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Gestão Laboratorial: organização e administração 1 Gestão Laboratorial: organização e administração Profa. Me. Karen de Castro Gestão Laboratorial: organização e administração 2 Sumário RDC nº 302/2005 5 RESOLUÇÃO – RDC/ANVISA Nº. 302, de 13 de outubro de 2005. 5 Organização 6 2.2 Recursos humanos 6 Recursos de Instalação e infraestrutura 7 RESOLUÇÃO - RDC/ANVISA Nº. 50, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2002. 7 Equipamentos e Instrumentos Laboratorias 11 Produtos para diagnóstico de uso in vitro 13 2.6 Descarte de resíduos e rejeitos 15 RESOLUÇÃO RDC Nº 306, DE 7 DE DEZEMBRO DE 2004 15 Resíduos do grupo A 16 Resíduos do grupo B 17 Resíduos do grupo C 17 Resíduos do grupo D 17 Biossegurança 19 Processos operacionais 20 Registros 24 Garantia da qualidade 24 Glossário 26 Gestão Laboratorial: organização e administração 3 O termo gestão pode ser definido como um conjunto de tarefas que buscam garan- tir a organização eficaz de todos os recursos disponibilizados por uma empresa com o pro- pósito de atingir objetivos predeterminados. Em outras palavras, a gestão é responsá- vel por otimizar o funcionamento das empre- sas por meio de decisões racionais e funda- mentadas em dados e informações. A gestão é responsável por otimizar o fun- cionamento das empresas por meio de deci- sões racionais e fundamentadas em dados e informações, para a satisfação dos interes- ses dos seus colaboradores e das necessida- des da sociedade em geral ou de um grupo em particular. Podemos listar como princípios da Gestão: • Foco na satisfação do cliente • Liderança • Envolvimento das pessoas • Melhoria contínua • Tomada de decisões • Benefícios aos fornecedores O laboratório de análises clínicas é uma empresa que presta serviços para clientes e entidades públicas ou privadas de assistência médica. Dessa forma, a “empresa” laboratório de análises clínicas está sujeita a legislações, leis, normas, que irão nortear seu funciona- mento. Além das legislações e normas técni- cas específicas, o laboratório, como qualquer empresa prestadora de serviços, está sujeito às normas do Código de Defesa do Consumi- dor (Lei nº 8.078 de 11/09/1990). Em 20 de julho de 2010, entrou em vigor a Lei nº 12.291, que exige que os estabeleci- mentos mantenham em local visível e de fácil acesso ao público, um exemplar do Código de Defesa do Consumidor. O não cumprimento do disposto nessa lei implica em multa de até R$1.064,10. Como toda empresa, o laboratório necessi- ta de clientes, de colaboradores, tem custos e precisa ter lucro. O mercado de laboratórios de análises clíni- cas é dependente da expansão de planos de saúde. O atendimento particular não chega a 5% do total de exames realizados nos labora- tórios. A equipe de colaboradores do laboratório de análises clínicas é multiprofissional e pode ser composta por médicos, biomédicos, far- macêuticos bioquímicos, biólogos, técnicos em patologia clínica, administradores, espe- cialistas em recursos humanos, tecnólogos de informática, engenheiros clínicos entre outros. O gestor de um laboratório de análises clí- nicas deve ter conhecimento sobre a execução dos exames laboratoriais e comprometimento em trabalhar para gerar resultados confiáveis com melhoria contínua da qualidade. Gestão Laboratorial: organização e administração 4 A seguir, apresento uma divisão de áreas que fazem parte da gestão de um laboratório de análises clínicas: • Diretoria: responsável pela administra- ção (documentação e regulamentação) e pelo setor financeiro. • Recursos Humanos: responsável pela admissão, treinamento e reciclagem de funcionários, ou seja, pela qualidade dos profissionais que trabalham no la- boratório, bem como pela folha de pa- gamento, benefícios e penalidades dos mesmos. • Gestão de informática: responsável pela instalação, execução e atualização de hardwares e softwares e pela interco- municação entre equipamentos e emis- são de laudos. • Gestão de produção: a execução dos exames propriamente dita. • Gestão de equipamentos: realização de calibragem, testes e execução dos en- saios. • Gestão de materiais: realização de com- pras, verificação da validade e de eficá- cia dos reagentes. A partir do momento que um empresário decide ter um laboratório de análises clíni- cas, ele deverá obedecer, além das normas gerais de abertura de empresa, normas e leis específicas para laboratórios e serviços de saúde. As etapas que devem ser cumpridas em relação a abertura da empresa estão listadas a seguir: • Registro do Contrato Social e CNPJ: contrato social registrado na Junta Co- mercial do Estado e pedido de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídi- ca (CNPJ) na Receita Federal. • Alvará Sanitário: o formulário de peti- ção (modelo DIVIS) deve ser preenchi- do e encaminhado juntamente coma documentação exigida à Vigilância Sa- nitária Municipal. • Alvará Municipal: a empresa deve ser registrada na prefeitura municipal para requerimento do Alvará Municipal de funcionamento. É necessário também licenciamento junto ao órgão de meio ambiente do município, perante apre- sentação de Plano de Gerenciamen- to de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS). • Registro no órgão de classe • Participação de programas de medicina do trabalho: como o Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) e Progra- ma de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). • Cadastramento no SUS e planos de saú- de: Para que o empreendimento seja bem-sucedido é necessário o cadastro nos planos de saúde de sua cidade e também no SUS. Consulte a ANS e a secretaria de saúde da sua cidade. Gestão Laboratorial: organização e administração 5 A escolha do imóvel onde funcionará o la- boratório ou os postos de coleta deve obede- cer as normas da Anvisa, dispostas pela RDC nº 50/2002. Todo laboratório de análises clínicas é di- vidido em alguns setores. Os principais são: • Serviço de atendimento ao consumidor (dúvidas e orientações sobre exames, críticas e sugestões para melhoria no atendimento) • Recepção de clientes • Salas de espera • Salas de coleta de material biológico • Setor de triagem e separação dos ma- teriais biológicos • Área técnica – subdividida em setores: • Hematologia • Imunologia • Bioquímica • Microbiologia (que pode ser sub- dividida em Bacteriologia, Micolo- gia e Parasitologia) • Setor de liberação de laudos e asses- soria aos médicos e aos pacientes. RDC nº 302/2005 A RDC nº 302 normatiza e dá as diretrizes mínimas nas quais os laboratórios são obri- gados a seenquadrar. Dessa forma, define os requisitos para o funcionamento dos labora- tórios clínicos e postos de coleta laboratorial públicos e privados que realizam atividades na área de análises clínicas patologia clínica e citologia. RESOLUÇÃO – RDC/ANVISA Nº. 302, de 13 de outubro de 2005. Dispõe sobre Regulamento Técnico para funcionamento de Laboratórios Clínicos. A Diretoria Colegiada da Agência Nacio- nal de Vigilância Sanitária, no uso da atri- buição que lhe confere o art.11, inciso IV, do Regulamento da ANVISA aprovado pelo Decreto 3.029, de 16 de abril de 1999, c/c o § 1º do art.111 do Regimento Interno apro- vado pela Portaria nº. 593, de 25 de agosto de 2000, republicada no DOU de 22 de de- zembro de 2000, em reunião realizada em 10 de outubro de 2005; considerando as disposições constitu- cionais e a Lei Federal nº. 8080 de 19 de setembro de 1990 que trata das condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, como direito fundamental do ser humano; Gestão Laboratorial: organização e administração 6 considerando a necessidade de normaliza- ção do funcionamento do Laboratório Clínico e Posto de Coleta Laboratorial; considerando a relevância da qualidade dos exames laboratoriais para apoio ao diag- nóstico eficaz, adota a seguinte Resolução da DiretoriaColegiada e eu, Diretor-Presidente substituto, determino a sua publicação: Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para funcionamento dos serviços que reali- zam atividades laboratoriais, tais como Labo- ratório Clinico, e Posto de Coleta Laboratorial, em anexo. Art. 2º Estabelecer que a construção, re- forma ou adaptação na estrutura física do la- boratório clínico e posto de coleta laboratorial deve ser precedida de aprovação do projeto junto à autoridade sanitária local em confor- midade com a RDC/ANVISA nº. 50, de 21 de fevereiro de 2002, e RDC/ANVISA nº. 189, de 18 de julho de 2003 suas atualizações ou instrumento legal que venha a substituí-las. Art. 3º As Secretarias de Saúde Estaduais, Municipais e do Distrito Federal devem im- plementar os procedimentos para adoção do Regulamento Técnico estabelecido por esta RDC, podendo adotar normas de caráter su- plementar, com a finalidade de adequá-lo às especificidades locais. Art. 4º O descumprimento das determina- ções deste Regulamento Técnico constitui in- fração de natureza sanitária sujeitando o in- frator a processo e penalidades previstas na Lei nº. 6437, de 20 de agosto de 1977, suas atualizações, ou instrumento legal que venha a substituí-la, sem prejuízo das responsabili- dades penal e civil cabíveis. Art. 5º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação. Discutiremos agora, alguns aspectos da resolução nº 302, as quais podem envolver outras legislações vigentes. Organização • Alvará sanitário atualizado expedido pelo órgão sanitário competente. • Responsável técnico legalmente habili- tado: Farmacêutico, Médico e Biomédi- co, que poderá ser responsável técnico de apenas dois locais (laboratório ou posto de coleta). • Todos os laboratórios clínicos e postos de coleta devem ter inscrição no Ca- dastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). • O responsável técnico tem responsa- bilidade pelo laboratório e o posto de coleta, em relação à organização, con- fidencialidade, treinamento de pessoal etc. • O laboratório e o posto de coleta de- vem dispor de instruções escritas das rotinas e informações aos clientes. 2.2 Recursos humanos • Manter registros de formação e qua- lificação dos profissionais compatíveis com as funções desempenhadas. • O laboratório deve promover treina- mento e educação permanente aos funcionários e manter registro. • Os profissionais devem ser vacinados contra hepatite B, tétano e difteria. Gestão Laboratorial: organização e administração 7 • A admissão deve ser precedida de PCM- SO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional). • Realizar anualmente PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais). Vários profissionais atuam no laboratório de análises clínicas, como biomédicos; farma- cêuticos bioquímicos; médicos patologistas; biólogos; técnicos e auxiliares de laborató- rio; enfermeiros e técnicos de enfermagem; analistas de sistema, técnicos de informática e funcionários da limpeza. É necessário que cada um desses funcionários exerça apenas funções para as quais são legalmente habili- tados e capacitados. Deve existir um arquivo individual de cada funcionário (nível formação, cargo e atribui- ções) e um documento constando a escala e número adequado de plantões. O diretor é a autoridade principal e tem responsabilidade total sobre o laboratório e seus funcionários. Ele é responsável pelo pla- nejamento e acompanhamento físico-finan- ceiro, pela implantação organizacional e pela funcionalidade e credibilidade do laboratório. Para isso, é fundamental que o diretor tenha tino empresarial e perfil de liderança. O dire- tor precisa também de atributos no campo administrativo geral (financeiro) e uma equi- pe profissional no cargo de gerência compe- tente para que obtenha o sucesso técnico-fi- nanceiro do laboratório. A função de diretor de um laboratório de análises clínicas pode ser exercida por médicos patologistas, bio- médicos e farmacêuticos bioquímicos. Recursos de Instalação e infraestrutura A infraestrutura de um laboratório de aná- lises clínicas deve obedecer a legislação vi- gente (RDC 50/2002 e RDC 189/2003), que objetiva uma melhor funcionalidade do arran- jo físico com praticabilidade e biossegurança. Toda vez que se constrói ou se reforma um imóvel que será um laboratório ou posto de coleta, as exigências dessa legislação devem ser cumpridas. RESOLUÇÃO - RDC/ANVISA Nº. 50, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2002. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elabora- ção e avaliação de projetos físicos de esta- belecimentos assistenciais de saúde. A Diretoria Colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no uso da atribuição que lhe confere o art. 11 inciso IV do Regu- lamento da ANVISA aprovado pelo Decreto nº 3.029, de 16 de abril de 1999, em reunião realizada em 20 de fevereiro de 2002, e Considerando o princípio da descentra- lização político-administrativa previsto na Constituição Federal e na Lei nº 8.080 de 19/09/1990; Considerando o artigo 3º, alínea C, ar- tigo 6º, inciso VI e artigo 10º previstos na Portaria nº 1.565/GM/MS, de 26 de agosto de1994; Gestão Laboratorial: organização e administração 8 Considerando a necessidade de atualizar as normas existentes na área de infra-estru- tura física em saúde; Considerando a necessidade de dotar o País de instrumento norteador das novas construções, reformas e ampliações, insta- lações e funcionamento de Estabelecimen- tos Assistenciais de Saúde que atenda aos princípios de regionalização, hierarquização, acessibilidade e qualidade da assistência prestada à população; Considerando a necessidade das secre- tarias estaduais e municipais contarem com um instrumento para elaboração e avalia- ção de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, adequado às novas tecnologias na área da saúde; Considerando os dispostos nas Portarias/ SAS/MS n.º 230, de 1996 e 104, de 1997; Considerando a consulta pública publica- da na Portaria SVS/MS n.º 674 de 1997; Considerando a Portaria GM/MS nº 554 de 19 de março de 2002 que revogou a Por- taria n.º 1884/GM, de 11 de novembro de 1994 do Ministério da Saúde; adota a seguinte Resolução de Diretoria Colegiada e eu, Diretor-Presidente, determi- no a sua publicação: Art. 1º - Aprovar o Regulamento Técnico destinado ao planejamento, programação, elaboração, avaliação e aprovação de proje- tos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, em anexo a esta Resolução a ser observado em todo território nacional, na área pública e privada compreendendo: a) as construções novas de estabelecimentos assistenciais de saúde de todo o país; b) as áreas a serem ampliadas de estabeleci- mentos assistenciais de saúde já existentes; c) as reformas de estabelecimentos assisten- ciais de saúde já existentes e os anterior- mente não destinados a estabelecimentos de saúde. Art. 2º - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, prestará cooperação técnica às secretarias estaduais e municipais de saúde, a fim de orientá-las sobre o exato cumprimento e interpretação deste Regulamento Técnico. Art. 3º - As secretariais estaduais e mu- nicipais de saúde são responsáveis pela aplicação e execução de ações visando o cumprimento deste Regulamento Técnico, podendo estabelecer normas de caráter su- pletivo ou complementar a fim de adequá-lo às especificidades locais. Art. 4º - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde, procederá a revisão deste Regulamento Técnico após cinco anos de sua vigência, com o objetivo de atualizá-lo ao desenvolvimento científico e tecnológico do país. Art. 5º - A inobservância das normas aprovadas por este Regulamento constitui infração à legislação sanitária federal, conforme dispõe o artigo 10, incisos II e III, da Lei n.º 6.437, de 20 de agosto de 1977. Art. 6º - Esta Resolução de Diretoria Colegiada entrará em vigor na data de sua publicação. Destacaremosabaixo alguns pontos impor- tantes dessa RDC: O responsável pela obra (engenheiro ou arquiteto) deverá desenvolver e colocar no projeto um programa básico das instalações hidráulicas. Devem existir pontos de água Gestão Laboratorial: organização e administração 9 para duas cubas em cada área laboratorial, no mínimo, e as cubas devem ter 28 cm de profundidade. Além disso, há necessidade de pontos de água para instalação de lava-olhos e chuvei- ros de emergência (próximos às áreas labora- toriais em pontos estratégicos), e pontos de água para deionizador, destilador, autoclave e outros equipamentos especiais que necessi- tem de água para seu funcionamento. Para a climatização, deverá ser desenvolvi- do e colocado no projeto um programa básico das instalações de ar-condicionado e ventila- ção mecânica. É imprescindível o controle da temperatu- ra (18 a 25°C), para cumprir exigências ins- trumentais, necessidades metodológicas bem como para o conforto da equipe. As instalações elétricas devem ser seguras e isentas de oscilações bruscas. Para mini- mizar as oscilações, deve-se lançar mão da instalação de circuitos independentes e do uso de nobreaks. Além disso, o laboratório de análises clínicas deve ter um número suficien- te de tomadas tanto de 110v como de 220v, sempre identificadas. A iluminação deve ter origem tanto natural como artificial, porém, a incidência do sol e de reflexos deve ser minimizada. Locais onde se realizam procedimentos de acuidade visu- ais (como verificação volumétrica, interpre- tação de reações colorimétricas, observação de sedimentos e precipitados, contagem de colônias em meios de cultura etc.) devem ser iluminados com lâmpadas fluorescentes. As paredes e divisórias devem ser de al- venaria ou divisórias removíveis, íntegras, resistentes e de fácil limpeza e desinfecção, em cores claras e foscas, não porosas e sem reentrâncias. O piso deve ser nivelado, antiderrapante, resistente, lavável, íntegro e impermeável para promover fácil limpeza e desinfecção. Os pisos mais utilizados são de cerâmica, epóxi ou granito. Os tetos devem ser contínuos, sendo proi- bido o uso de forros falsos removíveis, do tipo que interfira na assepsia dos ambientes. As bancadas devem ser de materiais de acabamento que tornem as superfícies com o menor número possível de ranhuras, mes- mo após o uso e limpeza frequentes. Podem ser de alvenaria ou madeira revestida de fór- mica área física. As dimensões das bancadas devem pro- mover o conforto do laboratorista. A largura indicada é de 0,60 a 0,70 m, altura de 0,90m para o uso em pé e 0,75m para o uso sen- tado e o comprimento deve estar de acordo com a utilidade do laboratório, sendo indi- cado de 3,60 a 4,20m com cuba e de 3,00 a 3,60 sem cuba. A distância entre bancadas deve ser de 1,20 a 1,40m. As portas de acesso a pacientes devem ter dimensões mínimas de 0,80 (vão livre) por 2,10 m de altura. Gestão Laboratorial: organização e administração 10 Figura 1 – . Fonte: disponível em: <http://www.orfury. com.br/blog/65681/como-abrir-um-laboratorio-de- analises-clinicas.html>. Acesso em 09/12/2013. Abaixo, está adaptado um quadro da RDC nº 50/2012, o qual contém as regras para o dimensionamento dos diversos setores do laboratório clínico: a) Box de coleta de material: devemos ter 1 (um) box de coleta para cada 15 coletas/hora. Cada box deve me- dir no mínimo 1,5 m², e um dos bo- xes deve ser destinado à maca e com dimensão para tal. b) Sala para coleta de material: caso haja só um ambiente de coleta, este tem de ser do tipo sala e deve medir 3,6m² no mínimo. A sala de coleta deve ter instalação de água fria. c) Área para classificação e distribuição de amostras (triagem e separação de materiais): deve medir no mínimo 3,0m² e ter instalação de água fria. d) Sala de preparo de reagentes: deve medir no mínimo 3,0m² e ter insta- lações de água fria, coleta e afasta- mento de efluentes diferenciados e exaustão. e) Sala para lavagem e secagem de vi- drarias: exclusiva para laboratórios de apoio a atividades hemoterápicas. Deve medir 3,0 m² e ter instalação de água fria. f) Laboratório de hematologia; Labora- tório de parasitologia (área de prepa- ro e área de microscopia); Laboratório de urinálise; Laboratório de imuno- logia; Laboratório de bacteriologia, Laboratório de micologia; Laborató- rio de virologia (com antecâmara de paramentação e sala de manuseio de células) e Laboratório de bioquímica (com área para eletroforese): depen- dendo do tipo de atividades exercidas pelo estabelecimento de assistência a saúde, o laboratório pode subdividir- -se em vários outros. Quando existir UTI, UTQ ou emergência no estabe- lecimento tem de haver um laborató- rio dando suporte a estas unidades por 24horas. As dimensões mínimas são de 14,0 m² para um laboratório “geral” e de 6,0 m² para um labora- tório específico. Nesses locais devem ter instalações de água fria, coleta e afastamento de efluentes diferencia- dos, elétrica diferenciada, gás com- bustível, elétrica de emergência e exaustão. g) Laboratório de biologia molecular I - sala de preparo de soluções – deve ter no mínimo 9,0 m²; II - sala de extração de ácidos nucléicos – de no mínimo 8,5 m²; III - de análises clínicas - antecâmara de para- mentação - exclusiva para acesso à sala de PCR, com 2,8 m² e instalação de água fria; IV - sala de PCR (amplificação) e preparo de géis - que deve medir no mínimo 6,0 m² e ter instalações de água fria, gás combustível, Gestão Laboratorial: organização e administração 11 coleta e afastamento de efluentes diferen- ciados, elétrica de emergência e elétrica di- ferenciada; V - sala de revelação de géis – que pode estar in loco no laboratório ou não, e deve medir 4,0 m² e ter instalação elétrica diferenciada. h) Laboratório de suporte à UTI e UTQ: deve medir no mínimo 8,0 m² e ter instalações de água fria, gás com- bustível, coleta e afastamento de efluentes diferenciados, elétrica di- ferenciada, elétrica de emergência e exaustão. i) Laboratório de emergência: deve ter no mínimo 16,0 m² e instalações de água fria, gás combustível, coleta e afastamento de efluentes diferencia- dos, elétrica diferenciada, elétrica de emergência e exaustão. j) Ambientes de apoio: área para regis- tro de paciente, depósito de material de limpeza, sala de espera para pa- cientes e acompanhantes, sanitários para pacientes e acompanhantes, copa, sanitários para funcionários (in loco ou não), quarto de plantão (quando houver funcionamento por 24 horas), salas administrativas e depósito de equipamentos e mate- riais. Os laboratórios podem estar localizados em um único salão, separados por áreas e banca- das específicas. A depender do nível de bios- segurança exigido pelos procedimentos reali- zados em cada um dos laboratórios, pode ou não ser necessária a existência de sala exclu- siva, inclusive com antecâmara. A atividade de suporte laboratorial é obri- gatória nas UTI e UTQ. Entretanto, para o exercício dessa atividade pode existir ou não laboratórios específicos nas unidades caso contrário esta atividade pode ser feita pelo laboratório “central”. Equipamentos e Instrumentos Laboratorias De acordo com a RDC 302, o laboratório de análises clínicas deve possuir equipamen- to de acordo com a complexidade do serviço e necessidade para atender a demanda de exames. O laboratório deve manter uma relação dos equipamentos (POP de relação de equi- pamentos) e manter instruções escritas, em português, sobre como utilizar os aparelhos (POP de funcionamento de equipamentos). É obrigação do laboratório realizar e man- ter registros por escrito das manutenções preventivas e corretivas dos equipamentos. As manutenções preventivas são realizadas com datas preestabelecidas, e nos registros devem conter os procedimentos realizados e operadores. As manutenções corretivas de- vem ter registro da data que foi realizada, dositens checados, dos defeitos apresenta- dos e suas causas, das correções que foram realizadas e de quem realizou a manutenção. A manutenção preventiva dos equipamen- tos aumenta a segurança, previne quebras, diminui o tempo que o equipamento fica pa- rado, melhora a satisfação dos clientes, re- Gestão Laboratorial: organização e administração 12 duz o valor do conserto em caso de defeitos e aumenta o nível de rendimento e a vida útil do equipamento. O laboratório deve fazer a verificação ou calibração dos aparelhos, bem como dos instrumentos de medição (pipetas, cronômetros e termômetros) regularizados junto à Anvisa/MS. Os equipamentos que ne- cessitem operar em temperatura controlada devem possuir registro das verificações da temperatura. Para a aquisição de equipamentos automa- tizados para um laboratório de análises clíni- cas, devemos levar em conta a capacidade financeira do mesmo, calculando o custo por exame manual e o custo por exame após a implantação da automação. É importante ve- rificar todo o quadro de analitos que podem ser utilizados no aparelho a ser adquirido, o rendimento desse aparelho (ou seja, quantos exames ele realiza por minuto) e a demanda de profissionais capacitados que a implanta- ção exige. Tudo isso deve ser calculado em cima das base de negociação, ou seja, se o aparelho será comprado ou alugado (sistema de comodato). A decisão deve ter como base o retorno financeiro a curto, médio e longo prazo que a automação trará ao laboratório. Figura 2 – . Fonte: disponível em: <http://www. adriamed.com.mk/en/products/roche-diagnostics/ cobas-e-411/>. Acesso em 09/12/2013. A automação tem algumas vantagens cla- ras, como a realização de rotinas numerosas, a rapidez na liberação dos resultados, a pre- cisão e exatidão dos ensaios (pois diminui a interferência dos erros metodológicos, como por exemplo, erros de pipetagem). Além disso, serve como um “cartão de visi- tas” para o laboratório. Quanto à base de negociação, a compra de equipamentos tem a vantagem de reduzir o custo por teste, porém, possui algumas des- vantagens como o próprio custo do aparelho e os custos com assistência técnica (que costu- mam ser altos) e a depreciação que o equipa- mento sofre com o passar dos anos e o surgi- mento de novas tecnologias. Muitas empresas trabalham com aluguel dos equipamentos, que podem ser de três tipos: leasing (ou arrendamento), comodato (ou em- préstimo) e consignação. No leasing, o apare- lho é alugado por um tempo determinado sem a obrigatoriedade de aquisição de insumos e o laboratório poderá optar, no final do aluguel, pela aquisição ou não do equipamento. No sistema de comodato, a utilização do aparelho não tem custos e existe a obrigato- riedade de aquisição de insumos em quantida- de e qualidade estipuladas pelo fornecedor do equipamento (previamente ao contrato). Porém, o custo por teste nesse caso sai mais caro, pois o fornecedor embute no preço dos insumos o consumo e a depreciação do equi- pamento. Em um equipamento de grande porte, para uma rotina de até 3.000 exames/mês, o siste- ma de comodato costuma cobrar em torno de R$2,20 por teste. Gestão Laboratorial: organização e administração 13 • Equipamento Próprio: Custo por teste R$0,80 x rotina de 2.000 testes = R$1.600,00 • Equipamento Comodatado: Custo por teste R$2,20 x rotina de 2.000 teste = R$4.400,00. Dessa forma, é importante fazer cálculos antes de fechar o negócio. Já na consignação, a utilização do aparelho e dos insumos se dá mediante pagamento dos testes efetivamente realizados. A troca dos equipamentos deve ser realizada quando há modernização da técnica/metodo- logia utilizada, perda da confiabilidade nos resultados, quando há necessidade excessiva de concertos e devido a própria depreciação do equipamento. A depreciação é de 20% ao ano para equipamentos de informática e 10% ano para equipa- mentos laboratoriais, a não ser para equipamentos de uso intensivo (7dias/semana, 24horas/ dia), que é de 20% ao ano. Como um exemplo, podemos dizer que após três anos de uso de um equipamento de valor R$ 30.000,00, seu valor estimado seria de R$ 21.870,00. Produtos para diagnóstico de uso in vitro De acordo com a RDC 302, os produtos adquiridos devem estar regularizados junto a Anvisa/MS de acordo com a legislação vigente. A aquisição dos produtos e reagentes deve ser registrada, para garantir sua rastreabilidade. Os reagentes ou insumos preparados ou aliquotados pelo próprio laboratório deve ser identificado com rótulo contendo: a) nome do reagente; b) concentração; c) número do lote (se aplicável); d) data de preparação; e) data de validade; f) identificação de quem preparou (quando aplicável); g) condições de armazenamento; h) informações referentes a riscos potenciais. Gestão Laboratorial: organização e administração 14 Figura 3 – . Fonte: elaborado pelo professor. Segundo a RDC 302/2005, 5.5.3.1 Devem ser mantidos registros dos processos de preparo e do controle da qualidade dos reagentes e insumos preparados. 5.5.4 A utilização dos reagentes e insumos deve respeitar as recomendações de uso do fabrican- te, condições de preservação, armazenamento e os prazos de validade, não sendo permitida a sua revalidação depois de expirada a validade. Se o laboratório utilizar metodologias próprias, o que chamamos de métodos in house, a documentação deve conter a descrição de todas as etapas do processo, a especificação e a sistemática de aprovação de insumos, reagentes, equipamentos e instrumentos e a siste- mática de validação. No laudo deverá vir escrito que o teste foi preparado e validado pelo próprio laboratório. Por definição, administração ou gestão de materiais é a atividade que planeja, executa e controla, nas condições mais eficientes e econômicas, o fluxo de materiais, partindo das especificações dos artigos a comprar até a entrega do produto. A gestão de materiais visa reduzir a necessidade de grande quantidade de estoque, abas- tecer a demanda minimizando a falta de insumos e conseguir custos mais baixos de aquisi- ção mantendo a qualidade dos materiais utilizados. Na administração de materiais é bastante importante manter controles cadastrais e co- nhecimento do mercado dos fornecedores. Um bom relacionamento com estes fornecedores ajuda a manter a qualidade dos produ- tos, os preços praticados, o cumprimento dos prazos, a confiança e a assistência no pós- -venda. Gestão Laboratorial: organização e administração 15 É responsabilidade da gestão de materiais: a) Classificação de materiais; b) Compra/aquisição; c) Recebimento e conferência; d) Armazenamento; e) Transporte /distribuição; f) Controle de Estoque/consumo (evitar a falta ou o vencimento de materiais no estoque); g) Avaliação do consumo (a fim de evitar o desperdício). 2.6 Descarte de resíduos e rejeitos O laboratório deve implantar o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS) de acordo com os requisitos da RDC/ANVISA nº 306/2004. Esse plano deve se basear nas caracterís- ticas dos resíduos gerados e na sua classifi- cação. RESOLUÇÃO RDC Nº 306, DE 7 DE DEZEM- BRO DE 2004 Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de servi- ços de saúde. Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Servi- ços de Saúde, em Anexo a esta Resolução, a ser observado em todo o território nacional, na área pública e privada. Art. 2º Compete à Vigilância Sanitária dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, com o apoio dos Órgãos de Meio Ambiente, de Limpeza Urbana, e da Comis- são Nacional de Energia Nuclear - CNEN, di- vulgar, orientar e fiscalizar o cumprimento desta Resolução. Art. 3º A vigilância sanitária dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, visan- do o cumprimento do Regulamento Técnico, poderão estabelecer normas de caráter su- pletivo ou complementar, a fim de adequá-lo às especificidadeslocais. Art. 4º A inobservância do disposto nesta Resolução e seu Regulamento Técnico con- figura infração sanitária e sujeitará o infrator às penalidades previstas na Lei nº. 6.437, de 20 de agosto de 1977, sem prejuízo das responsabilidades civil e penal cabíveis. Art. 5º Todos os serviços em funciona- mento, abrangidos pelo Regulamento Téc- nico em anexo, têm prazo máximo de 180 dias para se adequarem aos requisitos nele contidos. A partir da publicação do Regulamento Técnico, os novos serviços e aqueles que pretendam reiniciar suas atividades, devem atender na íntegra as exigências nele conti- das, previamente ao seu funcionamento. Art. 6º Esta Resolução da Diretoria Cole- giada entra em vigor na data de sua publica- ção, ficando revogada a Resolução ANVISA - RDC nº. 33, de 25 de fevereiro de 2003. Gestão Laboratorial: organização e administração 16 A RDC 306 classifica os resíduos da seguinte maneira: Figura 4 – . Fonte: disponível em: <http://www.farmaceuticodigital.com/2012/11/ plano-de-gerenciamento-de-residuos-de.html>. Acesso em 09/12/2013. Classificação Material Infectantes Resíduos com material biológico (sangue fezes, urina, secreções); Químicos Resíduos de produtos químicos; Radioativos Resíduos de produtos químicos; Comuns Resíduos com radiação; Perfurocortantes Resíduos de matérias cortantes ou perfurantes (agulhas e seringas. Fonte: disponível em: <http://www3.hermespardini.com.br/pagina/1024/residuos- de-saude-exigem-cuidados.aspx>. Acesso em 09/12/2013. Resíduos do grupo A • A1: Culturas e estoque de microrganismos, meios de cultura, materiais para inocu- lação de culturas, resíduos de vacinação, sobra de amostras de laboratórios, entre outros. Gestão Laboratorial: organização e administração 17 • A2: Carcaças, peças anatômicas, vís- ceras e outros resíduos provenientes de animais, cadáveres de animais, pe- ças de anátomos-patológicos, entre outros. • A3: Peças anatômicas humanas (mem- bros), produto de fecundação sem si- nais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 cm, ou idade menor que 20 semanas, que não tenham havido requisição pelos seus familiares. • A4: Sobras de amostras de laborató- rios, recipientes contendo fezes, urina, secreção, peças de anátomos-patoló- gicos, peças anatômicas, vísceras, bol- sas transfusionais vazias. • A5: Materiais biológicos de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. Resíduos do grupo B • Resíduos de produtos químicos. • Item 11.18: Resíduos químicos que não representam risco á saúde ou ao meio ambiente. • Item 11.18.1: Resíduos que não necessitam de tratamento, podendo ser submetidos a processos de reutili- zação, recuperação ou reciclagem. De- vem ser encaminhados para sistemas de disposição final de licenciamento. • Item 11.18.3: Resíduos no estado líqui- do podem se lançados na rede coletora de esgoto ou em corpo receptor, desde que atendam as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de re- cursos hídricos e saneamento competen- tes. • Item 11.21: Os resíduos químicos dos equipamentos automáticos de laborató- rios clínicos e dos reagentes de laborató- rios clínicos, quando misturados, devem ser analisados pelo maior risco ou con- forme as instruções contidas na FISPQ e tratados conforme o item 11.2 ou 11.18. Resíduos do grupo C Diz respeito a rejeitos radioativos, inclusive sobra de alimentos provenientes de pacientes submetidos a terapia com Iodo radioativo. Resíduos do grupo D • Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saú- de ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. • Papel de uso sanitário e fralda, absor- ventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de pa- ciente, material utilizado em antissep- sia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classifi- cados como A1. • Sobras de alimentos e do preparo de alimentos. • Resto alimentar de refeitório. • Resíduos provenientes das áreas admi- nistrativas. Gestão Laboratorial: organização e administração 18 • Resíduos de varrição, flores, podas e jardins. • Resíduos de gesso provenientes de as- sistência à saúde. • Resíduos recicláveis: ∙ Azul: resíduos de papéis ∙ Amarelo: resíduos de metais ∙ Verde: resíduos de vidros ∙ Vermelho: resíduos de plásticos ∙ Marrom: resíduos orgânicos Figura 5 – . Fonte: disponível em: <http:// portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula. html?aula=27148>. Acesso em 09/12/2013. Alguns pontos importantes da RDC 306: • O transporte interno de resíduos deve ser feito atendendo roteiro definido e em horários não coincidentes com flu- xo de pessoas ou atividades. • Os recipientes para transportes de re- síduos devem ser providos de tampa articulada ao próprio corpo do equi- pamento, serem identificados com o símbolo de acordo com o resíduos nele contido e devem ser providos de rodas. • Compete aos serviços de saúde elabo- ração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Saúde – PGRSS. • O laboratório deve requerer às empre- sas prestadoras de serviços terceiriza- das a apresentação de licença ambien- tal para o tratamento ou disposição dos resíduos de serviços de saúde. • O laboratório deve requerer aos órgãos públicos responsáveis pela execução da coleta, transporte, tratamento ou disposição final dos resíduos, docu- mentação que identifique a conformi- dade com as orientações dos órgãos de meio ambiente. • O laboratório deverá manter registro de operações de venda ou de doação dos resíduos destinados à reciclagem. Figura 6 – . Fonte: disponível em: <http:// www.meioambienteecidadania.com.br/2011/08/ plano-de-gerenciamento-de-residuos-de_4136. html>. Acesso em 09/12/2013. Gestão Laboratorial: organização e administração 19 Figura 7 – Fonte: disponível em: <http:// qualidadeonline.wordpress.com/tag/saude-e- seguranca-no-trabalho/>. Acesso em 09/12/2013. Biossegurança Segundo a RDC 302, o laboratório clínico deve manter atualizadas e disponibilizar a todos os funcionários, instruções escritas de biossegurança, com no mínimo os seguintes itens: a) normas e condutas de segurança biológica, química, física, ocupacional e ambiental; b) instruções de uso para os equipamentos de proteção individual (EPI) e de proteção co- letiva (EPC); c) procedimentos em caso de acidentes; d) manuseio e transporte de material e amos- tra biológica. 5.7.2 O Responsável Técnico pelo labo- ratório clínico e pelo posto de coleta labo- ratorial deve documentar o nível de biosse- gurança dos ambientes e/ou áreas, baseado nos procedimentos realizados, equipamen- tos e microrganismos envolvidos, adotando as medidas de segurança compatíveis. A NR 32 é uma Norma Regulamentadora editada pelo Ministério do Trabalho através da Portaria nº 485, em 11 de novembro de 2005. Essa norma estabelece diretrizes bá- sicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e a saúde dos traba- lhadores dos serviços de saúde. Essa norma destaca a obrigatoriedade da realização do PPRA (Programa de Prevenção dos Riscos Ambientais) e do PCMSO (Progra- ma de Controle Médico de Saúde Ocupacio- nal) pelas empresas. Alguns pontos importantes dessa norma estão listados a seguir: 32.2.4.3 Todo local onde exista possi- bilidade de exposição ao agente biológico deve ter lavatório exclusivo para higiene das mãos provido de água corrente, sabonete lí- quido, toalha descartável e lixeira provida de sistema de abertura sem contato manual. [...] 32.2.4.5 O empregador deve vedar: a) a utilização de pias de trabalho para fins diversos dos previstos; b) o ato de fumar, o uso de adornos e o manuseio de lentes de contato nos postos de trabalho; c) o consumo de alimentos e bebidas nos postos de trabalho; d) a guarda de alimentos em locais não destinados para este fim; e) o uso de calçados abertos. [...] 32.2.4.6.2 Os trabalhadores não devem deixar o local detrabalho com equipamentos de proteção individual e as vestimentas utilizadas em suas atividades laborais. 32.2.4.6.3 O empregador deve providen- ciar locais apropriados para fornecimento de vestimentas limpas e para deposição das usadas. [...] 32.2.4.9 O empregador deve assegurar capacitação aos trabalhadores, antes do início das atividades e de forma continuada [...] Gestão Laboratorial: organização e administração 20 32.2.4.9.2 O empregador deve comprovar para a inspeção do trabalho a realização da capacita- ção através de documentos que informem a data, o horário, a carga horária, o conteúdo ministrado, o nome e a formação ou capacitação profissional do instrutor e dos trabalhadores envolvidos. [...] 32.24.10 Em todo local onde exista possibilidade de exposição a agentes biológicos, devem ser fornecidas aos trabalhadores instruções escritas, em linguagem acessível, das rotinas realizadas no local de trabalho e medidas de prevenção de acidentes e de doenças relacionadas ao trabalho. [...] 32.10.13 O ambiente onde são realizados procedimentos que provoquem odores fétidos deve ser provido de sistema de exaustão ou outro dispositivo que os minimizem. Processos operacionais O fluxograma de trabalho geral em um laboratório de análises clínicas está demonstrado abaixo: Paciente Recepção Paciente/Amostra (Cadastro) Entrega Resultado Sala de Espera Médico Sala de Coleta Separação e Distribuição de Amostras Setor de Análise Controle de Qualidade Diretoria Análise e Assinatura de Laudos Secretaria/CPD (Emissão Laudos) Lista de Trabalho Arquivos Gestão Laboratorial: organização e administração 21 Segundo a RDC 302, na fase pré-analí- tica dos exames, 6.1.1 O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem disponibilizar ao paciente ou responsável, instruções escritas e ou verbais, em linguagem acessível, orien- tando sobre o preparo e coleta de amostras tendo como objetivo o entendimento do pa- ciente. 6.1.2 O laboratório clínico e o posto de co- leta laboratorial devem solicitar ao paciente documento que comprove a sua identificação para o cadastro. [...] 6.1.3 Os critérios de aceitação e rejeição de amostras, assim como a realização de exames em amostras com restrições devem estar definidos em instruções escritas. 6.1.4 O cadastro do paciente deve incluir as seguintes informações: a) número de registro de identificação do paciente gerado pelo laboratório; b) nome do paciente; c) idade, sexo e procedência do paciente; d) telefone e/ou endereço do paciente, quando aplicável; e) nome e contato do responsável em caso de menor de idade ou incapacitado; f) nome do solicitante; g) data e hora do atendimento; h) horário da coleta, quando aplicável; i) exames solicitados e tipo de amostra; j) quando necessário: informações adicionais, em conformidade com o exame (medica- mento em uso, dados do ciclo menstrual, indicação/observação clínica, dentre outros de relevância); k) data prevista para a entrega do laudo; 6.1.5 O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem fornecer ao pacien- te ambulatorial ou ao seu responsável, um comprovante de atendimento com: número de registro, nome do paciente, data do aten- dimento, data prevista de entrega do laudo, relação de exames solicitados e dados para contato com o laboratório. 6.1.6. O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem dispor de meios que permitam a rastreabilidade da hora do recebimento e/ou coleta da amostra. 6.1.7 A amostra deve ser identificada no momento da coleta ou da sua entrega quan- do coletada pelo paciente. [...] 6.1.8 O laboratório clínico e o posto de co- leta laboratorial devem dispor de instruções escritas que orientem o recebimento, coleta e identificação de amostra [Fluxogramas ou POP]. 6.1.9 O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem possuir instruções escritas para o transporte da amostra de pa- ciente, estabelecendo prazo, condições de temperatura e padrão técnico para garantir a sua integridade e estabi- lidade. 6.1.10 A amostra de paciente deve ser transportada e preservada em recipiente isotérmico, quando requerido, higienizável, impermeável, garantindo a sua estabilidade Gestão Laboratorial: organização e administração 22 desde a coleta até a realização do exame, identificado com a simbologia de risco bioló- gico, com os dizeres “Espécimes para Diag- nóstico” e com nome do laboratório respon- sável pelo envio. O transporte das amostras em áreas co- muns a outros serviços ou de circulação de pessoas, deve ser feito em condições de se- gurança. Quando o serviço de transporte dor terceirizado, deve haver contrato formal que obedeça aos critérios da RDC 302/2005. Na fase analítica do exame, a RDC 302 diz que: 6.2.1 O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem dispor de instru- ções escritas, disponíveis e atualizadas para todos os processos analíticos, podendo ser utilizadas as instruções do fabricante. [...] 6.2.3 O Disponibilizar por escrito, uma relação que identifique os exames realiza- dos no local, em outras unidades do próprio laboratório e os que são terceirizados. 6.2.4 O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem definir mecanis- mos que possibilitem a agilização da libera- ção dos resultados em situações de urgên- cia. 6.2.5 O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem definir limites de risco, valores críticos ou de alerta, para os analitos com resultado que necessita toma- da imediata de decisão. 6.2.6 O laboratório clínico deve monitorar a fase analítica por meio de controle interno e externo da qualidade. 6.2.7 O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem definir o grau de pureza da água reagente utilizada nas suas análises, a forma de obtenção, o controle da qualidade. [...] 6.2.9 O laboratório clínico deve: a) manter um cadastro atualizado dos la- boratórios de apoio; b) possuir contrato formal de prestação destes serviços; c) avaliar a qualidade dos serviços presta- dos pelo laboratório de apoio. 6.2.10 O laudo emitido pelo laboratório de apoio deve estar disponível e arquivado pelo prazo de 5 (cinco) anos. [...] 6.2.12 Os resultados laboratoriais que in- diquem suspeita de doença de notificação compulsória devem ser notificados conforme o estabelecido no Decreto no 49.974-A, de 21 de janeiro de 1961, e na Portaria no 2325, de 08 de dezembro de 2003, suas atualiza- ções, ou outro instrumento legal que venha a substituí-la. 6.2.13 A execução dos Testes Laborato- riais Remotos - TLR (Point-of-care) e de tes- tes rápidos, deve estar vinculada a um labo- ratório clínico, posto de coleta ou serviço de saúde pública ambulatorial ou hospitalar. 6.2.14 O Responsável Técnico pelo la- boratório clínico é responsável por todos os TLR realizados dentro da instituição, ou em qualquer local, incluindo, entre outros, aten- dimentos em hospital-dia, domicílios e coleta laboratorial em unidade móvel. Gestão Laboratorial: organização e administração 23 6.2.15 A relação dos TLR que o laborató- rio clínico executa deve estar disponível para a autoridade sanitária local. 6.2.15.1 O laboratório clínico deve dispo- nibilizar nos locais de realização de TLR pro- cedimentos documentados orientando com relação às suas fases pré-analítica, analítica e pós-analítica, incluindo: a) sistemática de registro e liberação de resul- tados provisórios; b) procedimento para resultados potencial- mente críticos; c) sistemática de revisão de resultados e libe- ração de laudos por profissional habilitado. 6.2.15.2 A realização de TRL e dos tes- tes rápidos está condicionada a emissão de laudos que determine suas limitações diag- nósticas [...] 6.2.15.3 O laboratório clínico deve man- ter registros dos controles da qualidade, bem como procedimentos para a realização dos mesmos. 6.2.15.4 O laboratório clínicodeve pro- mover e manter registros de seu processo de educação permanente para os usuários dos equipamentos de TLR. As normas da legislação para os processos pós-analíticos são: 6.3.1 O laboratório clínico e o posto de coleta laboratorial devem possuir instruções escritas para emissão de laudos, que con- templem as situações de rotina, plantões e urgências. 6.3.2 O laudo deve ser legível, sem rasuras de transcrição, escrito em língua portuguesa, datado e assinado por profissional de nível superior legalmente habilitado. 6.3.3 O laudo deve conter no mínimo os seguintes itens: a) identificação do laboratório; b) endereço e telefone do laboratório; c) identificação do Responsável Técnico (RT); d) nº. de registro do RT no respectivo conselho de classe profissional; e) identificação do profissional que liberou o exame; f) nº. registro do profissional que liberou o exame no respectivo conselho de classe do profissional g) nº. de registro do Laboratório Clínico no res- pectivo conselho de classe profissional; h) nome e registro de identificação do cliente no laboratório; i) data da coleta da amostra; j) data de emissão do laudo; k) nome do exame, tipo de amostra e método analítico; l) resultado do exame e unidade de medição; m) valores de referência, limitações técnicas da metodologia e dados para interpretação; n) observações pertinentes. 6.3.4 Quando for aceita amostra de pacien- te com restrição, esta condição deve constar no laudo. 6.3.5 O laboratório clínico e o posto de cole- ta laboratorial que optarem pela transcrição do laudo emitido pelo laboratório de apoio, devem garantir a fidedignidade do mesmo, sem alte- Gestão Laboratorial: organização e administração 24 rações que possam comprometer a interpre- tação clínica. 6.3.6 O responsável pela liberação do laudo pode adicionar comentários de inter- pretação ao texto do laboratório de apoio, considerando o estado do paciente e o con- texto global dos exames do mesmo. 6.3.7 O laudo de análise do diagnóstico sorológico de Anticorpos Anti-HIV deve es- tar de acordo com a Portaria MS nº 59/2003, suas atualizações ou outro instrumento legal que venha a substituí-la. 6.3.8 As cópias dos laudos de análise bem como dados brutos devem ser arquiva- dos pelo prazo de 5 (cinco) anos, facilmen- te recuperáveis e de forma a garantir a sua rastreabilidade. 6.3.8.1 Caso haja necessidade de retifi- cação em qualquer dado constante do laudo já emitido, a mesma dever ser feita em um novo laudo onde fica clara a retificação re- alizada. Registros Segundo a RDC 302, “o laboratório clíni- co e o posto de coleta laboratorial devem garantir a recuperação e disponibilidade de seus registros críticos, de modo a permitir a rastreabilidade do laudo liberado.” Para facili- tar o cumprimento da determinação anterior, “As alterações feitas nos registros críticos de- vem conter data, nome ou assinatura legível do responsável pela alteração, preservando o dado original.” Garantia da qualidade De acordo com a RDC 302, o laboratório clínico deve garantir que os serviços presta- dos são confiáveis. Para tanto, devem ter, no mínimo: • controle interno da qualidade: a) monitoramento do processo analítico pela análise das amostras controle, com registro dos resultados obtidos e análise dos dados; b) definição dos critérios de aceitação dos resultados por tipo de analito e de acordo com a metodologia utilizada; c) liberação ou rejeição das análises após avaliação dos resultados das amostras controle. • controle externo da qualidade (en- saios de proficiência) - A participação em ensaios de proficiência deve ser individual para cada unidade do labo- ratório clínico que realiza as análises. “Para os exames não contemplados por programas de Ensaios de Profici- ência, o laboratório clínico deve adotar formas alternativas de Controle Exter- no da Qualidade descritas em literatu- ra científica.” Esses programas de controle de qualidade devem ser documentados com: a) lista de analitos; b) forma de controle e a frequência de utilização; Gestão Laboratorial: organização e administração 25 c) limites e critérios de aceitabilidade para os resultados dos controles; d) avaliação e registro dos resultados dos controles. Para o Controle Interno da Qualidade, 9.2.2 [...] o laboratório clínico deve utilizar amostras controle comerciais, regularizados junto a ANVISA/MS de acordo com a legislação vigente. 9.2.2.1 Formas alternativas descritas na literatura podem ser utilizadas desde que permitam a avaliação da precisão do sistema analítico. 9.2.3 O laboratório clínico deve registrar as ações adotadas decorrentes de rejeições de resulta- dos de amostras controle. 9.2.4 As amostras controle devem ser analisadas da mesma forma que amostras dos pacientes. [...] 9.3.4 O laboratório clínico deve registrar os resultados do Controle Externo da Qualidade, ina- dequações, investigação de causas e ações tomadas para os resultados rejeitados ou nos quais a proficiência não foi obtida. O controle interno avalia a precisão (ou reprodutibilidade) e o controle externo avalia a exatidão (ou acurácia). A precisão indica o quanto as medidas repetidas estão próximas umas das outras. A exatidão indica quão próximo do valor real está o valor medido. Figura 9 – . Fonte: disponível em: <http://calibraend.blogspot.com.br/2013/02/voce- conhece-diferenca-entre-precisao-e.html>. Acesso em 09/12/2013. Gestão Laboratorial: organização e administração 26 Equipamento Valor Verdadeiro Convencional 1a medida 2a medida 3a medida Média (mm) A 50,0 51,0 51,0 51,0 51,0 B 50,0 50,1 50,3 50,2 50,2 Fonte: disponível em: <http://calibraend.blogspot.com.br/2013/02/voce-conhece- diferenca-entre-precisao-e.html>. Acesso em 09/12/2013. Com os dados do quadro, podemos concluir que o equipamento A é mais preciso do que o equipamento B, pois não obteve variações entre as três medições realizadas no mes- mo ponto. Em contrapartida, ele é menos exato, pois a média dos valores obteve um maior desvio em relação ao valor de referência. Os detalhes sobre os programas do controle de qualidade serão abordados com mais detalhes no módulo Controle da qualidade e certificação em laboratório de análises clínicas. Glossário Seguem alguns termos técnicos referentes a termos técnicos, extraídos da RDC nº 302 da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa): 4.1 Alvará sanitário/Licença de funcionamento/Licença sanitária: Documento expedido pelo ór- gão sanitário competente Estadual, Municipal ou do Distrito Federal, que libera o funcionamento dos estabelecimentos que exerçam atividades sob regime de vigilância sanitária. 4.2 Amostra do paciente: Parte do material biológico de origem humana utilizada para análises laboratoriais. 4.3 Amostra laboratorial com restrição: Amostra do paciente fora das especificações, mas que ainda pode ser utilizada para algumas análises laboratoriais. 4.4 Amostra controle: Material usado com a finalidade principal de monitorar a estabilidade e a reprodutibilidade de um sistema analítico nas condições de uso na rotina. 4.5 Analito: Componente ou constituinte de material biológico ou amostra de paciente, passível de pesquisa ou análise por meio de sistema analítico de laboratório clínico. 4.6 Biossegurança: Condição de segurança alcançada por um conjunto de ações destinadas a prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde humana, animal e o meio ambiente. Gestão Laboratorial: organização e administração 27 4.7 Calibração: Conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a correspondência entre valores indicados por um instrumento, sistema de medição ou material de referência, e os valores corres- pondentes estabelecidos por padrões. 4.8 Coleta laboratorial domiciliar: Realiza- ção da coleta de amostra de paciente em sua residência. 4.9 Coleta laboratorialem empresa: Rea- lização da coleta de amostra de paciente no âmbito de uma empresa. 4.10 Coleta laboratorial em unidade mó- vel: Realização da coleta de amostra de pa- ciente em unidade móvel. 4.11 Controle da qualidade: Técnicas e atividades operacionais utilizadas para moni- torar o cumprimento dos requisitos da quali- dade especificados. 4.12 Controle externo da qualidade - CEQ: Atividade de avaliação do desempenho de sistemas analíticos através de ensaios de proficiência, análise de padrões certificados e comparações interlaboratoriais.Também cha- mada Avaliação Externa da Qualidade. 4.13 Controle interno da qualidade - CIQ: Procedimentos conduzidos em associação com o exame de amostras de pacientes para avaliar se o sistema analítico está operando dentro dos limites de tolerância pré-definidos. 4.14 Desinfecção: Processo físico ou quí- mico que destrói ou inativa a maioria dos mi- crorganismos patogênicos de objetos inani- mados e superfícies, com exceção de esporos bacterianos. 4.15 Ensaio de proficiência: Determinação do desempenho analítico por meio de com- parações interlaboratoriais conduzidas por provedores de ensaio de proficiência. 4.16 Equipamento laboratorial: Designa- ção genérica para um dispositivo empregado pelo laboratório clínico como parte integrante do processo de realização de análises labo- ratoriais. 4.17 Esterilização: Processo físico ou quí- mico que destrói todas as formas de vida mi- crobiana, ou seja, bactérias nas formas vege- tativas e esporuladas, fungos e vírus. 4.18 Fase pré-analítica: Fase que se inicia com a solicitação da análise, passando pela obtenção da amostra e finda ao se iniciar a análise propriamente dita. 4.19 Fase analítica: Conjunto de opera- ções, com descrição especifica, utilizada na realização das análises de acordo com deter- minado método. 4.20 Fase pós-analítica: Fase que se ini- cia após a obtenção de resultados válidos das análises e finda com a emissão do laudo, para a interpretação pelo solicitante. 4.21 Garantia da qualidade: Conjunto de atividades planejadas, sistematizadas e im- plementadas com o objetivo de cumprir os requisitos da qualidade especificados. 4.22 Inspeção sanitária: Conjunto de pro- cedimentos técnicos e administrativos, de competência da autoridade sanitária local, que previnem e controlam o risco sanitário em estabelecimentos sujeitos a este controle. 4.23 Instrução escrita: Toda e qualquer forma escrita de documentar as atividades realizadas pelo estabelecimento e ou serviço. 4.24 Instrumento laboratorial: Designação genérica para dispositivos empregados pelo laboratório clínico que auxiliam na execução de uma tarefa analítica. Gestão Laboratorial: organização e administração 28 4.25 Insumo: Designação genérica do conjunto dos meios ou materiais utilizados em um processo para geração de um produ- to ou serviço. 4.26 Laboratório clínico: Serviço destina- do à análise de amostras de paciente, com a finalidade de oferecer apoio ao diagnóstico e terapêutico, compreendendo as fases pré- -analítica, analítica e pós-analítica. 4.27 Laboratório de apoio: Laboratório clínico que realiza análises em amostras en- viadas por outros laboratórios clínicos. 4.28 Laudo laboratorial: Documento que contém os resultados das análises laborato- riais, validados e autorizados pelo responsá- vel técnico do laboratório ou seu substituto. 4.29 Limpeza: Processo sistemático e contínuo para a manutenção do asseio ou, quando necessário,para a retirada de sujida- de de uma superfície. 4.30 Material biológico humano: Tecido ou fluido constituinte do organismo huma- no. 4.31 Metodologia própria em laboratório clínico (in house): Reagentes ou sistemas analíticos produzidos e validados pelo pró- prio laboratório clínico, exclusivamente para uso próprio, em pesquisa ou em apoio diag- nóstico. 4.32 Paciente de laboratório: Pessoa da qual é coletado o material ou amostra bio- lógica para ser submetida à análise labora- torial. 4.33 Posto de coleta laboratorial: Serviço vinculado a um laboratório clínico, que rea- liza atividade laboratorial, mas não executa a fase analítica dos processos operacionais, exceto os exames presenciais,cuja realiza- ção ocorre no ato da coleta. 4.34 Produto para diagnóstico de uso in vitro: Reagentes, padrões, calibradores, controles, materiais,artigos e instrumentos, junto com as instruções para seu uso, que contribuem para realizar uma determinação qualitativa, quantitativa ou semi-quantitativa de uma amostra biológica e que não este- jam destinados a cumprir função anatômica, física ou terapêutica alguma, que não sejam ingeridos, injetados ou inoculados em seres humanos e que são utilizados unicamente para provar informação sobre amostras ob- tidas do organismo humano. 4.35 Profissional legalmente habilitado: Profissional com formação superior inscrito no respectivo Conselho de Classe, com suas competências atribuídas por Lei. 4.36 Rastreabilidade: Capacidade de re- cuperação do histórico, da aplicação ou da localização daquilo que está sendo conside- rado, por meio de identificações registradas. 4.37 Responsável Técnico - RT: Profis- sional legalmente habilitado que assume perante a Vigilância Sanitária a Responsa- bilidade Técnica do laboratório clínico ou do posto de coleta laboratorial. 4.38 Saneante: Substância ou prepara- ção destinada à higienização, desinfecção, esterilização ou desinfestação domiciliar, em ambientes coletivos, públicos e privados, em lugares de uso comum e no tratamento da água. 4.39 Supervisão: Atividade realizada com a fi- nalidade de verificar o cumprimento das especifi- cações estabelecidas nos processos operacionais 4.40 Teste Laboratorial Remoto-TLR: Teste rea- lizado por meio de um equipamento laboratorial situado Gestão Laboratorial: organização e administração 29 fisicamente fora da área de um laboratório clínico. Também chamado Teste Laboratorial Portátil -TLP, do inglês Point-of-care testing -POCT. 4.41 Validação: Procedimento que fornece evidências de que um sistema apresenta desempenho dentro das especificações da qualidade, de maneira a fornecer resultados válidos. 4.42 Verificação da calibração: Ato de demonstrar que um equipamento de medição apresenta desempenho dentro dos limites de aceitabilidade, em situação de uso. Referências bibliográficas Legislações: RDC 50 RDC 302 RDC 306 NR 32 Sites: www.anvisa.com.br www.sebrae.com.br
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