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Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM O diagnóstico ortodôntico não pode mais prescindir deste meio radiológico, bastante difundido na odontologia moderna. O cirurgião-dentista deve conhecer os fundamentos da cefalometria, para avaliar uma telerradiografia e, pelo menos, conhecer as limitações que um determinado caso pode apresentar, sob o ponto de vista esquelético, principalmente. → Broadbent (1931) - EUA → Hoffrat (1931) - Europa Deram início à cefalometria radiológica e sua aplicação na Odontologia; → Brodie (1940) - Desenvolvimento inicial de alguns métodos de análise cefalométrica através de telerradiografias. Análise cefalométrica: → Feita sobre uma telerradiografia da cabeça do indivíduo; → Em norma lateral; → Avalia-se a harmonia existente entre partes ósseas que compõem a face (maxila e mandíbula) e grau de equilíbrio entre os dentes e ossos que os suportam, entre dentes e perfil facial mole. O CD deve ser capaz de utilizar a telerradiografia de um dado paciente e, através dela, avaliar a desarmonia existente e ver se ela se localiza apenas nos dentes e arcadas dentárias ou se ela se compõe de algum desequilíbrio entre maxila e mandíbula. Descrição de uma telerradiografia tomada em Norma Lateral → Obtenção de uma imagem plana sobre uma película ou chapa radiográfica do tamanho 18x24 (geralmente); → Há imagens sobrepostas. 1. Contorno da Base do Crânio: Dividida em duas partes nítidas: parte posterior (descendente) e parte anterior (ascendente), colocada entre elas o contorno da sela túrcica, com a forma de um ômega invertido. A sela túrcica é delimitada anterior e posteriormente pelas apófises cilinoides (anterior e posterior). A base do crânio, assim traçada, é atualmente o mais importante ponto de referência para avaliações da face, principalmente a sua parte anterior, como veremos logo adiante. 2. Contorno do Osso Frontal e Ossos Próprios do Nariz: Fácil visualização. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Este contorno, mais anterior da cabeça, se refere à parte externa da cortical óssea do osso frontal na junção com os ossos próprios do nariz, que avançam, em uma direção descendente, a partir da sutura fronto nasal. 3. Contorno das Órbitas: Logo abaixo da junção base do crânio - sutura frontonasal, há dois contornos ovalados, quase sempre sobrepostos, que representam as órbitas do lado esquerdo e direito. Saber distinguir esses contornos. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM 4. Contorno da Maxila e Dentes Contornos bem nítidos da maxila. Para estudar esse contorno, iniciamos descrevendo o contorno do dente mais anterior, que é frequentemente representado pelo incisivo central superior. → Se houver maloclusão, pode ser o contorno do I direito ou esquerdo e até mesmo pelo IL Avaliar o contorno do dente mais anterior pela face vestibular, acima da qual inicia-se o contorno da concavidade subespinhal que termina na espinha nasal anterior. A partir da ponta da espinha nasal anterior o contorno é ascendente, formando uma curva que se desenvolve em sentido posterior até encontrar o contorno que representa a fossa ptérigomaxilar. No sentido descendente, inicia-se o contorno correspondente à abóboda palatina, que vem terminar no contorno da face lingual (ou palatina) do dente mais anterior já traçado. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM *O contorno dos dentes posteriores da maxila está limitado apenas ao primeiro molar superior, que se apresenta bastante superposto. 5. Contorno da Mandíbula e Dentes Anteriores e Posteriores 5a - Contorno dos dentes anteriores e sínfise 5b - Contorno da borda inferior da mandíbula e ramo ascendente 5c - Contorno dos côndilos 5d - Contorno dos primeiros molares inferiores → 5a (C. dentes anteriores + sínfise) Linha externa do contorno da sínfise = parte externa da cortical óssea Contorno dos dentes anterior → Feito pelo dente mais anterior. → 5b (C. borda inferior + ramo ascendente) Há dois contornos da borda inferior e dois do ramo ascendente (se entrecruzam na altura do ângulo da mandíbula) → Sempre traças os dois contornos. → 5c (C. côndilos) Difícil traçado. Muitas vezes mascarados por superposições de outros ossos. → 5d (C. 1M) Primeiros molares inferior se encontram superpostos. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Próximo passo é a preparação de um ambiente de trabalho adequado: ➔ Traçados são feitos sobre papel do tipo vegetal, recortado no tamanho exato da telerradiografia e aderido a ela por fita adesiva; ➔ Telerradiografia é colocada sobre um negatoscópio; ➔ Traçado inicia de cima para baixo, cuidando para não colocar os dedos sobre o papel vegetal, colocando um guardanapo de papel absorvente para evitar esse deslize; ➔ Lápis preto número 2; ➔ Borracha; ➔ Sala escura apenas com luz do negatoscópio; ➔ Uso de lupa para identificar áreas mais difíceis. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM “Cefalograma” → As principais estruturas anatômicas importantes para uma análise cefalométrica. É necessário que o operador conheça os principais PC (pontos craniométricos) e cefalométricos que mais comumente fazem parte de uma análise. É através desses pontos que serão traçadas linhas e planos. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Ponto S - Localizado no centro do contorno da sela túrcica. Ponto N (Násio) - Na parte anterior da sutura frontonasal. Ponto ENA - Espinha nasal anterior, localizado na ponta da mesma espinha. Ponto A (de Downs) - Na parte mais profunda da concavidade sub-espinhal, representando o limite entre a base óssea e a parte alveolar da maxila, anteriormente. Ponto B (de Downs) - Na parte mais profunda da concavidade supra-mentoniana, representando o limite entre a base óssea e a parte alveolar da mandíbula, anteriormente. Ponto Pg (Pogônio) - Na parte mais anterior da curvatura mentoniana. Ponto Gn (Gnátio) - Na parte mais inferior e posterior da curvatura mentoniana. Ponto Me (Mentoniano) - Na união das linhas da borda inferior da mandíbula com o contorno interno (lingual) da sínfise mentoniana. Ponto O (Orbitário) - Parte mais inferior do contorno da órbita. Ponto Go (Gônio ou Goníaco) - No contorno da mandíbula, é representado pela linha da borda inferior e do ramo ascendente, localizado na parte mais posterior e inferior deste contorno. Ponto Po (Pório) - Na parte superior da imagem circular da oliva do cefalostato. Pode também estar localizado na parte superior da imagem radiolúcida que representa o meato acústico. Ponto Ptm (Ptérigomaxilar) - Na parte mais anterior da imagem RL que representa a fossa ptérigomaxilar. Representa a parte mais posterior do contorno da tuberosidade do osso maxilar. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Linha S.N - Une os pontos S (sela) + N (násio). Representa a parte anterior da base do crânio. Linha Po.O - Representa o Plano Horizontalde Francfort. Une os pontos Po (pório) + O (orbitário). Linha da Borda Inferior da Mandíbula (Plano Mandibular) - A partir dos pontos Go-Me ou dos pontos Go-Gn. Representa o plano mandibular. Linha N.A - Ponto N (násio) + A. Essa linha forma com a linha SN um importante ângulo, chamado ângulo SNA. Linha N.B - Pontos N + Ponto B. Forma com a linha SN um importante ângulo, chamado ângulo SNB. Linha do Longo Eixo dos Incisivos - Passa pelo longo eixo, tantos dos incisivos inferiores quanto dos superiores, geralmente informando o grau de inclinação axial desses dentes. Linha do Ramo Ascendente - Tangente à borda posterior do ramo ascendente da mandíbula que forma com a linha que representa o plano mandibular um ângulo importante chamado ângulo goniaco. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM SNA: Ângulo formado pela união dos pontos S+N+A. Mostra a posição da maxila em relação à base anterior do crânio. Define o grau de protusão ou retrusão da maxila no sentido ântero-posterior. Correlaciona-se com o ângulo de convexidade. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM SNB: Pontos S+N+B. Indica a posição da mandíbula em relação à base anterior do crânio. Demonstra o grau de protusão ou retrusão da mandíbula no sentido ântero-posterior. Correlaciona-se com o ângulo de convexidade e ângulo SND. ANB: É a diferença entre os ângulos SNA e SNB. Indica a relação entre mandíbula e maxila. Define relação ântero-posterior desses dois ossos. É o indicador de harmonia ou não das partes consideradas. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM SND: Pontos S + N + D (localizado dentro da sínfise e tem a mesma finalidade que o ponto B). O ponto B mudava de posição de acordo com a mecânica empregada durante a movimentação dos incisivos inferiores, pois localiza-se na porção apical da mandíbula, o que não ocorre com o ponto D, uma vez que ele está situado na porção basal do osso, protegido pelas corticais vestibular e lingual. Correlaciona-se com o ângulo SNB e ângulo de convexidade. Ângulo do Eixo Y: É formado pela intersecção do plano de Frankfort pela linha que une os pontos S + Gn. Indica a direção de crescimento da porção inferior da face (mandíbula). Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Quando esse ângulo aumenta (fica menos agudo) = Mandíbula está crescendo para baixo, face longa, mandíbula retrognata. Diminuição do ângulo = Mandíbula crescendo para frente, prognata. Se correlaciona com os ângulos FMA, SN-GoGn, ângulo de convexidade e SND. SN-GoGn: Pontos S + N até intersectar o plano mandibular (onde há união dos pontos Go + Gn). Define a inclinação da borda inferior da mandíbula com a base do crânio. Ângulo muito aumentado ou diminuído = Desarmonia da face no sentido vertical (aumentado - mordida aberta e diminuído - sobremordida). Correlacionado com o ângulo FMA. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM FMA: Plano de Frankfort + Plano Mandibular Linha que passa na porção anterior, pelo ponto mentoniano e, posteriormente, pelo ponto médio entre as bordas inferior esquerda e direita da mandíbula, na região de ângulo goníaco. Apresenta a mesma função do ângulo SN-GoGn. FMLA: Formado pelo plano horizontal de Frankfort e o longo eixo do ICI. IMPA: Completa o Triâgulo Facial de Diagnóstico de Tweed. Formado pelo plano mandibular e o longo eixo do ICI. Correlacionado com o ângulo e a distância 1-NB. Planos Mandibulares: 1. Go-Gn 2. Go-Me 3. Tangente (linha tangente à borda inferior da mandíbula) 4. Plano que passa na porção anterior pelo ponto Me e posteriormente pelo ponto médio entre as bordas inferior E/D da mandíbula, região do ângulo goníaco. NApg: É chamado de ângulo de convexidade. A medida desse ângulo é feita através de seu suplemento. Define o grau de convezidade da face. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Um perfil é reto quando a porção superior da face (representada pelo násio), porção média da face (ponto A) e a porção inferior da face (representada pelo pogônio) estão em um mesmo plano, ou seja, quando o ângulo NAPg é igual a O graus. Perfil côncavo → Ângulo negativo (prolongamento da linha A-Pg atrás da linha NA) em função de uma protusão da mandíbula ou retrusão da maxila ou ambas. Face convexa → Valor de ângulo positivo (prolongamento da linha A-PPg a frente da linha NA) em função de uma protusão da maxila ou retrusão da mandíbula. 1-SN: Formado pela linha que passa pelo longo eixo do ICI e linha sela-násio. É a relação desde dente com a base anterior do crânio. Deve-se levar muito em consideração a inclinação axial deste dente. Este ângulo correlaciona-se com o ângulo 1-NA. Ângulo 1-NA: Formado pelo longo eixo do ICS e a linha násio-ponto A. Correlaciona-se com o ângulo 1-SN. Quando estiverem aumentados ou diminuídos de seus valores médios significam que existe uma protusão ou retrusão dentária superior. Distância 1-NA: É medido pela distância da superfície mais proeminente da face vestibular do ICS perpendicularmente à linha NA. Correlacionado com o ângulo 1-NA. 1/1: Formado pela intersecção dos longos eixos dos ICS e ICI. Ângulo 1-NB: Representado pelo longo eixo do ICI e a linha násio-ponto B. Intimamente relacionado com o ângulo IMPA e a distância 1-NB. Quando o valor estiver aumentado india protusão. Quando diminuído retrusão dos dentes. Distância 1-NB: Segmento que demonstra em milímetros a distância entre a superfície mais anterior da face vestibular do ICI, perpendicularmente à linha násio-ponto B. Correlaciona-se com os ângulos IMPA e 1-NB. Po-NB: Distância entre o pogônio e a linha NB obtida através de uma perpendicular traçada à linha NB. Holdaway preconiza que a distância da superfície vestibular do ICI à linha NB seja igual à distância desta linha ao pogônio. O autor acredita que uma variação de 2 a 3 mm desta relação seja aceitável. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Plano Estético H: Passa tangente ao ponto mais saliente do mento e ao ponto mais saliente do perfil do lábio superior. De acordo com Holdaway, em faces harmoniosas, o sulco formado pelo lábio superior logo abaixo do nariz deve ter em média 5 mm de profundidade, com uma variação de mais ou menos 2mm. Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM Marina Michels Dotto - Acadêmica de Odontologia UFSM
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