíneos, plaquetas, fatores pró-coagulantes e anticoagulantes. PLAQUETAS: participam da hemostasia em 3 momentos o Agregação plaquetária (tampão reversível) (fator von Willebrand fica armazenado em seus grânulos, auxiliando na sua ativação) o Ativação plaquetária (mudam sua conformação, facilitando o próximo) o Secreção de grânulos (ADP e TX2) SISTEMA DE COAGULAÇÃO: ativação de 2 vias, intrínseca e extrínseca; independente da via, o resultado das vias será a formação da rede de fibrinas (fibrinogênios quebrados em fibrinas pela ação da trombina); essa rede mantém as plaquetas no local injuriado para serem ativadas e evita que elas saiam dali; 2 glicoproteínas muito importantes ativam o sistema de coagulação: o Fator von Willebrand/Fator VIII sintetizada na matriz extracelular do subendotelial e auxilia na ativação das plaquetas, alterando sua conformação e formando pseudópodes o Fator tecidual/Fator VII presente no endotélio, m. liso do vaso sanguíneo e nos fibroblastos, ativa localmente a cascata de coagulação para formar a rede de fibrinas SISTEMA FIBRINOLÍTICO: a formação do coágulo/trombo pode atrapalhar o fluxo, portanto é importante que ocorra a dissolução desse “curativo”, esse sistema é o responsável por fazer essa quebra da rede de fibrinas e liberar os componentes envolvidos; TPA (ativador de plasminogênio tecidual) e uroquinase são enzimas séricas e ativam plasminogênio (pró-enzima), ao ativado é convertido em plasmina (quebra as ligações entre os dímeros de fibrina); trombomodulina (proteína presente na superfície das células endoteliais e funciona como co-fator para a trombina, iniciando como fator pró-coagulante e depois como anticoagulante) Importância da hemostasia: manutenção da fluidez garante uma boa distribuição dos elementos por todo o organismo (sistema circulatório e linfático), tanto macro quanto microcirculação. A manutenção do equilíbrio entre os fatores pró-coagulantes e os anticoagulantes é uma das funções mais importantes. Existem duas formas de a hemostasia garantir a parada ou cessação de um sangramento: Natural ou Artificial (em ambos há participação de plaquetas, fatores de coagulação e do endotélio do local da lesão Natural: hemostasia espontânea ou fisiológica (quando entra em um caso mais patológico é chamado de trombose); responsável por formar um tampão fibrinoplaquetário “curativo” na região do vaso que foi lesada para evitar o aumento da extensão desse sangramento Artificial: ligadura ou cauterização dos vasos lesados PLAQUETAS Fragmentos celulares do citoplasma do megaceriócito; possui várias invaginações que favorecem o processo de exocitose dos grânulos.; é discoide, anuclear e bilaminar (invaginações); chamados de trombócitos Existem dois tipos de grânulos, grânulo alpha específico: possui diversos tipos de produtos e fatores, mas o mais importante é o FvW/grânulo elétron-denso: armazena diversas substâncias, mas a mais importante é o ADP Possui tempo de meia vida muito curto, devido à falta de núcleo Possui glicoproteínas específicas aderidas a sua superfície; GP1b FvW se liga e ativa as plaquetas, alterando a forma das plaquetas (formando pseudópodes), facilitando a agregação entre elas e a sua liberação de grânulos (ADP e TX2), recrutando mais e mais plaquetas para a formação do tampão Trombo: todo tipo de agregação hemostática em um organismo vivo, é chamado de trombo Coágulo: agregações em organismos não vivos COAGULAÇÃO Existem duas vias de ativação: intrínseca e extrínseca; independente da via utilizada para ativação da coagulação, o produto final sempre será a quebra do fibrinogênio em coágulo de fibrina, através da ação da trombina. Essa fibrina formada sofrerá o processo de polimerização, agregando-se e formando a malha de fibrina ou fibrina estável ENDOTÉLIO Quando ocorre alguma lesão, esse endotélio possui ações tanto pró-coagulantes quanto anticoagulantes e, é o balanço entre essas ações que determina se estará ocorrendo formação, propagação ou dissolução dos trombos ATIVIDADE PRÓ-COAGULANTE: Cascata de coagulação: trombomodulina, proteína C e inibidores da via do fator tecidual devem estar em baixa concentração Anti-fibrinólise: secreção de inibidores de TPA ATIVIDADE ANTICOAGULANTE.: Cascata de coagulação: trombomodulina, receptor de proteína C, molécula semelhante à heparina e inibidores da via do fator tecidual devem estar aumentados Fibrinólise: TPA não pode estar inibido Plaquetas: prostaciclinas, óxido nítrico e ADP Lesões ou exposições a certos mediadores resultam na ativação endotelial, estado em que as células endoteliais desenvolvem uma superfície pró-coagulante que pode ser adesiva para células inflamatórias e passam a expressar fatores que podem causar contração muscular lisa e/ou proliferação e síntese de MEC. Também podem causar fluxo turbulento e hipertensão, perturbando o fluxo laminar e causando lesão do endotélio TROMBINA Ações pró-coagulantes: converte fibrinogênio em fibrina/amplifica o processo de coagulação ao ativar o Fator XI/estabiliza o tampão hemostático secundário ao ativar o Fator XIII (facilita a polimerização de uma fibrina na outra) /ativação plaquetária/efeitos pró-inflamatórios (PARs tem células inflamatórias, endotélio, plaquetas e em outros tipos células que ativam reparo tecidual e angiogênese) Ações anticoagulantes: a trombomodulina captura a trombina e impede que aconteçam as ações anti-inflamatórias ETAPAS DA HEMOSTASIA 1. Vasoconstrição arteriolar transitória 2. Formação do tampão plaquetário (primário) /hemostasia primária (presença quase exclusiva de plaquetas no tampão) 3. Deposição de fibrina/hemostasia secundária (“cimentação” das plaquetas) 4. Estabilização e reabsorção do tampão (só acontece quando o tampão já está bem estabelecido, o tecido endotelial injuriado já foi reparado) VASOCONSTRIÇÃO ARTERIOLAR TRANSITÓRIA: Toda vez que ocorre uma lesão no endotélio, é formada uma descontinuidade no sítio de lesão e logo após essa lesão há imediata ativação de fatores neuro humorais (FvW), essa ativação desses fatores geram uma vasoconstrição arteriolar transitória, ou seja, diminuição do fluxo que favorece o não agravamento da lesão. Essa vasoconstrição é transitória para que dê tempo de fazer o recrutamento inicial de plaquetas sem sofrer maiores danos ao vaso. FORMAÇÃO DO TAMPÃO PLAQUETÁRIO (PRIMÁRIO) /HEMOSTASIA PRIMÁRIA: A exposição do FvW inicia a ativação das plaquetas, alterando sua conformação, formando pseudópodes e facilitando sua agregação. A mudança conformacional ativa a liberação dos grânulos (alpha e eletro-denso) que liberam ADP e TXA2, esses mensageiros auxiliam a recrutar e ativar novas plaquetas para o local. A ligação interplaquetária se dá por glicoproteínas e/ou fibrinogênios DEPOSIÇÃO DE FIBRINAS/HEMOSTASIA SECUNDÁRIA: após a formação do tampão primário, essa fase consolida essas plaquetas as deixando mais firmes no local injuriado. A ativação da cascata de coagulação expõe, além do FvW, o fator tecidual (muito presente nos músculos lisos e fibroblastos) que é responsável por ligar e ativar o Fator VII da cascatade coagulação, ativando localmente essa cascata trombina quebrando fibrinogênio em fibrina. Essa fibrina se polimeriza e começa a se agregar/depositar no tampão plaquetário, formando a rede de fibrina e segurando/sedimentando esse tampão no local injuriado, independente do fluxo sanguíneo. Consolidação do tampão primário. ESTABILIZAÇÃO E REABSORÇÃO DO TAMPÃO: trombo formado completamente, iniciam-se contrações para que esse tampão seja permanente e evite lesões posteriores. No entanto, esse trombo não pode ficar para sempre nesse local atrapalhando o fluxo sanguíneo do vaso. Dessa forma, os mecanismos de reparo tecidual já estão atuando e depois são ativados mecanismos contrarreguladores que evitam a formação dos trombos, ativando dissolução (fibrinólise). Na fibrinólise ocorre ativação de TPA (ativador de plasminogênio tecidual) (quebra o plasminogênio em plasmina, que degrada a rede de fibrina) e trombomodulina (modula ação da trombina de pró para anti, capturando-a) TROMBOSE: solidificação do sangue no leito vascular ou no interior das câmaras cardíacas, em um indivíduo vivo; desequilíbrio no processo de hemostasia (para mais); formado em condições patológicas TROMBO: massa sólida de sangue gerada pela coagulação sanguínea que pode se formar em qualquer território do sistema cardiovascular; formado em condições fisiológicas; são friáveis e aderentes à parede do vaso ou do coração COÁGULO: característico após a morte (estase sanguínea); elásticos, brilhantes e não aderentes TRÍADE DE VIRCHOW A formação de trombos envolve o processo de coagulação sanguínea e a atividade plaquetária, estando associado a 3 componentes: Lesão endotelial Hipercoagulabilidade Fluxo sanguíneo anormal (turbulência do fluxo ou estase) Na maioria dos casos, dois ou três fatores dessa tríade estão implicados na formação de trombos. Os trombos são classificados em 3 categorias: HEMOSTÁTICO: fisiológico VENOSO: patológico, característico de trombose; FLEBOTROMBOSE, pois acontece em locais de estase sanguínea; invariavelmente oclusiva; crescem no sentido do FLUXO SANGUÍNEO, pois acontecem em situações de estase e levam o trombo no sentido normal do fluxo; veias superficiais (veias varicosas e raramente embolizam); veias profundas (embolia pulmonar e, consequentemente infarto pulmonar/quase sempre associadas à hipercoagulabilidade/congestão e edemas) ARTERIAL: patológico, característico de trombose; acontece em locais de turbulência sanguínea (pressão sanguínea gera lesão endoteliais); geralmente oclusiva; localizados comumente nas coronárias, cerebrais e femorais; crescem em sentido RETRÓGRADO, pois o movimento gerado pela turbulência no fluxo acaba levando o trombo no sentido contrário ao normal do fluxo; (principal formação é a aterosclerose/propensos a embolização) TODOS os tipos de trombos têm em comum a característica de que a parte em crescimento está, em geral, menos firmemente ligada à parede e, portanto, PROPENSA À FRAGMENTAÇÃO E EMBOLIZAÇÃO, podendo atingir qualquer parte do organismo onde ele se deposite TROMBO VERMELHO: acontece em estase sanguínea, pois nesse estado a aglomeração dos elementos figurados (fibrina, plaquetas e hemácias), dando ao trombo uma coloração especial TROMBO BRANCO: ocorre na microcirculação, pois a concentração de fibrinas e plaquetas são bem maiores do que hemácias, dando uma coloração esbranquiçada Evolução dos trombos: Dissolução Embolização (chega em qualquer local do corpo, podendo causar infartos e outros) (parte do trombo que se solta) Organização (incorporação ao vaso sanguíneo, adaptando-se) Recanalização (fibrinólise parcial do trombo, restaurando parcialmente o fluxo) Propagação (podendo ser anterógrada ou retrógrada) (crescimento do trombo) EMBOLIA É a obstrução de um vaso sanguíneo ou linfático por um corpo sólido, líquido ou gasoso que está em circulação e que, não necessariamente, irá se misturar com esse sangue ou essa linfa; ocorre a formação do trombo no vaso, a parte em crescimento não está firmemente sedimentada, podendo formar um embolo esse embolo segue o fluxo no qual seu trombo foi formado, podendo parar em qualquer parte do corpo e, os danos variam dependendo de onde for essa obstrução TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP) (vídeo) Sintomas: inchaço da perna ou da veia; dor e sensibilidade na área; aquecimento da pele; pele avermelhada ou descolorida Um trombo pode se deslocar da veia profunda e entrar na corrente sanguínea, viajando pelo corpo para qualquer local. Um deles podendo ser o coração, se alojando em artérias importantes como a pulmonar, bloqueando o suprimento de sangue aos pulmões. Essa condição é chamada de embolia pulmonar e pode danificar partes do tecido para sempre ou levar a morte. Sintomas de embolia pulmonar: perda de respiração; dor repentina e aguda no peito; aturdimento ou tontura; batimentos cardíacos acelerados ou irregulares; hemoptise Prevenção: caminhe periodicamente; use meias de compressão; tome medicamentos anticoagulantes
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